A "lasagna" e a Guerra no Iraque


Nota prévia:

A minha ausência ontem deve-se a este post; à sua preparação, execução e apresentação pública.
Esta é uma tese criada especialmente para ser defendida numa tertúlia que me incumbiu de «dizer umas coisas» num jantar (que teve lugar ontem à noite). Como (quase) sempre, esta minha teoria está fundamentada em pressupostos imbecis e irresponsáveis pesquisas, nas quais a veracidade dos factos será potencialmente inexistente; ou seja, o que adiante for lido... pode ser só uma data de balelas.
Mas... que raio... Este blog não é assim desde o início mesmo?!?...

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Dignissimos Membros da Tertúlia:

Tenho tanto prazer em aqui estar como tive em aceitar o convite para comer completamente à borla, tendo, para isso apenas de pagar a minha parte nos ingredientes que compõem o prato principal, trazer «alguma coisita para beber» e, claro, preparar uma tese – esta que vos apresento agora – para merecer estar neste momento a, repito,… comer à borla.

Ora… sendo o prato principal uma lasagna, decidi então que esse facto poderia muito bem ser destacado… obviamente, para o bem da clarificação da importância desta iguaria nos destinos do mundo, tal como o conhecemos.

Tenho para comigo a fervorosa crença de que a lasagna – sim, a lasagna – poderia ter impedido a recente Guerra no Iraque.

Para quem está com a moleirinha confusa com esta contundente afirmação (que também pode ser intitulada de “Bitáite Imbecil”, o que até me deixaria, de certa forma, orgulhoso - confesso)… passo a explicitar as vastíssimas ramificações que me levam a chegar a esta (aparentemente estranha) conclusão.

Normalmente, vista como uma especialidade italiana, a lasagna tem origem num procedimento… grego, na altura chamado de “laganon”, que designava o corte da massa (que, curiosamente, até foi inventada pelos chineses, em tempos imemoriais) mais tarde usada pelos romanos num prato a que deram o título de “laganum”; semelhante à actual lasagna, mas feito todo no forno e não com ingredientes cozidos e depois gratinados.

Mas mais vim a saber quando me debrucei sobre esta interessantíssima temática.

A carne picada – confesso – não descobri quem se lembrou de a criar, mas tenho a tentação de pensar que, recuando à pré-história, iríamos chegar à conclusão de que um infeliz acidente, em que a má disposição de um Neandertal e a fomeca de um outro terá dado origem ao gosto pela carne previamente despedaçada (no caso, também deglutida e regurgitada) e misturada numa amalgama de outros alimentos.
(Ah… e, como se sabe, a vida humana começou em África…)

O tomate tem origem no México (quem diria?!?...), a cebola, no antigo Egipto (depois trazida para a Saxónia, para Roma e mais tarde, já na Polónia - constituída como um território autónomo -, o rei Stanislau terá inventado aquela que é a sopa que mais gases e diarreias terá provocado no mundo até hoje: a Sopa de Cebola.

Para dar um cunho transalpino a esta miscelânea de ingredientes, os italianos juntaram então o azeite (que eles próprios inventaram), mas o vinho… que até poderia ser feito lá… não foi certamente criado por eles, sendo essa invenção disputada por gregos, chineses e até – imagine-se – pelos quase sempre ignorados georgianos.

Ou seja, contas feitas, tudo junto, condimentado e posto no forno… a lasagna não é só uma especialidade culinária.

Não!... É um testemunho… global.
Um “mundo inteiro” em duas, três ou quatro camadas de... história.
História de povos e costumes, de civilizações e sociedades.

Daí que me pareça lógico que alguma vez – num futuro próximo, acredito – a lasagna venha a ser designada como Alimento Oficial das Nações Unidas, dada a alargada abrangência mundial que os seus ingredientes lhe conferem.

Essa designação poderá até nem ser demasiado complicada, já que, sendo a sede da ONU em plena cidade de Nova Iorque (que tem na comunidade italiana a 2ª maior comunidade estrangeira - apenas atrás da irlandesa), o lobby transalpino facilmente conseguirá convencer Kofi Annan a tomar essa medida de fundo, que há muito merece ser tomada (ou então não…).

Quanto à minha declaração inicial… não tem nada que saber.

Se a lasagna for (como, de resto, merece) designado como o Alimento Oficial das Nações Unidas…
E se as Nações Unidas podiam ter impedido a Guerra no Iraque…
Logo… A lasagna podia (e devia) ter impedido a Guerra no Iraque!...

A mim… parece-me claro.
Mas aguardo as vossas opiniões.

3 inSensinho(s) assim...:

so disse...

pressupostos imbecis... he he, gostei!!

confesso que achava que a sopa que mais gases vinha provocando desde os primórdios era a sopinha de feijão, mas... isso não interessa nada. o que interessa é que, sendo assim, então podemos concluir que o Garfield podia ter impedido a guerra no Iraque. ;)

K@ disse...

Uma bela dedução, sem dúvida...

...mas que me deixa com algumas reservas.

É que me parece que o Garfield estar-se-ia muito bem borrifando para a Guerra, se fosse hora de sesta, de comer, de dar um chuto ao Odie ou de mandar o Nermal para Abu-Dabih... ou seja... SEMPRE.

:-)

so disse...

pois... de facto. bem, então podemos concluir que o grafield teria impedido a guerra no iraque porque... ele já teria comido o iraque! e a lasanha, e tudo o que possa ser mastigado...! :P