Carta Aberta



Caros Senhores:


Antes de tudo mais, espero que esta carta vos encontre bem de saúde, onde e quando quer que venham a ler as linhas que vos endereço.

Dito isto, vejo-me na obrigação pessoal de vos comunicar que sou um enorme admirador do vosso trabalho, muito embora nunca tenha tido a oportunidade de vos dizer isso pessoalmente, visto que, sempre que descubro uma nova obra vossa, já não se encontram por perto para receber os devidos louros. Acredito que o excesso de trabalho vos obrigue a rapidamente avançar para novo local de trabalho.

Aliás, essa é mais uma das razões para o meu grande respeito pessoal pela vossa ocupação. O carácter nómada do ofício e a constante urgência em espalhar a arte por todos os cantos da nossa terra… são motivos mais do que suficientes para qualquer um, no seu perfeito juízo, genuflectir em sinal de sentida reverência perante a competência que demonstram no que executam.

Sou, portanto, um fiel seguidor da vossa – crescente – forma de arte. De tal modo que reparo no pormenor (ou será “pormaior”…?) do grande aumento de realização de obra em todo o país. Não estarei errado (mas só vocês poderão confirmar ou desmentir) se disser que a vossa equipa de trabalho terá crescido consideravelmente, visto que cada vez mais consigo apreciar a vossa marca muito própria, por tantas terras que visito, de Norte a Sul.

Isto leva-me ao próximo ponto desta missiva. Um ponto que – confesso – acaba por ser, no fundo, a principal razão de ser desta minha comunicação.

Quais seriam as minhas hipóteses de me juntar a vós? Há muito que vos queria perguntar mas, sentindo a minha (mais do que óbvia) pequenez perante a vossa inegável excelência, sempre me quedei pela humildade de não me colocar “em bicos de pés”, tendo a pretensão de ser mais do que posso ser. No entanto, não obstante o facto de ter essa realidade bem em conta, gostaria de me propor como um simples aprendiz nesse delicado ofício, que tanto prestigia o nosso país, aquém e além fronteiras (sim!... porque acredito que os estrangeiros que nos visitam falarão da vossa arte quando voltam a casa).

Não quero ocupar-vos mais, pois sei que são pessoas atarefadas e o trabalho será, certamente, muito. E esta carta já não vai para curta, reconheço.

Despeço-me, então, com a esperança de que tomem em consideração o meu pedido, para que em breve possa acompanhar-vos como aprendiz; algo que muito me realizaria. Acrescento que tenho material meu, não tendo vós de ter preocupações com custos adicionais. Move-me apenas e só um grande desejo de aprender e o gosto pela oportunidade de poder viajar de lés a lés, deixando marcas dessa arte tão bela que é disparar chumbo nos sinais de trânsito e nas placas das entradas e saídas das aldeias, vilas e cidades de todo o nosso país.

Até me arrepio, só de falar nisso!...

Emocionado por finalmente poder fazer chegar a minha homenagem e os meus anseios junto de vós e aguardando impacientemente a vossa resposta, me despeço com os meus melhores cumprimentos de incontida comoção.

K@, o vosso fã Nº1.

2 inSensinho(s) assim...:

Zana disse...

tiveste algum acidente K@?

K@ disse...

Nada disso!

Simplesmente achei que deveria dar por findo o tempo de ausência da merecidíssima vénia de homenagem aos senhores que disparam tiros com as suas belíssimas caçadeiras, carabinas, revolveres e afins às nossas placas.

Tão nobre ofício merece ser reconhecido por todos e - espero -continuado por alguns... para que a arte não se perca, obviamente.

Com tanta profisão boa a desaparecer por não haver quem queira seguir as pisadas dos artesãos... espero que não acontecça o mesmo a esta!