Há coisas que, se não me matam de confusão, no mínimo, causam-me uma "comichão mental" desgraçada.
Passa-se o seguinte.
Há uns tempos (não se iludam... não foi há dois dias, já foi há uma "porrada" de anos atrás) descobri que um gajo qualquer se lembrou de pôr arroz nas morcelas, pensando que estava a fazer uma daquelas coisas acertadas que permitem à malta ter um busto no meio da praça principal de uma vila do interior.
Ora, eu não tenho grandes dúvidas que o indivíduo não só não é digno de um busto em bronze, como pode ser classificado com um perfeito anormalóide.
Quem lhe disse a ele que era uma ideia luminosa cozer arroz e juntá-lo na sagrada amálgama de sangue e carne que constitui o (até ali intocável) recheio da morcela?
É parvo... É muito parvo.
É certo que há gente que se digna a "ratificar" esta lamentável anomalia culinária, consumindo e até (valha-me Deus...) apreciando esta aberração que - espero (nunca me dei ao trabalho de confirmar... e até tenho receio de o fazer) - não venha nessa autêntica "bíblia" que é livro do Mestre Cozinheiro.
Amigos... há coisas que devem permanecer puras e intocáveis... como a morcela (sem arroz, claro).
Que seria do nosso mundo se toda a gente se torna-se "artista" ao ponto de espalhar a porra da criatividade sobre as mais respeitadas "instituições" existentes no domínio dos pratos raso e fundo.
Estou a exagerar? Eu, cá, acho que não.
Não vos faria confusão... sei lá... bolo de chocolate com fruta cristalizada?
Vêem?... É disto que eu estou a falar.
Da verdadeira heresia que é pôr ingredientes onde, simplesmente, não são necessários.
E vocês eram capazes de admitir que isso chegasse ao Mestre Cozinheiro?
Ah pois é...! Isso é que era bonito!...
Que existam coisas como Cozido à Portuguesa, em que todo e qualquer ingrediente é tão necessário como dispensável... tudo muito bem (e reforço... tudo muito bem, MESMO!...).
Agora, haver "iluminados" que se põem a inventar... com a morcela...?
Pá... give me a break...!
Enfim, é só um desabafo... mas tinha de pôr isto cá para fora.
(mas depois de me ter saído com o sacrilégio do choco-cake com fruta cristalizada azul...
...só há uma saída; a de sempre: terapia)
PS: Se, por acaso, também têm ódios de estimação a alguma imbecilidade feita com um dos vossos pratos favoritos, manifestem-se. Digam de vossa justiça e quem sabe a gente não se junta para levar uma petição (juntamente com um imaculado Mestre Cozinheiro, claro) às mais altas instâncias do país... caso elas não estejam ocupadas a ser demitidas e assim.
0 inSensinho(s) assim...:
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