Logo após ter colocado online o texto sobre os Bolinhos da Sorte Chineses, fui severamente criticado, com vários e-mail’s a exigirem explicações acerca da minha (cito) «clara preferência» e «favorecimento» em benefício dos chineses em detrimento do comércio nacional, não esquecendo a «descarada “colher de chá” de ensinar à chinesada como se pode manipular o consumidor português com meia dúzia de palavras num papelinho de 5x15cm!». Isto porque – para quem não leu o dito InSenso (e isso está mal, tenho a dizer) – eu defendi que a malta estava a precisar de uma «orientação espiritual, um rumo, uma esperança para um futuro mais risonho», que viesse num Bolinho da Sorte chinês, logo a seguir a um repasto num restaurante qualquer de nome semelhante a algo como “Sing-Xié-Fu-Fu”.
Feito o intróito explicativo, passemos então o conteúdo dos mail’s dessa rapaziada.
O Miguel Bruxo (visado no texto em questão) escreveu a dizer que estava muito agastado com o facto de o ter colocado na mesma categoria que a Maya, mas que – estranhamente – estava satisfeito (disse mesmo que achava «de toda a justiça») com o facto de eu preferir a futurologia feita pelas balanças das estações dos comboios. Não se me oferece dizer grande coisa sobre este mail… a não ser… QUÊÊÊ?!? Oh Miguel, pá… isso não anda nada bem em termos de auto-estima, pois não?... Mas tudo bem… cada um é como cada qual!... Ainda acerca desta temática… A Maya não mandou mail.
Dois proprietários de lojinhas chinesas também me mandaram mail’s (que eu mal consegui ler… não se percebia nadinha! Só percebi que havia muitos símbolos “€” em todas as linhas das mensagens…), ao que parece, a dizer que sim senhor, estavam de acordo com a comercialização do Bolinho da Sorte chinês nas suas lojas e que, porque essas lojas vendem TODAS as mesmas coisas, iam já avisar a rapaziada toda para se iniciar de imediato a venda do Bolinho a €1.50. Isto só me levanta uma dúvida… Há malta “chinezinha Lee-Pó-Pó” a ler o meu blog?!??! Porra!...
Por fim, o melhor de todos os mail’s recebidos (aproveito e peço desculpa por não referir todos os mail’s recebidos mas… simplesmente, não me apeteceu ou foi porque me estava a borrifar para o que lá se dizia; sem ressentimentos, ok?).
O dono de um restaurante na Moita do Ribatejo não se fez rogado e – para além de me ter chamado todos os nomes mais insultuosos possíveis de encontrar nos dicionários de Português (corrente, comercial e calão) e ainda alguns mais que me pareceram ser claramente inventados por ele na hora (o que denota uma bela – e apreciável – capacidade de improvisação) – esteve cabalmente à altura da situação, avançando logo com propostas bem catitas de resposta ao mais que provável aumento da oferta de Bolinhos da Sorte nos restaurantes chineses (fruto da minha «pouco patriota insinuação de que esses chinocas nos poderiam ajudar no campo da elevação da moral nacional» - por acaso, até eu lhe dou razão nisso, porque eu sou claramente uma besta!...). Diz o Sr. Américo Pombo que vai dar ordem ao cozinheiro chefe lá do tasco para criar toda uma gama de receitas “da Sorte”. E dá exemplos. Sopa da Pedra da Sorte, em que a pedra – que ia mesmo na panela – teria lá escrita a premonição para os clientes; Sável na Telha da Sorte, sendo que na parte interior da telha se leria, então, a “sorte” da malta (genial!); Cabeça de Lebre em Vinho Tinto da Sorte (neste não quis saber onde vinha o papelinho…); Pasteis de Feijão da Sorte e, guardando o melhor para o fim, Pataniscas de Bacalhau da Sorte!!!
Posto isto – e sabendo que a premonição do futuro nacional tem um… futuro brilhante à sua frente – retiro TUDO o que disse no InSenso de segunda-feira! Ou melhor, tudo TUDO, não. Continuo a preferir as balanças ao Miguel Bruxo e à Maya… Mas sabendo que, dentro em breve, a Patanisca da Sorte estará aí para ser consumida (e dar alento à malta, ávida de um rumo… e de encher a pança), fico orgulhoso de ter despoletado este movimento que, certamente, trará muita e boa sorte à portuguesada em geral.
O InSenso Comum é (espero), cada vez mais… Serviço Público!...
2 inSensinho(s) assim...:
como "eu é mais salgados", agrada-me sobremaneira a ideia da "patanisca da sorte" [se bem que preferia o "bolinho de bacalhau da sorte", mas...] - sem que esta minha preferência se relacione com patriotismos ou xenofobias - se bem que, em relação aos bolinhos chinocas havia aquela questão do papel, que referi em comentário ao post respectivo.
sai um pastel de bacalhau da sorte!
(o papelinho diz: evite os fritos!)
Para "fechar" a minha parte neste InSenso (os InSensatos Leitores poderão - e deverão - continuar a deixar as mensagens que entenderem), digo apenas que o Bolo de Bacalhau esteve sempre nos horizontes deste vosso amigo, na execução deste texto.
A Patanisca, curiosamente, pareceu-me uma escolha melhor, porque mais oleosa, simplesmente.
A ser algo que nos venha a dar boa sorte... que nos faça um pouquinho de mal também... para equilibrar...!
Costuma dizer-se "o que não mata, engorda"... eu acrescento "e isso que engorda... que ao menos nos dê sorte, carago!"
Outras iguarias seriam igualmente boas para receber os papelinhos das premonições (lembro-me, assim de repente, da Barriga de Freira e da Filhó de Abóbora- no Natal) mas isso dava para outro InSenso completo. Se me der na veneta de voltar a isto... disponibilizo a minha "Ementa", ok?
:-)
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