Power to the Pêlo



Nota prévia:

Este é um post que, agora que está todo escrito e aproveito para acrescentar um pequeno intróito, penso ser mormente dedicado à InSensatude Fêmea, mas também a todos os InSensatos que sofram deste trauma após o chamado corte diário da barba ou uma “tosquia” mais abrasada no salão do barbeiro lá do bairro. Mas passemos, então, ao tema que nos traz aqui, sem mais demoras. Let’s look at an InSenso

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O pêlo encravado – há que reconhecer este estranho facto da vida – não goza da posse de personalidade jurídica. Mas, se calhar, devia!… Aos problemas que causa, a tanta gente, bem que podia ser cabalmente responsabilizado (e as suas vítimas devidamente ressarcidas) por danos e transtorno causados amiúde na vida da malta em geral.

Se não me engano, o pelume que encrava e se enrola na pele, criando inestéticos altos dérmicos, pontos negros e borbulhas bicolores (vermelhonas e de cabeça muito branca), fá-lo de forma vingativa e maldosa, em pura retaliação pelo corte, desbaste ou extracção dos membros da sua comunidade. Ao olho do pêlo [estive para escrever “à vista do pêlo"… mas “ao olho do pêlo” é claramente muito mais non-sense e, por isso, mais interessante de usar], o humano é assim como que um infractor dos mais básicos direitos do pêlo. E por isso desforra-se. Mas, basicamente,... o gajo está errado.

Como acima já referi, o pêlo não tem personalidade. Logo… não tem direitos. Aliás, quanto a mim, é meramente um simples (e, muitas vezes, indesejável) ocupante de “território” na pele da malta. Um colono que, em não se gostando dele, tem mais é que ir à vidinha dele para as urtigas… ou, melhor, tem mais é que (como o maior dos males) ser cortado pela raiz e “adeus ó vai-te embora”. Acontece assim, por exemplo, com o corte diário da barba masculina e a frequente depilação feminina. Mas o pêlo acha que não deve ser assim; é parvo e decide fazer assim uma espécie de “greve de zêlo de encravanço”.

No meu caso particular, o stress é mais com a chamada bolhanga no escalpe, já que o meu cabelo aparenta não apreciar o corte a que o submeto todos os meses. Vai daí, uns poucos dias depois, lá me aparecem umas borbulhas dolorosas no coiro… cabeludo.

Já no caso do avarage espécimen feminino, esta problemática do pêlo encravado é um caso mais bicudo. Principalmente porque a infracção aos direitos fundamentais que o pelume julga ter é mais continuada e largamente em maior proporção (“territorial”, entenda-se). O corte e extracção dos pêlos faz-se por métodos arrepiantes (só de pensar na cera quente…!) e nos locais mais… complicados. Se a represália for equivalente em crueldade, então eu diria que o pêlo encravado tem fortes possibilidades de ganhar - ou, pelo menos, ficar muito perto da vitória - na “batalha” travada na axila, na perna, no buço e até (Uiii!!!...) na virilha….!

Mas isso… só as InSensatas Leitoras poderão confirmar.

5 inSensinho(s) assim...:

K@ disse...

Caro XS:

Ideia, infelizmente, eu faço.
E doem que se farta...

:[

PS: Há quem, com malícia, diga que é o que resta da minha (já pouca) inteligência a querer fugir (um alegado êxodo forçado em busca de exílio para melhores paragens)... mas eu não sei, não...!

K@ disse...

XXXX IMPORTANTE!!! XXXX

Parecer do Gabinete Jurídico do InSenso Comum

A nossa advogada (e dançarina exótica nas horas vagas… ou vice-versa…), Patty Ejab, leu este InSenso e elaborou o seguinte Perecer, por forma a esclarecer a temática da Personalidade Jurídica do pêlo.
Ao que me parece… há ali uma certa “azia” em relação ao dito pelume que, no caso da conselheira jurídica e ‘expert’ em danças do ventre, encrava em zonas do corpo dela que – em alturas não especificadas no mail que me enviou – ficam visíveis e «bem próximas dos olhos de terceiros» (palavras dela). Daí que ela defenda a existência da personalidade jurídica do pêlo, para uma justa responsabilização do mesmo. Eis o Parecer da responsável máxima Gab. Jurírico do blog.

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O reconhecimento pelo direito civil - ou por qualquer outro - da ideia de personalidade jurídica do Pêlo Encravado, começa por ser, a aceitação de uma estrutura lógica sem a qual a própria ideia de Direito não é possível. O Direito só pode ser concebido, tendo como destinatários os seres em convivência, e claro está, que o Pêlo Encravado "convive" bastante connosco! A aplicação do direito civil a essa convivência desencadeia uma teia de relações jurídicas entre os Homens e os Pêlos encravados, relações traduzidas em poderes (direitos) e deveres jurídicos "lato sensu". Sendo assim, há a possibilidade de responsabilizar O Pêlo Encravado por ofensas corporais, porque os direitos de personalidade, incidem sobre a vida, a saúde física, a integridade física, honra, liberdade física e psicológica, o nome, imagem....

Patty Ejab, consultora jurídica do InSenso Comum

Pareceres jurídicos (das 10h s 16h)
Danças exóticas e massagens (24h/dia – horário e honorários a combinar)

Contacto disponível em breve.

so disse...

recuso-me a comentar este post :|

Wakewinha disse...

Olha que já tinha lido muita coisa na blogosfera. Mas estava a faltar a atenção voltada ao pelito encravado! É que o gajo dá connosco em doidas, e convém que se perceba porquê... (Se apanho a fulana que inventou a depilação, corto-a aos bocadinhos!!!)

Zana disse...

Eu por aqui não me mostro admirada com o tema desde que este insensato criador e escritor do blog se referiu ao que tem "right between the eyes" (primeiro insenso que li e com o qual, literalmente, chorei a rir).
Agr qt a comentários, aponto para a importância que tem a referência à problemática feminina (principalmente) uma vez que a raça masculina tende a não entender estes assuntos. Nem sequer dar valor!!!
Por mim não sofro demais com o tema mas conheço quem, sendo que em qualquer dos casos é complicado lidar com esta convenção transformada em dever social. Agradeço pois ao nosso assaz louvado k@ esta referencia que poderá, (sou optimista e crente) alertar aos homens para o nosso semelhante esforço e cuidado.
Por fim, dou o braço a torcer ali à nossa querida Wakewinha, porque me juntaria nessa investigação empedernida à tal monstra masoquista que defendeu isto como necessário...
e fim..***