Post Prolixo


Não ‘postei’ mais cedo porque os últimos dias para mim têm sido perfeitamente calamitosos. Nada que não passe… mas há que passar por eles também, certo? Só é chato é que um gajo fica um “petit-peut” cansadote.

No entanto, e sendo que estes dias me têm parecido eternais ao ponto de julgar mesmo que nunca mais chegam ao fim, surgiu-me (por intermédio do admirável processo da auto-sugestão) a ideia de escrever em torno desse belo vocábulo “à beira-gramática plantado” que é a palavra “prolixo”.

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do Latim, Prolixu; adj.; difuso; demasiadamente longo; superabundante na expressão até se tornar fastidioso e obscuro»

Ora… De facto, os meus dias têm sido… prolixos, sem dúvida.

8 da matina… toca o despertador, colocado junto à cama. E, voltar a ela [à cama, entenda-se], só lá para a uma da manhã!… Isto, se o sono entretanto tiver sido um gajo porreiro e aparecido para cumprir o seu papel, obviamente. Pelo meio ficam várias horas a escrever palavras tão (ou mais) sem nexo do que estas que lidas são neste burgo azul e imbecil, duas ou três discussões sobre o sexo dos anjos pela via do tema “visão de futuro para a instituição” a cada ofício que se escreve e outras várias horas a não fazer "nenhum", quando o que mais apetecia era fazer alguma coisa de jeito mas parece ser melhor estar parado que é para não fazer desgraças. Tudo isto à espera de que o sono compareça para mais uma noite que, sei de antemão, será cheia de sonhos parvos e também eles... prolixos. A isto chamo eu um dia super-mega-estupido-prolixo. Um dia… normal, portanto.

O giro da coisa é que eu até nem desgosto de algumas coisas prolixas.

A prolixa ladainha dos "vendedores da banha da cobra", que nunca mais acaba, mas a cada minuto que passa se torna estranhamente mais interessante, é o perfeito exemplo disso.

Tudo nessas conversas sobeja e transborda de inutilidade. Ele é pomadinhas para aliviar as dores ciáticas... facas para cortar manteiga em dia de sol… fivelas que humanamente são impossíveis de colocar num cinto… livros de aprendizagem de equitação para maiores de 78 anos… Enfim, todo um “mundo” de oportunidades que vale a pena desperdiçar.

No entanto, até há quem seja esperto e lucre à força toda com os mais recentes métodos de "venda da cobra". Os InSensatos Progenitores são um espectáculo na mestria que demonstram neste particular. Fartam-se de passear à borla (ou quase) para tudo o que é sitio deste País e do Estrangeiro (que, como é sabido, é ali uma terra ao pé de Badajoz, quando se vira à direita, como quem vai a caminho da fronteira de Valença, em direcção a Tordesilhas), à custa dos coitados dos charlatães dos tempos modernos. Eis o meu mais recente diálogo ao teleportátil com eles…

- Tô?
- ‘Atão, Quinito?
[
se alguém gozar com isto do “Quinito”… eu JURO que fecho o blog e não volto mais!!!...]
- Está tudo bem?
- Está!!! Adivinha onde a gente está?!?
- …?
- Em Castelo Branco!!! A comer bem! No Hotel “x”!!
- Castelo Branco?!?
- Sim! A gente veio numa daquelas excursões…
- E vão ter de ouvir aquelas cenas das vendas de tachos, não?
- Oh! Deix’-ós falar!... Já estão ali há uma hora a convencer mais de metade da malta e a gente veio aqui pró cantinho comer uns queijitos…! É só ir acenando com a cabeça de vez em quando que eles pensam que a gente está a gostar e depois não compramos nada!
- Estou a ver…
- E assim com’assim… a gente passeia!

E assim sucedeu quando foram ao Gerês, ao Ribatejo… e até a Madrid!

Ora… sendo assim, não sei quem vende a "banha da cobra" a quem… mas isso pouco importa.

O que e me interessa a mim é só que o facto de todos nós pararmos mesmo para, de vez em quando, ouvir estes “mais escusados dos escusados” faz-me ter esperança que este blog ainda tenha um futuro… por muito prolixo (ou simplesmente pavo) que seja o que eu escrevo.

Pensando bem… este InSenso está… prolixo. Por isso, acaba aqui… ou então, mandem-no… “pró lixo”!*

:-)


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A Gerência admite que esta "punch line" é OFICIALMENTE o fim mais foleio e forçado de todos os tempos aqui no InSenso Comum. Pelo facto, o InSensato Autor apresenta as suas mais respeitosas desculpas ao InSensato Leitor, que culpa não tem de a falha na "psique" de quem escreve seja, também ela, algo de muito prolixo.

0 inSensinho(s) assim...: