Farinha de trigo
Água
Açúcar
Margarina
Óleo de soja
Sal
Ovo
Corante artificial
Bicabornato de sódio
e…
um papelinho (!)
Estes são os ingredientes dos chinesíssimos Bolinhos da Sorte que, estranhamente, não fazem grande furor entre os “nossos” restaurantes orientais e, consequentemente, entre os consumidores do Chop Souey de Gambas lusitanos.
Conhecida pelos milhares de ditados, adaptados a outras tantas situações da vida (sendo mítica a máxima “Se um vagabundo te pedir comida, não lhe dês um peixe, dá-lhe uma cana e ensina-o a pescar.” e, certamente, alguma sobre a melhor maneira de evitar a urticária no nadegueiro, a menos conhecida do “grande público”), a sabedoria popular chinesa (ainda estou para saber qual foi o chinês bem regado de saqué que se lembrou disto…!) chega ao Ocidente em papelinhos 1,5x5cm e, esses, metidos na comida, o que demonstra que essa malta de olhos em bico simplesmente não é em condições de nada.
Mas pronto... Eles lá acham que isso é bom para dar umas liçõezinhas de moral e futurologia aos ocidentais e eu… até nem acho mal de todo, confesso. Porquê? Porque me parece cada vez mais evidente que Portugal (como país, em geral, e nação de todos nós, mais em particular) está necessitado de algo semelhante, visto que isto de deixar as premonições à Maya, ao “Miguel Bruxo” e às balanças das estações de comboio nacionais… não está a resultar.
Aliás, das três opções que agora mesmo apresentei, a das balanças até devesse ser a mais acertada, muito embora a minha (única) experiência com um desses aparelhos (há mais de uns 10 anos atrás) tenha resultado na “perda” de 50 Escudos, para receber um papelinho com o meu peso e uma frase do género “Entre a ruiva e a loira… escolha a loira”, o que foi muito útil, pois na altura o meu interesse “amoroso” até se dividia entre duas morenas…
Ou seja, se a balanceca é má e a Maya bem pior… mas vale, então, que a chinesada aposte finalmente no aumento da produção do bolinho da sorte para distribuição nos restaurantes (e, quem sabe, também nas… duas ou três… lojitas de quinquilharia e bugigangas [duas palavras de que eu gosto particularmente] que eles têm por esse país fora). Portugal só tem a ganhar com isso, visto que claramente todos estamos a precisar que alguém nos diga o que o futuro nos reserva… e eles também, porque – se forem espertos – arranjam maneira de nos manipular fotemente, através de simples papéizinhos enrolados num biscoito, que digam algo como “Para ser feliz, beba uns saquês e vá comprar uns passe-vit’s à lojinha ali do lado” ou “Dê uma boa gorjeta à empregada e a felicidade virá ter consigo… dentro dos próximos 46 anos”.
A mim parece-me bem que, depois do Molho de Ostras, das Lichias e a par do Saquê, me dêem uma… orientação espiritual, um rumo, uma esperança para um futuro mais risonho. Isto… partindo do princípio de que a malta não receba uma mensagem do tipo “Já bebeu tanto saquê que ainda não se apercebeu que a miúda da mesa em frente que lhe está a fazer olhinhos é um travesti” ou, simplesmente, meta o bolinho à boca e o engula esquecendo-se do papel que, por acaso, até podia trazer os números sorteados no EuroMilhões da sexta-feira seguinte.
Quê?!??!? Parvoíce… isto?!?!? Nem nada! Já viram a Maya ou o Miguel Bruxo a dizer coisas destas, tão arrojadas?! Não!!! E – temos de reconhecer – é disto que Portugal precisa rapidamente.
2 inSensinho(s) assim...:
MENTECAAAAAAAAAAAAPTO !
(satisfeito??)
uhm. eu cá num comia. os chinoquitas são tão economizadores que sabe-se lá onde é que os pedacinhos de papel dos bolinhos da sorte já andaram antes de serem metidos nos ditos.
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