Manisfesto Anti-Luz Temporizada no WC


Os cafés, restaurantes, bares e até os centros comerciais gastam milhares de contos de reis (gosto deste saudosismo dos escudos e dos contos... dos "mil'réis" e afins) em electricidade em verdadeiras paneleirices mas para compensar, decidem-se a poupar uns cobres em electricidade nas coisas em que não faz sequer sentido poupar um centavo (mais uma vês.. o saudosismo...).

Fui almoçar a um restaurante simpático, com pouca clientela mas com uma boa ementa.
Esta parte não interessa "puto"... por isso... avante.

A páginas tantas, vou à casa de banho.
Abro a 1ª porta, liga-se uma luz... Porreiro!
Passo a 2ª porta, liga-se mais uma luz, sem que eu faça o que quer que seja... PORREIRO!

A malta fica contente porque, assim (com lâmpadas comandadas por sensores de movimento), não tem de andar a olhar para as paredes todas em volta à procura do malfadado interruptor que nem sempre está em condições de ser manuseado.
É uma casa-de-banho, certo?...

A parte chata vem depois, quando o pessoal está fazendo o que se propôs desde que a chamada mijinha adquiriu o estatuto de "Maior-das-Prioridades-à-Face-da-Terra".

Ora... (vou tentar não ser demasiado descritivo... sou um gajo tímido...), chegados ao momento sagrado do verter das águas (também conhecido por expressões como "mudar a água às azeitonas", "ligar a torneira", "pôr os susquins a zipar" - esta foi a mais estranha que alguma vez ouvi -, "derramar as mágoas", entre outras), a única coisa que qualquer "matxo" NÃO QUER... é ser, de alguma forma, perturbado.

O que me aconteceu hoje foi que, poucos momentos depois de ter iniciado essa muy nobre actividade do vazamento da bexiga, a luz... apagou-se!...

«Qu'é'sta merda, pá?!?!?!...»

Um gajo fica à "nora", ainda para mais com o... "coiso" na mão!

Só alguns momentos de verdadeira confusão depois me lembrei da pôrra dos sensores e (ainda - e sempre - sem deixar fugir o "respectivo" - isso é que não!...) lá abanei a cabeça para que o sensor "visse" que eu estava ali. A luz voltou a ligar mas um momento que se queria de paz, relaxamento e até de valioso alívio físico... estava irremediavelmente arruinado.

Voltei para a mesa (só depois de cumpridas as obrigações higiénicas, claro!... o que é que pensaram?!...), a pensar que, afinal, há coisas em que a inovação não deveria permitir pormenores de tão grande zelo, na defesa das contas de electricidade dos proprietários destes negócios. Para eles é bom, mas para quem se vê perdido bem a meio de um momento tão importante... é uma merda.

Cheguei mesmo a lembrar-me da anedota do bêbedo que chega a casa e vai mijar ao frigorífico e que se queixa de que a luz da suposta casa-de-banho se desligava mal fechava a porta.
Anos mais tarde, esse flagelo volta... mas curiosamente, não para os alcoolicamente bem dispostos.

É que um gajo com os copos, nunca consegue estar com a cabeça 2 segundos parada (a sério... parece que o mundo não para de girar... mas na verdade, é a cabeça que não se aguenta quieta).
Estivesse eu fortemente com os copos... e a minha mijadinha não tinha sido perturbada daquela maneira. Assim, não, pá!...

Abaixo os sensores e temporizadores das lâmpadas dos WC's!


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