O Método Para Ser Um BOM Marido


Na senda do Serviço Público prestado por este blogue desde a sua origem, aqui vai uma pequena word of advice para homens que estejam a planear contrair matrimónio ou que, já o tendo feito, se tenham apercebido de que ser considerado um bom marido é bem mais complicado do que haviam antecipado.

A chave para ser um bom marido é não ser sempre um bom marido; aliás, na verdade, ser um mau marido é, potencialmente, a melhor política para ser um bom marido. Entendo que isto possa parecer algo complicado de perceber... mas eu explico.

Realmente, não há grande ciência nisto, apenas visão e pragmatismo.

Os homens que se esforçam todos os dias para serem bons maridos (um esforço nobre, diga-se a bem da verdade) lavam a loiça, cozinham, compram objectos de decoração catitas para casa, dão presentes e tentam ter uma surpresa nova diariamente para a a mulher. A consequência disso é só uma: quando alguma destas coisas falha ou simplesmente não acontece, o marido é logo "julgado e condenado"; é um mau marido porque... falhou.

Quem, pelo contrário, se mostra desleixado a maior parte do tempo pode ter mais sorte. É que, quando decide "brilhar" fazendo um miminho ou sendo prestável em casa, fica extremamente bem visto. O que é raro tem sempre mais valor, certo? No casamento, os esforços para ser um bom marido são avaliados da mesma forma.

Isto não invalida que ser sempre (todos os dias, a todas as horas) um bom marido seja positivo. É. Só que exige muito empenhamento, vontade, método e afinco. Nenhum homem tem isso tudo. Sendo assim, o melhor é mesmo jogar pelo seguro e ser, no mínimo, um marido sofrível ou - vá - negligente. Só assim - apesar de parecer paradoxal - se pode aspirar a ser mesmo um bom marido. É estranho mas é verdade.

Pequena Reflexão Sobre Nada (perdão... Sobre Elevadores)


Como se pode comprovar uns poucos de textos abaixo deste ["A Guerra dos Comunicantes"], o objecto/meio de transporte que dá pelo nome de elevador é algo que me fascina. Ainda mais quando percebo que, para além das suas muitas utilidades (transporte de pessoas e bens, rápidos encontros sexuais, etc.), também pode ser um meio de divulgação de comunicados de extrema importância na vida de um condomínio num prédio de 10 andares.


Hoje, por causa de uma vizinha minha, lembrei-me de que há uma visão curosíssima dos elevadores de que raramente nos recordamos ou apercebemos.


A origem disto está no passeio diário que uma vizinha minha, extremamente velha, faz à rua com o seu cão, também extremamente velho. (Na verdade, dada a velhice de um e de outro, fico sempre na dúvida: quem é que leva a passear quem? Mas isso agora nem vem ao caso.) O que eu não gosto é de partilhar o elevador com aquela (extremamente velha) dupla. Há ali cheiros que me desagradam sobremaneira. Daí que evite entrar no mesmo ascensor, como será compreensível, acho eu.


Assim fiz hoje e, para evitar essa viagem fastidiosa, subi pelas escadas até ao 1º andar, "chamando" o 2º elevador (os velhotes - cão e dona - tinham subido no outro). De repente, lembrei-me que sempre que apanhei um elevador de um andar "x" para um outro (que não o meu ou o da saída do prédio), terá sido, invariavelmente, por causa de uma vizinha jeitosa que morasse no mesmo prédio que eu. Digamos que é a cena do raminho de salsa ou da chávena de açúcar. Um mito engraçado que, no fundo, 9 em cada 10 vezes, mais não serve do que para meter conversa com a vizinhança que nos interessa cortejar.


Na verdade, temos de o admitir, os elevadores também servem para isso. Nós é que nunca lembramos... a não ser que, de um momento para o outro, nos "falte" açúcar para o bolo que decidimos fazer assim de repente... e saibamos exactamente a que andar do prédio o vamos pedir, claro.

Pequena Constatação da Grande Falta de Fé do Marco Paulo

Faz-me confusão perceber que o Marco Paulo sempre se tenha afirmado como um homem de fé e, ao mesmo tempo, tenha um mega-sucesso que mais não é que a demonstração na falta de simples confiança na... Humanidade!


«Ninguém... Ninguém...
Poderá mudar o mundo!...»

Pode ser-se mais incoerente?...

O Meu (e MAU) Momento "Absolutely Fabulous" do Dia

Hora: 17:30
Local: Feira Nova, Mem Martins, Caixa 32

As duas (supostas) quarentonas (mas, provavelmente, "cinquenta-e-muit'onas") acotovelam-se uma à outra quando o trintão (eu) chega à caixa, ficando imediatamente a seguir a elas na fila para pagar.

Fazem um olhar supostamente sexy mas que o trintão acha bizarro e, acima de tudo, repugnante, sendo que vem de duas mulheres de inegável mau aspecto, com roupas de lycra coladas ao corpo e pinturas por demais carregadas, disfarçando (mal) olheiras por demais proeminentes.

Uma delas (magra, com cabelo muito oxigenado, óculos escuros postos mas desproporcionais à cara e cigarro por acender ao canto da boca) veste cores garridas, descoordenadas entre si, e vocifera algo como «Já se bebia qualquer coisa, não?». A outra (baixa, atarracada, cabelo mal apanhado, com um cigarro por acender entre dois dedos da mão esquerda e com óculos prescritos de forte graduação colocados na cabeça e não à frente dos olhos onde deviam estar) veste totalmente de preto na esperança de que a cor lhe favoreça as paupérrimas linhas do corpo e responde, alto e bom som, «Não posso beber nada ainda! Estou com muito xixi! Não sei se aguento até à casa de banho e ela é já ali! Oh menina! Despache-se lá a passar os cremes! Não vê que estou apertadinha?!?»

A menina do caixa olha para o trintão com um certo ar de pânico, misturado com o desconforto de ouvir falar em urina na mais improvável das situações para se falar de necessidades fisiológicas. Tenta despachar as duas megeras - decerto as duas piores clientes do dia - para esquecer rapidamente que aquele momento aconteceu de verdade. O trintão limita-se a encolher os ombros em sinal de compreensão. Quando chega a sua vez de pagar, não falam do sucedido mas ambos reparam que as (supostas) quarentonas (mas, provavelmente, "cinquenta-e-muit'onas") afinal não foram à casa de banho (correndo a baixa e atarracada o risco de se urinar pelas pernas abaixo), para voltarem a acotovelar-se num banco a pouco metros dali, comentando em surdina qualquer coisa relacionada com o trintão ou a funcionária do supermercado. Ambos evitam olhar para elas mas não conseguem evitar o asco provocado pela "marcação" das megeras.

Paga a conta, o trintão opta por sair apressadamente para o lado oposto àquele em que as (supostas) quarentonas se encontravam, evitando o contacto com elas e, no caminho até ao carro, pensou apenas e só numa coisa (para tentar aliviar o desconforto): no fundo, tudo não terá passado de um momento assim...



... só que em (muito) MAU.

Alerta aos (Potenciais) Consumidores


Acho que é consensual isto ser uma consequência dos tempos em que vivemos. Os avanços tecnológicos e a criação de novos produtos em todas as áreas implicam (quase que directamente) o surgimento de novas e inúmeras necessidades (ou sensação de necessidade) nas pessoas. E, na verdade, ninguém pode dizer que é a excepção a esta regra… porque não é.

Mais cedo ou mais tarde, todos nós acabamos por ficar de certo modo dependentes de algo que não víamos (ou sentíamos) como necessário há uns anos. Os telemóveis são o melhor exemplo disso. Mas há muitos mais exemplos.

Nesse sentido, vejo-me na obrigação de aqui prestar (mais um) serviço público (como é apanágio deste blogue, desde a sua criação).

Aos dois únicos leitores que ainda vêm a este estaminé (se é que são assim tantos), deixo então o seguinte conselho: (se ainda não experimentaram) não experimentem usar papel higiénico humedecido.

A razão para este alerta é simples. A verdade é que ninguém precisa realmente de usar papel higiénico humedecido mas, uma vez que experimenta, parece ser inevitável colocá-lo nas listas de compras de supermercado até, mais ao menos, … ao fim da vida. Porquê? Porque, a partir da primeira experiência com esse produto de limpeza corporal, não mais o uso de papel higiénico tradicional perece ser tão competente como até ali parecia ser. É que nem a roupa interior parece assentar bem, logo a seguir a usar o papel higiénico tradicional, sem recorrer ao humedecido. Sem se perceber, cria-se uma necessidade até àquele momento inexistente.

Por isso, acho de todo o bom-tom chegar-me à frente e prestar este serviço público que nada tem de má vontade ou reprovação em relação ao produto em causa (deixa a malta limpinha!); apenas e só se destina a incentivar a poupança de uns cobres a quem ainda não sente a necessidade de ter o rabinho limpo com paninhos de fibra humedecidos e com aromas de flores, frutas ou outras essências inegavelmente agradáveis ao olfacto (como convém, dada a função do produto).

Eu bem sei o dinheiro que vou deixar de poupar até ao resto da vida. Sim… eu já me apercebi que estou no “ponto de não-retorno” e fiz as contas… Logo a seguir, curiosamente, até fui à casa de banho… E voltei de lá limpinho!... Uma maravilha!...

Sachs V16, by GNR

Como praticamente todos os portugueses, nos últimos tempos tenho-me questionado se o país está realmente mais perigoso ou se já era pouco seguro e, na verdade, o que se passava é que ainda ninguém tinha reparado que isto andava meio a "ferro e fogo" (e, já agora, à facada, à murraça, ao tiro e ao carjacking também).

Até hoje (dia em que o Presidente da República homenageou a GNR), ainda não tinha chegado a nenhuma conclusão de especial. Mas isso agora mudou.

O que eu acho é que o país não está particularmente mais perigoso, mas sim que são os criminosos que percebem (com alguma razão, digo eu) que a conjuntura lhes é cada vez mais favorável. E baseio a minha opinião unica e exclusivamente nesta foto.



Ora... deixa-me cá ver se eu percebi bem... Há 16 guardas da GNR encavalitados nesta mota (que tenho a certeza de que não hesitariam em multar qualquer outro tipo que levasse mais do que um passageiro num veículo semelhante em qualquer outro dia ou qualquer outra situação do quotidiano). E estes 16 militares estão a provar o quê...? A mim parece-me que será uma de duas coisas: 1) «Olha mamã... Aquilo que eu consigo fazer com os meus coleguinhas do trabalho!!!» 2) Que têm bom equilíbrio - sim senhor - mas que para ter esta destreza é preciso treinar muito e que, enquanto treinam, estes GNR's não estão a zelar pela segurança de ninguém. (Ah!... para além desta façanha, estes motards da GNR também passam por arcos de fogo e alguns fazem o pino em cima da mota enquanto o 2º elemento da equipa a conduz. Também é giro, embora ache que dificilmente alguma vez uma brigada da Guarda venha a precisar de fazer uma perseguição a perigosos meliantes literalmente de pernas para o ar.)

Se eu fosse criminoso, gostava muito de ver a GNR fazer estas acrobacias... mas não podia perder tempo a assistir ao espectáculo, porque desatava a ir desempenhar as minhas funções "profissionais", facilitadas pela ausência de pelo menos 16 agentes da autoridade nas ruas de Portugal.

Não consta que a PSP tenha também uma unidade de motards habilidosos como a GNR mas foi numa esquadra da Polícia que uma maralha entrou há dias à vontadinha e, pelos vistos, deu cabo do canastro a um outro tipo que lá entrou em busca de protecção... que o ÚNICO agente que por ali estava àquela hora não pôde providenciar. Afinal, onde estavam os outros PSP's? A GNR ainda tem a desculpa de estar ocupada a fazer maluquices em cima de motas. Mas a PSP não. E enquanto assim for, quem ganhará serão sempre os criminosos... por "falta de comparência" do adversário.

A Guerra dos Comunicantes


Tenho seguido com particular interesse a mais recente polémica do meu prédio. Na verdade, é sempre bom estar ao corrente de qualquer polémica, principalmente quando se passa no edifício onde se vive. Digamos que dá jeito.

Tudo começou há uns meses, quando, certamente por falta de quórum em reuniões anteriores, a administração de condomínio lançou um comunicado (que mais não era do que uma convocatória – alguém na administração confundiu os dois conceitos, lamentavelmente) que foi colado no interior dos elevadores do prédio (há dois, lado a lado). Não sei se a reunião seguinte teve quórum mas, na minha opinião, aquele primeiro “comunicado” era desde logo um mau prenúncio, visto que gosto tanto de reuniões de condomínio que convocar-me para uma só pode ser comparado a algo como tentar convencer um vitelo a visitar um matadouro.

Como já disse, não sei se essa reunião de condóminos teve o quórum desejado pela administração (obviamente, eu não fui; nunca vou) mas sei que, mesmo que tenha tido, há um problema de comunicação entre os moradores do meu prédio, não resolvido (nem resolúvel) em qualquer reunião. Em consequência disso, aparentemente, há muita coisa que fica por dizer entre vizinhos. Ultimamente, então, tem-se percebido que a coisa é mesmo séria.

Há umas semanas, foi colado um novo comunicado nos elevadores. Alertava-se os moradores do prédio para a necessidade de se fechar sempre a porta do átrio, porque o contador da água do rés-do-chão tinha sido (e passo a citar) «roubado» (fim de citação) por alguém que se aproveitou da porta não ter sido convenientemente fechada durante a noite. No entanto, pouco tempo depois, alguém escreveu à mão no fundo da folha impressa, a bem da exactidão dos termos jurídicos a usar numa ocasião destas, «O contador não foi roubado, foi FURTADO!». E, depois disto, mais gente (caligrafias todas diferentes) aproveitou para reivindicar reparações nos elevadores e no comando eléctrico da dita porta do átrio, para reclamar do barulho feito por alguns vizinhos do 7º andar e (já agora!) exigir a troca de lâmpadas fundidas no 3º. O “comunicado” virou “petição”, portanto.

Esta semana, surgiu um novo “comunicado”. Não vinha assinado, também era escrito a computador e foi colado (como os outros) nos elevadores. Mas este era diferente. Este último não era “só” um comunicado. Logo no cabeçalho lia-se «COMUNICADO IMPORTANTE». Mesmo que não fosse (e não era), aparentava ser, à partida, mais importante que o comunicado anterior, que apelava ao cuidado com a segurança de todos. No entanto, o assunto “mais importante” do que os… furtos (não roubos… furtos) no prédio era a chamada de atenção aos moradores dos “A’s” (eu moro num “D” – não era nada comigo) dos «andares superiores» (superiores a qual andar???) que possuam cães para o facto de haver roupa lavada e estendida a ser suja com urina dos animais, vinda «das varandas de cima». Isto criou uma verdadeira comoção no prédio. Ele foi gente a escrever em baixo que dava jeito o comunicante especificar a quem se dirigia o alerta/ralhete sobre a urina de cão… mas também a queixar-se de malta que estende roupa ainda pingar e que também molha a roupa dos andares inferiores (inferiores a que andar, caraças???), a gozar perguntado para que servia estender roupa seca e não molhada, com direito a resposta azeda ao gozo e contra-resposta a gozar um pouco mais… até que alguém (sempre caligrafias diferentes, volto a lembrar) pediu encarecidamente que se começassem a colar folhas em branco abaixo dos comunicados para se poder escrever mais (e – acrescento eu – melhor!), a bem da “sã” comunicação entre vizinhos.

Até agora, tenho sido um mero observador. Não escrevi qualquer dos comunicados nem em qualquer dos comunicados. Mas estou tentado a alterar a minha postura.

A minha ideia é superar a já alta fasquia da coisa lançando um «COMUNICADO IMPORTANTÍSSIMO» (ou «SUPER-MEGA-IMPORTANTÍSSIMO», para ter a certeza de que ninguém fará melhor nos próximos tempos), com os seguintes dizeres:

Comunica-se que este comunicado tem 3 linhas de texto e 3 folhas.Comunica-se ainda que estas 3 linhas de texto servem para comunicar que o restante espaço livre poderá ser usado pelos moradores para comunicarem aquilo que bem lhes dê na real telha ou gana. Obrigado.

Se levar esta minha ideia avante, aqui trarei os resultados da minha iniciativa, que espero venha a ser um sucesso, claro.