Curry and Me


Imagino que, um dia, haverá uma ficha de identificação minha assim...

Nome (neste caso, nick): K@
Idade: 28 (quase 29)
Sexo: Tanto quanto possível...
Área Profissional: Comunicação
(...)
Gostos incondicionais: Amendoim salgado, Conguitos e gomas de Coca-Cola
Ódios de morte: Tarântulas e... Caril


É verdade.
Tenho pavor a caril.
Sim... que ter medo de tarântulas ou outros animais perigosos não é coisa de que ter vergonha (ter medo de ratos, aranhas e pombas, sim... é mau, mas de tarântulas... estou à vontade com isso). No entanto, não poder sequer sentir a presença - ainda que longínqua - dessa medonha especiaria amarela é uma degradante mancha no meu quase impecável (ou não... ou não...) currículo

O meu "calvário" (já agora, que será feito do António?... depois de ter regravado umas cenas dele com um beat todo modernaço... desapareceu outra vez!... que pena...) tem honras de sonho e tudo. Um dos meus pesadelos mais recorrentes é ir parar ao Inferno e não me cheirar a enxofre, mas sim a caril. Aí, grito desalmadamente, a todo o pulmão e gasganete, como uma menininha colegial de uns 7 anos e meio de idade assustada com algo estranho que o contínuo lhe mostrou na sala de arrumação do corredor da sala 17.

É uma coisa inexplicável.

Não sei em que ponto da minha vida nasceu esta aversão ao condimento, mas o que é certo é que, quando surgiu... surgiu mesmo... e em grande escala! Recuso-me a ir a alguns restaurantes, só por saber que das especialidades dessas casas de pasto consta, por exemplo, um caril de frango. Finco os pés ao chão e ninguém me tira dali, simplesmente. Não como nada indiano, pouca coisa do restante médio oriente e sofro por gostar de comida chinesa... Sempre que vou a um restaurante chinês (para comer de tudo o que não tenha caril) há-de passar por mim (mais do que uma vez!...) um empregado com um ou dois pratos cheios de caril! Tanto sítio por onde poderia passar... mas não! Tem sempre de passar mesmo à minha beira, pá! Vai-te catar, ó Tin-Xiao-Pé, amante de caril duma figa!!!!

Outro triste exemplo...?

Passei uma temporada a viver na Mouraria. Para falar a verdade, gostei daquilo à brava mas tinha um problema. Mercearias. Ou melhor… mercearias há. E até porreiras… mas são tão pequeninas que só cabem dois pacotes de arroz em cada prateleira… e esses têm de lutar para ver qual deles é que fica à frente, à vista do cliente!...
Ora… restam os minimercados do Martim Moniz, ao fundo do bairro popular.
E ali… não há lojas de portugas, não senhor.


Um belo dia, como estudante que se preze… não tinha sequer ovos em casa para fazer uma omolete e tive de ir a uma dessas lojas.
Estive 15 segundos – se tanto – lá dentro.
O ar, todo ele, era caril. Não se via, mas estava lá... e o cheiro… e aquela sensação na garganta… e o estômago a virar…!
O resto não conto para não "ferir de morte" a minha já moribunda imagem junto de vós, InSensatos Leitores.
Só vos digo que não fiz amizade com o primeiro caixote do lixo que encontrei na Av. Almirante Reis, logo a seguir à porta do minimercado… e que o dono (de turbante e tudo) não ficou com uma muito boa primeira impressão minha ao sermos “apresentados” daquela forma.
«Eztez ozintentáize zão marúko! Tudo marúko!!!», ainda o ouvi dizer, à porta…

…e por aqui me fico, que o caril não merece nem mais um segundo do meu tempo.

3 inSensinho(s) assim...:

Didas disse...

Adoro caril!!! Lol!

so disse...

eu sofro do mesmo mal... odeio odeio odeio...bahhh só o cheiro já me dá náuseas... :P

K@ disse...

Que pena não ter lido tudo...

Em vez de dizer que "deve ser interessante"... podia ter mesmo a certeza se era ou não...

Mas enfim... obrigado pela visita!
Volte sempre!