E pronto!...

Agora que (por ora) já terminou a lufa-lufa da procura de casa ”nova”, é altura para fazer contas aos vários sucedidos de há cerca de duas semanas para cá.

Depois do “entendimento-desentendimento-entendimento-desentendimento” definitivo com Ramos – esse traste do meu ex-senhorio – foi tempo de mergulhar de cabeça, nariz e olhos (mas, acima de tudo, de pontas dos dedos – agora escuras da tinta) nas inúmeras páginas de classificados desfolhadas em tantos jornais nacionais, regionais e até unicamente especializados em anúncios de vendas, trocas, ofertas, procuras, encontros amorosos, massagem e, claro, também de arrendamentos de T0’s, T1’s, T2’s, anexos, garagens e outros tantos espaços de áreas diferentes (em m2, mas sempre «boas áreas», como se lê nos anúncios), descritos em duas linhas de letras por demais pequenininhas.

Ramos – esse espertalhão de meia tigela – quis porque quis dinheiro avançado como “caução”, mesmo antes da renovação de contrato…e a malta não deu. Como a gente assim – armada em esperta e de mão estendida – eu não costumo dar dinheiro, fiz-me à vida e comecei a comprar jornais.

Assinalei, com formas várias (bolas, quadrados, cruzes, setas e sei lá mais o quê…), muitos pequenos anúncios. Passei para folhas de rascunho imensos números de telemóvel de todas a redes e liguei para quase todos. Perdi essas folhas, desesperei, encontrei-as de novo, … desesperei… ao pensar na conta do telefone e na confusão que eram os meus dias. Deixei o meu número (que até tento que pouca gente conheça) a uma data de desconhecidos e acredito que agora faça parte de uma enormidade de listas de dados de agências imobiliárias – algumas delas, certamente, ligadas a operadoras de telemarketing que não tardarão a chatear-me o juízo. Tentei negociar casas que nunca vi, condições que nunca conheci bem, contratos que nunca seriam para assinar. Ainda assim… negociei.

Curiosamente, não foi naquela pilha de jornais (que depois dão um jeitaço na mudança das peças de loiça) que encontrei o negócio que acabei por fechar. Chegou-me por mail, sob a forma de sugestão. As fotos não faziam grande “publicidade” ao imóvel. Mas a renda era barata e um antigo estudante de Coimbra (habituado a casas/residências universitárias MUITO manhosas) não se atemoriza facilmente. Avancei. O negócio (que eu sei ser temporário) está feito e a casa até levou umas demãos de tinta, para disfarçar ali umas coisas de humidade que manchavam as paredes.

Para trás ficaram incontáveis curtas conversas telefónicas, esquisitíssimas, com pessoas de idade avançada e manifesta lentidão de discurso ou agentes imobiliários com a pica toda a falar a “100 à hora”. Todos com a “lição” decorada e palavras visivelmente repetidas vezes sem conta, inflexíveis na negociação de condições básicas para fazer de uma casa alugada minimamente “nossa”… enfim… vários diálogos de surdos, foi o que foi.

Já lá vão também visitas a casas inacreditáveis e outras bem melhores. Das primeiras saí rapidamente e já de nada me recordo. Das outras, já nem sequer queria sair… mas todas elas estavam alugadas ou custavam um balúrdio. Pena...!

Até respondi a um anúncio com informação de casas a excelentes preços; fui a um gabinete (muito sui generis e suspeito) onde tentaram enganar-me, pensando que era um “bókó” qualquer suficientemente crédulo para dar 150€ para ficar ad eternum à espera de que me encontrassem uma casa. Mas das mãos estendidas… já falei… e, aliás, nunca dei para esse peditório.

Agora vou para um casebre que são umas águas furtadas (ou melhor, várias arrecadações adaptadas para habitação) num 4º andar sem elevador e praticamente condições mínimas de habitabilidade… mas perto do mar.

Sim… vai ser um pincel levar as botijas do gás até lá acima e viver a impovsar até nas coisas mais básicas. Mas que se lixe. Não será por muito tempo (espero…), vou sentir o cheiro a maresia todos os dias e, mais importante que tudo, não vai haver Ramos – esse parvalhão – a chagar-me a cabeça todos os meses.

Eu ando sem tempo...

...até porque ando preocupado com o trabalho e com a mudança de casa. Por isso, aqui vai algo de gente que tem (claramente) demasiado tempo livre em mãos.

Não é meu hábito aqui colocar destas coisas e demora um bocadinho a carregar, é certo. Mas quem vem a este blog é porque não tem nada melhorzinho para fazer. Por isso...!

*ode (a)o senhorio

Ramos. Assim se chama o meu actual e (se tudo correr como previsto) futuro ex-senhorio. Homem chato, complicado e artolas, que reúne a “esperteza saloia” do melhor de três mundos, já que (e não o digo com particular espírito xenófobo, só… um bocadinho…) se nota claramente que é um “portuga”, com influências “brasucas” a juntar às raízes… angolanas. Ora… tal mistura (explosiva) só podia dar num ser particularmente incómodo, incoerente e com a mania de que sabe tudo. Enfim…

Falo aqui do dito personagem porque estou em vias de terminar a ligação contratual que mantenho relativa à casa onde actualmente vivo, sem recorrer ao direito de renovação (a não ser que tudo corra pelo pior e que, daqui a dias, esteja em vias de estar a viver debaixo da ponte) e já não o posso ouvir, ver nem sequer pensar na possibilidade de vir a manter esta relação inquilino-senhorio devido ao prolongamento da minha estadia por cá.

Caso queira o InSensato Leitor julgar este InSenso como uma certa espécie de vingança mesquinha… pois que o faça, até porque é disso que se trata.

Ramos – esse energúmeno – tem-me feito a vida negra, tanto quanto possível. Numa primeira fase, iludido com a perspectiva de ter alguém ligado ao meu ramo profissional a viver na casa que aluga (claramente, com a ambição de vir a “lucrar” com isso, acho eu); passou a achar que, afinal, todas as pessoas são “normais” e alguém que não está propriamente disposto a facilitar-lhe a vida, a conectá-lo com pessoas importantes e a dar-lhe dinheiro imediatamente quando ele pede… talvez não seja assim um tão bom “partido” quanto ele julgava. Ramos, no fundo, é um parvo.

Tempos houve em que Ermengarda (Ermelinda, de seu nome verdadeiro, mas devidamente alterado por mim e pelos meus colegas de casa na altura) também me fez a vida negra. À data eu era um estudante de Administração Autárquica (onde tinha eu a cabeça?!?) em Coimbra e as minhas prioridades não fugiam muito de cerveja, miúdas e pouca coisa que me chateasse a cabeça. Ora… Ermengarda não só não achava grande piada às minhas entradas em casa alcoolicamente bem dispostas, ao corrupio de visitas femininas para mim e para os meus colegas, como também adorava fuçar em tudo o que não lhe dizia respeito, chegando ao ponto de usar a filha de sete anos para que esta entrasse nos quartos sem bater (“Uuuups!”, dizia a miúda, com ar de má actriz) e tentar descobrir quem (ou o quê) parava nas divisões. Escusado será dizer que não tenho saudades de Ermengarda.

Sinto a falta, no entanto, do casal que me “alojou” nas águas furtadas (que hoje já não existem, infelizmente) da enorme Rua do Brasil. Para falar a verdade, não me lembro do nome deles, mas chamar-lhes-ei neste texto de Matilde e Acácio. Marido e mulher, educados, de idade avançada e em cuja casa (no mesmo imóvel, imediatamente por de baixo de onde eu vivia) nunca entrei (pagava sempre a renda à porta) mas com quem mantive pequenas e agradáveis conversas sobre banalidades do dia-a-dia, sobre os meus estudos e sobre os filhos, netos e bisnetos deles. Matilde via-a muitas vezes. Acácio nem tanto. Sofria de uma doença que o acamava de vez em quando. Nunca que nunca se queixaram do (muito) barulho resultante das (muitas) noitadas e do corrupio feminino que também por ali havia. Nunca que nunca me perguntaram quem (ou o quê) estava em casa e nunca entraram sem bater à porta. Soube, pouco tempo após deixar a casa, que Acácio morrera subitamente e Matilde o acompanhara nessa última viagem poucos meses depois (talvez por desgosto). A casa ficou vazia e há meses foi demolida para a construção de um prédio. Coisas…!

Ramos – esse traste – tem andado a ligar-me para o telemóvel vezes sem conta, a exigir-me dinheiro de uma caução que não tem direito de exigir. Desdiz-se todos os dias, contradiz-se a todas as horas… e, como não tenho grande pachorra, daqui não tem grande sorte.

Procuro novo senhorio, portanto. Se possível, educado como Acácio e Matilde, nos antípodas de Ermengarda e, definitivamente, com traço nenhum de mistura luso-angolano-brasleira… porque dos Ramos deste mundo… estou farto… e não quero mais, obrigado.

URGENTE - Pedido de Ajuda

Procuro ajuda de quem tenha o CD de INSTALAÇÃO DO WINDOWS. É URGENTE e careço de rapidez na resposta a este mau clamor de necessidade extrema.

Perguntará o InSensato Visitante deste burgo (claramente sem férias para gozar ou melhor coisa que fazer do que perder tempo com um desesperado pedido de ajuda de um blogueiro, também ele InSensato) que raio terá sucedido para toda esta urgência.

Ora… o que se passa é que… avariou… o vidro eléctrico da minha viatura.

De há uns meses para cá que a maleita do malfadado vidro da janela (do condutor) já vinha ameaçando danos maiores… e, por fim, lá aconteceu. A juntar às últimas batidas de “terceiros” no pára-choque e capô frontal, à quebra da antena, aos sempre atribulados abertura e fecho do vidro eléctrico do “pendura”, ao “estado de coma” do meu rádio, ao mau estado dos pneus dianteiros e não sei quantas outras “meias-avarias”… agora também o raio do vidro eléctrico resolveu alongar a (já extensa) lista de azares da coitada da minha viatura.

Ou seja, com o vidro avariado em pleno pico do verão, acabaram-se os cabelos ao vento (sim… quem não tem tecto de abrir… consola-se com o vidro aberto e a meter a cabeça de fora), o bracinho “à matador” com a mãozinha a bater na porta ao ritmo do “Volare” dos Gipsy Kings, o aceno às garinas de bikini mal arrumado no traseiro à beira da praia e, claro, o piropo lançado à gaja boa que atravessa a passadeira exibindo o “calçonito” reduzido (a denunciar um precioso pedacinho do nalguêdo)…!

Acabou-se tudo isso e agora a realidade é outra. Efeito estufa, com a consequente maior abundância na transpiração ao chamado nível geral (nas costas, testa e, acima de tudo, na zona sovacal), impedimento de comunicar com o mundo exterior (como se de uma redoma se tratasse) e impossibilidade total de bater a mãozinha enquanto se cantarola o último êxito dos Dzr’t (sim… com o rádio “em coma” há mais de 6 meses… a malta já se habituou a fazer a sua própria estação emissora mental – K@ntorias FM – com música foleirinha... e mal cantada... sempre que eu conduzo). Lamentável.

Bom… está visto que não estou satisfeito com esta dura confrontação com uma circunstância que não me é nada favorável. Logo… e sabendo (ou…desconfiando, pelo menos) que o problema do vidro da minha viatura é uma avaria electrónica… estou crente que se colocar um CD de Instalação do Windows na viatura (talvez mesmo pendurado no espelho retrovisor , que é o que os “especialistas – leia-se, os “tunning’s” – recomendam, a coisa se resolva.

É que não me lembro de ver um carro de um gajo “tunning” com o vidro eléctrico avariado…

Deve ser porque a instalação do CD que eles têm no belo do espelho correu às mil maravilhas!... Digo eu…