Dia Europeu dos Vizinhos



Como se não estivéssemos já fartinhos de efemérides parvas… eis que, a cada dia que passa, há sempre alguém disposto a surpreender e a provar que o risco do bom senso pode não só ser pisado vezes sem conta como galgado a toda e qualquer altura, sem aviso prévio ou nada que o justifique.

Serve o intróito para libertar a bílis em mim causada pela tomada de conhecimento de que hoje é Dia Europeu dos Vizinhos. Nem mais!... Dia Europeu dos… Vizinhos!...

Sinceramente, ele há coisas que me custam a crer. O Dia dos Vizinhos é uma farsa!

Diz quem apoia a celebração da iniciativa – e a autarquia da cidade onde vivo é a uma das organizadoras de acções de promoção da efeméride – que seria saudável e interessante darmo-nos bem com todos os nossos vizinhos. E o Sr. Vereador até dá um exemplo! Porque não – diz ele – colocar uma mesinha no átrio do prédio e oferecer bolo e um cálice de Porto à vizinhança, ao fim da tarde, quando a malta chega do trabalho?

Por que não?!?! Simplesmente… porque NÃO!!!! Olha que essa!...

Porque – e eu falo por mim – nem eu conheço minimamente (e não faço questão de conhecer) os meus vizinhos nem me parece que aquilo seja gente em condições de nada. Pelo que já me foi dado a perceber, por exemplo, as reuniões de condomínio (uma realidade a que alguma vez na vida terei de dar 5 minutos da minha atenção, simplesmente para depois poder falar mal, aqui no burgo) são um espectáculo. Como a malta está de pé no tal átrio (sem mesa posta, sem bolo e sem Vinho do Porto), alguém já malhou fortemente por ter adormecido e eu, que nunca fui a reunião nenhuma, sou intitulado (com desdém) como “o rapazinho que traz sempre raparigas diferentes para jantar”. Fantástico!... O que a dor-de-cotovelo não faz…

Contactos com a vizinhança… só para stresses com o parqueamento do meu Punto.
Sim… porque um bólide daqueles ocupa espaço que tolhe, claro!…
Até de sacana já me chamaram por ter deixado o meu carro a 4 (quatro!!!) metros de um portão de garagem!... Enfim…

Para mim… vizinhança, resume-se à boazuda do 5º Esq.º (boooooooooooooa… gente, ela!...) e a umas novas inquilinas do 1º Centro… que, ao que tudo indica, também são extremamente… simpáticas. Por falar nisso, tenho de lá ir pedir um raminho de salsa…

Caros (restantes) vizinhos do Lote 26, se estão a ler este InSenso… vão-se lixar!!! Ok?!?

Caguei para isto do Dia Europeu dos Vizinhos! Caguei!...
Mesinha?... Bolinho?... Cálicezinho de Porto?... e logo no átrio?!?... Está bem, está!...

Um dia destes, instauro é o Dia do Bom Vizinho lá no 3ºB… e convido as vizinhas do 1º e do 5º para um get toghether'zinho… ou não será melhor fazer vários dias, convidando uma de cada vez…?

Hmmmmmmmm… Vou meditar sobre isto…

Bolo de Chocolate

200g de chocolate para culinária
100g de chocolate semi-amargo
200g manteiga
150g de açúcar
250g de farinha
5 ovos
1 colher de chá de fermento em pó
2 colheres de chá de óleo (opcional)

À manteiga (derretida previamente) junta-se o açúcar, misturando-se até se obter um creme consistente. Juntar as 5 gemas (as claras são, entretanto, batidas em castelo). Derreter todo o chocolate (juntamente) com a ajuda de um pouco de manteiga e, estando todo derretido, adicioná-lo à massa. Segue-se a junção das claras e só depois disso se junta a farinha aos poucos e por fim o fermento, mexendo muito bem. Colocar a massa em forma polvilhada com farinha e deixar cozer em forno a 150º, durante cerca de 45 minutos.

"PODEROSO"

Ontem - feriado - resolvi ter um dia diferente e pus-me a conduzir sem olhar aos quilómetros. Só que uma decisão dessas tem os seus quês. Não... não vou falar de coisas profundas como o preço dos combustíveis, prevenção rodoviária e tretas afins. Refiro-me simplesmente ao facto de que, sendo feriado, 95% das rádios estão em “DJ PC”, que é como quem diz… estão a emitir programas gravados, debitados por um qualquer computador, igual ao nosso lá de casa. E essa porra de programas gravados, com os animadores a falar de como está o tempo e tal... sabendo que essa bodega foi gravada há vários dias... é saber que nos estão a mentir com uma cara-de-pau desgraçada.


Daí que, ontem, tenha recorrido aos "serviços" de uma caixa amarela que trago sempre no Punto, com velhas k7's que eu fazia há uns anos valentes e que muito gozo me dão ouvir de tempos a tempos. Acho que todos nós passámos por essa fase, a da k7 caseira. Eu, por exemplo, fazia verdadeiras colectâneas nas TDK60 e 90. Compilações de grande gabarito que se adequariam, eventualmente, a uma determinada ocasião. Por isso, não era raro ter umas quantas de música mais mexida e outras de slows, para quando surgisse uma situação que exigisse um ambiente mais romântico (se é que é possível ser-se romântico aos 17 anos...). Essas tinham invariavelmente o título de "69" (no caso, eram as k7's "69-I", "69-II", "69-III" e "√4761" - façam a conta...). Mas a que puxei ontem da caixa para fora chama-se "PODEROSO". Já não me lembro porque raio me lembrei desse nome para colocar na fita...mas aquilo é um espectáculo só...! Ao ver o alinhamento das músicas, chego à conclusão de que nesse verão de 94, no parque de campismo, o que a malta queria era... gajas (em bikini, na praia, ou… em menos do isso, num outro qualquer lugar). Mas não entendo porque carga de água ali consegui misturar coisas de boa qualidade como o "40º à sombra", dos saudosos Rhadar Kadafi e... "Pérola, Rosa, Verde, Limão, Marfim" da Dina (que, a cada dia que passa, se afirma mais como a nossa, muito nossa, Gloria Gaynor, não acham...? E o "Amor de Água Fresca"... o nosso "I will survive"...)!

Não digo mais nada. Segue-se o alinhamento da minha colectânea de grande gabarito (... ou nem tanto assim...), "PODEROSO", realizada na minha aparelhagem Grundig MINI10, a 11.8.1994, numa TDK90 (Type1, Normal Position).

Lado A
Don't worry, be happy - Bobby McFerrin
Hippy, hippy shake - Georgia Satellites
Zuvi Zeva Novi - Mler If DaDa
40º à sombra - Rhadar Kadafi
Latin'America - Jafumega
Good Stuff - B52's
It's my life - Dr. Alban
Shalalalala - Vengaboys
Banana Callipso - Harry Belafonte
I feel good - James Brown
Esta vida de marinheiro - Sitiados
Tutti Frutti - Little Richard
+ perto do céu - Pedro Abrunhosa

Lado B
Socorro - Pedro Abrunhosa
Kokomo - Beach Boys
Come on Eilleen - Dexy's Midnight Runners
MMM MMM MMM - Crash Test Dummies
O navio - Afonsinhos do Condado
Pérola, Rosa, Verde, Limão, Marfim - Dina
I'm too Sexy - Right Said Fred
Dunas - GNR
Serenata RAP - Jovannotti
Só gosto de ti - Heróis do Mar



Façam os InSensatos juízos que entenderem... ou mandem para cá alinhamentos de k7's que tenham feito também (CD's não conta... é tecnologia a mais para este blog imbecil).

Sim... porque eu acredito que todos nós já fomos (nem que seja por um dia…) DJ’s de trazer por casa...!

:-)

That should be the life!


Cabe-me, de vez em quando, aqui repor a normalidade no (meu) mundo e afirmar a minha crença de que a gente anda a gastar sola a pisar a terra... é para alguma coisa. E eu, cá, acho que o nosso propósito é levar da vida alguma coisa de jeito.

E por que não... levar a vida como
Etta James um belo dia prometeu providenciar?... I just wanna make love to you já foi tema de publicidade a refrigerante light, é certo, mas a mim parece-me é mais um hino à vida que sempre desejei, perfilando-se por isso para ser algo semelhante a uma bula para o que eu mais quero para o meu futuro.

Para quem não está para fazer a tradução simultânea da letra da música, aqui vai, então, a minha proposta de tradução (sem rimas em portugês... porque dá muito mais trabalho).

I Just Wanna Make Love to You - Etta James

Não te quero
Como escravo
Não te quero
A trabalhar todo o dia
Mas eu quero que sejas sincero
E só quero fazer amor contigo
Fazer amor contigo
ooooo ooooo
Fazer amor contigo

Tudo o que eu quero fazer é
Lavar-te a roupa
Não quero prender
Em casa
Não tens que fazer mais nada
A não ser manter-me a fazer amor contigo
Fazer amor contigo
ooooo ooooo
Fazer amor contigo

E eu garanto, pela maneira como andas
Eu garanto, pela maneira como falas
E eu garanto pela maneira como tratas a tua miúda
Que eu consigo dar-te todo o amor deste mundo inteiro

ooooo
Tudo o que eu quero é fazer pão para ti
Só para me assegurar
Que estás bem alimentado
Não te quero
Triste e abatido
E só quero fazer amor contigo
Fazer amor contigo
ooooo ooooo
Fazer amor contigo
ooooo

Genial!!! Fantástico!!! Isso é que era, carago!!!
EU QUERO UMA VIDA ASSIM PRA MIM!!!

Bom... é certo que isto me limita quase apenas e só a padeiras, pasteleiras, cozinheiras, sopeiras (o que não seria mau de todo, como aqui vos direi em breve) e a mulheres prendadas o suficiente para... enfim... (eu não queria ser brejeiro, mas...) dar um jeito para juntar um cacete ao forno e a coisa correr bem.

Seja como for, parece-me bem, simplesmente.

Vou imprimir isto e guardar, como - lá está - bula que me vai acompanhar daqui em diante, esteja eu onde, como, e com quem estiver. Ah! Que bela vida seria!... Um espectáculo de dia-a-dia… era o que era!... Isso é que era assunto!...

= = = = = = = = = = = =

PS(1): Não consta que a malta feminista americana tenha curtido muito a letra desta música na altura em que surgiu... ou, pensando bem, ... ainda hoje. Mas... que é que isso importa?!? A malta fundamentalista nunca se diverte nem metade do que aquilo que o resto dos comuns mortais esgalha de rambóia...!

PS(2):Ai que belo dia-a-dia seria!... QUERO!!!!!

«Que animal...?»

Hoje sinto-me mais velho. Extremamente mais velho. Talvez seja porque hoje esteja com 29 anos e UM MÊS… ou talvez simplesmente porque sou parvo.

No entanto – se calhar, porque sou parvo ou só porque me sinto mais velho – hoje fiquei aturdido quando me deparei com uma daquelas perguntas totós que se fazem aos putos e a que eles respondem uma patetice qualquer, pensando que fazem um figurão e a que os trengos dos adultos acham um piadaço… vá lá entender-se porquê.

«Que animal é que gostavas de ser?»

Pensado bem (que é uma coisa que eu faço raramente), esta pergunta tem tanto de inútil como de estranha e até de imbecil. Antes de tudo mais, porque – pelo menos, para já – não se adivinha um avanço tal na ciência que permita uma metamorfose de humano para outra qualquer forma de vida, quanto mais para um animal “à escolha”. Depois, porque – apesar de alguns psicólogos afirmarem que a resposta a essa interrogação pode revelar importantes traços da personalidade – replicar à questão simplesmente nos diz que alguém não está totalmente contente com a condição de ser humano, até que nem via mal a hipótese de ter quatro patas, escamas ou mijar contra um poste… e achava que isso seria melhor do que ser um animal racional. Parvo.

Por só hoje me ter apercebido desse disparate pegado, já não fui a tempo de anular as respostas por mim dadas a essa pergunta em tempos idos, quando era miúdo, por exemplo. Lembro-me que, nessa altura, me contentava em ser um cão, porque gostava muito dos cachorritos e tal (até tinha uma cadela super fantástica). Depois, mais tarde, já na imberbe adolescência, lembro-me que a mania das grandezas me levava a dizer que gostaria de ser um imponente e bem tratado cavalo (mal sabia eu que só para aí 5% dos cavalos nos países civilizados andam livres e não são maltratados ou obrigados a esforços descomunais). A seguir veio aquela fase tonta da adolescência em que só queremos dizer que fazemos tudo e mais alguma coisa e não fazemos nada… Queria ser um “boi de cobrição”, dizia eu… que vergonha…

Hoje em dia, parece-me que não responderia que queria ser isto ou aquilo, mas sim o que NÃO QUERERIA ser. Bacalhau.

O bacalhau é um peixe que ninguém conhece. Aliás, fui ver uma foto à net e, sem ser naquela forma em que a gente o compra no supermercado… eu não conheceria um bacalhau, se me cruzasse com ele dentro de água (mas também… não conto tomar uma banhoca nos mares da Noruega tão depressa…!). Além disso, o objectivo da vida do “fiel amigo” é só um: ser apanhado. E o resto da sua existência passa por ser aberto ao meio, espalmado, salgado (o que deve doer imenso depois dos cortes e daquelas feridas todas), cortado às postas (e depois em postas mais pequenas) e cozido a altíssimas temperaturas (já para não falar nas passagens por arcas frigoríficas, micro-ondas, fornos e outros locais – igualmente “agradáveis” –afins).

Que animal é que eu gostava de ser? Não o bacalhau, de certeza!...

Comunicação Interna

Tenho-me dado conta de que eu sou um gajo super-comunicativo. Não (só) porque me movo no mundo da Comunicação, propriamente dita, nem (só) porque (man)tenho dois blog’s actualizados mais ou menos diariamente, mas sim porque também algumas partes que integram este meu corpo disforme (em que um ente superior, parvamente, me meteu) andam absolutamente decididas a comunicar com o mundo exterior… sem qualquer hesitação ou pudor.


É assim algo que se podia enquadrar no campo da Expressão Corporal… só que numa subdivisão de Barulhos Estranhos (e Embaraçosos).


Calma… não estou a falar de nada abaixo da linha da cintura. E não falo, simplesmente porque é algo – injustamente, se me perguntaram a mim – publicamente reprovado. Se não fosse…
Refiro-me, portanto, ao meu estômago e sistema gástrico, logo “ali ao lado”. Ou seja, tudo o que vai pouco depois da entrada até… quase até à saída… do que quer que seja.


Ultimamente, tem sido uma verdadeira “festa”. Ao fim da manhã (apesar de ter tomado bons pequenos almoços), RRRRRRROOOOOOOOOOOAAAAAAAAARRRR… tipo sirene a mandar a malta de uma qualquer fabriqueta de tecelagem para debaixo da lusalite a fim de morfar o arrozito de ervilhas e as duas pernitas de frango trazido de casa na marmita. Ou seja, só eu é que tenho fome… mas toda a gente fica a saber. Porque o menino estômago decide afirmar-se vazio a todo o mundo que tenha ouvidos ou um sentido de tacto mais apurado (sim… porque a vibração provocada pelo “rugir” é algo de assinalável).


Já depois do almoço, a meio da tarde – e esta é a verdadeira novidade que justifica a chamada do tema aqui ao burgo – novo embaraço, agora com o intestino como protagonista. É que (não sei porquê…) agora a InSensata Intestinagem deu em dar voltas, mais voltas e ainda mais umas reviravoltas, pontual e religiosamente às 4 da tarde, pá!...


Não é coisa de ir a correr para o (interessante) wc do local de trabalho, nem de ficar assim como que com vontade de me juntar à rede de gás natural… não. Mas as reviravoltas são tantas que lá aparece novo ROOOGGGRRRLLLLLOOOAAAARRRRR… Este não é bem um rugido, mas sim algo mais semelhante ao som abafado de uma betoneira em frenética laboração. E, lá está… o desarranjo intestinal também passa a ser de conhecimento geral, sem que eu possa fazer algo que o evite.


Pergunto-me qual será a razão para tal necessidade do meu corpo se fazer ouvir.


Estarei eu a negligenciar os meus órgãos, de tal forma que se estejam a manifestar, tentando alcançar melhor posição negocial, com um fim último de obter melhores condições de trabalho?...
Ou estarão os endemoninhados (o que eu gosto deste vocábulo estranho…!) estômago e intestinos em processo de separatismo em busca de autonomia e/ou independência de mim e do meu corpo?...


E se for mesmo esta última?!? Quererão eles ser totalmente independentes? Estarão a pensar que sobrevivem (e, já agora, como sobreviverei eu?!?) fora do meu corpo? Ou, pior, para que corpo estarão a pensar transferir-se?!? Devem estar a pensar que são bons demais para mim, não?!? E, sendo assim, quem vão escolher?... Um modelo famoso? Um desportista de alta competição? Um ricalhaço qualquer?... Confesso que isto me faz confusão.


Só sei que se eles pensam dar de fuga… isto pode ser um problema de corre-corre e troca-troca de órgãos entre corpos em todo o mundo. Começa com a saída do meu estômago e intestinos para outro lado e os órgãos desse corpo terão de procurar nova “casa”, desalojando outros órgãos, noutro corpo… e assim sucessivamente.


Preocupante...

Conflito (mal) aberto

Estou em crer que um novo processo litigioso está a abalar a minha (já de si atribulada) vida.

Há uns dias (há umas semanas, vá...) procedi à aquisição de um abre-latas, objecto que, desde que me mudei, ainda não tinha tido a possibilidade de obter para a minha cozinha. Um investimento (bem vistas as coisas, sempre tive de gastar €1,5… o que não é brincadeira nenhuma) que se mostrava necessário, para que assim evitasse a compra daquelas latas de abertura fácil que, por esse mesmo pormenor, me saem mais caras do que as latas fechadas hermeticamente.

Tudo estaria bem se o dito utensílio desempenhasse a sua função… mas não desempenha.

O que é que se passa, então? Qual é o problema? Ora… o busílis da coisa está no método de abertura das latas idealizado e proposto pelo criador do objecto. Eu sempre me habituei a que os abre-latas cortassem o metal das latas, abrindo-as (cortando-as) pelo topo da tampa ou pela parte de fora, pelo rebordo. Este não faz nada disso. Este como que “destapa” a lata, forçando-lhe o rebordo. O conceito até é porreiro, admito. A ideia é que a lata abra como a gente abre um frasco com tampa sem rosca, não sei se dá para perceber.

Mas o raio do abre-latas (aquele abre-latas, especificamente) não abre latas, porra nenhuma! Simplesmente, não bufa nada de jeito e, em vez de me facilitar a vida, só me dá é mais trabalho!...

A coisa chegou ao ponto em que, logo na estreia do apetrecho, a tarefa de juntar uns quantos cogumelos a um molho de natas… foi uma coisa tão difícil de pôr em prática como, digamos, construir, desmantelar e reconstruir - sei lá… - a Torre Eiffel. Ok… estou a exagerar. Digamos, então, que foi tão difícil quanto o mesmo processo de “revira-construção”… mas ali da Torre de Belém, pode ser? Pronto.

Perante tal cenário de dificuldades acrescidas a cada segundo que passava… decidi solucionar o problema (e resolvi-o mesmo) recorrendo a uma chave de fendas que por ali parava, junto à banca da cozinha. Abalados e traumatizados, acredito, mas os champignons lá chegaram à sertã onde o molho de natas já ia secando e pegando ao fundo.

Tudo por causa da claríssima ineficácia do “Objecto do Demo” (leia-se abre-latas; ou melhor, AQUELE abre-latas)!

Ora… impõe-se a colocação de uma questão de vital importância. Procedo à aquisição de novo abre-latas (e, em caso de resposta afirmativa, de que tipo)?... ou regresso à compra das latinhas de abertura fácil (que me parece serem assim uma espécie de versão amaricada e/ou mariquinhas do mundo das conservas e refeições previamente preparadas), mais dispendiosas mas sem estes stresses de abre-latices?...

Certezas… só tenho uma. O raio do abre-latas seguiu direitinho (e sem passar pela “Casa da Partida”) da banca da cozinha para o caixote do lixo. Talvez lá faça mais figura do que às voltas (literalmente às voltas) das latas de cogumelos e feijão…

Mai’nada!...

Não me levem a mal, mas...

Não sei se sou só eu... mas quando oiço esse início de discurso ["Não me leve(m) a mal, mas..."], a única reacção que tenho é - em oposição ao pedido - preparar-me para levar a mal o que quer que dali venha. Não...?

Eu falo por mim, que também uso a expressão. Quando digo "Olhe... não me leve a mal, mas..." é porque vai sair bujarda da grossa, sempre que possível, dita com um certo nível... mas não obrigatoriamente.

Imaginemos os seguintes exemplos.

A malta pode fazer a coisa de uma forma soft, do tipo... "Olhe... não me leve a mal, mas... a sua posição acerca do assunto que discutimos há pouco é tida por todos como bastante interessante e devidamente fundamentada, muito embora a conjuntura não permita, para já, considerá-la; sendo, por isso, necessário aguardar por nova oportunidade, num contexto mais favorável". Basicamente, o que se disse ao gajo foi que metesse a viola no saco, porque o resto da malta não gostou da música que ele tocou; ou, dito de outra forma, "Pá... tu não vês que a tua opinião é parva e nem sequer conta? Vá... põe-te ao fresco e não me chateies a moleirinha tão depressa!". Mas, como a gente pediu logo ao início, ele não vai levar a mal. E, se levar,... azar o dele. A gente disse para não levar...

Bom... mas muito mais gozo dá um gajo ter o desplante de começar bem e depois espalhar as brasas à força toda para cima de quem quer que seja a nossa "vítima". Assim do género... "Olhe... não me leve a mal, mas... você uma verdadeira besta, caraças! Você é um cabrãozito que não merece o ar que respira nem o chão que pisa! Olhe... não me leve a mal, mas... vá à bardamerda, sim?!?". Aí, não sei se o gajo leva a mal (é capaz de levar... possivelmente...), mas a obrigação (de pedir-lhe que não levasse a mal) estava cumprida logo "à cabeça", no início do nosso discurso.

Em suma, essa de "Olhe... não me leve a mal..." e tal é assim uma espécie de coisa de boa educação que nos desculpa toda e qualquer bujarda que a gente tenha para atirar à cara de "outrem" (que é uma outra expressão de que gosto muito). E isso é positivo... desde que não me venham a mim com essa porra de eu não levar a mal uma merdice qualquer, claro.

Sofá ou rede?...


Sugere o título deste InSensato texto que eu altere (mais uma vez) a decoração da minha casa e pondere a alternativa entre a permanência do actual sofá azul ou a opção por uma rede (algo mais exótico, portanto), que substitua o meu "two-seater" e passe a ser o meu local de repastelação na sala do 3ºB.

Ora... a todos os que caíram na tentação de pensar que era disso que eu falava... pois... estão enganados e se caíram... foi na esparrela.

A verdadeira opção com que me deparo actualmente tem a ver com o sofá, sim senhor, mas não estou a pensar livrar-me dele. E até é nisso que reside o problema.

É que estou em crer que, na minha casa - e mais concretamente no dito sofá azul -, sucede um dos mais intrigantes mistérios de todos os tempos para esta pobre humanidade de que todos fazemos parte. Algo de tão inexplicável quanto... parvo... e que, por isso, só me podia acontecer a mim.

Há já algum tempo me tinha dado conta de alguma coisa mas a recorrência deste "fenómeno" fez com que recebesse cada vez mais queixas da malta amiga e isso, por seu lado, fez com que me decidisse a investigar a razão pela qual eu não consigo receber (pelo menos, não em condições decentes) chamadas de telemóvel no meu sofá.

Um tipo chega a casa cansado e só pensa em espojar-se no sofá, pois está claro. Dali não sai, a não ser que a natureza chame ou que a vizinha do 5ºEsqº bata à porta. Logo... se a malta não se levanta para mais nada, obviamente, o telemóvel terá de estar ali mesmo à mão e, se tocar, será atendido exactamente no mesmo local. Certo? Certo!...

O telefone lá toca e a malta lá atende... mas ouvir ou fazer-se ouvir... está bem, está!... Nada!

«Olha... e...tás sem red... ...nhuma!»
«Não estou nada! Estou em casa e aqui há rede máxima!»
«Não te ...ou a ouvir! On... ... q... estás? Nã... ...ens rede!»
«Tenho pois... estou no sofá!...»

E é assim há meses e meses...

Tantas conversas (ou pseudo-conversas) destas tive que resolvi mudar o sofá de sítio, convencido que ia fazer um figurão. Nada! O sofá mudou de um lado para o outro da sala (já por mais do que uma vez) mas a treta das chamadas é a mesma todos os dias!... E eu ando passado com isto!... Na casa toda (ou seja, em todo e qualquer lugar em que eu NÃO QUERO estar quando só apetece estar repastelado no sofá)... há rede. No meu santuário de preguiça e ócio... «TMN... não é possível contactar o número de que marcou...» OLHA... PORRA!

Agora não sei o que fazer nem que pensar. Será o meu sofá uma espécie de Triângulo das Bermudas da rede celular? Há quem diga que ele é só um dos vértices do dito... e que, por isso, terá de haver mais dois. E isso põe-me a pensar... E se houver 3 sofás (sendo um deles o meu) que formam uma nefasta rede controlada por um gang de terroristas que "sugam" a rede dos telemóveis para conquistar o planeta?!?

É que - não é por nada - se a Judiciária, a Interpol, a Scotland Yard, o CIA ou algum desses tipos decide aparecer lá em casa para me levar o sofá... nem eu tenho a casa arrumada nem depois tenho sítio para passar os meus fins de dia, pá!!!...

O InSenso no TOP


Depois do Top das buscas mais InSensatas, eis que faço uma inflexão do tema para colocar o burgo no seu devido lugar... ou seja no TOP.

Estou a brincar... até porque aqui o tasco merece muito mais andar pelas profundezas da barrasquice do que pelo topo das preferências seja de quem for que se diga boa pessoa.

Acontece que, pelo mesmo método que fiz o tal
TOP 10, fui ver em que "campos" o InSenso Comum aparece mais nos 1ºs lugares de cada busca que, depois, resulta numa visita aqui ao burgo. Reparei, por um lado, que as buscas continuam, de facto, InSensatas... mas também que, em alguns casos, aqui a malta surge bem no topo dos links sugeridos pelos motores de busca que, só por isso, me parecem estar a perder toda a credibilidade que podiam ter junto dos utilizadores. Principalmente o Google.

Reparemos nos seguintes exemplos.

Se a busca for por "bode cheiro característico"(?), O InSenso Comum aparece em 7º lugar no Google! Mas se for por "Perfume Barato"... é 3º(!)... só superado por dois links que patrocinam o próprio Google!... Fantástico!... Procurando "Gurosan", a tasca do InSenso Comum (verdadeira farmácia de esquina - que, toda a gente sabe, vende os medicamentos sem receita médica, por indicação do Sr. Primeiro Ministro) é a 6ª ou 7ª a ser aconselhada pelo "guga". Será preocupante...? Nããããã... Gurosan faz bem e ajuda a malta a crescer saudável... ainda que com menos células cerebrais... porque mesmo com o Gurosan... a bebedeira já está apanhada, certo?...

Confesso é que fiquei desiludido com 102º lugar na pesquisa "mete mete” (espectáculo!!!), no Google e com o 422º posto na busca por "saia curta" no motor de busca brasileiro GigaBusca. No entanto, é um 422º lugar com muita pinta, ainda assim. Porque, logo abaixo, está um site de "Plástica & Beleza" que abre logo com a pergunta "Como vai a sua vida sexual?" (com uma miúda toda boa na imagem)... e logo acima surge um site de "Cultura e Poesia"... que é uma coisa com um certo gabarito, a bem da verdade.

Mas atenção!!!! O InSenso Comum é PRIMEIRÍSSIMO em DUAS buscas... pelo menos!!!

Uma, é a busca por "processo de candidatura no livro de record guiness", no Google... o que me deixou um bocado intrigado... mas está bem... hei-de lá chegar... ao Guiness, entenda-se, como o blog mais imbecil do mundo. Ou, caso isso não aconteça... fico-me só por uma cervejola irlandesa… que cai sempre bem.

O meu outro "Number 1" é na busca por... "máquina café encastrável"!!! Não que haja aqui a chamada cafeínodependência, ou mesmo que haja qualquer conhecimento do que é sequer uma máquina de café encastrável (elas não são todas de meter em cima de uma mesa ou de uma bancada?!?...)... mas enfim... a malta do Google acha que o InSenso Comum é uma das duas únicas entidades especializadas nessa matéria... e dessas... a 1ª (superando, inclusivamente, a poderosa MIELE - marca de electrodomésticos - que tem, de facto, máquinas de café encastráveis… seja lá o que isso for).

Já tenho novo slogan aqui para o burgo...

Visite o InSenso Comum! O único blog especialista em máquinas de café encastráveis e que, por isso, o leva a figurar no Guiness Book of Records!

Está um bocado grande, eu sei,... mas há-de servir.


Fia-te na Virgem...

... e não corras!


Esta expressão que a minha mãe me diz desde que me lembro de ser gente sempre teve, para mim, um significado tão enigmático que nunca lhe descortinei grande lógica... senão hoje mesmo. Verdade.

Acontece que o que eu acho que a minha mãe sempre quis dizer é "FIAT" e não "Fia-te".

Bom... quer dizer... associar a palavra "Virgem" a um FIAT (o meu Punto ou qualquer outro carro da marca italiana) será um pouco estranho e até - direi - descabido... mas isso não me retira do caminho seguido por este meu mais recente raciocínio (que, como sabem, é sempre de uma coerência a toda a prova... ou não...).

Raciocínio esse que surge porque hoje está a chover imenso.

Ora... se chove isto tudo e ainda são só pouco mais de 9 da manhã... assim a expressão "FIAT (...) e não corras!" - convenhamos - faz bem mais sentido. E, nesse caso, o que a minha mãe me quer dizer é "Mete-te lá no FIAT e anda devagarinho!". E foi isso que eu fiz logo que peguei no carro, pela manhãzinha.

Outros proprietários de FIAT's houve que não o fizeram... ou cujas mães não são tão sábias neste pequeno/grande aspecto da vida quotidiana de quem conduz um bólide como o meu...
Resultado: 3 acidentes (pequenos toques, para falar a verdade); foi a contagem de sinistros pelos quais passei, no percurso casa-trabalho,... com FIAT's envolvidos.

Ainda não falei com a minha mãe hoje... mas estou certo de que ela, ao saber desta estória dos "FIAT/Fia-te" e dos FIAT's com a chapa cheia de mossas - das duas uma - ou fica toda inchada de orgulho nela própria... ou me manda ter juizinho e perder tempo a pensar em coisas mais importantes do que trocadilhos e carros amolgados...


PS: aposto mais nesta última... não sei por quê...!

Serei um ogre?

«Os ogres são como as cebolas... Têm camadas... Eu tenho camadas... As cebolas têm camadas... Os ogres têm camadas!...»

Não tendo eu de me esforçar muito para dizer de onde esta fabulosa reflexão filosófica vem... Shrek tinha razão. Tinha e tem, sempre que eu ponho o DVD a bufar para fugir à "realidade" dos pseudo-noticiários e dos programas de "qualidade" da têbê que nos "oferecem".

Dizia eu que Shrek tinha razão. A malta tem camadas, umas mais à superfície (que a gente mostra com mais facilidade) e outras mais "escondidas" (que a malta reserva para si mesmo ou para muito raras ocasiões). Então (admitindo eu, desde já, que sou assim, como o simpático monstro verde diz)... serei eu um ogre?!?

Tudo bem que a beleza não abunda mas pronto... também não é preciso chegar-se ao ponto de ter duas orelhas viradas ao céu e em forma de pequenas trombetas...!
No entanto, por outro lado, com o facto de ser verde até que nem me importava nada, já que assim não era necessário grande esforço de caracterização para ir assistir aos jogos do meu clube... o que me parece bem positivo.
:-)

É claro que estou a reinar com isto mas é giro dar conta de que, de vez em quando, seja necessário que seja uma figura mitológica a abrir-nos a pestana para coisas tão naturais como o facto de a malta se comportar de maneiras diferentes de modos a que saibamos estar em situações diversas, com pessoas de feitios díspares [uma palavra tantas vezes esquecida no nosso léxico] ou em momentos simplesmente desiguais. Já agora... o trabalhão que não dá dizer "diferente" em 3 ou 4 formas... diferentes...!

Acho que todos passamos por isto de notar que somos mais cínicos ou mais verdadeiros, consoante a situação com que nos deparamos. A mim, dá-me um certo gozo ser cínico, fingindo ser absolutamente honesto, quando trato alguém muito bem... só para que me desamparem a loja rapidamente. Já ser honesto... é um trabalhão, ou... melhor dizendo, só me põe em trabalhos, já que admitir que me esqueço dos aniversários e que não noto que as "fêmeas" cortam (ou pintam) o cabelito... é um bico d'obra desgraçado!...

Pelo meio ficam as outras camadas. Aquelas que a gente arranja para... pronto... andar o mais possível descansados e de bem com a vida, sem que nos chateiem muito a carola com paroladas e parvoíces.

Pá... tudo isto independentemente dos ataques de gases que essas camadas de cebola nos venham a causar, claro... e com esses é que a malta tem de ter algum cuidado.

Dr.:To be or not to be?


Para quem não me conhece pessoalmente, aqui fica uma pequena dica para me verem "virado do avesso", assim como que prestes a deitar uma casa abaixo sem precisar de uma daquelas máquinas grandes da construção civil, com uma bola de ferro pesadona na ponta de um cabo de aço com a grossura da perna de um gajo. Chamem-me de "Dr." ou "Senhor Dr.".

Aí, - podem crer - a irritação é mesmo um dado adquirido e o passo seguinte é a malta proferir uma pequena pérola das expressões da língua portuguesa, tal como um "Dr. é o car***o que te f**a!" ou "Se fosses à merdinha mais o Dr.zinho não se perdia nada, não!"...

Que eu sou um tipo licenciado... sou. Embora não se note nada, bem sei. Tirei o canudo em Comunicação Social e até tenho um Bacharelato em Comunicação, que é uma coisa tão pomposa como praticamente inútil.

Ok... sou licenciado. E a pergunta que se impõe é... "E quê?!?!". Não vejo como isso possa fazer de mim um Dr.! Ou, melhor, um DOUTOR. Não fiz (nem penso fazer) Doutoramento! Por que raio me hão-de encher a moleirinha com essa porra de "Dr., isto... Dr., aquilo..."?!? Arrrrre! Lá porque mais de metade deste país adore ser chamado de Dr. logo que chegue à faculdade (para lá andar durante uns quinze anos, fazendo uma - ou meia - cadeira por ano lectivo) e EXIJA tal tratamento quando, de facto, termina o curso - seja ele de Medicina, Técnico de Contas ou Coçador de Micoses em Ambientes Diversos (grau equivalente a Técnico Superior de 2ª Classe)... disso, eu NÃO TENHO CULPA! Simplesmente, não gosto e não vejo jeito nenhum nessa coisa de me tratarem de Dr. só "porque sim".

Ora... se não fiz Doutoramento, não me deviam tratar por Doutor... ou então estão a intitular-me de "médico" (Doctor)... o que é ainda mais parvo.

O que me chateia mesmo é quando peço para não me tratarem assim e a reacção é de estranheza (no mínimo) e quase escândalo (a maior parte das vezes). Talvez por eu ser um dos muito poucos que nos Bancos fazem um cagaçal para que não apareça "Dr" antes do nome nos cartões MultiBanco, as pessoas não compreendem que isto de ser ou não ser "Dr." é uma questão de somenos importância, que só se torna importante para quem nada mais tem para mostrar que um título honorífico.

Caríssimos: Deixem-se lá dessa merda de tratar por Dr. tudo o que anda e emite sons (sim.. porque alguns nem falar sabem), porque não tarda estamos a chamar Doutor a um qualquer bicho do mato que rasteje por detrás de uns arbustos, pá!

Isto aplica-se a todos os que, não sendo "Dr.'s", nos tratam assim a pensar que nos passam a mãozinha pelo pêlo (a chamada graxinha) e os outros (tipo... os nossos chefes e superiores em geral - muitas vezes que nem sequer licenciados são...) que se dirigem a nós com "ó Sr. Dr., ... fazia-me isto... e, já agora, aquilo..., sim?..." só para que nós respondamos "Sim, Sr. Dr.! É pra já...!".

Esperem um bocadinho que isto do pedantismo causa-me umas náuseas imensas...
Vou ali vomitar e já volto, ok?

Papá, que fazes tu?



Os americanos, sempre sedentos de serem inovadores no que quer que seja, têm - desde há alguns anos a esta parte - o "Bring-your-kids-to-work-Day", ou seja, o "Dia-de-trazer-os-putos-pró-trabalho". O conceito, basicamente, consiste em a malta levar a prole para o emprego, para que a miudagem veja (e aprenda) o que a paizada faz e, por vezes, ainda para desempenhar (assim em modo de brincadeira) funções semelhantes às dos papás na empresa onde trabalham.

Ora... sobre o conceito em si... não se me oferece dizer muita coisa, confesso. Só que a coisa não é assim tão inovadora como eles pensam.

Vendo bem, isso já é feito por cá, "a torto e a direito", há um tempão!... A diferença é que, lá, a malta leva a filharada para o emprego... porque quer (e até porque os patrões valorizam os empregados que, de facto, levam a miudagem e tal). Já cá... isso acontece quando não há outra alternativa ao fecho temporário do infantário ou da escola dos miúdos ou porque a mulher teve de ir visitar os pais (e maridinho ir ver os sogros... está bem está!...), deixando a miudagem sem "guarda". Ah... e o patrão - quando chega a saber da presença do(s) fedelho(s) no local de trabalho - não fica propriamente agradado com isso... bem pelo contrário.

E, quanto a inovações... meus amigos... não sei onde está a dúvida!... Inovador, inovador é a putalhada ir para o trabalho dos adultos... sem pais e sem nada, pá! Quantos não são os pirralhos que cumprem esse "Bring-your-kids-to-work-Day"...todos os dias!... Na construção civil, nas fábricas de calçado e de vestuário, nos restaurantes... Aí, o patronato já não torce o nariz, não senhor! Até agradece... a não sei que venham os paizinhos pedir trabalho também... sim; porque - nestes casos - isso de criar o "Bring-your-parents-to-work-Day"... parece-me estar fora de questão.

Clean Justice


Numa altura em que muito se fala na morosidade da justiça portuguesa, parece-me de todo em todo pertinente aqui divulgar que esta ideia de que a balança da justiça pesa cada vez menos e cada vez menos vezes, dada a lentidão com que os casos de litígio são julgados... só existe... porque a malta quer.

É verdade!... A malta 'tuguesa só tem uma justiça a duas velocidades ("lentinha-lentinha"... e parada) porque assim o deseja e porque não se decide a dar o poder judicial a quem de direito, que venha a desempenhar a função rapida e (qui ça) mais eficazmente que os actuais tribunais.

O que acontece - sei-o eu há já alguns anos - é que esquecidos (neste processo de decadência da justiça nacional) estão esses verdadeiros templos do Direito que são os lavadoiros das aldeias.

Autênticos Palácios da Justiça em que, sem burocracia, são apresentados os casos mais bicudos e, logo ali, em poucos minutos, se decide - sem grandes períodos de deliberação - qual a melhor sentença a dar para castigar os infractores e, acima de tudo,... AS infractoras.

É certo que um dos possíveis argumentos contra estes julgamentos (que algumas mentes mais tacanhas intitulam de sumários e injustos) públicos - até porque não há sessões à porta fechada - é a ausência do arguido e de representação jurídica de defesa, sendo todo e qualquer réu julgado à sua própria revelia. Mas eu não concordo. Até porque, tradicionalmente, o "colectivo de juízes" (leia-se, as mulheres - beatas - da aldeia) é ponderado e imparcial... ou então não.

Ao longo dos tempos, quantos não foram os casos de adultério, divórcio, gravidezes indesejadas, quezílias familiares, partilhas, expropriações e até de litígio na compra e venda de terrenos e imóveis julgados nos lavadoiros por esse país fora?... Centenas!... Aliás... milhares! E... NEM UM... ficou sem sentença no mesmo dia em que entrou a discussão no lavadoiro... muito embora muitos casos haja cujas sessões se arrastem no tempo - dada a "complexidade" dos mesmos -... mas sempre com uma decisão tomada no final de cada "reunião", revogando (obviamente) a decisão tomada no dia anterior.

Então porque é que nos lamentamos tanto com o (lastimável) estado da nossa justiça, a acumulação de processos... enfim... com a eternidade que demora a solução de um qualquer caso em que estejamos envolvidos, directa ou indirectamente?

Porque somos parvos!

Eu defendo que se entregue definitivamente o poder judicial aos lavadoiros de aldeia, logo que seja retirado aos tribunais. Quanto ao eventual desemprego dos profissionais do Direito... não há espiga!... Que ponham as mãozinhas a render e vão lavar roupa a sério (e não "roupa suja", como gostam de fazer em frente às cameras de tv), conquistando assim o seu lugar nesses templos de decisão que são os tanques de lavagem de roupa com 10 torneiras a correr água e chapa de zinco para os dias de mais sol.

Por falar nisso, senhores advogados, tenho lá uma data de pares de meias para lavar que... tresandam!...


O 11 IDEAL



Imbuído pelo espírito da festa lagartina (perdão... leonina), achei por bem trazer a lume uma temática que há muito espera para ver a "luz (azul) do dia" aqui no burgo. Os 11's futeboleiros ideais deste nosso canto à beira mar plantado, que tantas alegrias (e tristezas) nos dão, quando pagamos ingressos de 15€ para ver jogos do tipo "Solteiros x Casados", quer estejamos a presenciar uma partida da SuperLiga ou da 1ªDivisão Distrital de Évora.

Confesso que sou um fã dos cadernos desportivos dos jornais regionais à segunda-feira e das páginas perdidas nos meio dos diários desportivos nacionais, só para poder ver as constituições das equipas dos escalões menores. Os jogadores - esses heróis de cada aldeia ou vila do interior, tantas vezes esquecidos - são homens esforçados e, muitas vezes, o futebol é a única faceta pública de respeitáveis funcionários das finanças ou proprietários de um qualquer minimercado ou café central... mas os "nomes de guerra" deles... pá...!

Vejamos o exemplo do Clube Futebol Benfica que, segundo o Jornal Record, subiu à 3ªDivisão sem registar derrotas (os meus sinceros parabéns, antes de tudo mais!...) e em que pontuam o guarda-redes Formiga, o defesa Arrais, os médios Tomané, Mustafá, Chora e Tobé e ainda os avançados Careca, Kaka, Xana e Calila. Uma verdadeira equipa de "champions"!...

No Penalva do Castelo (que perdeu esta semana com o Tourizense por 1-0) Negrete, Listra, Ascenso, Sanussi e Tojó são estrelas... já para não falar na verdadeira "arma secreta" que é… Penetra. Fantástico.

Mas o FCPampilhosa (que também perdeu, com o Académico de Viseu) não lhe fica atrás...
Palancha, Saleti, Bebé, Pazito, Grilo e Joares formam a "equipa maravilha" pampilhosense.

E nos regionais desta semana, ainda descubro os craques Asdrúbal, Pimpão, Carlão, José Júlio e Tuca (do Poiares), Isidro, Hippy, Galhano e Dumba (do Gafanha) e, por fim, Ciro, Xirola e Maná (do União de Coimbra).

Estou certo de que todos eles são jovens promissores, bons pais de família ou gajos acabados que só se arrastam em campo à cata de dar umas boas cacetadas, para aliviar o stress acumulado durante a semana no gabinete de contabilidade e que não podem descarregar no patrão...

Tenho saudades de ir ver um jogo dos regionais, onde se joga mais fora do que dentro das quatro linhas... As ponteriras metálicas dos chapéus de chuva - levados pelos velhos da aldeia até em dias de grande canícula - bem afiadas a picar as pernas do jogador visitante que cai junto à linha... O árbitro que chega ao campo num Renault 5, com quatro pneus extra na bagageira... O cheiro ao porco no espeto e ao tinto derramado no balcão do bar improvisado, junto à bandeirola de canto... Os directores do Desportivo a passar pela malta com uma camisola do clube a pedir dinheiro para a deslocação do Domingo seguinte... E o avançado Fanã a marcar o golo da vitória levando ao rubro os... 300 espectadores presentes em volta do pelado...

Get well soon? My ass!

Sou, definitivamente, um mau doente. Sou lamechas, chato e fatalista. Logo que uma febrezita se aproxima ou - como agora - as amígdalas me dão mais trabalho, fico transtornado de todo e só me apetece berrar... como se a minha garganta me deixasse...

Tudo porque não gosto de estar enfermo.

Mas há outras razões (ainda mais válidas do que esta última) para um gajo não apreciar a condição de adoentado, de afectado do sistema ou de "avariado" (como se diz por aí, amiúde).

Servindo este InSenso também de continuação do de ontem, relato-vos aqui (porque me lembrei pouco depois de ter tomado os primeiros medicamentos) os indesejáveis efeitos secundários dos compridos que ando a tomar.

Desde que iniciei a (dolorosa) ingestão das "balas"...

...já perdi o apetite;
...tudo o que como (conta vontade) dá voltas e voltas no estômago;
...tenho problemas gastrointestinais;
...tenho mais febre e dores de cabeça por causa de uns comprimidos, embora tenha outros só para diminuir esses sintomas;
...durmo mais mas sinto-me mais cansado e sonolento;
...ando sempre com sede;
...tenho de comer a horas certas, quando adoro comer só quando me apetece...

Porra!!!
Será melhor não adoecer para não andar com dores e febre ou para não ter de me tratar?!?
É que se - para ficar melhor - tenho de passar por isto tudo... acho que mais valia a técnica do "incha, desincha e passa", ... não?!?

Crise amigdalítica

O mais chato de estar enfermo com uma amigdalite (daquelas "à moda antiga") é o paradoxo de ser tratado com comprimidos. Se não... basta pensar um bocadinho.

Um gajo anda de garganta dorida, inflamada e "entupida". Tanto, que engolir umas gotas de água torna-se uma tarefa tão complicada quanto voltar a meter um ovo na galinha que o pôs. Se ainda não tentaram esta façanha, aconselho a que o façam. Vão ver que é uma experiência enriquecedora, ao nível da corrida atrás da galinha e da consequente queda, da arranhadela da unha galinácea, da bicada e da parvoíce que é sequer tentar... porque as hipóteses de sucesso... são absolutamente mínimas.

Ora (voltando ao assunto deste InSenso)... se fazer com que um gole de água cumpra o seu percurso natural em período de crise amigalítica é coisa quase impossível de conseguir... então, qual é a ideia dos médicos que nos põem a luzinha pela boca dentro, nos dizem para dizer "Aaaaaahhhhhh!" (porque é que nunca nos pedem para dizer algo mais inteligente ou interessante...?) e nos receitam... comprimidos?!?

Só pode ser malvadez.

Chegado à farmácia, reparei que o antibiótico (que, supostamente, é o medicamento mais importante de todo o conjunto dos remédios receitados e que, logo, não posso passar sem tomar) vem sob a forma de um comprido que mais parece do tamanho de uma bala de calibre .22 (não se iludam... não percebo nada de armas)!

Bom... claro que, ainda assim, prefiro a "bala" ao supositório... mas talvez uma injecçãozita (apesar de dolorosa) até nem fosse tão má ideia quanto isso. É que, mesmo que um tipo como eu queira muito ficar restabelecido rapidamente... só de olhar para os compridos (que, como se sabe, me arranham muito a garganta quando ela nem sequer está inflamada) e perceber o quanto aquilo vai custar a engolir... perde logo a vontade toda de cumprir o tratamento.

Hoje não há InSenso...

... nem escrito, nem falado, nem sequer... cheirado (se fosse o caso do "inCenso comum").













O InSensato Autor está de "baixa fisico-psiquiátrica", o que significa que está todo "partido" - vulgo, com dores nas "cruzes" - e com dores de cabeça de latir como um cão.
Se os moços da Pedigree são pelos dias de cão... não sei do que é que estão à espera para vir tratar das minhas maleitas... que isto, a bem dizer... não está nada bom.
Ao InSensato Leitor caberá hoje a função de aproveitar o espaço em branco (azul) acima para plantar umas batatitas ou fazer os comments que lhe aprouver, aceitando-se de tudo, especialmente estórias de dias piores do que o meu... para eu me sentir bem com o mal dos outros.

T.T.

(Treta Talk)


Há uns dias, na fila para pagar, na caixa do supermercado...

Indivíduo #1: Então!?!... Às compras?...
Indivíduo #2: Pois... cá estamos...
Indivíduo #1: Pois... tem de ser...
Indivíduo #2: É... tem de ser...
Indivíduo #1: Cá estamos então...
Indivíduo #2: É... e vai tudo bem? Ainda bem...
Indivíduo #1: ...
Indivíduo #2: A minha mulher tem 'tado um bocado...
Indivíduo #1: Ai é...?...
Indivíduo #2: Pois... mas já 'tá melhor...
Indivíduo #1: É... então ainda bem... 3Euros e 70?!...
Indivíduo #2: Pois... foi assim uma coisa rápida...
Indivíduo #1: 20 cêntimos ajudam?... Ah... 'tá bem. Pois... mas se 'ta melhor...
Indivíduo #2: ...
Indivíduo #1: Pronto... Então até logo!...
Indivíduo #2: É pá... foi bom ver-te, pá! 'tás sempre rijo!
Indivíduo #1: ...
Indivíduo #2: 7Euros e meio?!? Tanto?!? Olha... então, tchau, até amanhã!
Indivíduo #1: A gente vê-se por aí... bebemos um copo... prá semana...
Indivíduo #2: 'tá bem, pá! Bom ver-te! Cumprimentos à família...
Indivíduo #1: ...
Indivíduo #2: Adeus, então...
Indivíduo #1: ...
Indivíduo #2: (para a senhora de trás) Impecável este moço!
Senhora #1: ...
Indivíduo #2: Somos grandes amigos!...
Senhora #1: ...
Indivíduo #2: Grandes amigos!...
Senhora #1: ...
Indivíduo #2: Então!?!... Às compras?...
Senhora #1: ...


Perante isto... pareceu-me lógico que, mais tarde ou mais cedo, tinha de escrever este InSenso, em homenagem a todos aqueles que, como eu, sentem que não se dá o devido valor à paz e sossego no momento em que só queremos MESMO é pagar a conta do sabonete, da couve para a sopa e da embalagem de leite...
A todos (vós)... a minha sentida solidariedade.