O título deste texto é sintomático da ira que sinto.
Não sei se já vos aconteceu, mas há coisas que preferíamos nunca pensar, para que assim fosse possível não nos apercebermos de coisas que tínhamos optado nunca descobrir.
Ou seja, ao fim de quase 29 anos de existência à face da terra (quando se aproximam os aniversários, a malta dá em fazer balanços) juntei dois mais dois e… a coisa correu mal.
Mas a verdade é que até começou tudo bem.
Um destes dias, dei comigo a pensar que eu posso ser um gajo especial.
Bem… eu… e a minha irmã, claro. E porquê?
Porque, claramente, ambos fomos concebidos sem pecado.
Como não consigo imaginar os meus velhos a fazer badalhoquices na cama (ou noutro local qualquer, tipo, num hotel, num carro, debaixo de uma nogueira ou atrás de uma arbusto, por exemplo…), concluo que os InSensatos Progenitores devem ser… virgens. Aliás, devem ser… não… SÃO MESMO! Sim… porque isso de truca-truca… não… não é para os meus pais. Aquilo é casamento para ser levado com calminha e sem essas coisas de trocas de fluidos!...
Por isso, a minha irmã (primeiro) e eu (depois) somos frutos de uma concepção sem pecado.
E, atenção… Eu estou a excluir até a cena da abelhinha que pica o pai e depois vai picar a mãe, ok? Essa treta também nunca me convenceu a 100%... longe disso!
A cegonha e tal… ainda vá.
Outras cenas de misturas de líquidos e afins… nááááh!
Mas não há bela sem senão e este estado de graça, pensando que era o maior… durou pouco.
Então... se fui concebido sem pecado… sem ragabófe dos meus pais e picadas de insectos vestidos à Beira-Mar… houve, certamente, intervenção divina!
E isso não me deixa nada descansado.
É que, reza a história, havia um gajo que operava sob as ordem de um tal de Espírito Santo (cujos descendentes se deram bem na vida; dinheiro é coisa que não lhes falta agora) e que visitava as mulheres que, depois, apareciam… pronto… “embaraçadas” (como se diz em Espanha). Deve ter sido muito complicado à Nossa Senhora explicar a São José que Jesus “vinha a caminho” sem que tivesse havido ali mais qualquer coisa e, pior ainda, que tinha sido um “anjo” chamado Gabriel a tratar do assunto…
Hoje em dia… isso ia ter direitinho ao “Vidas Reais” que era um mimo!
Só lá é que se resolvia a coisa… e mai’nada.
Mas, afinal, quem é esse tipo, o Gabriel, a quem chamam de anjo?
Cá para mim, era um rapazola “especializado” em casos muito particulares.
E por “especializado” quero dizer… assim… um misto de gigolo e inseminador. Tudo devidamente (e... divinamente) oficial.
Hoje em dia, ele teria (ou terá… não sei…) uma espécie de clínica ou consultório bem montado e localizado para atender mulheres que quisessem ter prole sem a chatice (há quem ache!…) de ter de… cumprir as obrigações conjugais. À quantidade de Aspirinas que se vende por aí para tanta dor de cabeça repentina que aparece nos lares portugueses… era um negócio com futuro, parece-me.
Ou seja… se fui concebido “sem pecado”… onde é que anda esse Gabriel?
Quer dizer… trata do assunto e tal… mas… nááááh!...
Entra lá em casa, em “serviço”, e depois nem dá as caras nem diz mais nada?!?
É o que dá um gajo não conseguir imaginar os velhos na rambóia!...
É no que dá!...
Se eu o apanho esse Gabriel…!
Ond'andas, Gabriel? Energúmeno!
quinta-feira, abril 7 | by K@ at 7.4.05
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1 inSensinho(s) assim...:
portanto, K@, tu és o novo menino jesus! três perguntas simples podem deslindar a questão: tinhas um berço de palha? o teu animal de estimação era um burro? qd foste para a escola ñ havia mais meninos nenhuns da tua idade?
se as respostas foram SIM, então deve dizer-te que tu foste o feliz contemplado com o cargo de filho de Deus! (boa sorte :P)
ps-porque é que os filhos acham sempre que os pais fecham a porta a chave para dormir descansadamente?
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