Puro InSenso - IV


Texto: Notícia VERÍDICA da Agência Reuters
"K@mentário": Ora aí está um país às direitas, pá!

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A cidade de Antuérpia, na Bélgica, instalou novos postes de electricidade ao longo da sua avenida marginal, mas a luz é tão forte que está a originar reclamações... das prostitutas.
«As prostitutas reclamaram que agora há demasiada luz, tanto para elas como para os clientes», afirmou o porta-voz da autarquia, Jorn Verbeeck. Segundo este responsável, a cidade ficaria feliz em poder ajudar. «Estamos já a estudar a possibilidade de diminuir a intensidade dos postes de electricidade naquele local», disse Jorn Verbeeck.

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Assim... sim!!!...

O Misterioso WC das Raparigas


Podia ser um "mito urbano" mas… não é.
Simplesmente porque nos é tão real que chamá-lo apenas de mito... seria um verdadeiro sacrilégio.

Falo do fascínio (assim numa dinâmica de admiração/repulsa) que a malta nutre pelas casas-de-banho públicas do sexo oposto.

Para mim, tudo começou na escola primária (não frequentei infantário... e olha no que deu... pensar e escrever InSensos... Tudo sempre tem uma explicação!).
Para além da introdução a uma nova nomenclatura: “WC”*, era uma nova realidade, essa de haver casas-de-banho diferenciadas para rapazes e raparigas.
Lá em casa não havia nada disso!...
Portanto, para mim a questão era: que diferenças haveria entre os nossos WC’s e os delas?
Tinha de haver! Se não houvesse, então a gente podia ir a umas ou outras!
Mas a proibição de entrada na porta que não a dos rapazes (e consequente caída em desgraça de quem o fizesse) existia e era cumprida a rigor, o que me causava uma confusão "daquelas". Não que quisesse ver o "pipi" das meninas… nessa altura, eu até era mesmo muito totó... A minha dúvida era se as casas-de-banho eram iguais ou diferentes, já que a malta, das diferenças entre sexos, já sabia o mínimo indispensável para aquela idade.

Acabei por nunca saber quais as diferenças. Tal era o zelo mantido na não permissão de "ceifada" da malta em "ceara alheia".

A curiosidade acentuou-se no ciclo, na secundária e por aí além...

Que vida haveria para lá daquelas portas... para lá da plaquinha com aquela menininha de saia (ninguém usa saias daquelas, pá!...)? Seriam verdadeiros os rumores de comentários acerca de nós (rapazolas) entre elas? E os boatos de escapadelas para as primeiras "passas" nos SG's… seriam verídicos? E porque iriam elas sempre aos pares? Para coisa boa não seria, de certeza!...

Enfim... dúvidas que se foram dissipando, certezas que foram sendo confirmadas...

Agora a coisa é algo diferente. Já não me preocupo por aí além com esta problemática.
Mas continuo intrigado com o facto de as "fêmeas" terem a necessidade de irem duas-a-duas.
Para quê?...
Eu falo por mim. Ir ao mesmo tempo com um gajo para a casa-de-banho... só se for "por acidente" ou algo do género. Não que haja em mim a chamada homofobia, não. Apenas não me sinto bem a comungar da minha necessidade fisiológica com outro ser humano por perto, principalmente se for conhecido. Pá... coisas de gajo. Nem eu sei explicar bem.

Outra das dúvidas que permanece em mim é sobre as verdadeiras obras de literatura que “ornamentam” as portas das nossas casas-de-banho. Certamente também as haverá "do outro lado da barricada", mas... na mesma quantidade (acho difícil...) e na mesma... intensidade (então isso... é que acho quase impossível!...)?

Seja como for, parece-me que os WC's públicos são muito mais importantes para Elas do que para Eles. Parece-me mesmo que chegam a desempenhar um papel importante alguma vez (ou várias vezes) nas vidas delas.

Quantas vezes não se refugiaram lá para um ataque de choro, de histeria ou mesmo de riso?
Quantas moças lá não terão visto o Predictor dar azul?
Quantas brigas e discussões com melhores amigas ou "melhor inimigas"?
Quantas revelações? Quantas dúvidas? Quantas alegrias? Quantas tristezas?...
Não acredito que haja por aí alguma mulher sem uma recordação marcante, com a "chancela" de qualidade "WC".

Para nós... ter uma recordação marcante de algo passado numa casa-de-banho pública... só se for mesmo de algo a pisar o risco da legalidade ou então... não será uma simples memória, mas sim um forte candidato a trauma.

Hoje em dia, aprecio com algum gozo as idas femininas à casa-de-banho.
Vão (aos pares, claro) "retocar a pintura"... vêm quase sempre iguaizinhas, mas mais divertidas, mais chateadas, mais à vontade ou mais preocupadas... mas com a pintura retocada... nããããããã!
:-)
Estou a brincar...

Como terão reparado, não falei pelas "mulheres do sexo oposto" (adoro esta expressão, muito usada na mítica série "Allo! Allo!", pelo fantástico Herr Flick).
Se elas quiserem falar da sua relação de amor/ódio pelas nossas casas-de-banho... pois que o façam; até porque muito apreciaria eu saber o que elas pensam do que se passa para lá das portas com a placa em que um suposto homenzinho aparece "firme e hirto" (tal e qual aquele dos semáforos de peões... o vermelho - será ele "comuna"...?), assinalando que ali é "território de macho".
Aliás, seria um favor que fariam, a mim e a todo o vasto auditório de InSensatos que urinam de pé.

Gajas, encarem a coisa como Serviço Público e cheguem-se à frente, sim?

A Gerência agradece.

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*- Pequeno apontamento de cultura geral… WC (ou W.C.) é a sigla que abrevia “Water Closet”; um dado fascinante que – imerecidamente – nunca ninguém se dá ao trabalho de questionar quando está com vontade de "arriar a calça". Por que será?...

A 2ª "Idade dos Porquês" - III


Porque é que nos trincamos?



Porque é que nos auto-infligimos tamanhas dentadas na língua ou (mais estranho ainda) na parede interna da boca?

Porque é que, passando uma vida inteira com a nossa boca e... com os nossos dentes, de vez em quando permitimos que eles se desentendam ao ponto de haver dentada "à moda antiga"?

Porque é que por vezes até facilitamos o processo e, entre umas garfadas de bife com molho de pimenta ou em pleno mascar de uma "chicla", pomos a boquinha a jeito de que a dentola lhe afinfe um belo golpe?

Seremos assim tão desajeitados com
a nossa própria boca?...

E depois de uma dentada... porque é que nos voltamos a trincar no mesmo sítio vezes sem conta, onde a língua ou a pele da boca estão inchadas?
Não devíamos já estar precavidos para termos mais cuidado?...

Ah! E como evitamos mais dentadas?

É que estou farto de ficar vermelhão e de olhos molhados sempre que mando uma épica "trinca" na língua!

Dores lancinantes... meu Deus… as dores lancinantes...!

:s


Desperta Amor?!?... Dahhhh!...


Já falta pouco. Pouco mais de 15 dias... e está aí a absoluta parvoíce que rodeia o - também ele muito parvo - Dia dos Namorados.

Antes de tudo mais, sempre achei muito estranho o conceito de ter de haver um dia para TODOS os casais de (e)namorados celebrarem - ao mesmo tempo - o facto de... pronto... gostarem da sua "cara metade".

A sério que não percebo.
Já não basta assinalar-se o aniversário do início da relação (cortesia da "fantástica" memória selectiva das moçoilas com quem namoramos, claro; que gajo que é gajo... esquece-se sempre)?
Pelos vistos, não. Tinha de haver mais uma efeméride para justificar uma ida às lojas, que até aproveitam a ocasião para, à caça de negócio, apetrechar as montras com 378216544188765443 "produtos cor-de-rosa", com milhentos coraçõezinhos e outras paneleirices afins...

Bom... foi provavelmente nessa onda que embarcou o "iluminado" inventor do Desperta Amor (ou despertamor - como aparece no
site).

Há dias, recebi um mail que me alertava para esta nova parvoíce.
O que é um Desperta Amor?...
Ora, deixa-me cá ver se eu consigo explicar...


O Desperta Amor é um aparelho electrónico (ou, mais precisamente, dois... complementares, em forma de "Yin Yang") que fica na posse de cada um dos elementos do casal. Em períodos aleatórios, o aparelho (e passo a citar o site - eles não se devem importar nadinha... digo eu...) «toca uma música romântica para que a relação seja sempre lembrada. Nunca saberá quando a melodia desperta, mas uma coisa é certa: sempre que ouvir o Desperta Amor, a pessoa amada estará a pensar em si, pois a melodia toca simultaneamente e em qualquer parte do mundo!»

É... PARVO!

Em suma, esta porra não passa de um "bip" que se lembra de tocar a qualquer hora... e isso significa que a namoradinha está a pensar na malta, fazendo com que fiquemos mais apaixonados??? Está bem, está!...

Assim de repente, lembro-me já "de rajada" de uma "mão-cheia" de argumentos contra a chamada aquisição do equipamento...

UM... A malta está a chonar, dormir ou roncar profundamente. Aquela coisa toca para aí a umas 4 da matina (sim... porque aquilo toca em qualquer parte do mundo onde se esteja, sem olhar a fusos horários)... E isso é suposto fazer-me gostar mais da miúda??? O MELHOR que pode acontecer é eu mandar com aquela gaita contra a parede, virar-me para o lado, continuar a dormir e de manhã encontrar os "restos mortais" do Desperta Amor, pensando «Olha!... Partiu-se. Mas... como?!?». Sim; este é o melhor cenário... o pior é mandar logo a moça prás urtigas, simplesmente. Uma noite bem dormida é um "tesouro" a preservar, meus amigos.

DOIS... Um gajo está numa reunião importante. O Desperta Amor está no chaveiro e - como não pode ser desligado (pode tocar a qualquer hora...) - toca, fazendo com que o patrão (que detesta telemóveis, bip's, iPod's, laptops, agendas electrónicas e tudo o que for tecnologicamente mais avançado do que um bloco de papel e um lápis afiado com uma navalhita...) diga imediatamente as "palavras mágicas": «Xôr K@... xôr K@... Então não sabe que não se traz essas coisas pr'as reuniões, pá?... Pois é... O balancete até nem estava mau, não xôr... Mas pronto... vá lá dar uma voltinha ao bilhar grande, sim? E olhe... Não deixe nada na secretária que a gente precisa dela para meter o estagiário novo, ok?...». Mais uma vez, sem pensar duas vezes, aplica-se LOGO o pior cenário possível... por causa das "tosses".

TRÊS... A vizinha do 5º Esquerdo veio pedir uma chávena de açúcar para poder acabar o bolo que está a fazer. Nunca tinha reparado que ela é jeitosa como tudo... O convite para provar o bolo está quase a ser feito... A brincadeira com o facto de eu também ser um bom "Chef de Cuisine", ainda para mais se só tiver vestido... o avental... resultou num belo sorriso... TOCA A PORRA DO DESPERTA AMOR!!!!... «Ah! Também tem um desses!... Pois... A mim também me deram um... mas já não namoro com o rapaz... Deitei fora o aparelho. Você tem um... bom... vou andando para casa e ligar a uns amigos meus para vir comer o bolo... Obrigadinha pelo açúcar, sim?»...

Gajos... NÃO SE METAM NISTO!!!!!

O Desperta Amor não alimenta uma relação. Estraga-nos é a vida!
Se elas começarem com coisas («Ai olha... tão giro! Que ideia tão querida!...»), orientem-se!
Vão à florista e comprem uma dúzia de rosas vermelhas.
Acreditem que não terão tantos problemas!...

Quero lá saber que aquilo toque uma musiquinha do Beethoven, que possa ser usado como pendente ou porta-chaves, que traga livro de instruções...

Aquilo até é caro, pá!!

Ah!... E para a malta gostar... não vejo necessidade que tenha de ser um chip a "ordenar" que se lembre que gosta.

Mas, lá está... talvez seja só eu... que sou um gajo que, por exemplo, até prefere as mulheres sem pinturas, porque as acho mais bonitas sem o recurso a qualquer coisa que seja artificial...




O Frio Que Nos Torna Gajas...


Vaga de Frio Polar isto... Vaga de Frio Polar aquilo...
Porra, pá!...

O que eu sei é que esta bodega do frio que vem do Norte me anda a tornar numa gaja!
E isso dá-me cabo da moleirinha! Pois claro que dá!...

Ando com os lábios tão queimados ou gretados (sei lá eu o que é isto...) que, das duas uma...
- ou uso um baton tipo Labello e há poucas coisas menos másculas do que isso...
- ou ando com a boca toda abrasada.
O que é chato é que "boca abrasada", no meu caso, significa "ter os lábios vermelhões e volumosos por estarem meio inchados"... ora... se não pus baton... pois que também não interessa... porque parece que pus!
: [

Esta próxima acho que nem precisava de colocá-la cá, mas pronto.. também é um efeito do "frrrrrio"...
Desde manhãzinha até à noite (e durante a madrugada também, acredito eu... embora não esteja propriamente com atenção a isso), "pindericalho"... que é dele?!?...
Tão mirradinho, mirradinho fica... que usar boxer se torna em algo como meter uma única batata num saco de 50Kg, mas... "do mal o menos", já que usar a cueca de tanga para "aconchegar"... mais valeria usar logo de lingerie feminina, mais apertada e adequada ao ínfimo tamanho do material lá colocado.

Ainda no assunto "partes visíveis da vergonha masculina aquando de uma vaga de frio polar"...
Pá... que é isto de ter os mamilos rijos um dia inteiro?!?
Que coisa!...
Nas miúdas, sim... a malta gosta. Mas em nós... pá... em última instância... chega a doer que se farta, caraças!
Não chega a justificar uma ida à gaveta da lingerie feminina para a busca de um soutien (e será que alguma coisa, alguma vez, justifica...?!?)... mas pronto. Um gajo fica a pensar... «Bom... deve ser assim que as gajas se sentem...».

Mas o que mais me tem feito perder a paciência é a mijaneira!
Eu sou um gajo que não mija muitas vezes... mas que gosta de mijar bem.
Sou um mijaneiro selectivo, nas horas e nos locais.
Sou um perfeccionista, portanto.
E um gajo como eu - que gosta de mijar por gosto e não com a Natureza a atazanar de meia em meia hora - fica absolutamente lixado quando está sempre a sentir a bexiga a "dar horas".
É um facto que o calor dilata os corpos e que o frio tem o efeito oposto... mas isso tinha de se reflectir também na bexiga? Era escusado, pá!
O frio chega, diminui o tamanho da bexiga e, logo, a capacidade de capacidade de contenção da chamada urina... e pronto... lá está um gajo obrigado a estar na fila para a casa-de-banho com todas as gajas com quem já tinha estado na mesma fila, uma hora antes...

Enfim... a verdade é que, continhas feitas (com "prova dos nove" e tudo) não tenho feito grande sucesso na "relação gajo-gaja" com as gajas; muito embora, nos últimos dias, tenha aperfeiçoado (estranha e infelizmente) a minha "relação gaja-gaja" com elas.

É triste, pá!... É triste...


MacDica da Semana-Gyver


Ainda bem (ou não... ) que há coisas que podemos ter por certas na vida.
Actualmente, muitos de nós - InSensatos e restantes comums mortais - já não passamos sem a chegada do Dica da Semana à nossa caixa de correio.

Quem tiver um supermercado Lidl no raio de 10 ou 15km... saberá do que estou a falar.

O Dica da Semana é, no meu InSensato entender, um baluarte da noção de que o sucesso, para ser conseguido tem, primeiro, de ser procurado.
Para mim, o Dica da Semana é isso mesmo. Um sucesso.

Quem não se lembra dos deprimentes desdobráveis super-coloridos, com dezenas de fotografias de detergentes de marca... "Detergente" e mopas de marca "Mopa" a 3,29€ e iogurtes a 0,23€, com promoção (se se levassem 23... davam o 24º... ou coisa assim)? E dos estranhíssimos bibelot's para casa-de-banho? E daquela cerveja austro-hungâra, denominada de holandesa e com umas letrinhas pequeninas a dizer "Made in France"...?
Tudo nesses torpes catálogos de duas folhas que mais não tinham, então, que os destaques aos preços praticados na dita cadeia de supermercados.

No entanto, algum tempo depois, mudou o papel.

Passou a ser reciclado. Tipo jornal.
E com essa mudança, veio - uns meses para diante - a evolução para um semanário de fait-diver's, palavras cruzadas e alguns (poucos) anúncios publicitários, com os destaques para os produtos Lidl a ocuparem as páginas centrais.
Nascia o Dica da Semana, com um caderno de 8 páginas, acho eu.

Daí para cá, o jornal (acho que posso chamar-lhe jornal) cresceu e já não nos "livramos" de 24 páginas de Dica da Semana... todas as semanas!
Entrevistas de fundo a "celebridades" nacionais e internacionais, notícias do mundo, cinema, música, teatro, televisão, Internet, fait-diver's (curiosidades, passatempos e até receitas culinárias)... nada falta ao DDS [diminutivo carinhoso]. E as folhas dedicadas aos detergentes, bolachas e bibelot's... são o complemento de cor que um jornal bem precisa para ser atractivo.

E eu gosto!
É leitura imprescindível na minha casa-de-banho e uma excelente brincadeira para o meu gato, que adora que eu desfaça o jornal em bolas de papel para ele apanhar e "driblar" pela casa inteira.

Aliás, quanto ao verdadeiro sucesso do semanário, tenho assistido - algo boquiaberto - ao desfile pela 1ª página do DDS das fotos de figuras que nunca imaginei ver entrevistadas por um pasquim destes.
E daí o meu grande susto esta semana.

Abri a caixa do correio e verifiquei - com o habitual regozijo de que quem nada melhor tem para fazer - que o Dica da Semana lá estava.

Peguei-o e... OH! DESGRAÇA!... INGOMÍNIA!... José Castelo Branco na 1ª página do "meu" "jornal de WC"!!!

Fiquei "para morrer"...

Como poderia ter "caído" de tão alto o Dica da Semana?...

Tudo bem que a coluna astrológica da Maya já não jogava a favor do jornaleco...

mas o "Zézinho White Castel"???? Pá... Isso é que não...

Mesmo contrariado, levei o jornal para casa com a certeza de que este número iria unicamente servir de "bolas de futebol" para o felino lá do burgo. Mas, apesar de tudo, decidi ver até que ponto estaria de rastos o Dica da Semana. Passei "por cima" da entrevista ao bimbo e fui logo para os destaques do Lidl... e "fez-se luz"!

APARADOR PARA PÊLOS DO NARIZ, por 7,99€, com 3 ANOS de GARANTIA!

Pá... Fiquei convencido! O "Dica" é mesmo um sucesso!
Assim como num passe digno de MacGyver... conseguiu salvar-se, uma vez mais, no último segundo... quando a morte era já uma certeza absoluta!...

QUE EMOÇÃO!!!!
Mal posso esperar pelo próximo Dica da Semana!...



Tanto cabelo branco!...


É oficial!...
Estou a ficar velho.

Não que me sinta particularmente mal com isso, mas também não me custa admitir que o facto de sentir que estou a envelhecer me faz alguma confusão.

E como é que um tipo com pouco menos de 30 anos se sente um "cota"...?
Por causa da porra dos cabelos brancos.

Tudo começou aos 23 anos.
O meu primeiro cabelo branco surgiu-me no escalpe, posso dizê-lo - com a frontalidade possível -, como que "à traição".
Sozinho... discreto... mesmo pela calada... o energúmeno alojou-se bem no meio da minha cabeça, por cima da testa, numa zona onde outrora (nos anos 90) tinha "morado" uma proeminente e "gelificada" popa. Ora... o mais aborrecido, para além do próprio surgimento do "branquinho" (como pouco depois foi intitulado... não por mim, está visto), foi que a descoberta dessa nova e deprimente realidade não foi feita por mim, mas por uma moça que, no meio da rua, interrompeu a conversa que estávamos a ter para, de indicador em riste, dizer «OLHA UM CABELO BRANCO!!!! TENS UM CABELO BRANCO AQUI, OLHA!!!! AQUI!!! XIII!!! QUEM DIRIA, PÁ?!?! TU...COM UM CABELO BRANCO!!! PÁ... NEM ACREDITO!!!! UM CABELO BRANCO!!!...».

Escusado será dizer que esse episódio ficou marcado para todo o sempre nos meus "arquivos" dos acontecimentos menos felizes da minha existência...

Desde então, mais cabelos brancos surgiram e, entretanto, eu acabei por aprender a conviver com esse facto.
À medida que mais "branquinhos" foram aparecendo, eu fui dando "conversa" a quem fazia questão de ir assinalando o facto.
Fui dizendo que é algo congénito (o meu pai também tem bastantes cabelos brancos, e parece que surgiram da mesma forma) e, acima de tudo, que é um sinal de charme e tal... coisa que nunca vingou. Não percebo porquê...
Charmoso (por causa do cabelo branco) nunca ninguém me chamou. O mais que consegui foi um "carinhoso" (acredito) «Estás a ficar cota!». Enfim...

Apesar de tudo, este processo de "aquisição forçada" de uma nova tonalidade no meu couro cabeludo foi correndo bem ... até agora!...
Há uns dias, reparei - com apreensão (que é o mínimo que eu posso dizer) - que os meus cabelos brancos estão a nascer... assimetricamente!

Ele há coisa mais parva do que isto?!?...
Um gajo já tem de viver com uma precoce alteração de estatuto (de "jovem com pêlo na venta" para... "cota") e agora descobre que há mais "branquinhos" do lado direito da cabeça do que do lado esquerdo?!?
Olha porra!!!
E só há uma coisa pior do que um tipo sentir-se... ...bem... ... velho.
É aperceber-se que está a envelhecer... mal!

Será que isto é sinal de que vou ser um "velhadas" jarreta e mal-humorado que mete medo aos putos só pelo olhar ameaçador
(feito sem querer) e quase imperceptível no meio de caóticas cabeleira e barba fartas e grisalhas, sobre quem se inventam histórias de possíveis casos de homicídio "há muitos anos atrás"?...

Espero bem que não!
Aliás, pensando bem, acho que me estou a deixar levar "um bocadinho assim" demasiado por uma simples assimetria do nascimento dos meus cabelos brancos.
Bom... acho que... talvez... não fosse pior continuar com aquela do charme que um rapazola de quase 30 anos ganha com uns cabelos mais claros do que a grande maioria dos representantes da pilosidade capilar.

Não vou pintá-los. Isso é certo.
Pelo menos, lá vou sendo chamado de "cota" e logo a seguir fazem-me um sorriso.
E que mais pode um "pobre velhadas" (como eu) querer?!...

: )

The Last Guy Standing...


Sou um fã incondicional de certos brinquedos, sobretudo se forem antigos.
Não me esqueço de uns... tipo piões, mas com uma base. A malta pressionava várias vezes um manípulo colocado no topo do "pião" e ele rodava sobre a base, fazendo figuras em espiral com umas cores fantásticas. Esse está, definitivamente, no meu "Toy Top".

Outro que está lá "bem em cima", também sem dúvidas, é o Sempre-em-Pé.

Penso mesmo que dificilmente haverá um brinquedo que venha a superar a genialidade do fenomenal Sempre-em-Pé.
Tão simples e, afinal, tão... ... haverá um adjectivo que lhe faça a devida justiça?!...

Nunca me preocupei em perceber o conceito do Sempre-em-Pé, mas calculo que aquela parte de baixo, arredondada [ou deverei dizer "esférica"?...], deve ser feita de uma matéria sólida e significativamente mais pesada que a oca (jugo eu) parte de cima, normalmente em forma de um colorido e sorridente palhaço, bebé, animal...
Uma fórmula tão básica e com resultados tão magníficos que só se pode mesmo vergar perante as evidências...e ser um fã, como eu sou.

Quem diria que um boneco que (ao contrário dos outros todos) não pode ser deitado teria o sucesso que sempre teve?
Qual é a função do Sempre-em-Pé? Estar sempre em pé!... Apesar de todas as "sevícias" que um puto lhe aplique... estar de pé é o "trabalho" do... Sempre-em-Pé!
Acho que é o divertimento pela insistência, pela irritação e pela luta contra o inevitável. O Sempre-em-Pé vai ficar... sempre em pé.
Não há "ciência" nenhuma nisto. Não há quem alguma vez venha a deitar um. Mas tentar é tão divertido... que (miúdo ou graúdo) não há quem não insista em dar umas valentes safanadas no Sempre-em-Pé, mesmo sabendo que é uma batalha perdida.

E "bunituu" que é!...
Quanto mais antigo for, mais bonito ele me parece. Nos anos 50 e 60, que detalhe era posto na decoração de cada exemplar!
Muita cor garrida, um cuidado especial na pintura da cara...
Lembro-me de um que vi em tempos. Era um miúdo de bochechas rosadas e cabelo cor de rebuçado de caramelo, feito em metal.
No fundo.... era meio estranho, porque o tronco era magrinho, "vestido" com uma camisa branca e uns suspensórios... e a parte de baixo... "goooooooooooooorda", por obrigação do sistema que fazia com que o puto fosse um Sempre-em-Pé de pleno direito.

Agora, já não se fazem desses, com aquela pinta toda. Parece-me que, hoje em dia, os Sempre-em-Pé's são todos de plástico, mas já vi um (bem catita) de madeira e acho que também já vi em peluche, para bebés.
Seja em que forma ou material for, na minha opinião, um Sempre-em-Pé será sempre um verdadeiro embaixador da bonecada, sempre disposto a defender a (actualmente tão badalada) "verticalidade" na classe do entretenimento infanto-juvenil (e, já agora, por que não, adulto também... a ver pelo meu exemplo!...).

Lá está... tão simples e tão genial.
Viva o Sempre-em-Pé!

"Separação de Bens"


Ando a ficar um bocado farto de, por uma irritante mania do tão parvo senso comum lusitano, se insistir na glorificação da cantora Ágata pela letra do tema "Comunhão de Bens".
Nessa canção (que retrata uma separação conjugal litigiosa), fala-se da luta da mulher pela defesa da custódia do filho e do desapego dela aos bens materiais adquiridos no matrimónio.
Eu acho que aquilo... é tudo uma farsa.
Tenho cá para comigo que aquela letra só tem um objectivo, que é tentar enganar o mundo, fazendo-o valorizar os sentimentos de uma mãe que de material não quer nada, só para defender o filho…

Mas estamos todos parvos ou quê?!?...
A malta sabe que só há uma coisa, numa situação destas, que faz uma mulher abdicar do guito, da casa, do carro e das jóias...

ELA TEM É CULPAS NO CARTÓRIO, PÁ!!!
E o miúdo?... NEM SEQUER DEVE SER FILHO DELE!!!!!

Esta poderia ser, então, a letra da canção, caso o gajo tivesse sido suficientemente inteligente para se antecipar à gaja.
Aposto que ia ficar muito melhor na "fotografia".

Vou-me embora
Vou levar tudo o que me pertence a mim
Vou-me embora
Vou levar tudo o que te dei a ti
Vou-me embora
Vou levar o que me apetecer
Vou-me embora
E quanto à tua "razão de viver"
A mim não me é nada
Não nos pertence em partes iguais
Mas não há-de faltar-lhe semanada
Ele deve ter uma carrada de pais

Passa pra cá as jóias
As chaves do carro e da casa
Fica lá tu com ele
O dinheiro do banco...
A casa de campo...
Só ficas mesmo é com ele
Ainda fico com o que resta
Uma bimba como tu não presta
Fica lá com ele
Hei-de tirar-te tudo na vida
Tudo o que eu consiga
Fica é tu com eeeeeeeeeeele


Mas ele... não se antecipou...
E bem que se deve ter arrependido. Sim… porque isto de se meter com malta que pode muito bem escarrapachar a vida toda nas palavras de uma canção ouvida por milhares de pessoas não pode ser coisa positiva.

Só dou mais dois exemplos.
“Perfume de Mulher” (também da Ágata) e “Na minha cama com ela” (Mónica Sintra).
Ah… pois é!...
Tudo bem que lhes devem ter feito muito mal… mas elas também se vingaram à grande!...


Puro InSenso - III


Textos: Anúncios REAIS de videntes, curandeiros, astrólogos e charlatões afins
Autores: os próprios
Onde se podem encontrar: nos classificados dos jornais e presos nas escovas

dos nossos pára-brisas
"K@mentário (1)": Meu Deus... os nomes... e as "curas milagrosas"!...
"K@mentário (2)": Onde é que eu "Djabi" isto?... (só uma piadinha... pra perceber daqui a pouco)


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CASSAMA
Astrólogo Mestre Espiritualista e Curandeiro
Ajuda a enfrenter problemas difíceis ou graves, como: amor, insucessos, depressão, negócios, justiça, impotência sexual, invejas, doenças espirituais (...)
Consultas à distância e pessoalmente.

Dr.SILA
Vidente - Curandeiro - Espiritualista e Mediúnico
(...) prenda a você quem desejar e os fugitivos de seus pares e de seus lares voltam em poucos dias para junto de suas famílias. Amarre a si o seu marido ou amante; dominar a ter a seus pés quem desejar (...)

[corda incluída ou temos de comprar...?]

Prof. MAMADU AFRICANO
Astrólogo - Curandeiro - Espiritualista
Encontram V. Exas. o melhor cientista que actua em Portugal e na Europa em ciências ocultas. Com supermagias negra e branca (...); lê a sorte, pelo bom espírito e bom talismã que possui, faz trabalhos à distância e com máxima garantia. (...)

SÔ FILIPE
Umbanda
Aconselha sobre: Amarrações; Mau-Olhado; Agouro; Enguiços; Doenças Espirituais e outros.(...)

VIDENTE ZITA
Para o bem e para o mal. Ajudo a desfazer toda a bruxaria, pragas e amarrações que hajam na sua vida.

Prof. TATOU
Astrólogo
(...)Conhecido sobre amor, negócios, família, droga. O resultado rapidamente - 100%. Facilidades de pagamento depois do resultado.

[este pragmatismo nos pagamentos é muito positivo...]

Prof. KARAMBA
Astrólogo Médium Africano
Grande conselheiro. 42 anos de experiência. Especialista em todos os trabalhos ocultos, conhecido por grandes personalidades no Mundo inteiro. (...)

Professor (Diplomado) DJABI
Astrólogo/Espiritualista/Vidente/Médium/Curandeiro
Mundialmente Reconhecido [!]
(...) Ajuda a resolver os casos mais desesperados e difíceis. Com resultados rápidos e seguros. (...)
Segredo Absoluto.

Prof. BAMBO
Você que sofre de problemas espirituais, familiares, falta de sorte, inveja ou casos incompreensíveis e desesperados, (...). A especialidade do Professor bambo é libertá-lo de problemas.

[porreiro!...]

Astrólogo BAYO
Não há problema sem Solução
(...) Dotado de poderes, ajuda a resolver problemas quanto mais difíceis ou graves são, com urgência. (...) Lê a sorte, faz-te saber o teu passado, presente e futuro, com honestidade. (...)

Professor SAVANE
25 anos de experiência.
(...) [o resto é tudo igual aos outros... o nome dele é que é curtido!]

Professor ALHANSA
Astrólogo Médium Africano
(...), conhecido por grandes personalidades no Mundo inteiro [outro...?!]. Tem poderes para resolver os problemas, mesmo difíceis, em todos os domínios. (...)


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PS: Só para dizer que este foi o InSenso mais complicado de publicar. O pc decidiu "crashar" SETE vezes!... Terá sido Mau-Olhado...?!... Será que estes senhores também controlam os espíritos ciber-parvo-néticos?!... MEDO!!!!

Acidentes de Trabalho


Tenho andado a pensar nisto e, muito sinceramente, ... nããããããã!
Não tenho pensado nada! Só me apeteceu dizer que sim, para causar boa impressão.
(muito embora ache que, para isso, já vou um bocado tarde; tipo... desde 12 de Novembro...!)

Na verdade, ocorreu-me que essa coisa dos acidentes de trabalho (por muito séria que seja)...
não é para todos!
Não, senhor!... É só para alguns, neste caso, pouco afortunados.

No topo da lista estão - como se sabe - os trabalhos ditos mais pesados, como os que são relacionados com a construção civil, os estaleiros navais, e empreitadas afins.
Essas profissões, sim, são normalmente bafejadas pelo infortúnio dos acidentes de trabalho.
Mas - atenção - esse facto pode, ocasionalmente, até nem ser mau de todo.

Se a malta se quiser baldar um diazito ou outro a "acartar" uns baldes massa, sempre pode alegar que levou com um "tijolo d'onze" mesmo em cima da unha do dedo gordo do pé esquerdo. Ora... com meia dúzia de falinhas mansas lá se safa o servente a fazer o reboco de umas quantas paredes.
Então e o choque eléctrico durante a soldadura? Por vezes, não se vê bem na pele... mas aleija que se farta. Por isso, há-de haver por aí um aprendiz de soldador com uma lábiazita um "coche" acima da média, que também gazete à conta de uma petazinha bem metida, do tipo «Ó patrão... Não; não se vê nada! Mas acredite que dói que não se pode, patrão! E olhe aqui as mãozinhas a tremer!... Ó pra elas a tremer... ó!».

Tudo bem que se tenha de "vergar a mola" mais vezes, mais horas e com mais perigos... mas a gazeta com uma boa justificação também se torna - assim, de vez em quando - um dado adquirido.
Já quem não se safa tão facilmente é a malta dos outros trabalhos. Ah pois é...

Tomemos como exemplo a malta dos escritórios.

O que é, afinal, um acidente de trabalho num escritório?
É caírem uns dossiers?... É a cadeira da secretária perder o encosto do braço direito?... Só pode.
Sim... e para ser um daqueles acidentes de trabalho do comamdro (leia-se, quando há, de facto, sangue) só mesmo quando a malta agrafa um dedo ou faz um corte com uma folha de papel, o que - temos de admitir - é coisa mesmo muito amaricada...

Ou seja, isto de ter acidentes de trabalho "decentes" (coisa "de homem", "de barba rija" e tal...) não está ao alcance de toda a gente e, muito menos, da malta das ditas profissões liberais, que sentam a peidola à frente do computador às nove e pouco da manhã e só se levanta lá para as cinco e tal da tarde.
Esses, lá terão de continuar a inventar gripes e a 5ª morte sempre do mesmo familiar para se livrar... sei lá... de um balancete ou dos relatórios de produtividade.

Vá... temos de admitir... poder agora dizer que um "tijolo de sete" caiu no cocuruto da cabeça mesmo no início da formatação do documento Excel com os gráficos do último semestre... Isso é que era, carago!
Era coisa convincente!...


Mas não. Lá vai o Tio Zé Carlos ter de morrer outra vez...

«...e esta é a cozinha!...»



Há dias recebi a visita de uma grande amiga que, por viver longe, nunca tinha estado em minha casa.
Esforçando-me para ser um bom anfitrião, arrumei a casa o melhor possível, preparei um bom almoço, tentei hipnotizar o gato para não fazer maldades e recebi, então, a minha amiga, entretanto chegada da viagem.

Antes de tudo mais, os cumprimentos, claro.
Logo a seguir (e ainda antes do almoço), a apresentação... da casa.

Mesmo que nunca na vida tenha entendido esse conceito, dei por mim a andar pelo apartamento e a debitar frases do tipo «Portanto... esta é a sala... o computador está ali; é onde escrevo o InSenso... estes são os bibelôts e "recuerdos" da malta... Esta é a cozinha...». Nesta altura, sou inteligentemente interrompido com um «Ah, pois... ninguém diria que esta era a cozinha! He He!...».
De facto, o lava-loiça, o fogão, o frigorifico, o micro-ondas e "companhia limitada" estavam mais do que à vista e não deixavam grandes grande margem para dúvidas de que se tratava mesmo da cozinha e não de outra divisão qualquer.
Percebi logo que se confirmava a razão pela qual nunca tinha entendido o conceito da apresentação da casa.

Bem vistas as coisas, todo o processo é meio parvo.

Porque é que apresentamos as nossas casas? Porque será que faz parte das regras do bem-receber?

No caso, até acho que não era assim tão descabido apresentar a minha casa, porque se tratava mesmo de uma pessoa amiga, mas não são raras as vezes em que a malta apresenta a casa - permitindo a entrada na privacidade do reduto do lar - a simples conhecidos ou a... conhecidos de conhecidos, só porque é a primeira vez (e, muitas vezes, a última) que nos tocam à campainha e lhes abrimos a porta.
Por outro lado, não é estranho o comportamento de quem anda com um convidado pela casa, apontando para uma divisão com uma cama, uma cómoda, um despertador... e ainda tem necessidade de dizer «... e este... é o quarto!...»?!? Claro que é estranho!
É uma informação perfeitamente desnecessária! Obviamente, essa divisão nunca poderia ser... sei lá... a casa-de-banho, certo?
Ah! E ainda por falar em casa-de-banho... Apresentar a casa-de-banho...?!? Ele há coisa de pior gosto do que isso?
Pior mesmo, só quando o WC é numa das pontas da casa, logo... sendo a primeira ou a última divisão a ser apresentada.
Parece-me mal. Simplesmente.. mal.

Apesar de tudo, lá apresentei a casa.
Mas estou a ponderar seriamente não apresentar mais. É...

Porquê?...

...a minha casa-de-banho fica mesmo numa das pontas da casa.

: [

Que será feito da Borracha Escolar?


«Estas borrachas de agora não apagam nadinha!»

Um dia destes, fui surpreendido por esta frase aparentemente banal mas que me pôs a pensar.
"Estas borrachas de agora"?!?...
Tentei perceber do que se estava a falar e... "cheguei lá".
As "borrachas de agora" são as que não são as "borrachas de antigamente"!...
Ok... eu sei que estou a ser parvo. Mas... que raio... um gajo também pode ter um hobbyzito, não?
Explicando...

As "borrachas de agora" são aquelas borrachas brancas que, em vez de apagar, sujam as folhas todas de carvão de lápis (ou porta-minas) borratado, fazendo com que a malta obtenha o resultado precisamente oposto ao desejado quando demos connosco a dizer «Oh, porra! Enganei-me, pá! Vou ter de apagar esta bodega! Onde é que está o raio da borracha? Ah! Está aqui!».

Isso leva-nos, então, à questão "borrachas de antigamente".
O que são (ou eram)? Como são (ou eram)? E o que raio será feito delas?!...

Vamos por partes. Na Escola Primária, toda a miudagem tinha, não uma,... mas DUAS borrachas.
Uma verdinha, para apagar lápis e uma mais... "democrática", azul e vermelha, que apagava lápis e caneta. Ambas tinham uma risca branca de uma ponta a outra e, como disse, não havia miúdo que não as tivesse no estojo, com as canetas coloridas, os lápis, a afiadeira e mais umas quantas paneleirices que para mais não serviam do que 1) encher o estojo, ou 2)... sei lá... encher o estojo...!?

O sucesso destas borrachas era tal que várias marcas de material escolar copiaram o modelo, as cores e até a risca branca para lançar borrachas iguais. Mas não foi só. Até se fizeram "séries especiais" (assim bem ao estilo dos carros, por exemplo).
Lembro-me de ver uma borracha enorme, das verdes, para aí umas 10 vezes maior que as normais e umas outras, todas azuis (com a respectiva risca branca, claro) só para apagar caneta. Aliás... até havia uma destas todas azuis, em circulo... mas nunca entendi o conceito.

Com essas azuis (ou melhor, com a parte azul dessas borrachas) nunca me dei bem. Como eu tinha uma caligrafia assim... como dizer... meio merdosa, pronto!... tinha de apagar o que escrevia para tentar fazer melhor. Mas - ou era do meu (pouco) jeito, ou mesmo problema da borracha - a coisa corria tão mal que não só o erro desaparecia como também desaparecia... o próprio papel! Era um descalabro! Folhas e folhas dos meus cadernos e dossiers ficavam estragadas com furos onde outrora tinham existido grosseiros erros ortográficos e "érres" que mais pareciam "éfes" ou... "bês". Enfim... "contas feitas", tinha sempre os cadernos numa lástima... por culpa da pôrra da borracha.

Mas, de facto, esse tempo já lá vai.
Hoje em dia, as "borrachas de antigamente" (se bem que ainda existam) cairam em desuso. Ultrapassadas pelas tais borrachas brancas, que são assim umas dignas representantes da actual versão apanascada do material escolar. Isso e a parafernália de artigos de merchandising em forma de materiais escolares (borrachas incluidas, como é obvio) com bonecadas do DragonBall, Action Man, Barbie e coisas afins. No meu tempo, ainda bem que a malta não se lembrou de fazer canetas e lápis da "Candy, Candy"!... mas tenho pena que não tivessem feito do Conan ("o rapaz do futuro"!... granda pinta!)...
Enfim... mudam-se os tempos... e os resultados da "evolução" estão à vista...

«Estas borrachas de agora não apagam nadinha!»

Dilema Matinal (Leite Quente ou Frio?)



O Inverno tem destas coisas.
O frio que se sente - ainda para mais quando saímos do quentinho da cama - limita-nos as escolhas e influencia todas as pequenas decisões que tomamos desde que levantamos o rabiosque do "Vale de Lençóis" até ao momento em que fechamos a porta da rua.

No meio da confusão que é o meu período entre as 8 e as 9 da manhã, há ali um momento estranho em que me vejo confrontado com um dilema do caraças, que até acredito que fosse fácil de resolver noutra hora... mas às 8 e pouco... "esquece"!!!

Os cereais. Devo comê-los com leite quente... ou frio?

Sim. Os Chocapic's, os Corn Flakes, os Crunch's, sei lá... Devo juntar-lhes leite quente ou frio, para os comer ao pequeno-almoço?
É claro que a resposta mais óbvia é «Frios, pá! Mas és totó ou fazes-te?!?» (é impresionante a facilidade com que eu me auto-insulto, não é?... tenho de ver isso na terapia...).
Mas vamos lá ver uma coisa. Tudo bem que seria suposto comer os cereais com leite frio. Até é isso que dizem as instruções que vêm nas caixas (embora a malta não leia nada àquelas horas). Mas quem escreve essas porras não se lembra que a gente também come o belo do cereal quando está um frio de fazer mirrar... a pele.
Então a questão põe-se nestes termos: o que é mais importante; comer os meus cereais com leite frio - como é suposto – e sentir frio fora e dentro do corpo ou comê-los moles por causa do leite quente?...

É claro que nunca passo muito tempo a pensar nisso (de manhã, não passo muito tempo - nem pouco - a pensar em nada...) e, qualquer que seja a decisão que tome, acabo por ficar-me sempre pelo arrependimento de alguma vez ter pensado que aquele dia haveria de ser dia de, ao pequeno-almoço, comer cereais e não torradas.
É que, com torradas, é tudo tão fácil!...

Mas... o que é que eu bebo para acompanhar as torradas?...
Café?... Leite?... Café COM leite?... Sumo?... Chá?... Cacau?...

'Tou lixado!!!!!!


Please... Stand By


Não que seja um gajo organizado… bem pelo contrário.
No entanto, antes de sair de casa, dou sempre uma volta pelas divisões, para ver se ficou tudo em segurança (sim… porque se arrumada não fica, ao menos que a casa não venha a baixo enquanto eu estiver fora!… era aborrecido…).


Ultimamente, tenho reparado num pormenor que (ao fim de tantos anos de indiferença da minha parte) me tem deixado algo pensativo.

Quando saio de casa, as únicas formas de vida visíveis que lá ficam são o gato (esse baluarte da destruição da paz caseira) e… as luzinhas de stand by dos meus electrodomésticos.

Vermelhos, azuis, verdes, amarelos… esses ditos pontos de luz indicam que o aparelho (televisão, aparelhagem, DVD, videogravador, frigorifico, micro-ondas,…) está desligado, mas não totalmente.
Está em stand by.
Ou seja, está numa de soneca expectante, que me parece um conceito, no mínimo, interessante.
Por exemplo… Eu desligo o meu televisor e, já não está a trabalhar, pode descansar por umas horas. Mas não pode estar absolutamente descansado, porque a qualquer hora eu posso lembrar-me de pegar no comando e a ligá-lo de novo. Solução para ele… “dormir” com “um olho aberto e um fechado”. E esse “olho”, acredito, é a luz de stand by.

Mesmo assim – e sabendo que é, sem dúvida, chato esse descanso em sobressalto – eu julgo que os meus electrodomésticos não ficam assim tão aborrecidos quanto isso quando estão “sozinhos em casa”.

Estou em crer que eles comunicam entre si.
Sim… Por que não?
Imaginem… A luzinha de stand by pode muito bem ser o meio de comunicação entre os vários aparelhos que eu tenho em casa!... A gente conhece o princípio dos infra-vermelhos (e os bluetooth’s) dos telemóveis. Basta que os telefones estejam próximos uns dos outros para trocar informação.
Ora, o mesmo pode acontecer com os meus electrodomésticos, quem sabe, usando códigos (bem ao estilo de Morse). Eu cá acho que, na minha ausência, muitas e proveitosas conversas deverão acontecer na minha sala, na minha cozinha e até no meu quarto. O gato é que – se se aperceber disso – não deverá achar grande piada… a não ser que também alinhe na “festa”.

Imagino o que o televisor diga à aparelhagem.
«Pá… andas a passar umas musiquitas giras, tu! Essa música com umas imagens que eu aqui tenho… ficava um espectáculo!»
O frigorifico ao micro-ondas…
«Se este gajo não tira daqui o tupperware com aquela sopa manhosa, estou lixado! Fico aqui com um cheiro que não se pode!... O gajo bem que podia passar isto daqui para aí, aquecer e comer antes que se estrague.»
No quarto, a mini-aparelhagem ao videogravador…
«Hey! Psssst! Passa aí o CSI outra vez!... Então?! Tas a ouvir??? Passa o CSI, caraças! Preguiçoso do camandro!!!»

É. Tenho a ligeira impressão que os aparelhos que tenho no quarto não se dêem bem.
Ou se calhar até dão… mas que importa isso agora?...

No entanto, tudo isto poderá não ser mais do que fruto da minha imaginação fértil (o que é “pouco” provável, claro…). Sendo assim, a realidade dos meus electrodomésticos será completamente diferente do que acabei de teorizar, bem como o significado da luz de stand by.
E se a vida dos meus electrodomésticos for uma chatice pegada? A luzinha vermelha do meu televisor mais não será que a expressão visível da tristeza do pobre coitado!... E a minha aparelhagem… que pisca a luz azul até à exaustão… só está a pedir que lhe dêem atenção!
O frigorífico… com a luz amarela do descongelamento… “diz”, assim, que os pingos de água que se vêem e ouvem, são só lágrimas… de solidão.
E isso entristece-me de uma maneira…!

Pronto… auto-deprimi-me! Será possível?!?...
Vou pôr-me em stand by
: [


Os Conspiradores da Defecação Aérea


Desde a Pré-História que o Homem se preocupa com o facto de alguma vez o céu poder vir a cair-lhe no cocuruto da tola.
É um facto indesmentível, historicamente provado e documentado.
Mas isso... são babelas.

Aquilo com que a malta devia (e deve) estar mesmo preocupada é com a verdadeira conspiração que se passa - essa sim – por cima das nossas cabeças.

A cada dia que passa estou mais convencido de que, escondidos atrás daquela aparência frágil e - segundo muita gente - "querida" (sabe Deus...), os pássaros que esvoaçam livremente por aí formam uma organização terrorista com os objectivos únicos de nos levar à loucura e nos tornar eternas vítimas da mais humilhante das "armas" a nível mundial (e, quem sabe, até a nível universal). A caganeta* (também conhecida por MOAC - "Mother Of All Caganet's"... não? Pronto... ok...!).

O meu Fiat raramente vai à lavagem automática. Não porque não goste de ter o meu belo bólide a brilhar, não senhor.
Simplesmente porque, sempre que eu o lavo ou gasto uma pipa de massa numa estação de serviço, arrependo-me logo a seguir.
Quantas não são as vezes que, poucas horas depois de se ter mostrado ao mundo, limpinho e sedutor, o meu Fiat é "presenteado" com uma monumental caganeta de pássaro que, literalmente, lhe borra a pintura?

Fico FU-RI-O-SO!
Mas... de que é que isso me serve?
Nada!
Nunca saberei exactamente qual foi o energúmeno do pássaro que me cagou o carro!... Aliás, é essa a táctica deles.

Eu acho que o "universo passaral" se organiza num sistema muito semelhante ao submundo das máfias.
Em cada cidade deve haver uma Ordem com pássaros de todos os tipos. Um pássaro (que aqui denominarei simplesmente por... "Pássaro") - que ninguém fora dessa Ordem (ou seja, nós) conhece - lidera as hostes e as hostilidades. Tem umas quantas centenas de "Informadores" e umas boas dezenas de "Executores".
O papel dos "Informadores" (acima de tudo andorinhas e pardais que, como se sabe, são assim uma espécie de 3ª Divisão, série D, dos pássaros) é sobrevoar as cidades a recolher dados para depois os transmitir ao Pássaro. Ele, por sua vez, organiza um plano e ordena aos "Executores" (também andorinhas e pardais... mas só os do restrito grupo da confiança do Pássaro) que levem a cabo verdadeiros e furtivos raids aéreos contra os nossos carros.

O tempo em que as vítimas eramos nós (as nossas cabeças ou as nossas melhores roupas) já lá vai...
A passarada agora quer é vandalizar as nossas viaturas "auto-próprias".
Porquê...? Sei eu lá bem?!? Acho que nem eles sabem!
São pássaros! Com cabeças tão pequenas... não podem ser muito inteligentes!
Acho que é só mesmo porque lhes dá gozo...

A coisa não é feita inocentemente. Longe disso.
Qualquer um de nós, se estiver atento, vai reparar que a chamada cagada no capôt acontece numa de duas situações.
Ou logo a seguir a termos lavado o carro (tantas vezes fui eu com uma "prendinha extra" para um casamento...) ou ao fim de vários meses sem o lavar, como que em jeito de vingança servida a frio.
A primeira situação - estou em crer - sucede porque o Pássaro tem Informadores junto a todas as estações de serviço com lavagem. A segunda é o resultado de uma mistura da acção dos Informadores e do sadismo do Pássaro que, mal sabendo de que há um carro a circular há muito tempo sem a marca da Ordem, manda um Executor encontrá-lo, cagá-lo para, então, passar à suprema humilhação daquele que terá "ousado" desafiar o poder do Pássaro. O carro não só é "marcado" de imediato como logo a seguir é "bombardeado" ao ponto de ficar todo sarapintado de branco e castanho.
Acredito que o Pássaro diga aos Executores algo como «Ai ele anda há meses sem lavar o carro? Vamos dar-lhe um "remédiozinho" por causa das tosses!»... e lá vai cagada em bando de pardais... à solta (como diz a canção).

É ISTO, meus amigos, que se passa por cima das nossas cabeças. Nada mais.
E é com isto que nos devemos preocupar... porque o céu, esse, nunca nos cairá na tola.


PS: Sim... eu acredito que esta "máfia da penugem" é financiada pelo fortíssimo lobby das estações de serviço com lavagem de automóveis. Se não... que ganhariam os pássaros com estes "servicinhos"?... É certo que gozo é gozo... mas não enche o papo a pássaro nenhum.



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* - Há quem diga caganita mas... caguei.

“Sabes… A Tia Hermínia…?”



Acho sempre saudável admitir que, definitivamente, não sirvo para certas coisas.
Conhecer (e, em última instância, divulgar) as minhas fraquezas e defeitos em geral pode ser embaraçoso, mas não deixará de ser um mal menor (ou um bem maior) já que, admitindo que existem, sempre posso trabalhar para me tornar melhor naquilo em que sou… pior.

Ora… eu sou péssimo com nomes.

Alguém se apresenta a mim e eu… três segundos depois (às vezes, menos)… já não faço “puto” de ideia do nome da pessoa que – como qualquer um de nós – está a fazer os possíveis para causar uma boa primeira impressão.
Isso, de facto, é um "mega-defeito" meu que já me trouxe alguns problemas e que tem sido muito complicado resolver. Mas eu asseguro…
“I’m working on it… I’m working on it!...”.

O mais chato é quando as minhas falhas se sobrepõem umas às outras.
O K@ explica.

Por vezes, sou confrontado, por pessoas meramente conhecidas minhas ou de família (que é quando é pior), com frases do tipo «Lembras-te do Alfredo Travanca?... Aquele que é filho do Augusto Travanca e da Maria da Paz?...».
E isso é um problema do caraças!...

Sim. Porque além do meu pouquíssimo talento para memorizar os nomes de pessoas que vou conhecendo, se não mantenho um contacto regular com elas… “está bem, patrício!”… sei lá eu quem são, uns tempos depois!?!
É uma dura realidade, mas a minha memória, decididamente, não está vocacionada para relacionar nomes “obscuros” e pessoas com quem não contacto; mesmo que sejam de família.

Nesse caso, então, a questão agudiza-se de uma forma deprimente.

«Então não te lembras da Tia Hermínia?!?...»

É claro que eu não faço ideia de quem é a senhora! Ainda se a visse… talvez a cara me fizesse lembrar qualquer coisa! Mas só pelo nome… o raio do nome… de que eu NUNCA me lembro...!
Perante o meu olhar vago (ou simples silêncio, se for ao telefone), a estratégia de quem me tenta explicar quem é esse “ente querido”… muda… para pior!

«Então não te lembras da Tia Hermínia?!?...» (esta parte repete-se, de facto) «A que era filha do tio-avô Francisco… que tinha três irmãos… O Manel “Barrosa”, a Luísa “Padeira” e o Carlos “D’além”…».

Caldo entornado! Entra-se no campo das alcunhas. A coisa já vai mal… muito mal!... Se com nomes (e sem fotos) já era complicado, então as alcunhas dão um “jeito” desgraçado.
Mas o interlocutor ainda faz mais um esforço…

«A Tia Hermínia, pá!» (a insistência, meu Deus!... A insistência!!!) «Morava nos Bacelos de Cima…» e mete-se mais um familiar ao “barulho”… e a terra onde ESSE morava… e mais uns irmãos e tios da “outra parte” da família…

É uma batalha perdida, tenho de admitir. Não há volta a dar-lhe.
Se eu não me lembro logo à primeira, as chances de isso via acontecer (com a inclusão de mais “variáveis”) vão diminuindo e aí... só há uma solução.

«AH!... Já estou a ver!... Pois! A Tia Hermínia! Claro…! Não estava a ver…»

É a mais vergonhosa das verdades.

Acabo por ceder e “recompensar” o nobre esforço de quem durante largos minutos recorreu a toda a árvore genealógica de uma (ou mais) família(s)… com uma mentira.
Uma mentira piedosa, gosto eu de pensar que é. Mas, no fundo, não passa de uma mentira tão feia como as outras. Só com a diferença de que esta pode dar a sensação de «Bom trabalho! Conseguiste fazer-me lembrar da Tia Hermínia – de que eu não me lembrava de todo – quando disseste que ela morava junto à Maria Albertina, a dona da loja na Aldeia das Patarras, que era prima do "Zé da Carroça", que era casado com a Ermelinda “Chapeleira”!».

Enfim, uma mentira dita para calar a pessoa que tanto se esforçou e para terminar com o verdadeiro tormento em que esta situação se torna ao fim de uns minutos de conversação.

Está na hora (Senhores das tecnologias!... Hello!!!!) de se arranjar forma destas conversas não serem o non-sense que são. Talvez criando uma espécie de pen disc que sirva de drive só para informações desnecessárias e que só usamos em ocasiões assim…

Não sei… é uma sugestão.

Se me arranjarem uma que me ajude a lembrar do nome das pessoas, sem ter de recorrer a agendas e tal… eu já me dou por contente.

Um Enorme Mini-Choc


Ele há coisas de que um gajo só se apercebe quando leva aquilo a que eu chamo de uma “chapada de realidade”.

Desta vez, esse “mimo” (que – ainda bem – não é físico… até por que se tornava muito doloroso!...) veio da SIC Comédia, numa reposição d’Os Trapalhões em Portugal, que eu apanhei num zapping pelos canais do “cabo”.

Num “interlúdio” musical entre os sketch’s pseudo-cómicos do Didi e do Dedé, actuavam… os Onda Choc.
E eu pensei…
«Porra! Ao tempo que eu já não oiço falar destes putos, pá!...»

Pois é! Realmente…! Que será feito destas bandas formadas por um magote de putos (só hoje contei uns 15 ou 16, todos com roupinhas mais ou menos parecidas, a tentar dançar coordenados uns com os outros… o que não estava a acontecer e, se bem me lembro, raramente acontecia…) e que fizeram furor de finais dos anos 80 até meados dos 90’s? Uma “fórmula” que, pelos vistos, “pegou de estaca” e que chegou mesmo a originar uma rivalidade tremenda entre os próprios Onda Choc e os Ministars, também eles suficientes para fazer uma equipa de futebol… com suplentes e tudo!

Aliás, esta coisa das teen-bands foi levada tão a sério na altura que as formações nunca eram bem as mesmas, havendo um sem número de substituições em pouco tempo, para não haver quebras nos espectáculos e (claro!...) nas vendas. Parecia-se, inclusivamente, com o mercado futebolí
stico... Sai um, entra outro, aquele sai definitivamente, contratam-se mais dois...

Não raras vezes dei comigo a franzir os olhos a olhar para a televisão para tentar perceber porque é que a miúda que cantava o solo de determinada música era uma no videoclip e outra no programa do Júlio Isidro. Fazia-me uma confusão desgraçada…

Acredito que só assim (com as constantes entradas e saídas da maltinha) é que a coisa se aguentava… tanto que se aguentou uns anos valentes, com discos a venderem bem (principalmente na altura do Natal) e muitas aparições em programas de tv, tipo “Clube Disney”, “1,2,3”, e tudo o que fosse apresentado pela Serenella Andrade e pelo já referido Júlio “Nariz” Isidro. De outro modo, correr-se-ia o risco da “Mimi” se tornar “Mamã”, por causa de uma aventura atrás da biblioteca da escola secundária e dali a tempos… já o “rebento” também cantaria nos Ministars (conceito estranho, este…).
Por outro lado, também a participação masculina era complicada, já que a puberdade dava cabo daquela vozinha "versão-Onda Choc" em três tempos. Acho que sempre foi por isso que esses grupos tinham para aí só 2 ou 3 rapazes no meio de tanta miúda, o que até poderia ser bom para eles… para quem aquilo se assemelharia, quem sabe, a um teen-harém (outro conceito estranho…).

AH!!!! E já me esquecia…!!!!
Então e os Queijinhos Frescos?!?
Esse baluarte das nossas infâncias e pré-adolescências…!
Ali, a dinâmica era um bocadinho diferente. Sob a tutela da mítica Ana Faria… a fazer novas versões de músicas populares portuguesas (O Luís… O Luís… quer ir a Paris!... – fantástico!) em oposição aos covers folerinhos das canções estrangeiras que iam aparecendo nos top’s, feitos pelos outros grupos. Hoje, por exemplo, lá estavam os Onda Choc…

«Estou… apaixonado… lá lá lá lá ri lá lá…».
Pá… Poupem-me!!!...

O que é certo é tudo isso terminou. O tempo da exploração dos miúdos para enriquecimento das editoras já lá vai (ou não… ou não…!) e bandas como Ministars e os Onda Choc provavelmente já não voltam mais.
Alivio?... Desilusão?... Nostalgia?... Ou mera queda no esquecimento?
Não sei.
Tal como não faço ideia do que é feito das várias dezenas de “artistas” que passaram por essas teen-bands da minha adolescência. Nem nunca me dei ao trabalho de saber, valha a verdade. Qual será o paradeiro dessa gente? Terão feito parte de alguma girl ou boy-band daquelas que surgiram nos últimos anos? Serão donas-de-casa? Malta de negócios? Haverá gente que na altura até passou despercebida e agora é famosa (e vice-versa)?...

O que eu sei é que a constatação a que cheguei hoje só demonstra que eu sou um distraído “de primeira”! Esses grupos já acabaram há tanto tempo e eu… nem tinha reparado!... Dââââh!...

O QUÊ?!?!? Quando é que o Eanes deixou de ser Presidente?!?!... Já não é?!?!

Ó Porra!...

A(L)titude Felina


Ando meio preocupado com a última paranóia do meu infame gato.
Esse ser peludo que se passeia pela casa, como que alegando ser o “Senhor de Todo o Poder” no apartamento que EU ando a comprar, tem uma nova mania.
Ou melhor… nova, nova… não será, mas agora o “rapaz” está a levar a coisa a um extremo de grande maluquice, de tal forma que a coisa está mesmo a ficar preocupante.

Ora… sucede que o bichano (que tem pouco mais de um ano e meio de idade) anda numa de pular para cima de todas as portas da casa!

Como a generalidade dos membros do “clube” felino, o meu gato, adora estar nos lugares mais altos da casa. Com um vigor tremendo, salta para o topo de tudo o que é móvel. Estantes, móveis da cozinha, o televisor e até o frigorífico (de 1,80m), que há muito já não é meu, mas sim “dele” – num processo de aquisição à minha revelia em que eu não fui tido nem achado.

Aliás, em relação ao “frigo”; quando – por motivo de arrumações e remodelação da cozinha – tive de deslocar o frigorifico cerca de um metro para lá do sítio onde estava… o litígio e consequentes represálias foram um dado adquirido durante mais de uma semana. Não ouve paz nem muito menos pele que ficasse imune às valentes unhadas das garras afiadas do animal…

Desde que chegou a casa (pequenino), o fascínio dele pelas alturas sempre foi mais que evidente, mas agora que já experimentou todos os móveis e de ter partido “n” objectos (mais ou menos valiosos), virou-se definitivamente para o “desporto radical” que é lançar-se do chão para o topo das portas e (mais difícil ainda) manter o equilíbrio lá em cima.

Sim… essa parte – estive a admirar todo o processo, em pormenor, ontem – é, sem duvida, a mais complicada para ele… e a mais divertida para mim.
Tudo porque as portas (o topo delas) são obviamente estreitas demais mesmo para as pequenas patas de um gato. Por muito sentido equilíbrio que o animal tenha… está visto que a coisa está destinada a correr mal.

E na verdade… corre sempre.
Ele lá salta (é fantástico ver um voo de cerca de dois metros, do chão para a porta…) e atinge o objectivo. Mas depois é vê-lo com cara de aflito, meio deitado, meio “abraçado” à porta, sem saber o que fazer à vida dele.
Enfim…

O que me parece é que o meu gato vive como aqueles gajos para quem a adrenalina é tudo, que saltam de todo o lado, de toda a maneira e feitio, com muitas ou poucas medidas de segurança… O importante é viver aquele momento, mesmo que as calças não saiam muito bem tratadas no final de tanta emoção.
Para o meu gato (creio eu), o objectivo é conseguir saltar sempre mais alto, não interessa para cima de quê. Só lhe interessa é… saltar.

É claro que, dadas as (visíveis e... hilariantes) dificuldades de equilíbrio sentidas no topo da(s) porta(s), a descida é sempre caótica, mas – das duas uma – prevalece a teoria de que os gatos aterram sempre de pé… ou a dos gatos terem 7 (ou 9 - se for em versão “anglo-saxónica” - como é o caso, de resto) vidas. Como eu acho que ele já caiu para mais de umas vinte vezes… estou em crer que tem aterrado sempre mais ou menos bem, mesmo quando eu não estou por perto.

Bom… ao fim ao cabo, ou eu tenho um gato que é a reincarnação de um antigo atleta olímpico, ou – pior ainda – de um desportista radical falecido prematuramente numa manobra mais arriscada, talvez num exercício de “Bungee-Jumping Invertido”, o que (compreensivelmente) não me deixa lá muito descansado.


Raio do gato!!!...


Eco @ night



Não sei se isto se passa com mais alguém ou se será mesmo só paranóia minha, o que me deixaria, em parte, mais descansado, já que até a mim a minha atitude me parece "bué" da estranha.

Por uma questão de princípio, faço questão de proceder, em casa, à separação dos lixos, para depois os levar a um eco ponto.
Vidros para um saco, papéis para o outro, plásticos e embalagens num terceiro saco. Tudo reunido num canto da minha caótica (mas cheia de bons princípios e intenções) cozinha.
AH! TENHO UMA COISA PARA VOS CONTAR!!!!!
Mas agora não dá...! Fica para o final do texto, em jeito de "PS:", ok?... Stay tuned!!!

Bom... voltando ao assunto "em epígrafe"...

O que eu reparei há uns dias atrás foi que não me lembro de alguma vez ter ido ao eco ponto... de dia.
Sempre fui à noite. Ecoponto e luz natural são coisas que, definitivamente, não coabitam na minha insensata realidade.
Pegada com esta parva reflexão, veio uma outra constatação.
Mesmo tendo um eco ponto bem no meio do meu bairro, eu opto sempre por pegar no meu Fiat e levar o meu lixo separado a outra "freguesia", que é como quem diz, ao eco ponto que fica umas centenas de metros fora do bairro, numa zona mais isolada.

Ora, o que eu começo a pensar é que sofro de... ecotimidite (ou ecotimidez, como preferirem... ambos os termos são invenções da minha tolice natural... e isso já não é novidade nenhuma). Certo... é uma conclusão "inteligente" como o camandro... mas é o que se arranja agora. Paciência...

Na verdade, nunca reparei que fazia horas em casa, até que o sol se pusesse, para então ir ao eco ponto.
Mas faço. Por que será?...

Uma das possíveis explicações que aponto para este meu comportamento (e sabendo que não é muito correcto estar a fazer de juiz em causa própria, neste caso até opto por estar mais numa de ser... o meu próprio psicanalista... o que não é mais aceitável mas, definitivamente, mais divertido) é o facto de acreditar em máximas tão famosas como "Diz-me que lixo fazes... dir-te-ei quem és", "O lixo (ecuménico) faz o monge" ou mesmo "O lixo que se faz é o espelho da alma".

Sim. Não será muito complicado tirar a pinta de alguém pelo lixo que produz.
Se virmos bem as coisas, um caramelo que vá para o papelão com uma data de revistas cor-de-rosa... das duas uma. Ou as suas prioridades NÃO estarão viradas para ver quão boazonas são as actrizes das novelas brasileiras ou acabou de levar uma tampa de todo o tamanho da namorada que passava muito tempo lá em casa. Estarei errado?...
Se estiver correcto, o mesmo se aplicará ao resto do lixo. As bebidas consumimos, os enlatados comemos, os detergentes que usamos, os papéis que rascunhamos... tudo pode revelar mais aspectos da nossa intimidade do que nós próprios estamos dispostos a "mostrar" ao mundo. E eu sou um gajo que - a bem dizer - presa muito a privacidade.

Portanto, se houver um(a) magano/a qualquer a olhar por cima do meu ombro, junto ao eco ponto, a mirar as minhas antigas revistas "Maria" e "Ana Mais Atrevida" (que eu leio ... SÓ PARA PESQUISAS e assim... só mesmo... a sério... ... ... pois...!)... o que é que ele/ela vai pensar?!?...
Ah, pois é...!

Se calhar, é por isso é que a malta não vai ao eco ponto de dia... muito menos ao eco ponto do meu bairro.
Por uma questão de privacidade e timidez.

Será isto normal?

Aceito (e agradeço) feedback.


(o tal) PS: Nem sei como me esqueci de vos contar!!!! Arrumei os meus TupperWare!!! A sério!
Mas... pá... já foi no ano passado... Como o tempo passa!... Já é quase "old news"... Nããã... Foi no dia 31 de Dezembro. :-)
É verdade! Decidi fazer de Koffi Annan (versão OTU - Organização TupperWare's Unidos) e tentar pacificar as facções rivais dos plásticos desavindos no meu armário da cozinha.
E acho que consegui! É claro que os quadrados e os redondos não se juntaram aos rectangulares mas, também,... não se pode querer tudo, não é?
A reboque deste facto fascinante, tomei como resolução para o Novo Ano a intenção de manter aquilo arrumadinho... mas não prometo nada. Se eles insistirem em desatar à pancada sempre que fecho a porta... mando-os dar uma volta! Juro que mando!
Pelo sim, pelo não... tenho deixado a porta sempre entreaberta... a ver se os engano...

Conguito, o Injustiçado!


Eu sou um dos (muitos, espero...) que anseia pelo momento em que o Conguito seja considerado o verdadeiro líder do snack de chocolate (ou, como se diz em estrangeiro, "Greatest Choco-Snack Ever"), lugar que lhe pertence por direito, mas que - injustamente - lhe vem escapando à medida que o tempo passa.

Aliás... Vou mais longe!
Afirmo aqui (de forma peremptória e sem receio das possíveis consequências judiciais ou mesmo represálias físicas de que venha a sofrer depois deste momento)...
É UM VERDADEIRO... ESCÂNDALO!!!

Toda a gente sabe o "porquê" do Conguito não ser reconhecido como o Rei do Snack!...

Toda a gente!!!... ou então, não...!
E, nesse caso, toda a gente DEVIA saber!...

O Conguito - delicioso snack de chocolate e amendoim, vendido em sacas mínimas que nunca saciaram totalmente o desejo de quem come UM... e logo percebe que ficou viciado - é, lamentavelmente, uma vítima... da Globalização!


Sim... desse fenómeno, cujos efeitos secundários (menores, diria eu...) são umas quantas manif's de protestantes anarquistas em vários pontos do mundo, com sangrentos confrontos policiais e ataques a restaurantes do McDonalds.
Um fenómeno oportunista que - vergonhosamente - tem dado chance a choco-snack's de inegável pior qualidade que o Conguito de serem considerados "figuras de proa" deste sector.

Ora... isso é um ultraje!

Até qualquer "semi-entendedor" (leia-se, qualquer pessoa que já tenha experimentado comer - ou provar -, no mínimo, UM Conguito) sabe que ver M&M's, Twix's e até Kit Kat's no Top dos Snack's de Chocolate é um embuste!
E o que se sente sempre é uma revolta imensa!... Posso assegurar!...

Peço desculpa se sou muito emocional quando abordo este tema, mas é algo que mexe comigo de uma forma perfeitamente inexplicável.

A Globalização arrasou com a possibilidade do Conguito ocupar o seu devido lugar, permitindo a "ultrapassagem" (como que "à traição"), por exemplo, do M&M's, que - como se sabe - mais não é que uma pseudo-evolução dos Smarties e um plágio (sem qualquer pinga de vergonha) do Conguito!
A publicidade internacional conquista tudo... e o M&M's lá está... com o título no "bolso".

Quero lá saber que aquela porra se derreta na boca e não nas mãos, pá?... que tenha quatro cores e, que uma delas até tenha sido escolhida pela malta de todo o mundo, em votação global e universal?... que tem duas formas de existir (com e sem amendoim) e seja representado por duas mascotes que entram pelos nosso televisores e todas as outras formas possíveis de publicidade, quer estejamos numa vila do interior lusitano, ou defronte a uma montra de uma loja de electrodomésticos na Bolívia?...
Quero lá bem saber!!!

Para mim, o Conguito é (e será sempre) mil vezes melhor!...
Mesmo sabendo que se derrete em três tempos e deixa as mãos todas "cagadas" de chocolate!
Mesmo sabendo que só tem uma cor (muito embora, já tenha sido criado o que bem se podia chamar "Conguito Albino", em chocolate branco... quem sabe, para tentar combater a hegemonia M&M'iana...)!
Mesmo sabendo que não é publicitado em nenhum lado (televisão, rádio, revista, jornal, newsletter ou mesmo pasquim local estilo "A Folha da Boiça de Baixo")!...
Pá... Mesmo sabendo que a mascote não aparece tridimensionalmente em sítio nenhum... mas que, com franqueza é MUITO MAIS ENGRAÇADA!
Aquele "nêgo" (sem qualquer intenção racista) tribal sorridente, com barriguita e lábio gordo, de lança na mão... é uma figura que sem dúvida perdurará, pelos tempos dos tempos, no meu imaginário e (espero eu...) no imaginário de muitos como eu.

Uma coisa é certa.
Pararei sempre num “Café Central” de província à procura da minha saquinha de Conguitos, que lá estará, num mostrador só com mais duas ou três saquinhas e o "nêgo" sorridente, com a lança na mão, no topo.

E assim... sempre saberei que, pelo menos para mim, o Conguito é mesmo o "Greatest Choco-Snack Ever".



Puro InSenso - II



Texto: Excertos da revista "Erótica nº61"
(Tiragem 6000 exemplares - Dep. Legal nº 141705/99)
Autor: (infelizmente) Desconhecido
Intérpretes: Um tal de Harnold e uma Sue
(aparentemente, elementos da Marinha americana)
"Kamentário": Genial! Literatura de... alto nível! Literatura... "de ponta"!

..........................................................................................PARENTAL ADVISORY O

(...)

Harnold e Sue chegam à conclusão de que aquilo que pretendem fazer não pode ser dentro do carro, por isso saem para fora.
Sue desaperta as calças a Harnold, ajoelhando-se de seguida e "aboquenha" a verga de Harnold.

(...)

Sue sente a sua gaita a pedir qualquer coisa, pois arde de desejo de ser possuída. Levantando-se, deita-se sob o capôt do carro e abrindo as pernas pede a Harnold que a penetre bem fundo, ao que Harnold a satisfaz, enterrando-lhe aquela soberba verga na vagina até aos testículos. Sue geme de prazer.
"Aaaaaaaaaah... Oooooooh! Mete, mete... ai... que bom...!"

(...)

"Aaaaaaaaah!!! Mete, meu marinheiro, mete essa âncora, não deixes o barco à deriva!..."


= = = = = = = = = = = = =

PS: Lindo! Poético mesmo! "ProFUNDO"... "EROdito"...
Só tenho pena de não conhecer os autores (e tradutores) destes textos geniais.
Textos deste calibre deviam ser devidamente creditados e assinados pelos criadores.
Na minha opinião, é a maior das pechas da literatura erotico-pornográfica.
Porque... mais de resto (como se pode constatar no exemplo incluso), é tudo...
"5 Estrelas"!
:-)
PS(2): Os excertos não foram, de forma alguma, censurados.

A 2ª "Idade dos Porquês" - II


Porque é que a gente se espreguiça como se espreguiça?




Porque será que o gesto nos dá tanto prazer?

Porque é que ainda mais prazer nos dá se for feito com grande espalhafato, com os braços bem abertos e, se possível, com um som estranho vindo bem "de dentro", que pode ser confundido com um berro descontrolado... mas não é?

Porque será que, quando estamos deitados na cama, nos espreguiçamos em "x" (esticamos o braço direito ao mesmo tempo que a perna esquerda e vice-versa)?

Porque que é que o acto de espreguiçar não tem um substativo só para ele (tipo "espreguiçamento" ou "espreguiçação"?

E, finalmente, porque é que - injustamente, digo eu - o acto de espreguiçar (e, já agora, o bocejo também) ainda é socialmente condenado (porque é que a malta não pode dar largas a um espreguiçar livre e saudável, em todo o seu esplendor, onde quiser e bem lhe apetecer)?...

Porquê?!?...



45 Rotações


Num longo e doloroso processo de arrumações (que já dura há uns dois anos e tal) para pôr a casa à minha maneira, finalmente chegou o momento de decidir o que fazer aos velhotes singles de vinil que os meus pais me deram.
Discos do início da década de 80 e dos finais da de 70, no tempo em que a minha família estava emigrada na Alemanha; alguns deles tão antigos que chegam a ser mais velhos do que eu... e já sou um bocado "cota".
Por isso, aqueles "45 Rotações" são quase todos de bandas e músicos perfeitamente desconhecidos, muito embora haja uns quantos singles dos inevitáveis Abba, claro.

Bom... obviamente não resisti a dar uma olhadela mais a fundo só cerca de 20 "mini-vinis", de capas garridas e com fotografias do mais foleirinho que se possa imaginar.

Primeiro pormenor a reter... apesar de ter aprendido um bocadinho de alemão no secundário, cheguei à conclusão de que... não percebo patavina!
O que é muito triste, já que, assim, fico impedido de traduzir títulos tão (potencialmente) fantásticos como "Das Beste für die Nierchen sind die Bierchen" (que deve ter algo a ver com cerveja, já que na capa há um senhor com um copo na mão e "cerveja" é uma das poucas palavras que conheço em várias línguas... vá lá saber-se porquê...!), "Es ist Morgen und ich liebe dich noch immer" (será "É de manhã e eu só gosto de ti à tarde"???... seria um belo piropo, ao nível do "estou quente que nem um forno"!) e ainda o afamado tema "Und es war sommer" de um cromo chamado Peter Maffay, que (pela foto de capa) já em 1976 parecia ser um quarentão e há tempos descobri que ainda canta umas coisas... no mesmo estilo deste "Und es war Sommer". Tipo coerente, este Maffay.
(Nota mental: voltar a aprender línguas logo que possível. Agora tinha feito um figurão!...)

Enfim. Fiquei sensibilizado.

Principalmente pela aparente capacidade da malta na altura comprar os discos com as piores capas. Um tal de Johnny Wakelin (cantor de raça branca), lançou um single chamado "Africa Man" e os meus pais, pelos vistos, compraram-no mesmo tendo na contra-capa duas fotografias do gajo. Uma delas com cabelo comprido e bigodinho de serralheiro (sem ofensa aos serralheiros) e outra sem bigode, com farta carapinha "afro" e... o mesmo fato em ambas as fotos!
Fiquei um bocado confuso. O gajo era feio... e só tinha uma roupa! Talvez os meus pais tenham comprado o single, pensado em ajudar o rapaz... mas eu continuo a preferir acreditar que eles o ganharam numa quermesse qualquer.

Por fim... as coisinhas mais aceitáveis que encontrei foram mesmo os discos dos Abba ("Fernando", "Dancing Queen", "Man in the Middle" e "SOS"), Kim Wilde e os saudosos "Comment Ça Va" dos The Short's, "O Areias" da Susy Paula, "I just Called to say I Love You" (o mais recente, de 1984) do Stevie Wonder e "Playback" do Carlos Paião, de quem ainda hoje sou um grande fã.

Mas a maior das surpresas ficou guardada para aquilo a que eu chamo de um pseudo-single-de-vinil.
Era um disquinho, super fino, que as Selecções dos Reader's Digest distribuiam (até era preciso pôr uma moeda de 1 Escudo em cima, para se ouvir melhor), e em que se promovia uma colecção de discos LP sob o título "A Alma da Música Portuguesa".
Quem fazia a locução?... Nem mais nem menos do que Manuela Moura Guedes(!) que, ao contrário do que muitos pensam, antes de abrir o Jornal Nacional, de publicitar detergentes e até de cantar com os Ritual Tejo... também entrou no maravilhoso mundo do vinil (dos discos, entenda-se... não das fatiotas justas... e eu acho que ainda bem)!

Não vejo a hora de consertar o meu gira-discos (gosto mais do nome "à antiga") para poder ouvir estar preciosidades todas.
Por agora, o critério de arrumação será só pela aparência da capa... e nem isso está a ser fácil, já que o principal candidato a "dar a cara" ao conjunto dos singles é o de um grupo de quatro marmanjos de cabelo grande e camisas de cetim e quatro miúdas, vestidas com algo que descreverei só como camisas de noite hippie, mas em versão mais... foleira do que o simples hippie.
Além disso, chama(va)m-se "Pussycat" e colocá-los como mostra do que tenho em casa, isso pode não passar a mensagem que eu quero transmitir às minhas visitas (o mesmo motivo pelo qual eu excluí logo o "Dancing Queen", por exemplo).

Também havia um de uma miúda gira, chamada Vicky Leandros (que tinha um sucesso tremendo na Alemanha), mas as origens gregas dela dissuadiram-me num instante.

Que é que querem?... Caristeas... 59 minutos...
Ainda não me passou o trauma...
:s

Talvez opte pelo disco do gajo com o copo de cerveja na mão…