Conflito (mal) aberto

Estou em crer que um novo processo litigioso está a abalar a minha (já de si atribulada) vida.

Há uns dias (há umas semanas, vá...) procedi à aquisição de um abre-latas, objecto que, desde que me mudei, ainda não tinha tido a possibilidade de obter para a minha cozinha. Um investimento (bem vistas as coisas, sempre tive de gastar €1,5… o que não é brincadeira nenhuma) que se mostrava necessário, para que assim evitasse a compra daquelas latas de abertura fácil que, por esse mesmo pormenor, me saem mais caras do que as latas fechadas hermeticamente.

Tudo estaria bem se o dito utensílio desempenhasse a sua função… mas não desempenha.

O que é que se passa, então? Qual é o problema? Ora… o busílis da coisa está no método de abertura das latas idealizado e proposto pelo criador do objecto. Eu sempre me habituei a que os abre-latas cortassem o metal das latas, abrindo-as (cortando-as) pelo topo da tampa ou pela parte de fora, pelo rebordo. Este não faz nada disso. Este como que “destapa” a lata, forçando-lhe o rebordo. O conceito até é porreiro, admito. A ideia é que a lata abra como a gente abre um frasco com tampa sem rosca, não sei se dá para perceber.

Mas o raio do abre-latas (aquele abre-latas, especificamente) não abre latas, porra nenhuma! Simplesmente, não bufa nada de jeito e, em vez de me facilitar a vida, só me dá é mais trabalho!...

A coisa chegou ao ponto em que, logo na estreia do apetrecho, a tarefa de juntar uns quantos cogumelos a um molho de natas… foi uma coisa tão difícil de pôr em prática como, digamos, construir, desmantelar e reconstruir - sei lá… - a Torre Eiffel. Ok… estou a exagerar. Digamos, então, que foi tão difícil quanto o mesmo processo de “revira-construção”… mas ali da Torre de Belém, pode ser? Pronto.

Perante tal cenário de dificuldades acrescidas a cada segundo que passava… decidi solucionar o problema (e resolvi-o mesmo) recorrendo a uma chave de fendas que por ali parava, junto à banca da cozinha. Abalados e traumatizados, acredito, mas os champignons lá chegaram à sertã onde o molho de natas já ia secando e pegando ao fundo.

Tudo por causa da claríssima ineficácia do “Objecto do Demo” (leia-se abre-latas; ou melhor, AQUELE abre-latas)!

Ora… impõe-se a colocação de uma questão de vital importância. Procedo à aquisição de novo abre-latas (e, em caso de resposta afirmativa, de que tipo)?... ou regresso à compra das latinhas de abertura fácil (que me parece serem assim uma espécie de versão amaricada e/ou mariquinhas do mundo das conservas e refeições previamente preparadas), mais dispendiosas mas sem estes stresses de abre-latices?...

Certezas… só tenho uma. O raio do abre-latas seguiu direitinho (e sem passar pela “Casa da Partida”) da banca da cozinha para o caixote do lixo. Talvez lá faça mais figura do que às voltas (literalmente às voltas) das latas de cogumelos e feijão…

Mai’nada!...

5 inSensinho(s) assim...:

Didas disse...

E o que é que tu querias por 1,5€?

Miguel Branco disse...

Por isso tenho um emprego onde me dão almoço e jantar. Na folga, vou jantar fora. Sempre me poupo a figuras com abre-latas e frigideiras, comida agarrada ao fundo e pastéis de bacalhau cabo verdianos.
Um abraço e bom fds
Esbranquiçado

Anónimo disse...

ó pá, um gajo que usa uma sertã, e não uma frigideira qualquer, colhe os seus próprios cogumelos, usa feijão seco e demolha-o e assim sucessivamente. Um tipo suficientemente macho para usar sertã não entra cá em paneleirisses enlatadas.

K@ disse...

Garfanho!...
Um gajo destes é que sabe, caraças!

Já me sinto mais bem disposto, depois deste comment.

Mas, Garfanho, porque é que achas que - tendo tido problemas com o abre-latas - recorri logo à bem mais "macha" chave de fendas?...

He He!...

Mas obrigado pelo comment!
Por falar nisso, vou já comprar um alqueire de grão de bico seco para cozer mais logo (ou amanhã, depois de demolhado) com um bacalhauzinho.
Até estala!...

so disse...

vai lá com os dentes, com os dent..... ooops! :P