"buaquinho" no "bônsu"


Mesmo consciente da pequenez da minha importância, acho que falarei por muitas “almas” (especialmente masculinas) quando afirmar que há poucas coisas no mundo que nos irritem mais do que o surgimento de um furo (rasgo ou buraco, como quiserem apelidá-lo) nos bolsos das calças.

Como deve ser perceptível, eu sou uma das mais recentes vítimas desse flagelo.

Para quem guarda os objectos mais diversos nessa divisão das calças, é um martírio sem igual. Eu, por exemplo, sou das pessoas que nesses bolsos guarda as chaves e o telemóvel, acima de tudo (o que, para além de ser prático, tem as duas clássicas vantagens de ser um “vibrante” prazer sempre nos ligam e de nos fazer parecer mais bem fornecidos de “masculinidade” do que por vezes somos…). Acho que é uma coisa mais de gajo mas acredito que as gajas – embora menos – também usem, à sua maneira, o bolso do chamado jean.

Mas… quando menos se espera… (como é difícil fazer esta onomatopeia!...)
“RRRRAAAAAASSSSSSGGG!!!” (confesso que não consegui melhor… peço desculpa!...)

E tudo se complica sobremaneira a partir desse momento. Pôr as mãos nos bolsos (esse gesto tão comum) passa a ser quase proibido, porque – das duas, uma – ou rasgamos mais ou… rasgamos mais!...
O que – em qualquer uma das situações –, convenhamos, é mau.
Pior é quando somos uns perfeitos anormalóides (como eu), nos esquecemos de que o rasgo lá está e… “lá vai disto!...”, mão ao bolso… e… “rrrrraaaaaaaassssggg!”. Mais um bocado!...

Quanto maior se torna o buraco, mais impossível se verifica a tarefa de guardar coisas na algibeira, principalmente por causa do desconforto. As pontas das chaves começam a tocar na pele da parte interior da perna, as moedas (para o café) caem ao chão (não sem antes percorrerem toda a perna da calça), saindo junto ao pé… coisa embaraçosa… e a chegada de uma chamada (ou mensagem) ao telemóvel começa a ser um evento deprimentemente mais agradável, a cada milímetro de diâmetro que o buraco vai ganhando.

É nessa (degradante) fase que se encontra o buraco do bolso direito das minhas calças de ganga. Calças que tanto jeito me dão mas que nos últimos dias já me proporcionaram a perda de 3€ e mais uns cêntimos de trocos, umas contorções em plena rua (com origem na zona da virilha e direito a música de acompanhamento providenciada pela TMN) e umas quantas situações de ter de meter a mão ao bolso, só para tirar as chaves do Punto, porque me estão a fazer cócegas (desagradáveis) na parte de dentro da coxa.

É mau. Eu sei.

Mas pior será quando, por fim, até algum lenço de papel (ou mesmo um pacote de lenços inteiro) se “espípe” pelo – então – ENORME buracão, alargado por dezenas de vezes em que ponho a mão ao bolso, esquecendo-me que o forro dele está rasgado.

Aí... talvez seja hora de mandar coser o bolso.

Intencionalmente, deixei “de fora” um aspecto importante da questão que interessaria, certamente, a alguns leitores, mas como não sou sócio (nem simpatizante) do CFFPBB (leia-se Clube de Fãs e Fervorosos Praticantes do Bilhar de Bolso, clube filiado numa secção desconhecida Federação Portuguesa de Bilhar Alternativo), não vou versar sobre a temática da execução intencional de buracos nos bolsos das calças, para que seja mais cómoda e – qui ça – mais eficaz a prática desse “desporto radical” que é o Bilhar de Bolso; modalidade (estranhamente... ou não...) com muitos adeptos no nosso país.

Caso assim o desejem, que falem eles disso… mas, por favor, não aqui no burgo … que apesar de ser como é… ainda é um blog que pretende manter um certo bom-nome… enquanto for possível, claro.

2 inSensinho(s) assim...:

Didas disse...

Fizeste-me lembrar uma cena curtidíssima! Aqui há uns anos um chefe meu estava connosco num restaurante, todo armado aos cágados tipo "eu é que sou o gajo bom daqui", quando resolve guardar as moedas do troco no bolso e aquilo cai-lhe tudo pelas calças abaixo!
:-)

K@ disse...

Mais uma vez, sinto que os objectivos deste blog vão sendo cumpridos!...

:-)