A malta, quando é pitorra e anda na primária, aprende uma data de rimas meio estranhas que, na minha opinião, não só não cumprem o efeito desejado (de que os putos aprendam a articular melhor e mais rapidamente as palavras), como têm efeitos secundários nefastos ao desenvolvimento da criançada, devido aos desarranjos intelectuais (autênticos nós mentais) que a confusão de vocábulos semelhantes há-de provocar naquelas cabeças de dimensões reduzidas.
Atente-se no exemplo seguinte:
O tempo perguntou ao tempo
quanto tempo o tempo tem.
O tempo respondeu ao tempo
que o tempo tem tanto tempo
quanto o tempo o tempo tem.
Ora… ao cruzar-me de novo (tantos anos depois) com esta rima pateta, a minha alma inquietou-se. É que há toda uma realidade que esta cantilena simplesmente ignora de uma forma escandalosa. As formigas.
Ok… eu dou uns segundinhos para que o Insensato Leitor volte a ler tudo desde o início para tentar perceber melhor de onde vem esta referência às formigas… mas creio que vá continuar confuso, só com essa releitura.
A relação das formigas com o tempo tem de ser, forçosamente, diferente da nossa. Uma amiga minha diria que as formigas nem sequer se importam com o tempo, mas eu acho que isso só acontece porque não usam relógio de pulso; caso contrário…! Mais a mais (e voltando à percepção que as formigas terão do tempo), parece-me claro que o tempo para estes simpáticos insectos que, de tempos a tempos, nos empestam as casas, passa bem mais devagar.
Esta minha conclusão aflui de uma observação empírica que espero algum dia venha a ter peso científico, caso algum caramelo decida estudar este fenómeno. Pá... ver o comportamento da formiga quando se desloca, em carreiro bi-direcional, é fascinante! E é nesse preciso momento que me parece ser mais evidente que o tempo delas é muito diferente do nosso.
Quando se cruzam umas com as outras, as formigas param e comunicam entre si. No entanto, essa reunião não dura mais do que um segundo, sendo por vezes bem mais curta do que isso (fracções de segundo, portanto). Ora… qualquer um sabe que um segundito mal dá para dizer “Olá, pá! Tudo bem? Como é que vai isso?”, quanto mais para ter uma conversa minimamente decente! Onde é que fica a conversa mole sobre o tempo, a famelga, o trabalho, os feitos e as banalidades da vida? E, temos de ver bem isto, as formigas têm muita coisa para dizer acerca de qualquer um destes temas. Se, para nós, chuvisca qualquer coisa, para elas isso é uma catástrofe natural de grandes dimensões; família… sabe Deus quantos irmãos, tios e primos cada formiga terá…; trabalhar é a ÚNICA coisa que elas fazem 24h/dia (devem ter muitas estórias para contar, então); levantar 70 vezes o seu próprio peso é um feito do caraças… se eu conseguisse fazer tal coisa, falava disso com toda a gente – conhecida ou desconhecida – que encontrasse na rua!... e, banalidades, devem ser tão importantes para as formigas quanto para nós, não?
Logo, se elas falam naquele ínfimo momento… devem fazê-lo de uma forma para nós tão acelerada que só pode ser possível que o tempo para elas corra muito mais devagar, caso contrário não se entenderiam.
O inverso deve acontecer, por exemplo, aos caracóis e às lemas que, por isso, deverão estar no extremo oposto desta questão. Para esses… ranhosos (e penso que posso usar este termo sem o habitual sentido depreciativo) o tempo deve passar bem mais rápido que para nós (e MUITO mais depressa do que para as formigas rabigas), porque tudo ali é feeeeeeeeito cooooom uuuuuma caaaaaaalma beeeeestiaaaaal!... Andar 1 metro pode levar umas quantas horas, mas eu aposto que isso de andar a 23cm/h deve ser uma emoção do camandro para a caracolada!...
Enfim… nada disto está provado… e é pena que não esteja. Seria interessante saber quanto tempo o tempo tem para esta malta toda!... Não…?... Ok…
Só uma pequena nota final… Eu e a minha irmã, quando éramos putos, fazíamos corridas de escaravelhos. Acredito que eles devem ter a mesma percepção do tempo que nós (até porque andavam e corriam que se fartavam e tal… e ainda comunicavam entre si durante um tempo considerável), mas eles também não usam relógios de pulso…
Ora… ao cruzar-me de novo (tantos anos depois) com esta rima pateta, a minha alma inquietou-se. É que há toda uma realidade que esta cantilena simplesmente ignora de uma forma escandalosa. As formigas.
Ok… eu dou uns segundinhos para que o Insensato Leitor volte a ler tudo desde o início para tentar perceber melhor de onde vem esta referência às formigas… mas creio que vá continuar confuso, só com essa releitura.
A relação das formigas com o tempo tem de ser, forçosamente, diferente da nossa. Uma amiga minha diria que as formigas nem sequer se importam com o tempo, mas eu acho que isso só acontece porque não usam relógio de pulso; caso contrário…! Mais a mais (e voltando à percepção que as formigas terão do tempo), parece-me claro que o tempo para estes simpáticos insectos que, de tempos a tempos, nos empestam as casas, passa bem mais devagar.
Esta minha conclusão aflui de uma observação empírica que espero algum dia venha a ter peso científico, caso algum caramelo decida estudar este fenómeno. Pá... ver o comportamento da formiga quando se desloca, em carreiro bi-direcional, é fascinante! E é nesse preciso momento que me parece ser mais evidente que o tempo delas é muito diferente do nosso.
Quando se cruzam umas com as outras, as formigas param e comunicam entre si. No entanto, essa reunião não dura mais do que um segundo, sendo por vezes bem mais curta do que isso (fracções de segundo, portanto). Ora… qualquer um sabe que um segundito mal dá para dizer “Olá, pá! Tudo bem? Como é que vai isso?”, quanto mais para ter uma conversa minimamente decente! Onde é que fica a conversa mole sobre o tempo, a famelga, o trabalho, os feitos e as banalidades da vida? E, temos de ver bem isto, as formigas têm muita coisa para dizer acerca de qualquer um destes temas. Se, para nós, chuvisca qualquer coisa, para elas isso é uma catástrofe natural de grandes dimensões; família… sabe Deus quantos irmãos, tios e primos cada formiga terá…; trabalhar é a ÚNICA coisa que elas fazem 24h/dia (devem ter muitas estórias para contar, então); levantar 70 vezes o seu próprio peso é um feito do caraças… se eu conseguisse fazer tal coisa, falava disso com toda a gente – conhecida ou desconhecida – que encontrasse na rua!... e, banalidades, devem ser tão importantes para as formigas quanto para nós, não?
Logo, se elas falam naquele ínfimo momento… devem fazê-lo de uma forma para nós tão acelerada que só pode ser possível que o tempo para elas corra muito mais devagar, caso contrário não se entenderiam.
O inverso deve acontecer, por exemplo, aos caracóis e às lemas que, por isso, deverão estar no extremo oposto desta questão. Para esses… ranhosos (e penso que posso usar este termo sem o habitual sentido depreciativo) o tempo deve passar bem mais rápido que para nós (e MUITO mais depressa do que para as formigas rabigas), porque tudo ali é feeeeeeeeito cooooom uuuuuma caaaaaaalma beeeeestiaaaaal!... Andar 1 metro pode levar umas quantas horas, mas eu aposto que isso de andar a 23cm/h deve ser uma emoção do camandro para a caracolada!...
Enfim… nada disto está provado… e é pena que não esteja. Seria interessante saber quanto tempo o tempo tem para esta malta toda!... Não…?... Ok…
Só uma pequena nota final… Eu e a minha irmã, quando éramos putos, fazíamos corridas de escaravelhos. Acredito que eles devem ter a mesma percepção do tempo que nós (até porque andavam e corriam que se fartavam e tal… e ainda comunicavam entre si durante um tempo considerável), mas eles também não usam relógios de pulso…
0 inSensinho(s) assim...:
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