Last Day, First & Last Hour Shopping

As compras feitas no último dia do ano são – acho que posso dizê-lo hoje com alguma segurança – únicas. Únicas em forma e em conteúdo, se é que isso se pode aplicar a uma ida às compras, muito mais a 31 de Dezembro.

Em explicando, a coisa fica mais fácil de perceber… ou se calhar, não. A ver vamos.

Antes de tudo mais, é preciso esclarecer que a singularidade das compras que fiz hoje começa… na hora a que foram feitas. Em dia de Passagem de Ano, ir ao CARREFOUR às… 8:30 da manhã (!) é algo difícil de conceber e – acredite, caro InSensato – ainda mais complexo de levar à prática. Mas fez-se… e com algumas vantagens, digamos, vantajosas.

Às 8:30 da manhã de um domingo, que é simulânemente o último dia do ano e véspera de feriado também, não há trânsito, não há problemas de estacionamento, não há atrasos de natureza alguma, não há gente a atrapalhar em lado nenhum, muito menos no supermercado. Por isso, não foi nada complicado ser o primeiro a espetar a pequena pá no monte de camarão já cozidinho, à espera de ser levado num saco para mais tarde (bastante mais tarde, que a hora ainda é madrugadora e as badaladas ainda vêm longe) ser devidamente degustado e acompanhado por cerveja gelada.

O mesmo aconteceu com a garrafa de champanhe, que foi a primeira a sair da prateleira, com o ananás (o mais vistoso de todos eles… pude escolher à vontade), com o pão e com o… molho de cocktail, também ele algo de único para mim em compras de Fim de Ano.

De facto, ele há coisas pelas quais só nos lembramos de gastar guito em situações muito especiais; no caso, os festejos de Ano Novo. Não fosse isso e de certeza só com muita dificuldade alguém me apanharia a comprar molho de cocktail para o camarão, a procurar saquinhas de frutos secos (algo muito gay, perece-me) ou até a perder mais de cinco minutos a observar (com verdadeiro “olho clínico”) cerca de três dezenas de ananases, antes de me decidir por um, pegar nele e ir pesá-lo.

No entanto, ... pensando bem, hoje também praticamente ninguém me apanhou nesses preparos lamentáveis. O enorme CARREFOUR estava… vazio… ou quase. Consegui não passar grande vergonha na compra de produtos... embaraçosos, dizer Bom Dia a vários empregados que limpavam ou faziam reposição de produtos nos corredores do supermercado e a quem nunca havia falado sem ser para perguntar onde ficava a secção de bricolage e ainda consegui sem dificuldade uma caixa sem fila (onde, também sem “dificuldade”, larguei 40€ assim “a brincar”). E isso não é mau.

Mau é não haver as… gajas que um tipo como eu gosta de ver nos outros dias (ou será que devo dizer “nas outras… horas”?), quando vai às compras. É que, a bem dizer, vai muita gaja gira (ou será que devo dizer “boa”?) às compras ao CARREFOUR, só que às 8 da matina ainda estão todas na cama a cumprir o chamado soninho da beleza. Ir ao supermercado e não as ver, de cestinho na mão, a comprar iogurtes dietéticos CORPOS DANONE (bom corredor, o dos lacticínios light…!) é uma chatice, por muito jeito que as comprinhas se façam muito mais facilmente.

Trois Petites InSenses

(Tradução: "Terruá Pêtítes InSânses")


I

Quão bem sucedido será um tipo que até é assaltante e tal, até entra em casas a meio da noite para “limpar” uns leitores de DVD, umas aparelhagens e umas jóias (se as houver por ali à mostra)… mas que tem aquele problema bicudo que é dar estalidos dos pés? Algo me diz que não será o supra-sumo do ofício da ladroagem. Mas vá… Se for esperto, muda de "profissão" ou dedica-se a tentar assaltar carros em parques de estacionamento desertos, o que só lhe vai render auto-rádios baratuchos… e isto se não houver muitos alarmes a disparar, claro.
II

Sonho com o dia em que esteja numa boda e a noiva se pegue à porrada com uma ou mais convidadas, também elas com vestidos de cerimónia muito volumosos. Não pelo ridículo da situação, que eu até nem sou rapaz de gozar só por gozar com as pessoas assim por dá cá aquela palha. Simplesmente, parece-me importante ter uma visão científica sobre um acontecimento deste tipo e tentar perceber afinal qual é a resistência física de (pelo menos duas) mulheres possessas de raiva mas impedidas de ter uma boa performance no chamado pugilato de vestido folhado, rodado e com mini-manga em balão.
III
O meu gato tem (sempre teve) a mania de roer sacos de plástico. Se, por acaso, deixo um “perdido” pela casa, o mais certo é que venha a encontrá-lo [o saco] todo furado e “ratado” com as marcas dos dentes do bicho. Pergunto: Se os sacos que encontro “ratados” têm sempre buracos e, consequentemente, menos plástico do que aquele que tinham quando o gato começou a mordê-lo como se não houvesse amanhã (plástico esse que nunca mais vejo em lado nenhum)… será que o meu animal de estimação vai acabar a cagar Pinipon’s?...

Mais uma vez, a culpa é minha?!?...

Agora que o Natal já passou e pude voltar a tomar contacto com o mundo real (leia-se, ver outras coisas que não o conta-quilómetros do Punto ou mesas de 10 lugares onde mal se consegue vislumbrar o padrão da toalha por entre as travessas cheias de comida pouco saudável), dou com uma notícia contra a qual tenho de insurgir-me com veemência.

Vários meios de Comunicação Social noticiam a intenção do Vaticano em organizar um torneio de futebol, já em 2007. Por mim… tudo bem… excepto na parte em que essa malta que diz que não mente, ainda aproveita para bater com a mãozinha no peito sempre que pode e se dá ao luxo de açambarcar as ideias dos outros e divulgá-las como suas. Ora… isso é que não, meus amigos!...

Aproveito para citar o texto do site
MaisFutebol acerca do tema: «A ideia partiu do secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone. Ex-comentador de rádio e conhecido entusiasta do futebol, decidiu criar a Clericus Cup já em 2007, que pretende juntar os sacerdotes e seminaristas que estudam em Roma num torneio com dezasseis equipas.»

A ideia partiu do senhor Secretário de Estado… o tanas!!! A ideia é minha!!! Se não, vejamos.

Corria o dia 17 do mês de Junho do ano de 2005 e eu publiquei aqui neste mesmo espaço o
textoApito Sagrado”, onde EU sugeria a criação de «A LPFC (Liga Portuguesa de Futebol Clerical), dirigida, obviamente, por D. José Policarpo» que «organizaria dois campeonatos: a “Super-Abençoada-Liga” e a “Liga de Honra Pai, Mãe e o Nome de Deus”». Mais!... Nesse InSenso descrevi em pormenor como decorreriam as competições e mais particularmente os jogos, tendo vários leitores dado achegas e eu complementado a informação em vários comments subsequentes ao texto em causa. Recordo… texto datado de 17 de Junho de 2005.

Não preciso, portanto, que o Vaticano faça como sempre faça e venha dar numa de “santinho” para cima do resto do mundo e diga “Ah e tal… fomos nós que inventámos e coiso…”. Meus amigos!... Para dizer que inventaram, que fizeram e que aconteceram já temos os Gato Fedorento! E essa malta (que muito prezo, de resto) ainda se dá ao respeito de fazer a coisa em gozo e não em anúncio oficial, com a maior desfaçatez e cara-de-pau que se possa imaginar. Nem no nome do torneio foram originais...! "Clericus Cup"... "Liga Portuguesa de Futebol Clerical"... penso que está tudo à vista.

O seu a seu dono. A ideia é minha. A malta do Vaticano mente descaradamente. E, só por isso, está a fazer aquilo que a toda a hora aponta o dedo ao mundo, acusando de fazer: pecar. Já sabemos que praticamente tudo o que se relaciona com o futebol passa impune à justiça (quiçá, à justiça divina também) mas não posso, não quero e recuso terminantemente a pactuar com esta verdadeira fraude clerical que me prejudica imensamente.

Protesto! Com veemência… PROTESTO! Desta vez, a culpa não é (não pode ser) minha! É deles! Dos senhores do Vaticano! Que aldrabam, que endrominam que… pecam, ao dizer que são modernos, inovadores, pioneiros…! Que cambada!

PROTESTO!!!

O Autor, InSensato e Irado,

K@



= = = = = = = = = =
N.D.R.:

Para que não restem dúvidas, aqui ficam os links do
InSenso de 17/06/2005 e da notícia do jornal online MaisFutebol. Caro InSensato, faça o seu juízo. Obrigado.

Estou "coralmente" Orfão

Noite de Consoada. Estou preocupado. Se alguém quiser divulgar essa informação oficialmente a nível global, que o faça, mas aproveito para dizer já que – à excepção da China, de Cuba, da Coreia do Norte e de outros territórios “simpáticos” desse tipo – este blog chega ao mundo todo. Portanto…

Estou inquieto, em desassossego, … uma chatice.

Tudo porque são 19:08 de 24 de Dezembro e ainda não vi nem ouvi em lado nenhum (leia-se, em canal de televisão nenhum) o Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras a cantar o seu mega-êxito “A Todos um Bom Natal”!...

Pensando bem, estes (agora) meus vizinhos são um lugar comum: são um One Hit Wonder. E esse facto coloca-os num patamar repleto de (outras) grandes estrelas, como Samantha Fox, Sabrina, Baltimora, Right Said Fred, Vanilla Ice, Los del Rio e os míticos Century, todos eles contando com um único sucesso nas suas meteóricas carreiras musicais. Um Hall of Fame invejável, sem dúvida.

Que andarão a fazer? Por onde? Na minha televisão é que não aparecem, certamente! Lamentável….! Diria mais. Lamentável esta coisa da concorrência desmedida entre Natais dos Hospitais e Há Festas nos Hospitais de RTP’s, TVI’s e canais afins, que atiraram o pobre Coro de Santo Amaro de Oeiras para fora do espectro natalício de Portugal. Isso e que é lamentável!...

Que será feito daquelas criancinhas e daqueles jovens imberbes que, com voz de menina colegial, entoavam esse hino da quadra por excelência, todos os anos, pares e ímpares, a várias horas de vários dias? Coisa linda que era… mesmo quando já deitávamos a canção “pelos olhos”, de tanto a ouvir… Que será feito dessa gente cujo objectivo único em criança era, naturalmente, passar a integrar o coro dos adultos (aquele que só perdia o “Infantil” no nome, de resto era tudo igual)… para cantar a mesma coisa todos os anos, obviamente.

Estou preocupado porque me sinto de alguma forma um “órfão coral”. Faz-me falta o Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras no meu Natal! Faz-me falta odiá-los cerca de 1 minuto e 13 segundos após o início da actuação! Faz-me falta todas aquelas vozes a cantar aquilo que já não suporto ouvir desde os meus… vá lá… 8 anos de idade (e nos meus primeiros 4 eu nem sequer estava em Portugal).

E estou ainda mais preocupado porque, nos últimos tempos, não os vi por lá, em Santo Amaro, mas pensei sempre que estariam a ensaiar. Não que os conheça pessoalmente, mas eles costumam ser tantos que mais de metade da população daquela terra (júnior e sénior) deve pertencer ao grupo coral… e não os vi por lá, sinceramente. Que será feito desta gente já que na minha televisão a aborrecer-me não está de certeza?

Estou preocupado. E logo hoje, que é Noite de Consoada!...

O Escroque Fétido

De quando em vez, resolvo “homenagear” palavras de que gosto particularmente mas que poucas vezes são usadas no meu quotidiano (e no do resto das pessoas também). Mencioná-las aqui (por vezes, “ao expoente da loucura”, como alguém já disse) é como que uma forma simples – mas ainda assim significativa – de lhes dar os “15 minutos de fama” a que todos temos direito. É uma questão de justiça, no fundo.

Hoje trago aqui as palavras “fétido” e “escroque”, que na verdade nada têm a ver uma com a outra mas isso não quer dizer que não vão bem juntas, assim como “Michelle” e “ma belle” também vão; qualquer apreciador da música dos Beattles sabe isso perfeitamente.

“Fétido”, só de per si, é um termo que sugere a sensação de mau cheiro. Que mais não seja porque se alguém profere a palavra, pouca gente a entende logo à primeira. E é sabido que quando não se percebe qualquer coisa a reacção natural é algo como “Isto não me está a cheirar bem!... Não está, não!”, acabando por ir de encontro à verdadeira noção que o dicionário apresenta.

“Escroque”, por seu lado, é definido como um vigarista, um trapaceiro. Pouca coisa haverá a dizer em relação a isto. Mas a palavra é gira e merece ser dita com mais frequência por o ser. Não…?! Até parece que não há gente nem motivos suficientes para que “escroque” seja mais vezes ouvida na nossa praça pública…! É tudo uma questão de hábito. Se nos acostumarmos a, no meio da rua, apontarmos de dedo em riste para um tipo qualquer que nos esteja a tentar levar 3€ por uma dúzia de castanhas e lhe chamarmos escroque… aquilo soa bem e depois é um “ver-se-te-avias”. Será dedo esticado e “ESCROQUE!!!” por tudo e por nada. Haveremos de lá chegar… um dia... quem sabe...!

Relacionar “fétido” com “escroque” pode aparentar alguma dificuldade, mas na prática não há dificuldade nenhuma. Aquilo de dizer que algo não está a cheirar bem também se aplica aos golpes dados pelos escroques. Ali a princípio, quando começamos a perceber que algo não está bem e que possivelmente estamos a ser levados na conversa… não nos cheira bem. É fétido. Mas mesmo assim - parvos - acabamos por cair que nem patos. É triste… mas verdade.

Mas vou tentar ir mais longe. Que tal um conceito novo, tanto em forma de insulto, como em termos de ocupação própria…? Uma inovação em duas frentes, pensando bem. Que tal?...

Parece-me de alguma… musicalidade juntar as duas palavras para compor um insulto de jeito. Experimente, caro InSensato, dizer em voz alta (se quiser, berre): “Escroque fétido!!!” ou (mais na onda de impropério de classe média-alta) “Seu… Seu… Seu fétido escroque!!!”. Soa bem, não soa?

Por outro lado, também acho que ser apenas e só um mero escroque é algo redutor. Ser vigarista e ainda por cima cheirar mal é que deve ser uma coisa mesmo a sério! Até porque dá mais luta. Chegar ao pé de alguém, fedendo à força toda, e ainda assim conseguir aplicar um esquema qualquer não será obra para qualquer um, mas sim para o melhor dos melhores. Ser um escroque fétido (e depois ser insultado precisamente com esse epíteto) deve ser o corolário de uma “carreira” de sucesso para o trapaceiro com péssimo odor que se preze.

No fundo, a culpa é minha…?

É uma daquelas coisas. De há uns (bons) tempos para cá que, sempre que vou ao MINIPREÇO, noto que o meu produto favorito dessa cadeia de lojas anda a escassear cada vez mais.

Já não é novidade que sou um super fã do Iogurte com Pedaços de Avelã da marca DIA. Aliás, já o disse na rúbrica "Pequenos Prazeres da Vida" do meu outro blog [
Petit Riens - vide o post] e, por muito que me custe, foi a partir dessa altura que se tornou progressivamente mais complicado encontrar copos do dito iogurte nas prateleiras das câmaras frigorificas do MINIPREÇO.

Por acaso, de certeza não será. Até porque já há muito aprendi que isso do acaso é coisa que não existe e daí que, logicamente, nada acontece por acaso. Logo, i
sto levanta – obviamente – várias questões a mentes inquietas como a minha.

1ª Questão: Será consequência do meu post no Petit Riens a maior procura de Iogurte de Pedaços de Avelã nas lojas da cadeia? Se sim, será que os leitores do blog são assim tantos ou será que os mesmos (ainda que em pouca quantidade) são mesmo grandes e ávidos consumidores de Iogurte de Pedaços de Avelã? Já agora, será que a menção na blogosfera se constitui como publicidade…? Não sei.

2ª Questão: Será que o número de unidades está a diminuir por excesso de procura ou por corte de quota do produto? É que eu sei que aquelas caixas de Iogurte de Pedaços vêm sempre cheias de copos de vários sabores, em igual quantidade. Mas quando chego à loja reparo que lá estão várias caixas, sempre com vários iogurtes de morango, maçã, kiwi… mas com só um ou dois de avelã… ou até mesmo nenhum!...

3ª Questão: Que se passa, afinal, com o Mundo, quando um tipo porreiro como eu só quer degustar um Iogurte de Pedaços de Avelã e não pode?!? Por que raio não repõe o MINIPREÇO os lotes (frequentemente inexistentes) do produto se há, claramente, quem fique aguado por não ter a chance de matar o vício, entretanto instalado no corpo por um iogurte tão bom?!? Andará tudo a dormir ou será maldade dos senhores da cadeia de lojas?...

4ª Questão: Será que os criadores do iogurte sabem que criaram a “obra-prima” dos iogurtes de baixo preço? Quando somos bombardeados pela publicidade dos caros ADAGIO a torto e a direito, como se explica este facto extraordinário de um iogurte sem qualquer publicidade feita seja onde for (exceptuando no meu blog, mas não está provado que isso seja mesmo publicidade) esteja sempre esgotado? E os senhores da concorrência... ainda não acordaram para a vida e não tentaram copiar a fórmula do sucesso porquê?...

5ª Questão: (a que mais me preocupa – relacionada com a 1ª) Será tudo culpa minha? Será que ao colocar a referência no outro blog (que julgava ser de audiência bem mais baixa que este), despoletei uma corrida às câmaras frigoríficas do MINIPREÇO? Haverá mesmo uma “Onda Ioguto-Avelânica” por aí, a carecer de controlo pelas autoridades competentes? Será mesmo tudo culpa minha?!? Oh… caraças!...

Espero agora que a situação fique regularizada. Se foi pela referência num blog que tudo começou, aguardo melhorias pela mesma via. Que se faça discriminação positiva do Iogurte de Pedaços de Avelã e não negativa; ou seja, que haja reforço da oferta e/ou que não se diminua as quotas. Uma coisa ou outra, tanto me faz. Tudo bem, desde que eu não vá ao engano, sempre que entro numa loja a babar que nem o cão do Pavlov, só de pensar no raio do iogurte. Sim... aquele que, actualmente, nem sei se vou encontrar nas prateleiras, à minha espera.

A minha Terra-NATAL é fixe!!!

De vez em quando vou ao GOOGLE e digito o nome da pequena cidade alemã que me viu nascer. Hoje... surpresa das surpresas! No site oficial do município de Rheine, os cibernautas são recebidos por um Pai Natal numa foto comprometedora, identificado e encarcerado pela Polícia [vide foto neste link].

Por momentos fiquei estupefacto. «Coitado do Pai Natal! Que será que ele fez?!? Cá para mim foi tramado por alguém, acusado de invasão de propriedade (com entradas criminosas pelas chaminés das habitações) com vista a tirar satisfação pessoal ao agradar às criancinhas… e agora vai directo para o DIAP ou para o TIC, depois para a prisão e sem ter direito a passar pela casa da Partida!... Desgraçado...!»

Depois lembrei-me de que o Pai natal afinal não existe – foram ali entre 5 e 12 segundos de patetice infantil que me toldaram a tola mas aquilo passou logo. Entretanto, acabei por perceber a piada.

Rheine (a terra alemã onde nasci) "prendeu" o Pai Natal para que ele faça a festa toda no Centro da cidade e não noutro sítio qualquer, nem na Alemanha, nem no resto do Mundo. O Santa Claus fica em Rheine e acabou-se!... A ideia está gira, de facto.

Sucintamente, a notícia apense à foto diz o seguinte: «De 2 a 19 de Dezembro, no centro da cidade haverá um intenso e inédito programa de animação, com um mercado histórico onde comércio tradicional e moderno vão complementar-se, camiões natalícios da COCA-COLA [muito populares na Alemanha], demonstrações de artesanato, diversões para as crianças e o Pai Natal "radical", a andar nas novíssimas trikes».

Ora cá está! Quem diria que uma cidadezinha do Norte da Alemanha, pacata, pitoresca pelo seu tradicionalismo e tal… se dava a estas modernices com estratégias de marketing deste gabarito?!?... Fiquei agradavelmente surpreendido.

Ao ler a notícia no site e vendo a imagem do Pai Natal com a placa numerada a posar para a foto policial só me ocorreu que a minha terra é o máximo!

Tenho é pena de ter "pré-agendado" o meu regresso a Rheine só para 2007, ano em que passam 25 anos da minha última ida lá, numas curtíssimas férias com a família. Se fosse esta semana... ia divertir-me à grande de certeza. Agora resta esperar pelo próximo ano e, se possível, fazer coincidir o meu regresso com a época do Natal.

Não vou poder pagar a fiança ao Santa Claus (deverei ter gasto o meu dinheiro todo nas viagens) mas ponho uma palavrinha por ele lá junto da bófia. Isto – claro está – se ele me der boleia na trike, como é óbvio! Se não… estás bem lixado, ó barbudo! Quem me diz que tu não desces mesmo pelas chaminés para conseguir mais do que umas bolachinhas…?!

Incapacidade Migalhal

Há coisas que não passam de boas intenções. Tentamos tudo por tudo manter a coerência dos nossos actos e, vá lá saber-se por quê, não conseguimos.

Digo isto por causa da sandes que tenho agora na mão. Verdade! A sandes – ESTA sandes – é o paradigma de uma deprimente incapacidade que todos temos em certas coisas do nosso quotidiano.

Eu explico.

Não que seja culpa da indústria da panificação e/ou da pastelaria em geral mas nós não nos entendemos com pães, pastéis e bolos. É. E o problema nem está neles (excepto quando nos provocam intoxicações alimentares) mas sim em nós mesmos, que não percebemos ainda como é que devemos lidar com esses produtos.

Atente-se nos seguintes exemplos.

Entramos numa pastelaria, pedimos um croissant misto e puxamos uns cinco ou seis guardanapos da caixinha de metal que está a meio da mesa ou na ponta do balcão. No entanto, acabamos sempre por tocar – nem que seja só um bocadinho – no raio do croissant com as mãos. E não nos queixamos. Quer dizer… às vezes, queixamos; mas não serve de nada. Aliás, no meu caso, eu até faço aquilo a que chamo “o contraditório de mim mesmo”, ou seja, pego o bolo com o guardanapo… mas depois vou partindo-o com a outra mão e comendo, invalidando todo o propósito de usar guardanapos. Pergunta-se, então, para que serve a catrefada de guardanapos com que pegamos os bolos e afins?...

Da mesma forma, também em casa não nos entendemos nisto de comer coisas que deixam migalhas. Em casa é diferente, ainda assim. Aí, hesitamos entre colocar a sandes, a torrada ou a fatia de bolo num prato ou a pegamos com a mão (e, nesse caso, voltamos à dúvida do guardanapo, de que já falei). Se as migalhas acabam por cair na mesa, no chão ou por vezes até na cama (se tomamos o pequeno-almoço por lá), nem o prato nem o guardanapo fizeram o seu trabalho, certo?

Temos de admitir que não nos conseguimos decidir. Olhamos para estes alimentos com desconfiança e – convenhamos – com falta de confiança também. Nem confiamos neles (se nos sujam ou não), nem confiamos na nossa capacidade de os manipular.

E se é assim com uma simples sandes de marmelada, com um pastel de nata ou um éclair, como será com uma tosta mista um bolinho de bacalhau, uma perna de frango de churrasco ou uma sardinha assada?... Porque aí até se coloca a questão haver óleo na “equação”; mas ainda há (quem diria?!?) quem goste mais de os comer à mão, em vez de no prato, com garfo e faca.

Isto, claro, se conseguir decidir-se,… antes que arrefeçam.

Os Dramas da Bola

Raramente aqui escrevo sobre futebol, porque já muito escrevo sobre isso noutros sítios e porque, diga-se a bem da verdade, escreve-se demais sobre esse desporto que não merece tantos caracteres e teclas de computador gastas só por causa de 22 tipos atrás de uma bola.

Ainda assim, hoje apetece-me aqui escrever sobre bola porque há coisas estranhas que acontecem precisamente por causa desses 22 marmanjos.

Esta semana, li que numa claque de um clube de futebol foram encontradas munições, drogas e bastões que são consideradas armas.

É que dá logo vontade de abrir a carteira, tirar lá uma “pipa” de massa (que é exactamente quanto custa ir ver um jogo da Liga Portuguesa) e ir à bola, não dá? Sim; não há nada como fazer um valente rombo no orçamento mensal só para partilhar o mesmo espaço que esses senhores que – quais cães raivosos em defesa do dono – vão para todo o lado fazer estrilho e, sempre que possível, distribuir porrada sobre quem não goste das mesmas cores. É assim… tipo… um estilo de vida. Enfim…!

O que é mesmo giro é pensar que não gostamos de estar com pessoas mal dispostas numa sala fechada porque é desagradável e as paredes até parecem fechar até a sala parecer mais pequenina… mas até nem nos importamos de estar encafuados num estádio (que não deixa de ser um espaço fechado – e mais exíguo em proporção, se pensarmos bem), com mais umas 30 ou 40 mil pessoas, todas elas à mercê de um grupo de gajos que, se se passam, lançam o pânico junto das pessoas que só foram ver a bola com os miúdos.

Parece-me bem.

No entanto, há uma coisa que me preocupa e até me leva a crer que esses rapazolas têm razões para serem mal encarados, mal dispostos e que tenham vontade de distribuir porrada com alguma frequência.

Na sequência da notícia que referi no início deste InSenso, li também que as buscas da Polícia Judiciária acabaram por resultar na detenção de um dos elementos da claque em causa. Um indivíduo português com 27 anos e sem “ocupação conhecida” (ou seja, sem emprego). Mais. Que várias outras claques e elementos das mesmas estão também a ser investigados porque, não tendo essas pessoas “ocupação conhecida”, têm sinais exteriores de (grande) riqueza e tal.

Certo. Têm bons carros e não vestem roupa – vá lá – barata. Mas… Coitados… Estão desempregados!... E toda a gente sabe que a vida está difícil para quem não tem emprego!... E se não têm emprego… como é que vai ser quando for para receber reforma?!?...

É…! Com estes stresses todos de não saber como vai ser o futuro, se calhar também eu andava meio raivoso, a esmurrar narizes, a dar bastonada, a criar confusão e a berrar por tudo o que é estádio do país, para ver se ouviam a minha revolta contra a aberrante incúria da Segurança Social e demonstrar claramente a minha preocupação para com o bem-estar dos meus familiares daqui a uns anos.

E, se no processo, eu também pudesse ver a bola… então era tudo o que um gajo podia desejar!...

Carta Aberta a São Pedro

Caro S.Pedro:

Antes de tudo mais, espero que esta carta te encontre bem de saúde, tanto a ti como aos teus, embora não conheça de todo ninguém da tua família. Ah! E espero que não te importes de que eu te trate por “tu”, já que és uma figura proeminente da Igreja e tal… e essa malta normalmente não gosta de tratamentos muito informais. São meio snob’s, eles, parece-me.

Bom… quanto ao que me leva a escrever-te, esclareço desde já que eu sou um gajo que não gosta de chuva. Pá… não gosto. O que é que queres?!

Não vejo nada com bons olhos que haja coisas como chuva e também como… chuva. Aquela treta de cair água do céu e molhar a roupa toda, que depois há-de secar em cima da pele, quase sempre em dias de frio, é lamentável, pá! E como se fala sempre de ti quando essa coisa da chuva insiste em aparecer, decidi contactar-te, para ver se a gente consegue entender-se numas coisinhas.

Em primeiro lugar, olha, não há mesmo maneira da chuva ser diferente? Aceitas sugestões para mudar alguma coisa na chamada pluviosidade? Olha, por mim, a chuva podia deixar de ser… molhada. Era bom, não era? Mas acredito que seja complicado ou que não seja mesmo possível, se não isso já tinha sido mudado e não foi. Mas se for, pá, aceita lá o input da malta. Vê lá disso.

A gente não pode acertar, um com outro, os dias em que vais mandar água por aí abaixo? É que há dias em que eu gosto ainda menos da chuva (e note-se que normalmente já não gosto mesmo nada). Pá… não te ficava nada mal tentar avisar a malta com alguma antecedência, já que os incompetentes dos meteorologistas avisam muito em cima da hora e nem sempre acertam com aquilo das previsões. Já agora, podias fazer umas acções de formação melhorzitas para aquela gente.

E, olha, não podia ser tipo gás (vapor) de água a cair, em vez de pingos grossos e frios (que o são, quase sempre)?! Tanto no Parque das Nações como em Copenhaga, quando lá estive há tempos, vi umas cenas com água a sair em vapor fresquinho que eram um mimo. É água que não chateia, não molha muito, no verão até é fresquinho e no Inverno o vapor até podia vir mais quentinho, que a malta não se chateava. Olha… uma coisa te digo. Era bem melhor do que a chuva. Era, era.Mas ainda te digo mais. Não percebo por que raio não se vêem inovações técnicas de relevo neste campo. Pronto… mede-se a pluviosidade, fazem-se cálculos de quanta água caiu e tal, prevê-se – mais ou menos – quando vai acontecer… mas eu acho que há mais por onde evoluir, caraças!

Com o avanço da tecnologia, numa altura em que com um computador ou um telemóvel já se recebem os serviços todos e mais alguns, já era hora de mandares a chuva só para quem a quisesse ou dela precisasse, não? Acompanha o meu raciocínio. Com a Internet em alta, podias fazer um site e a malta ia lá e inscrevia-se para receber chuva em determinado dia ou período temporal. Era assim uma coisa ao estilo de newsletter – recebia quem queria. Tinhas sempre negócio garantido. Barragens para encher, terras de lavradio para regar, rios para correr… Não me digas que te faltava serviço,… porque não faltava!

E não me venhas com as ervinhas que estão em todo o lado e com os reservatórios de água que os há em todas as terras, como argumento para fazer chover no país todo e, por consequência, em cima da minha cabeça também. Se fosses um gajo organizado e não estivesses em contenção de custos, já tinhas arranjado uma maneira para não receberes cartas como esta, de tipos fartos de levar com água na moleirinha, fartos de andar a espirrar por tudo e por nada quando chega o Outono e de conduzir com “pezinhos de lã” por causa das estradas estarem permanentemente escorregadias.

Bom… esta carta já vai longa. Toma tininho e põe-te ao fresco. Trata lá do que tens a tratar e não te esqueças de uma coisa. Se não resolves nada acerca disto, pá… vamos ter problemas.

Respeitosamente.

K@

Quase, quase...

Acho sempre alguma piada quando oiço coisas como “Tenho quase a certeza…”.

É daquelas frases lindas. Como outras na mesma linha: “Tenho 90% de certeza…” ou “Estou praticamente certo…”. E assim vistas, escritas… dá para ver que são todas frases muito lindas mesmo.

Estar certo todo e qualquer um quer estar, mesmo que não esteja (já agora, “todo e qualquer um” também é uma expressão jeitosinha…). Estar certo é, ou pode vir a ser, sinónimo de estatuto. O gajo que tem certeza do que diz ou faz, o tipo que está seguro de si… é um indivíduo com estatuto de gajo a séria. O gajo sem convicção do que diz não vale nada.

Por isso, há muito boa gente que… atalha. Ou melhor, há malta que se eleva, que se põe em bicos de pés, de modo a estar perto do tal estatuto tão desejado. E lá vem o “Tenho quase a certeza…”.

Se pararmos um bocadinho para pensar nisto, ter quase a certeza de alguma coisa é, na verdade, não a ter. Ou seja, é sensivelmente o mesmo que dizer “Não faço puto de ideia se é assim mas deixa-me cá mandar a bujarda a ver se acerto”. A diferença é que quem ouve “Tenho quase a certeza…” é levado a crer que o tipo, se não está com a certeza toda… está mesmo lá pertinho. Só não se sabe quão perto ou quão longe – e isso vai dar ao mesmo, mesmo que se diga aquela dos “90%” – e (praticamente) ninguém se apercebe que o gajo está só a encher chouriços até ver o que a coisa dá para só falar definitivamente quando tudo estiver mesmo às claras. Aí já é fácil ter certezas seja do que for.

Em suma, quem diz que tem quase a certeza... é esperto. Ganha tempo e não perde estatuto. São duas boas razões para arriscar… não arriscar. Sim; porque essa coisa do “Tenho quase a certeza…” no fundo é não arriscar, simulando que se arrisca como o caraças. É parvoíce mas não deixa de ser sinal de alguma astúcia, sempre útil, quando bem empregue.

Obviamente, aceito que nem toda a gente pense como eu. Mas julgo que a grande maioria concordará comigo. Aliás, tenho quase a certeza disso.

Às vezes… Não sempre… Mas está bem!...

Talvez por causa da minha mania das grandezas, não tenho um, nem dois… mas sim três chefes (ou, se calhar, é só mesmo por imposição da empresa que me contratou… não sei…).

O que é certo é que, de vez em quando, um deles diz-me, em tom de elogio profissional (resta saber com que grau de sinceridade), “És grande!”. Ao que lhe respondo “Sim… Aposto que é isso que diz a todos os seus empregados que estão neste preciso momento sentados nesta mesma cadeira a bulir como se não houvesse amanhã…!”. E ele ri-se, simplesmente.

Seja como for, o elogio não cai em saco roto e a minha resposta sarcástica é dada em tom de brincadeira, porque sei que o meu trabalho está, de facto, a ser feito o melhor possível. Ou seja, naquele momento, eu sou “grande”, nem que seja só um bocadinho, e mesmo que o seja só às vezes e pouco depois já não seja assim tão “grande” como isso. Sou “grande”… a espaços, pelo menos.

E isso, por mim, está bem. Este é um conceito que não me desagrada. De tal forma que – ainda que só há pouco tempo me tenha apercebido disso – eu próprio, amiúde, também diga algo do género quando elogio alguém. Em versão K@ziana, o dito passa “És o/a máiór!” (não esquecendo nunca de abrir bem as vogais, claro). No entanto, e como ninguém consegue estar sempre no topo das suas capacidades, eu acrescento logo “És o/a máiór… a espaços! Mas és o/a máiór!”. Fica o elogio feito… e com absoluta sinceridade.

Gosto de pensar que esta minha expressão é bem aceite por quem a ouve. Para mim, é bom dizê-la. É sinal de que por vezes sou agradavelmente surpreendido e gosto de o reconhecer.

Ultimamente, porém, tenho-me lembrado mais disto por causa da minha viatura. Essa carga de trabalhos com quatro rodas que mais parece um Ovo Kinder, já que sempre que rodo a chave na ignição, tento perceber qual é a avaria do dia – o que é sempre uma incógnita. Nos últimos tempos, tem sido a Direcção Assistida, que ora tenho, ora deixo de ter, tornando o Punto, às vezes, praticamente inguiável… mas não é sempre.

Como, aqui e ali (não sempre, nem perto disso), a Direcção Assistida lá se digna a funcionar, eu fico todo contente. E lá solto um “És o máiór, pá!”, mesmo que eu esteja a falar para um automóvel e isso pareça… digamos, vá lá… parvo.

Mas lá está. Não é sempre. É o “máiór”… só a espaços. É o que é. Não sempre.

Esta manhã, por exemplo, o Punto foi o “máiór”. Liguei-o e a Direcção Assistida funcionou e deu um jeitaço, por causa da chuva que caía. Já à hora de almoço, quando lhe peguei de novo, … nada de volante leve. Foi uma viagem com direito a treino de musculação forçado. Estou aqui com uns braços que sabe Deus…! Mas cansa… e só vem provar a minha teoria. Só se é o “máiór”… a espaços. Se dúvidas disso houverem, eu empresto o meu automóvel (assim… por uns dias), para que isso seja devidamente confirmado. Os meus braços agradecem; ficam com menos músculo mas com mais descanso.

Mas, ainda assim, a minha viatura, assim, até está bem. Porque o incremento muscular providenciado pela avaria é bem-vindo e o descanso ocasional dessa canseira… também.

Às vezes… Não sempre… Mas está bem!...

Work in Progress

Não há nada como ter um projecto, um objectivo… que mais não seja, uma espécie de “carta de intenções” que nos guie a alma, a concentração, a criatividade, a vontade e a capacidade de fazermos coisas.

Não raras vezes, esses projectos, esses objectivos, essas “cartas de intenções” como que caem por terra, com mais ou menos facilidade. Os desejos formulados com as passas na Passagem de Ano são bem o exemplo disso. São quase sempre feitos em vão. À primeira coisinha… puff! Já não há resoluções de Ano Novo que resistam.

Dietas que nunca começam, bebedeiras que nunca acabam, casamentos que nunca chegam a acontecer e o carro que nunca chega a sair do stand por culpa do raio do EuroMilhões que teima em não sair… Enfim, de facto, ele há projectos que nunca passam disso mesmo; de projectos.

Eu estou decidido a que pelo menos um dos meus projectos actuais seja levado de fio a pavio até ao fim, cumprindo assim o objectivo a que me propus, tornando-me dessa forma numa pessoal melhor, mais construtiva e empreendedora. Com mais valor, no fundo.

E porque não há nada como ter um projecto… estou mesmo determinado a ver no que isto dá.

Assim sendo, resolvi que não iria ser uma coisa feita de forma atabalhoada, não. Antes, sim, algo feito com calma, faseadamente; um bocadinho todos os dias, para não me fartar e para que fique mais bem feito. E tenho cumprido!

Todos os dias, sento-me, abro a gaveta e tiro de lá o aparelho. Perco uns minutos, vejo o que consegui fazer, regozijo-me com o que alcancei, arrumo o aparelho, fecho a gaveta e sei que no dia seguinte volto a contribuir um pouco mais para o meu projecto.

Pronto… se calhar não importa aqui dizer que o aparelho é um simples jogo de Tetris, guardado na gaveta do móvel da casa-de-banho, que a execução deste “Work in Progress” decorre na chamada “hora da defecação” e que tudo isto só é possível devido à opção “Pause in OFF” que o jogo permite (ou seja, que se pode pôr em Pausa e desligar, que o jogo fica memorizado até que se ligue de novo o aparelho, seja lá isso quando for).

Se calhar, não importa muito aqui revelar isso. Mas importa dizer que tenho de facto um projecto em desenvolvimento, um objectivo por cumprir (chegar ao fim daquela porra) e que este InSenso passa agora a ser a minha “carta de intenções”.

InSenso... pequenino (e um bocadinho parvo)




Fui chamado à atenção pelo facto de os meus InSensos estarem cada vez maiores. Não foi para mim um choque porque já me tinha apercebido disso, mas dói sempre um bocadinho perceber que mais alguém se apercebe das nossas fraquezas.

Actualmente, em relação o blog, a minha fraqueza é a manifesta incapacidade de síntese nos textos. Ou seja, já não consigo dizer parvoíces sem que sejam em demasia. Melhor dizendo, não me contenho a escrever imbecilidades que ainda por cima imponho a outros que as terão de ler. Isso não é bom, decididamente.

Por isso – e ainda que com alguma estranheza por finalmente entender que nem sempre é o tamanho maior o que agrada mais – decido fazer este InSenso pequenino, curtinho, no fundo, como um café expresso, … para saber melhor.

Ora, então… cá vai…



InSenso



Já está!...

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Ah!... Com a chegada ao 2º aniversário aqui do burgo, decidi-me a tratar melhor também os outros blog's da malta (ou em que a malta participa). Assim, está finalmente aberto o InSens'Imagens (com imagens novas todos os dias), o Palavra do Dia está a voltar ao activo (também com palavras novas diariamente) e o Petit Riens, esse, continuará como sempre, já que sempre foi o "irmão bonzinho" deste InSenso Comum. Estão todos online e os links estão aqui.

Enjoy!...

15 Nov 2004 - 15 Nov 2006




O Botão do Foda-se

A expressão não sei se é brasileira ou portuguesa, mas foi um colega meu brasileiro a dizer-ma. Tinha a ver com um árbitro de futebol que, de tanto reclamar por alegadas situações de fraude e compadrio na arbitragem, foi castigado pela Federação vezes sem conta e continua a descer de escalão. Por estar farto de represálias pelas denúncias que fez, resolveu ir protestar para a frente do edifício federativo empunhando uma vassoura (para “varrer” os dirigentes dali para fora). Um protesto inusitado e significativo do desespero do juiz de jogos de futebol.

No carro, o meu colega comentou a situação. “Carregou no botão do Foda-se! Tá-se a cagar para mais processos disciplinares! Agora já protesta por protestar! Carregou no botão do Foda-se e pronto!...”. Eu achei o comentário tão curioso quanto o próprio protesto mas a coisa ficou por ali.

Dias mais tarde, uma colega minha – com problemas laborais graves e irresolúveis de uma forma, no mínimo, airosa – disse-me que já nada mais lhe interessava senão ver o dinheiro que está em falta, em termos de ordenados e subsídios, para partir para
outra de cabeça erguida. Até lá, promete fazer a vida negra aos (ainda) patrões, sem se preocupar muito com as consequências, já que… pior… não pode ficar.

A minha tirada foi a mesma do meu colega, uns dias antes. “Ah!… Bom!... Estás pronta a carregar no botão do Foda-se, portanto!... Parece-me bem!”. E ela riu-se, dizendo que nenhuma outra expressão definiria melhor a situação.

Obviamente, “carregar no botão do Foda-se” não é, de todo, uma daquelas coisas saudáveis, politicamente correctas ou até com lucro visível a curto, médio ou longo prazo… mas, lá está… de vez em quando, dizer “Que se Lixe! Aqui vai fruta!” pode, no mínimo, fazer-nos sentir bem no instante imediatamente a seguir e, quem sabe, melhorar a nossa vida toda desse momento em diante. Também pode ser que não… nem uma coisa nem outra… mas pronto… uma vez “carregado o botão”… já não há caminho de retorno.

Saudável, não é de certeza. Já não falando na crise de miocárdio (ou, no mínimo, na arritmia) que causa, também não é bom para a nossa saúde… social. Naquele preciso momento em que nos passamos para lançar um berro ou desatar a asnear por tudo o que é canto, o mais certo é que nos considerem loucos. E ninguém se quer dar com maluquinhos, bem se sabe.

Politicamente correcto, também está longe de ser. Enveredar pelo caminho do palavrão não é algo com que as pessoas se sintam muito à vontade. Os párias, sim; esses são uns tipos porreiros para ser “público” ouvinte do desaforo dirigido a uma ou mais entidades que se queiram atingir. Aí, em vez de um insulto de volta, recebemos aplausos e gritos de incentivo. Apontar na lista: juntar sempre um grupo de marginais para assistir ao episódio de descontrolo total… para não nos sentirmos sozinhos.

Rentável… será? Às vezes, sim. Outras… não. A intenção é sempre a melhor, certo. Mas as consequência futuras são imprevisíveis, compreensivelmente. Ter um dia como o Michael Douglas naquele filme, com o taco de basebol e tal… pode aliviar a alma, mas até onde pode aliviar o corpo de não ter de vergar a mola para o resto da vida por causa de um momento de descontrolo…? Temos dúvidas. No entanto, pode acontecer que tudo corra bem… Ninguém está a negar essa possibilidade. Um dia, alguém fará estatísticas acerca disso, estou em crer.

“Carregar no botão do Foda-se” é, então (e acima de tudo), um conceito que nos faz bem pensar que existe mesmo. Ou seja, é uma hipótese… mais uma, no meio de tantas, pela qual podemos sempre optar, se nada mais resultar. É dizer “Foda-se!!!”… e esperar pelo melhor.



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NOTA INFORMATIVA

O próximo post será de aniversário (o 2º, no caso).

Todos os InSensatos estão convidados para a comemoração da imbecil efeméride.

BCM-BQNP ou BQNP-BCM?

Tenho andado a pensar nisto, confesso. Porque me parece uma questão pertinente, acima de tudo.

Numa altura em que não se sabe bem qual é o critério de selecção para muitos empregos que por aí pululam, urge – na minha modesta opinião – questionar o que é que tem mais "peso", por vezes, na decisão de um empregador: o BCM-BQNP ou BQNP-BCM?

Ok. Acredito que esteja confuso. Mas eu estou aqui (seja onde "aqui" for) para ajudar. É este Espírito de Missão (ouvi isto há dias e adorei – tinha de usar) e o outro... de Serviço Público. Não me largam…

Por BCM-BQNP pode entender-se o factor "Boa Como o Milho mas Burra Que Nem uma Porta", conceito utilizado por eventuais empregadores que, escrupulosos, admitem que uma gaja que aparece numa entrevista de emprego é, de facto, jeitosa que tolhe e tal… mas não dá uma para a caixa. Para tal é necessário que o candidato a patrão, ainda que vacile, opte por declarar o caso como um BCM-BQNP e deixar o currículo da dita candidata a funcionária de lado (mesmo que não o deite definitivamente fora – que mais não seja para poder olhar para a foto de vez em quando e/ou guardar o número de telefone para um contacto futuro… de outra natureza; é o que acontece na maioria das vezes).

Por BQNP-BCM entende-se, grosso modo, o contrário. "Burra Que Nem uma Porta mas Boa Como o Milho" é um modo de hierarquização de prioridades baseado noutras…características essenciais (leia-se, curvas) que não a competência para a escolha de alguém para um cargo profissional. De facto, inteligência até é, por (muitas) vezes, mais empecilho do que uma mais-valia, mormente quando o futuro patrão procura alguém não só para estar abaixo dele no organigrama, como também para estar simplesmente… abaixo dele. Não é assim tão raro. É o mesmo que dizer que as BQNP-BCM, sim, estão na parte certa da balança... e muitas vezes... da cama.

Duas notas, neste momento. Ponto 1: também há homens a concorrer a empregos e a ir a entrevistas - não pense que me esqueci disso - mas não é deles que me aprouve falar neste InSenso. Ponto 2: também há outras mulheres (não necessariamente bonitas e imbecis) de aspecto “mediano” e muito espertas, por exemplo – a concorrer a empregos e a ir a entrevistas - não pense que me esqueci disso - mas também não é delas que me aprouve falar neste InSenso; aliás, este tema afecta-as mais é a elas, diria eu.

Retomando o assunto… Até pode parecer parvo que eu veja a coisa simplesmente pelos prismas BCM-BQNP e BQNP-BCM. Mas não é. Ultimamente – em alguns sectores empresariais (uns mais do que outros) – o aspecto conta (e de que maneira) na escolha dos futuros funcionários ou funcionárias. Caso contrário, note-se, que sentido faria que cada vez mais anúncios de emprego exijam currículos com fotografia do candidato? Alguns ramos – não só a moda e a comunicação – pedem mesmo fotografia de corpo inteiro. E, já agora, não é verdade que sempre que alguém que vai a uma entrevista se emperiquita para causar “boa impressão”?... Por que será?...

Acho eu que a competência não se vê nuns sapatos novos, numa gravata colorida, num decote até ao umbigo ou num tom “vermelho-diablo” de baton. É que, pensando bem, a competência até deve ser invisível – ou, melhor dizendo, não tem de ser visível; seria bom que sobressaísse pela qualidade do trabalho realizado, independentemente de quem (e do aspecto físico de quem) o realize. Certo?... Certinho!

Mas pronto. A verdade é que as BCM-BQNP (e, acima de tudo, as BQNP-BCM) deste nosso universo imperfeito partem em grande vantagem, logo “à cabeça”. Os currículos, curiosamente, lá acabam por surgir sempre no topo da pilha da papelada dos candidatos, pelo menos. A todos os outros aspirantes (culpados apenas de serem comuns mortais, de estarem longe de serem BCM’s ou de simplesmente serem... machos)… a esses… resta fazer figas.

Afinal... talvez... TALVEZ a pessoa procurada até pode ser ecolhida por ser PBP: Potencial Bom Profissional. Mas ningúem garante que isso vá, de facto, acontecer, não é...?

Calimero – Versão 2.Pffffffffffff

A vida tem, amiúde, contornos de injustiça para (quase) todos. É uma daquelas verdades imutáveis e inquestionáveis (embora não forçosamente dogmáticas nos seus cánones...). Não há quem não se queixe – pelo menos uma vez na vida – de que algo de injusto lhe aconteceu ou de que já ia dando jeito os pesos da balança penderem para o “justo” (quem se queixa) em vez de ser sempre para o pecador (todo o resto do mundo). E isso não há ninguém que não o faça, ainda que negue fazê-lo.

"Injustiça!!!". É, certamente o que clama quem chega junto do carro estacionado na avenida ou no parque onde a viatura fica todos os santos dias (e nos outros também, já agora) e se depara com uma, duas, três ou até (num dia “bom”) quatro rodas “em baixo”. Pneu(s) vazio(s), jante(s) no chão, pipo(s) intocado(s) e um belo de um rasgo em cada um dos pneumáticos em causa. Julgará, sem surpresa, o proprietário do automóvel (e, consequentemente, das rodas também) que o cenário é de uma profunda, muito profunda, injustiça. E talvez até julgue bem… ou então, nem por isso.

A verdade é que nunca ninguém toma o partido de quem, efectivamente, de navalha em punho, faz os rasgos nos ditos pneus, pois não? E isso também é, de certa forma, injusto… ou estarei enganado?

Todos nós optamos sempre pela via mais fácil. Culpabilizamos, “crucificamos” e condenamos (sem direito a defesa) os furadores de pneus deste mundo. E por quê? Porque, alegadamente, o que estão a fazer é… mau, incorrecto, no fundo... injusto para quem fica financeiramente prejudicado com o “raid” ao pneumático. Talvez a coisa não seja assim tão linear.

Ou melhor, até pode ser mesmo assim, tão linear, mas também não custa tentar ver outra razão para haver malta especializada na perfuração de rodas de automóveis, a um nível quase profissional. Chama-se fazer de "Advogado do Diabo". De vez em quando, faz bem.

Imaginemos, então, que o “fura-pneu” é… sei lá… um activista.

Não é impossível que o intuito (o móbil, portanto) da acção seja, por exemplo, o desejo (legítimo, se visto por um determinado prisma) de libertar o ar preso - contra a sua vontade - no pneu do automóvel. É que, pensando bem, o ar das rodas dos carros tem tanto direito de ser livre como o resto do ar que anda por aí, “soltinho”, na atmosfera. Quem fura pneus pode não querer mais do que ser, no fundo, um justiceiro. E, se assim for, essa rapaziada está a ser, ironicamente, … injustiçada.

É certo que aqui se intromete a cena dos miúdos que furam os pneus dos carros dos professores que lhes dão más notas e dos “encornados” (gajos e gajas) que se vingam nos automóveis dos “encornadores” adúlteros (gajos e gajas) deste mundo. Esses, com certeza, não terão em mente o bem-estar do ar oprimido… e comprimido nas rodas de um qualquer VOLKSWAGEM POLO, estacionado à beira de um bloco de prédios de habitação, ali para os lados do Lumiar.

Ainda assim, há que pensar que, como em tudo, não se pode julgar o justo (o tal furador de pneus, determinado em libertar – com justiça – o pobre ar dos pneumáticos) pelo pecador (essa malta ressabiada por demais com a vidinha que leva). Isso seria... injusto.


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Caro InSensato Leitor:

Quando encontrar o seu carro com as rodas devidamente furadas… talvez seja bom pensar um pouco nisto.

Fly... Away

A Entomologia, lamentavelmente, é algo vaga na explicação de alguns fenómenos relacionados com os insectos.

Há anos (muitos anos) que procuro esclarecimento acerca de uma daquelas coisas que sempre me fizeram confusão… e ainda hoje, sempre que sucede, ponho-me a matutar sem que chegue a conclusão alguma.

A questão é esta:

Um gajo vai sentado num dos bancos dianteiros de um carro que vai em movimento.

Talvez seja melhor que esse gajo vá no lugar dianteiro de passageiro, porque admitir que o condutor desvia o olhar do asfalto para dar conta disto… se calhar não é bom. Mas seguindo…

A dada altura, uma mosca entra pela janela e começa a voar às voltas no interior a viatura. Voa, voa, para um lado, para o outro, “estaciona” num dos vidros ou no ‘tablier’ e volta a voar às voltas no carro.

Pergunto: Estando o carro em movimento, se a mosca parar no ar (ou se se limitar a planar, batendo as asas mas sem se mover em direcção nenhuma), ela passa de um “Ponto A” para um “Ponto B” do espaço interno do automóvel sem nada fazer?... ou será que o ar (a sua densidade e a sua pressão) “empurra” a mosca na mesma direcção em que o carro se desloca, ficando o insecto sempre no “Ponto A” inicial?

No exterior do carro, tudo é mais simples de perceber. Seja insecto que saia janela fora ou até um objecto que se atire fora abrindo o vidro (infelizmente continua a acontecer por esse país fora), imediatamente fica para trás e o mais certo é nunca mais ser visto por quem segue na viatura. No entanto, nunca vi uma mosca deslocar-se da frente para a traseira de um carro tão rápido, mesmo que a velocidade do carro seja acima dos 100 km/h.

No fundo, o que me chateia não é ter esta dúvida há tanto tempo mas sim ter ainda uma outra incerteza: mesmo que a Entomologia não o faça (e ainda não o fez, relembro)… será que a Física alguma vez se dará ao trabalho de esclarecer a minha dúvida?

Nesse sentido, quando não estava a conduzir, já tentei fazer a experiência, por exemplo, com pequenas bolas de papel. Em várias ocasiões, com o carro em movimento, eu atiro a bola de papel ao ar no seu interior… mas nunca consigo perceber que rumo ela toma… acima de tudo, porque mal a bola sai da minha mão já o dono do automóvel está aos berros comigo por lhe estar a sujar o carro todo e, mesmo quando explico o que estou a fazer, a resposta é, invariavelmente algo do género “Não tens mais nada que fazer ou pensar?!?”. And that’s that!...

Já pesquisei vários sites de Entomologia à procura de respostas mas parece-me que os cientistas estão sempre mais ocupados a acariciar lascivamente pequenas larvas da Birmânia ou a fazer turnos para documentar paranoica e exaustivamente todas as fases da metamorfose das borboletas da Amazónia. E isso pode ajudá-los a eles... mas a mim não me ajuda em nada, caraças!

VoCÃObulário

Por acaso é pena que os animais não falem.

E note-se, desde já, que sempre quis começar um texto com as palavras “Por acaso” mas nunca o tinha feito. No entanto, mesmo sabendo que a expressão “Por acaso” no início das frases pouco (ou nada) diga… ele há sonhos que um gajo tem de cumprir. Este está agora – finalmente – realizado. Avante.

Dizia eu que, por acaso, é pena que os animais não falem. E mesmo aqueles que até falam (tipo papagaios, araras, um ou outro cão que parece falar e umas quantas – muito poucas – focas de circo), é pena que não o façam de tal forma que ajudem os humanos a perceber o que lhes vai de verdade na mente. É que… dava jeito.

Há uns dias recebi uma mensagem no telemóvel que falava da indecisão de um simpático cão em optar por uma roda de um BMW ou de um OPEL para que uma delas fosse a fiel depositária do jacto de urina que, eventualmente, se seguiria. De facto, não fosse o pormenor dos cães não falarem e todo o processo de levá-los à rua para as necessidades fisiológicas seria bem diferente. Mais fácil, acho eu.

Se fosse claro para qualquer dono de um cachorro (após uma conversa – que, adivinho, seria esclarecedora – entre os dois) que o animal tem preferência por rodas de carros de alta cilindrada para urinar… tudo seria bem mais simples. Bastava sair à rua, seguir directamente para o local em causa e pronto. Problema resolvido. Aliás, quem diz pneus de automóveis favoritos, também diz postes de electricidade, bocas-de-incêndio, pinos de pedra ou cimento, árvores, abustos e afins predilectos. Os cães têm-nos – é um facto – mas não é fácil perceber com exactidão onde é que o animal se sente mais à vontade a mijar ou a cagar.

Também seria prático que os animais de estimação pudessem dizer, por exemplo, o que preferem comer, o que gostam e não gostam de fazer, que exercícios preferem para não ficar balofos, como gostam mais e menos de receber festas e dar-nos outras tantas informações úteis. Ajudava.

Já não ajudava tanto que eles usassem a faculdade da fala para chatear a malta com reivindicações, lamúrias e conversas de chacha. Não que não usemos nós a faladura para descarregarmos neles toda a treta que nos pesa na alma, mas digo eu que isso é suposto ser assim uma espécie de caminho de sentido único. A gente fala… eles ouvem. É como que uma instituição. Se os papéis se invertessem… não sei…

As galinhas têm asas mas não voam. Cães, gatos e muitos outros animais têm cordas vocais mas não falam. É certo que dava jeito, para percebermos se eles preferem os MERCEDES ou os RENAULT. Mas ouvir o meu gato (matreiro e quase sempre de mau humor) a mandar-me ir… dar banho ao cão…! Já não me parece que seja assim tão jeitoso.

P’la boca morre...

Não raras vezes acontecem coisas menos… digamos… costumeiras nos nossos locais de trabalho. Pequenas a(b)normalidades (gosto do som da palavra com aquele “b” a mais – à inglesa… coisa fina!) que dão algum sal aos empregos que sempre têm o seu quê de sensaborão, aqui e ali.

No caso, aconteceu-me a mim reparar em algo estranho num dos muitos (mais de uma centena) computadores da empresa onde laboro. Aliás, computadores são coisa que não falta e – estatisticamente falando – até nem seria de estranhar que estivesse sempre a acontecer algo de invulgar com qualquer um deles a todo o momento. Seria uma probabilidade com sustentação matemática, diria mesmo.

Vamos então ao assunto em epígrafe.

Nos ecrãs dos computadores da casa, surgem muitas imagens. No “cantinho” onde trabalho, essas imagens são, mormente, de jogadores de futebol e outros desportistas (sendo que também aparecem imagens de belas tenistas, nadadoras, campeãs de atletismo e afins… mas, acima de tudo, são mesmo os cromos da bola).

Talvez (repito… TALVEZ) tenha sido por isso que, numa hora em que imagem nenhuma surgia no ecrã onde estava a trabalhar, reparei na (enorme) marca de um contorno labial em pleno monitor do PC. Para ser mais exacto, via-se uma curva com as inconfundíveis estrias labiais… mas de uma boca… GRANDE que tolhe!

“Estranho...!”, pensei. Mas pouca atenção dei à “descoberta” naquele momento. No entanto, à medida que o meu trabalho (naquele computador) avançava, foi-me fazendo cada vez mais impressão esse “carimbo” no ecrã. Foi como que ficando… “maior” (ou, como é óbvio, aparentemente maior do que realmente era). Como se aquela boca quisesse comer o meu trabalho, ainda inacabado, sem dó nem piedade. Uma coisa tremenda…

Não tardou até que me questionasse acerca da verdadeira razão para que a marca ali estivesse. Cheguei à conclusão mais óbvia – embora não necessariamente a correcta. Alguém… beijou o ecrã. E, se foi esse o caso, de que maneira beijou!!!... De boca bem aberta, mas – atente-se – não há quaisquer vestígios de língua (do mal o menos).

A ser verdade que alguém abocanhou (que é um termo claramente técnico) o ecrã, beijando-o como se fosse a última coisa que faria na vida… por que o terá feito?!? Terá lá surgido a imagem de um tão… dotado… jogador da bola ou de uma Sharapova de mini-saia e raquete em punho tão elegante que esse alguém decidiu mostrar a sua admiração assim,… labialmente?...

Continuo intrigado com este facto algo perturbador. A verdade é que a marca mantém-se lá, em grande (dimensional e categoricamente falando). E isso leva-me a pensar três coisas: 1. Como é que eu volto a trabalhar naquele computador sem que aquilo me aborreça? 2. Que raio é que as senhoras da limpeza andam a fazer até às altas horas da madrugada, quando supostamente limpam o tasco onde a malta trabalha durante o dia? 3. Quem (e por que carga d’água) se pôs aos beijos a um ecrã de computador?!?

É que tão depressa não me vai desaparecer esta imagem da mente…
Não vai, não…Que porra!...

Blog’s, Bloguistas & Blogueiros

A propósito da última grande polémica nacional, um autor português queixou-se de ter sido difamado cobardemente por alguém que se esconde por detrás do anonimato que a blogosfera proporciona e fez queixa contra desconhecidos. Isto para além de – em fúria (ou em acto de pura criatividade, quem sabe) – mandou os criadores do blog em causa «bardamerda» e prometeu resolver tudo à «paulada», acrescentando que a blogosfera permite coisas como a insinuação, a calúnia e outras “atrocidades” afins, perpetradas por pessoas (ao que parece muitas delas “famosas”) que abrem blog’s só mesmo para descarregar o fel das suas frustrações e/ou para atacar os “inimigos”.

Sobre a polémica em si, não me apetece muito falar e não vou fazê-lo. Mas quanto à coisa da malta abrir blog’s com x ou y intenção… penso que haja matéria para InSensar.

Um blog já toda a gente sabe o que é. Para muitos é um diário, para outros é um meio de divulgar pensamentos (seus e de outros). Há também quem (como eu) veja nos blog’s um suporte como outro qualquer para deixar “armazenados” alguns escritos (também funciona com os blog’s de foto de autor) e outros que ainda não entenderam bem isto da blogosfera e vêem aqui uma boa oportunidade para fazer sites de empresas, associações, divulgação de publicidade, etc., evitando pagar os custos da compra de um domínio do tipo www.asdkjhkjha.com, o que no fundo não passa de uma foleirada pegada.

Quanto aos possuidores de blog’s, vejo-os em dois grupos. O dos Bloguistas e o dos Blogueiros. Eu acho que sou um Blogueiro, porque assumo o meu blog tal como ele é. Já o mantenho há mais de um ano (quase dois) e ele mantém a intenção inicial, ou seja, não tem intenção (especial) alguma que não o do prazer da escrita (no caso, a escrita de coisas parvas, imbecis e lamentáveis). Ou seja, quando um blog é isso mesmo – um blog – eu acho que o autor é um Blogueiro. Já o Bloguista (vocábulo que eu vejo como uma mistura de “blog” + “pára-quedista”) é um indivíduo que surge na blogosfera sem a pretensão de ter uma regularidade de apresentação de coisas novas mas com uma intenção específica; normalmente, a de que o blog tenha uma grande exposição – inclusivamente mediática, se possível – ou para atingir um objectivo relacionado com algo ou alguém em concreto. São aquilo a que eu chamo de “mandar umas blogadas”. Abre-se um blog, acede-se ao Blogger de vez em quando, coloca-se a password,… manda-se uma blogada (99% das vezes sob anonimato) com boa ou má intenção e depois a malta volta a ser quem é, seguindo com a sua vidinha, vendo quantos comments teve naquele post, para só voltar ao Blogger quando já não houver mais comments novos ou algo de novo haja para “divulgar”. Em todo o caso, também há Bloguistas-Blogueiros e Bloguieros-Blguistas, obviamente. Uns que criam diariamente e mandam blogadas esporadicamente e outros cujas blogadas esporádicas são perfeitamente justificadas e de qualidade criativa a justificar o uso da blogosfera para as apresentar.

Esta dupla de conceitos (Bloguista e Blogueiro) dá, na minha opinião, azo a outra dupla de conceitos: Blogagem e Blogadura. Na minha parva visão das coisas, sempre achei que devia denominar de Blogagem o que penso ser mauzinho na blogosfera. No fundo, o conjunto do que não gosto nisto dos blog’s. Logo… se me virem falar de Blogagem, talvez não seja bom sinal. E… se há muita Blogagem por aí? Há. Tenho alguns ascos de estimação na Blogagem, é certo, mas também acho que este mesmo burgo seja muitas vezes parte desse grupo (para os outros e até para mim, imagine-se). Blogadura, pelo contrário, (e embora pareça um termo perfeitamente estúpido) é o que eu acho ser giro e bom no mundo blogosférico. Os links que aqui coloquei (InSenso Club e outros, em jeito de sugestões) nos “favoritos” do meu PC estão denominados “Blogadura” e isso resume o conceito. Se há muita Blogadura por aí? Há. E ainda bem que há, em grande maioria, no mundo dos blogs.

Seja o que for que a polémica do autor que alegadamente fez o plágio denunciado na blogosfera venha a dar, chateia-me que em ambos os campos se esteja a aproveitar para deturpar algumas coisas. O autor deixa sugestionado no seu discurso que a blogosfera é tão somente o “Eixo do Mal” e devia ser exterminado. Do outro lado, os Bloguistas em causa, ao usarem um blog (talvez para não pagar o custo do domínio, o que não me parece que tenha sido o caso) para fazer a denúncia, permitiram que todos nós, Blogueiros, andemos agora a ser “bombardeados” com estas tristes trocas de palavras nos jornais. A blogosfera é fixe. E eu até escrevo com o pseudónimo K@, que obviamente não é o meu nome verdadeiro. Mas… e quê?! Também não é anonimato. Já aqui disse que, regra geral, o que escrevo é 80% verdade pura e 20% de liberdade criativa (já agora, tenho pavor de plágios, meus ou de coisas minhas). Não intento atingir ninguém nem cumprir x objectivos com os meus escritos. Espero, sim, fazer parte do que os leitores considerem ser, para si, a sua Blogadura. Mais de resto, palavras leva-as o vento… ou, neste caso, levam-nas os bit’s e os byte’s.

Haveria muito para dizer acerca dos "bardamerdas" e das "pauladas" do mundo editorial e do mundo blogosférico... mas não me apetece mesmo nada agora falar disso. Talvez depois, 'tá?...

15 de 95 = (+ ou -) 150

(InSenso de Serviço Público)

Quem tem a seu cargo as finanças da casa sabe muito bem que a Matemática que aprendemos na escola (com aquelas regrazinhas todas e tal) tem de ser “moldada” ao Poupança-Method diário.

Desde logo, a malta sabe que nem todas as operações parecem interessar para realizar as contas do dia-a-dia. Somar e multiplicar são coisas que raramente se fazem, a não ser quando temos de fazer somatórios daquilo que temos a pagar em facturas de água, gás, electricidade, tvcabo, telefone e Internet. Aí, sim, soma-se e até se multiplica. A partir daí… só se subtrai e divide. E isso é o que se faz… para aí em 25 dos 31 dias do mês.

Mas não é tudo. Quando menos pensamos nisso, damos connosco a fazer contas de cabeça e médias das maneiras mais estranhas possíveis, bem como a usar a lógica e umas quantas leis das probabilidades de formas bem mais… criativas do que aquelas que nos impingiram nos bancos da escola.

O exemplo maior disso é aquilo a que chamo de K@lculo Gasolineiro. Para dosear o consumo de combustível da viatura, faço sempre abastecimentos fixos – no caso, de 15€ cada – e ponho o conta-quilómetros (aquele para as viagens) a zeros. Depois vou fazendo as minhas rotas normalmente e, dali a uns tempos, há que ver quantos quilómetros foi possível fazer com essa gasolina. Regra geral (ou seja, se eu não tiver de andar “à maluca”) os 15€ de “gasosa” 95 dão para mais ou menos 150 quilómetros. Não está mal de todo… mas podia estar melhor… se os combustíveis não fossem tão caros. No entanto, para o caso importa apenas que quando o contador atinge os 100 quilómetros, já estou avisado de que dali a pouco tempo tenho de abastecer de novo. E assim a malta não é surpreendida com despesas inesperadas.

O que é giro (ou então… é só parvo) é que o K@lculo Gasolineiro pode ser adaptado a outras coisas que não combustível (com algumas mudanças pontuais, consoante o caso), para fazer a gestão de coisas tão variadas como comida e (!) papel higiénico.

Passo a explicar. Mantendo uma vida minimamente rotineira (convenhamos… todos temos uma vida minimamente rotineira), é possível fazer algumas previsões acerca de quando esgotarão os stocks de vários produtos. E já que a questão do papel higiénico lhe ficou a matutar na tola (eu sei que ficou!...), repare bem, InSensato Leitor, se não é fácil perceber para quanto tempo dá um determinado número de rolos. Dá, não dá? Obviamente, isto não se aplica a “fugas” à rotina – como o são dias de feijoada, por exemplo – que estragam as médias… a não ser que também aí haja uma certa rotina e se saiba de antemão que haja feijoada “x” vezes por mês. Nesse caso, volta a ser possível o K@lculo.

Caso queira aplicar a minha ideia ao seu dia-a-dia, faça favor e use-a. Não lhe vou cobrar nada por isso (muito embora desse jeito um rendimento extra). E fique desde já a saber que pode ser adaptada e aplicada não só a gasolina e papel higiénico, como também a detergentes, comida, desodorizantes, papel de impressora e até comida para o gato (ou cão, ou canário, ou iguana… enfim, acho que percebe que se aplica também à comida para o animal de estimação) e outros tantos produtos. Basta que comece a aperceber-se de quanto gasta numa semana… e depois é fazer as contas.

Depois diga-me se ajudou, ok?

Cueca no Quadro

Os temas dos InSensos vão surgindo com mais ou menos naturalidade. São coisas que vejo, que oiço ou que simplesmente me ocorrem, parecendo ser merecedoras de uma reflexão InSensata aqui no burgo. Ou seja, tanto há temas mais ou menos aprofundados – alguns mesmo repetidos, mas abordados sob perspectivas necessariamente diferentes – como há outros que nunca serão aflorados (nem sequer ao de leve)… porque, tão somente, não me ocorrerão.

Em consequência disso, de quando em vez, penso cá para comigo como terá sido possível nunca me ter lembrado de falar de “x” assunto, por tão evidente ser, por tão importante e vital ser trazido ao mundo da blogosfera. Pechas graves que sempre que possível aqui colmato. E daí nasce mais um InSenso, que há-de ser lido (ou não, se o InSensato Visitante desejar levar uma vida regrada e feliz), uma vez acedido o chamado Endereço URL (ou “úrle”… “úrlinho”, para os amigos) do site.

É o caso do InSenso de hoje que, inacreditavelmente, nunca aqui tinha sido abordado e que me “veio” (salvo seja) por via dessa tão óbvia questão que é… haverá hall de entrada de um prédio sem uma cueca exposta no placard da administração do condomínio, ali nos “arredores” das caixas do correio?

A minha opinião é que não. Isso não existe. Prédio que é prédio (e que goste de ser respeitado como prédio que se preza que é) TEM de ter pelo menos uma peça de roupa (se não mais), supostamente caída de um estendal de um dos seus andares, exposta no hall de entrada, para todo o “mundo” ver.

Constato eu que, mais do que um mero acaso (que eu até acredito que não o seja, de resto) é uma OBRIGAÇÃO do prédio – qualquer prédio – ter SEMPRE uma cueca, um soutien… ou, no mínimo, uma meia desportiva (com raquetes cruzadas e uma bola de ténis bordadas, juntamente com a palavra “sports”). Menos dos que isso é fracasso e o prédio não vale um chavo.

A teoria dominante para esta realidade é aquela do dia ventoso que faz com que as pequenas peças de roupa voem dos estendais directamente para a calçada em frente à porta do prédio, obrigando à recolha das mesmas pelo eficientíssimo método da “pesca por ponta de caneta” (claramente o preferido, seguido da “pesca manual com protecção de lenço de papel” e da simples manipulação da roupa interior alheia, sem qualquer artifício ou protecção que, sendo o menos popular, ainda assim é o de maior agrado para quem tenha nessa tarefa uma forma estranha de satisfação).

Mas, seja pela ventania, seja pela mola velha que se partiu ou por mera incúria de quem estende (mal) a roupa, a meioca do bebé ou o lenço de bolso bordado com as iniciais do proprietário lá vem parar ao quadro do condomínio. Faz parte. Se assim não fosse, como iriam os vizinhos conjecturar em surdina de quem seria a lingerie provocante vermelha transparente e rendada quando só há senhoras-bem no prédio, quem ousaria vestir o boxer justo estampado com casais nus em várias posições sexuais ou se a tanguinha leopardo com o pompom negro seria feminina ou masculina?

Lá está. Faz parte. É absolutamente necessário haver um mínimo de intriga em cada prédio, por mais respeitável que ele seja, ou que aparente ser. Aliás, eu adianto que nem só por “azar” estas peças de roupa “voam” da corda para a calçada.

Acredito piamente que há sempre alguém a querer fazer um pouco de propaganda sobre o seu repertório de roupa interior (há sempre algo de exibicionista em todos nós) ou que as administrações de condomínio lucram mais se, de vez em quando, houver confusão, bate-boca, porrada e, logo, danos a reparar nos corredores, escadarias, elevadores ou terraços dos prédios que gerem.

E uma cueca colocada estrategicamente no placard dos avisos pode muito bem ser o ponto de partida para uma algazarra daquelas bem esgalhadas, convenhamos.

Dream Dating

Sempre na senda de encontrar o “TAL” conceito vencedor que me leve à fama e/ou à “podre-riqueza” (sim… a malta quer ser podre de rica), eis que aqui venho apresentar o resultado do meu mais recente rasgo de criatividade inventiva.

Inspirei-me nos conceitos americanos de “Blind Date” e “Dating Agencies” (dois verdadeiros “must’s” estado-unidenses) e no facto de estar a dormir (ou seja, a pensar parvoíces desta maneira bem me posso queixar de não andar a dormir nada de jeito). Assim, uma noite destas, lembrei-me de que poderia, com alguma facilidade, resolver um problema de que muita gente se queixa: falta de relacionamentos, de carinho, de afectos… enfim… falta de tudo menos de solidão.

O conceito é simples mas – digo eu – poderá ter sucesso muito para além do que se possa imaginar por esta primeira “pincelada” que aqui deixo para os vossos InSensatos Olhos.

Já que, em alturas de solidão, muito boa gente fantasia imaginando encontros idílicos com as celebridades que vê na TV, nos filmes, nas revistas e até nos outdoor’s publicitários… nada melhor do que tornar essas utopias… “reais” a quem se vê privado da possibilidade de encontrar o amor. E é tão fácil, no fundo!

No futuro, tudo o que o/a interessado/a em passar uma verdadeira “Noite de Sonho com uma Estrela” terá de fazer é adormecer… embalado/a por um CD com sons de um programa romântico com uma celebridade à sua escolha. Encontro, jantar, bebida num barzinho calmo, um filme e, quem sabe, uma despedida à porta de casa, com direito a abracinho e beijo na face. Tudo num CD, fácil de adquirir num supermercado ou quiosque perto de casa.

Recapitulando, a malta adormecia e ia sonhar que esteve num encontro romântico com “x” estrela de cinema ou “y” astro do espectáculo, com um político (sim… há quem goste da cena do poder e tal) ou com o manequim que se passeia normalmente por Milão, Nova Iorque e Paris. Seria a tal “Noite de Sonho com uma Estrela”. E o nome não podia ser mais adequado, acho eu.

Sim… reconheço não ser totalmente original a coisa de fazer CD’s com sons para a mente adormecida, mas convenhamos que grilos, corujas, cigarras, passarinhos e gaivotas com som de ondas em fundo podem muito bem trazer calma mas felicidade não dão a ninguém. Já estes CD’s ajudam qualquer um(a) a sentir o carinho (ainda que fictício) de outrem, ainda para mais… famoso!

E as opções são infindáveis. Como em todos os dispositivos de som, as faixas poderiam ser seleccionáveis, por exemplo. Ou seja, o usuário poderia escolher se ia só jantar ou só ao cinema com o VIP escolhido. Mais… Se fosse alguém mais carente ou mais “aberto” a várias experiências, poder-se-iam fazer colectâneas com várias celebridades bem ao jeito de “Hit Parade” (neste caso, “Date Parade”, claro); nem só o CD podia ser o suporte da coisa, havendo possibilidade de compra desses conteúdos para iPod ou outros leitores (de mp3); e com um produto (o CD) podiam ser vendidas também as aparelhagens ideais para a audição dos sons noite fora (assim ao estilo de sistema de som recomendado).

É um negócio cheio de possibilidades.

Agora só falta começar a convencer as celebridades a participar ganhando cachet’s razoáveis e, pior que isso, convencer o Banco de que isto é um negócio à séria, para que os homens lá libertem o guito sem pensar que ando de mão estendida à cata de um apoio a fundo perdido.

Quanto ao resto, se um dia destes vir por aí publicidade dizendo algo como “Quer ter um jantar de sonho com a Floribella?” ou “Que tal um cineminha na companhia do Paulo Pires?”… já sabe… Trata-se do conceito (finalmente) vencedor de K@, InSensato Empresário, que há-de estar a caminho da ”podre-riqueza”.


PS(1): Perguntará o InSensato Leitor se a seguir à referida despedida «à porta de casa, com direito a abracinho e beijo na face» não poderia haver uma continuação mais... picante. Avanço desde já que não. Pelo menos, não nesta forma-base da ideia. Muito embora não esteja de todo colocada de parte uma versão "HOT" do produto agora pensado. Se der dinheiro...!


PS(2): Se esta invenção der certo, avanço logo para outra ideia do género: "Dream Traveling"... Que tal?...

InSenso inominável*

* - por mera falta de criatividade do InSensato Autor - que fique claro!


Pode ser um bom bocado de informação a mais para um início de texto (ou para qualquer hora e circunstância, pensando bem)… mas acabo de vir da casa-de-banho. E venho perturbado.

Não que alguma parte da minha anatomia seja assim de uma tão impressionante dimensão que me perturbe a mim próprio vê-la ou pegá-la. Não. Simplesmente (e não menos perturbador será admiti-lo neste momento) fiquei estarrecido quando, inadvertidamente, urinando, olhei para baixo e me pareceu ver que algo se escapulia pelo cano da sanita.

“Hmmmmmmm!!!...”, pensei. E depois deixei de galar o meu “instrumento”. Nãããã!!… estou a brincar. Dizia eu que, parecendo-me ter visto o que me pareceu ter visto, pensei “Hmmmmmmm!!!...” e pus-me a matutar.

O que seria aquilo? Por que se escapulia? Para onde iria? Seria real? Seria… plebeu (em oposição a real, claro…)? Seria um animal? Seria um mero objecto? Seria um resquício de algo… … ? Ter-se-ia escapulido por eu ter chegado? Teria alguma dúbia intenção? Quereria sair sanita fora?... ou teria só vindo ver as vistas?...

Tanta questão me coloquei naquela hora quase me esqueci de mijar, a verdade é essa. Mas lá tratei do assunto, esquecendo o “incidente” que me pareceu ter presenciado. Recordo que tudo isto poderá não ter passado de uma falha no sistema central informático da minha InSensata Tola, mas motivou o uso do telemóvel para recorrer à opinião especializada e avalizada de um amigo meu.

Como mero aparte, esse meu amigo é um especialista em tópicos tão variados como culinária nipónica e têxteis romenos, passando por iluminação de exteriores, fogos florestais, cinema independente e, claro, canalizações. Tudo porque já desempenhou tanta função em tanta profissão diferente que se tornou numa espécie de Nuno Rogeiro das banalidades técnicas do mundo quotidiano.

Ele assegura-me que, devido a uma imensidão de voltas, voltinhas, curvas, filtros, diafragmas, anilhas, colectores de impurezas e afins, não é possível que um ente estranho tenha surgido “do nada” para aparecer ali e bazado com a minha chegada. Lá está… seria possível se fosse algo que já lá estivesse, resultante de uma eventual incúria do “cliente” anterior; mas lá continuaria e sair pelo seu próprio “pé” seria simplesmente uma impossibilidade. Ou seja, a frase “Cá para mim andas a ver coisas!” resume a opinião desse verdadeiro expert das tretas do dia-a-dia.

Continuo perturbado, portanto.

Mantenho a ideia de que me parece ter visto ali algo a escapulir-se com a minha chegada. Mas, não sabendo o que era, o que ali estava a fazer, que intenções teria e para onde foi… não fico descansado. Estou em crer, no entanto, que a frase simplista do meu amigo (“Cá para mim andas a ver coisas!”) ajuda a uma certa descompressão, ainda que incompleta, acerca deste assunto. E lembro-me de outra expressão, talvez possível de aplicar à situação. “Don’t ask… Don’t tell…”. Teria sido ajuizado da minha parte, começo a desconfiar.

Não me tivesse eu indagado e não estaria com estes rodriguinhos e a dar voltas à cabeça. Não me tivesse ocorrido ligar ao meu amigo e não corria o risco que agora corro de o gajo dar com a língua nos dentes e andar a espalhar por aí que não tenho mais nada que fazer do que olhar para a sanita quando mijo, o que dará uma bela imagem de mim.

Enfim… tentarei de futuro não olhar, mesmo que isso implique falhar o “alvo”; tentarei não fazer juízos de valor sobre coisas estranhas que veja em casas-de-banho, urinóis públicos, cabines de prova em lojas de vestuário ou traseiras de prédios, armazéns e camiões TIR; tentarei não envolver terceiros em questões tão sensíveis como esta e, definitivamente, tentarei não conjecturar que haja entes esquisitos a passear-se nas sanitas que uso ou venha a usar… caso contrário… nunca mais uso um WC na vida!...

Mais vale relevar… Mais vale relevar…

Gostaste(s)…?

O reality-show Big Brother mudou Portugal. É como que uma frase batida mas é um facto. O país nunca mais foi o mesmo, desde que Marco, Zé Maria, Marta, Telmo e Célia entraram naquele T2 com muito boas áreas e um quintal com piscina a fazer inveja a muita casinha que se preze… não fosse, claro, o facto de a malta ter de ficar fechada lá dentro durante quatro meses, sem sair à rua para nada, nem podendo sequer cagar sem estar a ser observado por câmaras de televisão. Mas… lá está… Não há bela (casa) sem senão.

No entanto, o programa fez muito mais do que mudar Portugal. Levantou questões até ali não colocadas. E fê-lo de tal forma que – mesmo que o país não tenha reparado bem – ali algures entre os dois e os três meses depois do início da clausura daquela malta, a questão essencial surgiu. A pergunta para a qual sempre há resposta mas que nunca fica realmente respondida.


“Gostastes…?”


Bom… “pontapés na gramática” à parte… essa é a extrema e fulcral questão. E, até àquele momento (que alguns apelidam de romântico, entre Telmo e Célia), nunca o tema tinha sido tão mediaticamente abordado e divulgado. Pensando bem… ainda hoje me pergunto qual será a razão para o país não ter parado totalmente naquele instante, só para que pudesse ser debatida aprofundadamente a contenda. Não aconteceu, simplesmente. E eu não entendo porquê, até porque o futuro do nosso país ficou garantido logo nesse momento… mesmo que ninguém se tenha apercebido.É que, como já disse, a pergunta é, sempre foi e sempre será respondida, é certo. Mas sempre da mesma forma. Sempre com as mesmas palavras. Só não se sabe se com a mesma… sinceridade.

Caro InSensato visitante deste blog imbecil, recorra à sua boa memória. Alguma vez a resposta às perguntas “Foi bom?” ou “Gostaste?” terá sido “Não!”?!? Haverá conhecimento ou registo (escrito, oral ou fotográfico) desse insólito acontecimento? Haverá documentação que prove ou negue a existência de alguém que tenha feito essa insânia de responder negativamente a essa questão por demais sensível… e, se sim, a existir, se terá sobrevivido?
Na verdade, todo o equilíbrio do mundo (tal como o conhecemos) depende da resposta verbal “Sim!” (ou, no mínimo, de um leve aceno positivo, feito com a cabeça). Caso contrário, está o caldo entornado.

O exemplo que me ocorre é o seguinte.

Homem conhece mulher (ou vice-versa)… Homem corteja mulher (ou vice-versa)… Homem enrola-se com mulher (ou vice-ver… … … perdão… homem e mulher enrolam-se um com o outro…… assim fica melhor!)… No final, surge a pergunta, entre um suspiro de cansaço e a primeira passa no cigarro, entretanto acendido com o isqueiro até ali pousado na mesinha de cabeceira: “Então? Foi Bom? Gostaste?”… Resposta: “Nem por isso! Não!”… Resultado… Homem e mulher (na melhor das hipóteses) nunca mais se enrolam… Mas, por obra do destino, desse único “enrolanço”, surge a gravidez… Nasce um puto… Puto que terá mãe e pai separados (devido ao “Não!” da “hora H”)… Puto que será, obviamente, um ressabiado, sem amor-próprio… Puto que, estatisticamente, terá grandes probabilidades de vir a tornar-se num rebelde – primeiro – e num déspota ditador beligerante e cruel – depois.

No fundo, é isto. Naquele momento em que a pergunta surgiu, mais valia ter respondido “Sim! Foi fantástico!”, mesmo que tivesse sido a pior estucha de queca alguma vez mandada naquele hemisfério. Talvez o equilíbrio do planeta não fosse tão seriamente comprometido…!

Telmo, basicamente, só queria isso mesmo. Telmo, Inteligentemente – apesar de parecer estranho que este conceito (“inteligentemente”) surja associado ao nome de Telmo - apenas quis assegurar-se de que o mundo continuasse a girar no mesmo sentido de sempre. Célia, também de forma sensata – e mais uma vez, aqui se ressalva a estranheza da junção do conceito de sensatez ao nome de Célia – respondeu "Sim!" e ficou tudo bem.

Se isso não tivesse acontecido, estou certo de que o Big Brother teria terminado logo ali e as consequências futuras daí advindas seriam simplesmente horríficas e incomensuráveis.

A Irmandade dos Anéis

Na empresa onde trabalho perdem-se e acham-se com muita frequência anéis.

Para dizer a verdade, eu nunca perdi nem achei qualquer anel, nem ali, nem noutro local, mas apercebo-me com facilidade de que a situação se verifica repetidamente, tantos são os mail’s internos enviados para “ALL” que recebo no meu computador, alertando para o facto de ter ocorrido o desaparecimento ou a respectiva descoberta desse objecto circular, mais ou menos precioso, mais ou menos adornado, mais ou menos predilecto de quem o traz regularmente no dedo.

Mas… surge a dúvida… será que isso acontece mesmo assim?...

Como já disse, eu nunca vi nenhum dos anéis em causa. Vejo os mail’s (quase todos os dias – mesmo ao fim-de-semana – os há, dizendo algo sobre um anel perdido ou achado na casa-de-banho) mas ver os ditos… nunca vi nada.

Isso causa-me, obviamente, alguma estranheza. É que – digo eu – seria, no mínimo, natural que ao mail relatando o achado da jóia se seguisse… qualquer coisa. Um outro mail, dando conta do contentamento de quem viu recuperado o anel (e, já agora, do devido agradecimento a quem o achou – a bem da boa educação, claro), um grito de alegria, uma exibição do anelame a toda a malta da empresa com o seguinte discurso “apense”: «Olhem para ele aqui! O anel que eu perdi e que foi achado na casa-de-banho! Já não precisam procurar mais por ele porque já o tenho no dedo!»…

… mas nada! O mail chega, sim senhor… e não se passa nada. Nem “Ai!”, nem “Ui!”… nada!

Claro está que isso me põe de sobrancelha levantada e testa franzida, simultaneamente (o que não é fácil fazer… mas que eu até consigo, com algum esforço e dedicação… se a motivação for a certa também).

Penso eu que o mail do anel perdido ou encontrado não passa de um pretexto para algo maior e, certamente, mais dúbio do que simplesmente uma coisa interna simples de “perdidos e achados” no seio da empresa onde trabalho. Começo, portanto, a acreditar (dada frequência com que acontece) que o mail “Anel Encontrado no WC” se trata de uma espécie de código semi-secreto (mas só “semi”, já que toda a gente o recebe, embora eventualmente só alguns o compreendam).

E um código para quê?... Não sei. Até porque não uso anéis nem os mail’s me despertam grande interesse quando chegam. Apago-os logo. Mas, agora que penso nisso, os tempos são (modernamente) outros e aquela forma “boca-a-boca”, pela qual a Maçonaria, por exemplo, cresceu e prosperou, certamente já estará algo ultrapassada e esta forma de comunicação (e possível codificação) pode indiciar que uma sociedade secreta (uma espécie de irmandade… por que não?…) estará a nascer no tasco onde laboro.

A mim, muito sinceramente, não me parece nem bem nem mal. Mas como sou um gajo curioso e sedento de novidades, agora estou em pulgas para descobrir o que raio se passa com esses mail’s e com esses anéis que aquela malta perde e acha todos os dias. Bom… se isso me render alguma coisa, se calhar vou começar a entrar no emprego com anéis em tudo o que é dedo das mãos e pés (numa soma que, estimo, possa rondar… 63 – partindo do princípio que consigo meter 5 anéis em cada dedo das mãos e que a irregularidade dos meus dedos dos pés não me permite colocar mais do que um… ou dois em cada dedo)… para depois os perder todos… ou ir perdendo, de “moldes” a poder mandar mail dizendo que perdi ou poder perceber o que realemente acontece quando alguém achar algum anel que eu deixe “esquecido” algures na empresa… só naquela de experimentar.

Aí, sim, poderei ver se há mesmo uma congeminação, uma realidade paralela, uma sociedade secreta… uma “Irmandade (dúbia) dos Anéis” no local onde deixo o meu suor todos os dias.

Amanhã começa o meu investimento em bijutaria. Brevemente talvez aqui traga o resultado da minha investigação.

The Moon over Copenhagen

Desde que cheguei de Copenhaga – há pouco mais de uma semana – que tenho andado a finalizar o processo de mudança e instalação na casa nova. Algo que tem sido demorado e algo doloroso mas que, finalmente, está terminado. Estou definitivamente instalado no meu novo poiso.

Estaria agora tudo bem (e eu em condições de dizer isso mesmo) se não estivessem a suceder alguns “percalços” que ultimamente têm perturbado as minhas noites. Sonho imenso e a noite acaba por não render o descanso necessário para voltar ao trabalho no dia seguinte. E como de sonhos se tratam, facilmente estão esquecido logo que soa o barulho do despertador. Estão esquecidos todos os outros mas, feliz ou infelizmente, não o desta noite; talvez por ser mais estranho… talvez por serem agora 8 da manhã, o despertador ainda não ter tocado e a “rábula” ainda esteja fresca na mente, a ponto de ser relatada.

Fui à Lua.

É verdade! O sonho desta noite consistia nisso mesmo. Na minha ida à Lua, não sem alguns (muitos) pormenores bizarros e com todos os exageros que um sonho permite (e que, enquanto sonhamos, achamos estranha e perfeitamente normais… vá lá saber-se porquê…).

A começar desde logo pelo estacionamento do vaivém no parque do prédio onde moram os meus pais. Uma impossibilidade, não só – naturalmente – devido à incompatibilidade entre espaço de parque e tamanho da aeronave mas, acima de tudo, porque a vizinha do 2º andar implica sempre que um carro que não seja dos condóminos lá pára … quanto mais um vaivém…! Há mesmo casos documentados de arremesso de objectos vários e de despejo de águas sobre os "prevericadores". A senhora não brinca...

Depois, ninguém vai à Lua sem a mínima preparação, claro; mas eu lá estava, na tripulação, minutos após ter recebido a notícia de que ia integrar a missão (de que, já agora, nunca conheci os objectivos… ou se calhar… já me esqueci; de uma maneira ou de outra, não faço “puto de ideia” por que raio me meti numa nave espacial estacionada junto ao prédio dos meus pais…!).

Entretanto, a viagem lá começou, muito embora só me lembre da vibração do aparelho e de logo a seguir já me passear em solo lunar (enfim… atalhos só possíveis nos sonhos mesmo), onde tudo se tornou ainda muito mais bizarro. É que, aparentemente, na Lua há grandes… vinhas, cultivadas por alguém que lá foi e decidiu experimentar essa cultura por aquelas “terras”. O cultivo estava bem feito, sim senhor, as videiras devidamente apoiadas e as folhas viçosas… só não havia era uva. Desconfio que fosse por… ser na Lua!!!! Mas há mais. Ao fundo desse grande lote de vitiviniculturas lunares havia um pequeno barracão, onde tínhamos o meio de locomoção ideal para usarmos na Lua: … bicicletas!... Pequenas, nem sequer de todo-o-terreno, e com pneus fraquinhos que tolhia, lá esperavam por nós no barraco e nós lá lhes pegámos.

De repente, dei por mim de regresso à Terra. Mais uma vez, a nave estacionada junto ao prédio onde moram os meus pais (como raio é que o vaivém conseguia entrar e sair?!?) e uma polémica com um elemento da equipa, um homem de… 93 anos que se queixava fortemente por não ter recebido quanto ele esperava pela missão. Tudo isto bem no meio de um velório/funeral de não sei quem, mas onde a má disposição imperava, talvez porque… alguém tinha morrido ou então porque havia um jarreta de 93 anos a mandar vir com tudo e com todos (sem grande pudor ou sentido de luto) por causa de uns dinheiros que não tinha recebido como esperava.

Depois disto acordei.

O sonho já lá vai, a bizarria terminou e da noite só fica esta tremenda dor no pescoço (quiçá, fruto da violência da descolagem do vaivém… ou então só da fraca qualidade da almofada que agora uso… não faço ideia…). Agora é tempo de arranjar uma razão para a estranha noite ter acontecido… e eu acho que a culpa é dos dinamarqueses. Quem mais me poderia influenciar ao ponto de juntar bicicletas (e eles têm-nas às milhares em Copenhaga) e vinho (havia sempre um “representante” português nas cartas de vinhos dos restaurantes – regra geral o “Mateus Rosé”) num sonho passado no cinzento (e distante da Terra) solo lunar?...

Enfim… se calhar sou só eu que ainda não me adaptei à casa, à cama e ao travesseiro e, por isso, ainda perco noites a sonhar com parvoíces. Mas diz-me a experiência que é sempre bom ter um bode expiatório… para que um gajo se sinta melhor consigo próprio… e não tenha de fazer uma grande introspecção tentando perceber por que raio alguém sonha com vinhas na Lua (talvez ainda venha a ser um conceito vencedor… nunca se sabe…) e como seria possível uma nave espacial caber no parque lá do prédio!...