Aviação sem motor




Admito que as linhas que se escreverão/lerão a seguir poderão levantar polémica por causa da velha questão do machismo exacerbado, estúpido, vil e diminuidor da dignidade feminina.

Acerca disso, tenho a dizer que me estou bem a cagar.

Se quiserem ler, lêem, se não… !

Os tempos de adolescência (que, no caso dos homens, duram a vida inteira) e, principalmente, os tempos de faculdade são o cabo dos trabalhos em termos de descargas mentais de valor… nenhum. Basta pensar que os valores mais altos de um caramelo (“caloiro” ou “semi-puto”, por exemplo) são beber pelo menos 3 litros de cerveja por dia/noite e tentar ter histórias de grandes pranchadas mandadas com 1001 gajas, mesmo que esse número (1001) por vezes equivalha a zero ou um (na melhor das hipóteses).

Hoje revelo aqui uma dessas descargas mentais, que partilhava com o meu colega de casa na altura. Estou certo de que esta terminologia não é um exclusivo nosso (nem isso alguma vez me passou pela cabeça) mas sempre quis passar isto para o “papel”. Logo… aí vai.

Gajas são gajas. E nós gostamos de gajas… boas, de preferência. Na altura, a malta saía de casa e ia beber umas cervejas ao Metrópolis, um café mesmo à frente do prédio (muito bem frequentado ao nível do mulherêdo, por sinal). Para não dar muito nas vistas, e como o meu colega era aluno de Engenharia, o pessoal fingia perceber qualquer coisa de aviação e lá se iam classificando as “aeronaves” que “sobrevoavam” o estabelecimento.

Assim, a malta como que rotulava a mulherada da seguinte forma:

Avião = gaja boa
Avioneta = gaja muito gira mas novita
Jacto = gaja inalcançável
Cessna = gaja de qualidade sofrível
Planador = gaja muito magrinha
Porta-aviões = gaja gorda
B52 = gaja feia (independentemente das medidas)
Helicóptero = gaja de cara feia mas corpo muito interessante (levanta verticalmente e tal…)
Aeronave de grande porte = gaja de peito grande
Concorde = gaja muito boa mas com nariz feio
Aeromodelo = gaja gira mas pequenina/baixinha
Cockpit = cara da gaja
Trem de aterragem = pernas da gaja
Asa delta = gaja gira mas claramente "perigosa"
(normalmente com namorado ao lado - meter-se com ela seria uma tarefa altamente radical)

…e ainda havia os Boeings... 707, 727, 737, 747... Uma designação usada mais nas discotecas ou em locais em que para onde quer que se olhasse… havia gajas longe de serem Cessnas, quanto mais B52's ou porta-aviões. Nesse caso, a malta limitava-se a... babar e a gaguejar os números 707, 727, 737 e 747 que traduziam, respectivamente, “muita qualidade”, "muitíssima qualidade”, “leva-me para casa, rasga-me a roupa, usa-me e mata-me no fim, que já morro feliz” e “leva-me ao altar… JÁ!!!!”.

Ok… confesso a decadência dessa fase da minha existência. Mas que se há-de fazer...
Também... com tanto avião à solta, é óbvio que a malta tinha mais era que andar de cabeça no ar!...



4 inSensinho(s) assim...:

stx disse...

Depois de ler este artigo verifico que passei bastante tempo da minha vida enganado e sentado por aí em mesas de bar e cafés, a pensar que haviam muitos tipos que percebiam de aviação....
Afinal eles não estavam a falar se não das miúdas que por ali estavam.
Deixo-te uma sugestão que é a de criar oficialmente o CÓDIGO DE ENGENHARIA AEREA DAS SAIAS.

Didas disse...

Que giro! Nós costumávamos classificar os pitos em categorias animais.

calózita disse...

uhm.... que interessante.
bem, digamos que me encaixo na designação de "planador"!
por outro lado, e isto com toda a franqueza, dois gajos que perdem tanto tempo em categorizações, tá-se mesmo a ver que viajavam pouco!
;)

Zana disse...

pah.. eu sei que sabes .. mas isto ta mt mt mt machista! DEus me livre..ó pestes!!;)