É uma frase emblemática destes 29 anos, alguns meses e mais uns trocos que já conto, embora não possa afirmar quantas vezes a ouvi durante a minha existência. No entanto, não se pense (pelo simples facto de não me lembrar com exactidão da quantidade de vezes que esta máxima se cruzou comigo – ou, mais correctamente, me bateu de frente “nas trombas”) que toda e qualquer oportunidade aproveitada por alguém (e foram muitos – e muitas – “alguém’s”) para me chamar parvo tenha sido em vão! Não, senhor!
Eu sou um gajo parvo, contra esse facto não há argumento; nem sequer da minha parte. O que me chateia é que me digam que sou MEIO parvo. E chateia-me porque não sei bem o que isso quer dizer.
Que um gajo seja parvo, tudo bem. Um gajo armar-se em parvo, também. Agora, … ser meio parvo ou armar-se meio em parvo… não só é estranho como há-de ser complicado como o caraças!... Estou em crer que o esforço deve ser equivalente assim a uma espécie de tentativa de fazer ponto de embraiagem de um carro potente numa ladeira de inclinação máxima. Temos de dosear muito bem (digo mais, com uma precisão impecável) o pedal do acelerador, pois se dermos pouco “gás” ao bólide, ele vai abaixo, se dermos muito, o carro arranca sem dó nem piedade, o que não dá jeito nenhum se tivermos outro carro à frente.
Ser meio parvo deve ser, então, uma coisa mesmo difícil de alcançar. Eu… não sei se consigo, confesso. Se já o fui, foi sem querer. Se não fui… foi porque não consegui (pese o facto de também nunca ter tentado).
A esta coisa do “meio parvo”, juntam-se outras expressões também elas intrigantes, como são os casos de “meio tosco” (defendida pelo indefectível Gabriel Alves, nos jogos de futebol – com jogadores nórdicos e africanos – que comenta), “meio tolo” (muito aproximada a “meio parvo”), “meio cagarolas” (para malta que talvez seja cobarde… mas não muito), “meio tontinha” (usualmente alusiva a gajas que estejam com um ataque de histeria ou com um agudo sindroma pré-mesntrual… mas isso nunca seria “meio”, mas sim “muito”, não?!)… e poderia estar aqui todo o dia com isto… mas não me apetece.
A conclusão a que eu quero chegar com isto é a de que essa coisa do “meio isto” ou “meio aquilo” deve ser uma espécie de forma frustrada de insulto-extra ao insulto original, para dar cabo da cabeça a um gajo, que não só é parvo (ou algo parvo) como nem sequer é capaz de chegar à plenitude da parvoíce. É um atestado de incompetência, portanto, que acaba por elogiar mais do que ofender, visto que o gajo, se não é um parvo completo, não é assim tão parvo como se quer fazer parecer.
Mas o mais estranho é que nunca ouvi tal coisa associada a coisas boas. E, isso sim, seria um belo de um insulto! Exemplo: “Tu és meio inteligente, não és?”. Ora… mandar esta bujarda seria o mesmo que dizer a um magano qualquer que se não é inteligente é porque não é apto para tal. Tipo “faltou-te um bocadinho assim…”.
Ou seja, se me quiserem insultar (e eu até lido bem com um insulto catita, feito com afinco e tal), façam-me é o favor de não me chamar “meio parvo”, ok? Isso nem sequer é coisa que se diga, pá!... Eu até arrepio caminho a vossas excelências (tantas que serão, acredito), ávidas de me caluniar, e admito já que sou completamente parvo e que nada ficou pela metade no meu processo de “parvorização”. Agora, fáxabôre insultar, sim?… mas isso que seja coisa com qualidade, está bem?
6 inSensinho(s) assim...:
Peço desculpa pela continuação da parvoíce, mas entretanto lembrei-me...
… em qual das seguintes formas gráficas deve isto apresentar-se?...
- “Meio parvo”?
- “½ parvo”?
- “0,5 parvo”?
ou
- “50% parvo"?
É que... fiquei na dúvida...
mas pera aí...
quer dizer...
tu és meio parvo, não és?
:)
eu cá gostei do 50%parvo!
ora bem, já que é para insultar e sem "meias" medidas, tenho a dizer o seguinte: os meios de navegação deste blog são uma caca! e porquê? oras... porque quando se entra na página dos comentários dos posts não há forma de voltar à página principal do blog sem recorrer ao retroceder do browser. tá mal, tá mal. podias meter aqui um linkzito para voltar à homepage. uhm? não? não?
Existe uma forma gráfica que ainda não descobriste que é o ..............................................................................SEMI PARVO.
um abraço
Ora bem...
Em resposta ao pertinente comentário/insulto da InSensata Calózita, resolvi fazer de novo obras aqui no burgo.
Já na altura da pinturas das peredes com este novo azul e na colocação do parquet - para a malta não ter de limpar os ao entrar aqui - tinha tido uma trabalheira desgraçada; mas não há nada como ter uma casa bem arrumada e sempre com as melhores condições para ser visitada.
Vai daí, acrescentei, no final dos espaços de comentário, um link para a página inicial.
Na verdade, já havia uma forma de ir ter à "porta da frente" (era necessário clicar em "?@?@?@?@?@?@?@?", logo acima do "contador-de-almas-presentes-e-sem-mais-nada-que-fazer")... mas era impossível ao comum e mortal InSensato Leitor saber isso.
Pronto! Está feito! Agora não me aborreçam mais com isso, ok?
:-)
K@
PS: Calózita... Se era para insultar assim à força toda... o uso do vocábulo "caca" deixa muito a desejar...!
eh, eh.
caca cumpriu os objectivos: é evocativo sem ser demasiado provocativo e é mais giro de se dizer do que merda!
e claro que ninguém, jamais, iria presumir que clicar em "?@?@?@?@?@?@?@?" tivesse como resultado o regresso à home!
obrigadinhas pelo linkzito que dá um jeitaço
;)
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