Recentemente, sem mais quê nem para quê, reparei que guardo todos (ou quase todos) os frascos que uso. Frascos de tudo e mais alguma coisa.
Compota, salsichas, grão-de-bico, mel, feijão... seja o que for!... O conteúdo acaba, lava-se o frasco e guarda-se no armário, onde já "moram" umas boas dezenas de outros frascos, de tamanhos vários, apertados e amontoados, chegando mesmo grande parte deles a desafiar fortemente as leis da gravidade e, claro, as da resistência natural do vidro.
Aliás, pensando bem, e olhando para o que ali vai de recipientes de vidro... há uma forte possibilidade de eu ter guardado mais ou menos exactamente cerca de... todos os frascos com que me cruzei nos últimos... 29 anos! São tantos, tantos, tantos, que... para que é que eu os guardo?!? Afinal... nunca, em ocasião nenhuma da vida, vou eu precisar de tanto frasco ao mesmo tempo! A verdade é essa! Mas não; nem esse (e, uma vez por outra, talvez possa usar aqui esta palavra... estranha) sensato argumento me demove. Os frascos lá continuam, apinhados no armário, à espera de um uso que provavelmente nunca terão.
No entanto, há que não olvidar as habituais "vítimas co-laterais" de todas as guerras. Neste caso, as vítimas desta minha guerra pessoal (e irracional) com a "normalidade" de deitar fora os frascos já usados.
Frasco que é frasco de pouco ou nada serve se não tiver uma tampa... que o tape, obviamente. Pelo que, sempre que guardo um frasco vazio no armário, a respectiva tampa segue um caminho semelhante, só que para uma gaveta, logo abaixo da dos talheres. Ou seja, isto quer dizer que eu não só "colecciono" frascos, como também angario tampas e mais tampas que, tal qual os recipientes a que pertencem, dificilmente alguma vez serão postas ao uso.
Ora... o que eu sou é um ser humano simplesmente desprezível. Porquê? Porque não me lembro de alguma vez ter pedido opinião nem aos frascos, nem muito menos às tampas, antes de os guardar para sempre num armário ou numa gaveta por baixo da dos talheres. Vá... que os frascos não se importem assim tanto, eu não duvido; até porque... qual é o futuro da frascalhada? O vidrão. Uma espécie de lugar maldito que os frascos (e as garrafas) evitam a todo o transe, pois sabem perfeitamente que dali já não saem senão em bocadinhos e directamente para um doloroso processo de "cremação".
Já para as tampas é diferente. Acredito que o futuro lhes seja bem mais sorridente. Não perdem o emprego nem são "incineradas"; simplesmente... mudam de frasco! Mudam para algum com um produto mais agradável do que o do frasco anterior, assim ao estilo de uma promoção por ter aguentado o convívio, de meses a fio, com meio quilo de feijão manteiga ou algo do género. Logo - por esse princípio - eu estou a privar as tampas que guardo na gaveta por baixo da dos talheres de seguir esse futuro. E isso põem-me algum peso nesta minha InSensata consciência.
Agora estou dividido. Acabo com esta injustiça? Ou deixo tudo na mesma?
Se liberto as tampas, fico sem forma de tapar os frascos. Frascos sem tampas não me servem para nada e, assim, terei de me ver livre dos frascos também. Mas, inexplicavelmente, não consigo conceber a possibilidade de um dia vir a precisar de uma data de frascos e não os ter em número suficiente!!!
Que dilema!!!...
: [
= = = = = = = = = = = = =
Não fazem ideia do que é chegar ao fim do dia e não ter uma única ideia na cabeça. Bom... o resultado está à vista. InSensos sobre frascos... e tampas...!?
Sabe Deus...!
5 inSensinho(s) assim...:
curioso, a minha mãe tem essa mesma paranóia!
só há uma coisa que eu não entendo: ora vamos cá a ponderar a hipótese de um dia vires, efectivamente, a precisar de um desses frascos. tu já viste bem a trabalheira que vai dar encontrar a tampa correspondente no meio das 500 mil que guardas na gaveta?!
a questão é: porque raio separas os frascos das tampas?
Bom... antes de tudo mais, aprecio a ideia do InSensato X-S de guardar orelhas, dedos e afins na frascalhada da casa. Será assim que os toureiros e os mafiosos guardam os "troféus"...? Hmmmmm!...
Quanto à questão posta pela InSensata Calózita... pois que não sei... mas deve ser pelo mesmo motivo da separação que faço entre tupperware's, no outro armário. SE essa malta se junta toda num sitio... aquilo só pode dar é porrada, caos e destruição massiva.
Digo eu...!
E quanto a tentar dar com a tampa certa para o frasco certo... eu adoro fazer puzzles, pá!!!
:-)
!!!!! BOIÃO / BOIÕES !!!!!
Apeteceu-me aqui lembrar esta(s) palavra(s) de que tanto gosto...
Já que se falava de frascos... pareceu-me adequado fazer a devida vénia aos tantas vezes esquecidos boiões.
Viva o BOIÃO, caraças!!!
PS: Não confundir com bóias de grandes dimensões ou barrigas mais proeminentes. Boião é BOIÃO e não BÓIÃO, ok?!?...
Pah... o drama é,digamos que, pertinente...
Vejamos que, de todos modos, se em 29 anos (mais coisa menos coisa) arrecadaste frascos que ainda cabem num armários e tampas que ainda cabem numa só gaveta.. eu diria que foste abençoado ou que entretanto partiste uma data deles (já que deitar fora é uma possíbilidade fora deste alcance).
Agr quanto ao dilema que te corrói: não precisas de acabar com todos os frascos... podes ficar com um número mais reduzido, de tamanhos variados...assim qd precisares ao menos tens uns poucos para desenrascar...
Por fim, será de refeir essa pequena tara maniacólouca de separar as tampas dos frascos; é mais complicado.. pq imagina tu que tens que pôr geleia, fresquinha, da mamã num frasco, assim num dia de calor e qd as moscas andam aos molhos pela casa? Seria de fazeres o puzzle em pouco tempo, não é?
Ou imagina que encontras em tua casa uma borboleta raríssima, prontinha a apanhar... era um problema...
Bem, mas isto que não te atormente, ás tantas nunca vais ter necessidade rápida dum frasco..;)...
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eu também guardo...dou-os à minha mãe para ela colocar os doces deliciosos que ela faz!!
abobora, maçã, tomate (este eu não gosto)...e por aí fora!!
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