A(L)titude Felina


Ando meio preocupado com a última paranóia do meu infame gato.
Esse ser peludo que se passeia pela casa, como que alegando ser o “Senhor de Todo o Poder” no apartamento que EU ando a comprar, tem uma nova mania.
Ou melhor… nova, nova… não será, mas agora o “rapaz” está a levar a coisa a um extremo de grande maluquice, de tal forma que a coisa está mesmo a ficar preocupante.

Ora… sucede que o bichano (que tem pouco mais de um ano e meio de idade) anda numa de pular para cima de todas as portas da casa!

Como a generalidade dos membros do “clube” felino, o meu gato, adora estar nos lugares mais altos da casa. Com um vigor tremendo, salta para o topo de tudo o que é móvel. Estantes, móveis da cozinha, o televisor e até o frigorífico (de 1,80m), que há muito já não é meu, mas sim “dele” – num processo de aquisição à minha revelia em que eu não fui tido nem achado.

Aliás, em relação ao “frigo”; quando – por motivo de arrumações e remodelação da cozinha – tive de deslocar o frigorifico cerca de um metro para lá do sítio onde estava… o litígio e consequentes represálias foram um dado adquirido durante mais de uma semana. Não ouve paz nem muito menos pele que ficasse imune às valentes unhadas das garras afiadas do animal…

Desde que chegou a casa (pequenino), o fascínio dele pelas alturas sempre foi mais que evidente, mas agora que já experimentou todos os móveis e de ter partido “n” objectos (mais ou menos valiosos), virou-se definitivamente para o “desporto radical” que é lançar-se do chão para o topo das portas e (mais difícil ainda) manter o equilíbrio lá em cima.

Sim… essa parte – estive a admirar todo o processo, em pormenor, ontem – é, sem duvida, a mais complicada para ele… e a mais divertida para mim.
Tudo porque as portas (o topo delas) são obviamente estreitas demais mesmo para as pequenas patas de um gato. Por muito sentido equilíbrio que o animal tenha… está visto que a coisa está destinada a correr mal.

E na verdade… corre sempre.
Ele lá salta (é fantástico ver um voo de cerca de dois metros, do chão para a porta…) e atinge o objectivo. Mas depois é vê-lo com cara de aflito, meio deitado, meio “abraçado” à porta, sem saber o que fazer à vida dele.
Enfim…

O que me parece é que o meu gato vive como aqueles gajos para quem a adrenalina é tudo, que saltam de todo o lado, de toda a maneira e feitio, com muitas ou poucas medidas de segurança… O importante é viver aquele momento, mesmo que as calças não saiam muito bem tratadas no final de tanta emoção.
Para o meu gato (creio eu), o objectivo é conseguir saltar sempre mais alto, não interessa para cima de quê. Só lhe interessa é… saltar.

É claro que, dadas as (visíveis e... hilariantes) dificuldades de equilíbrio sentidas no topo da(s) porta(s), a descida é sempre caótica, mas – das duas uma – prevalece a teoria de que os gatos aterram sempre de pé… ou a dos gatos terem 7 (ou 9 - se for em versão “anglo-saxónica” - como é o caso, de resto) vidas. Como eu acho que ele já caiu para mais de umas vinte vezes… estou em crer que tem aterrado sempre mais ou menos bem, mesmo quando eu não estou por perto.

Bom… ao fim ao cabo, ou eu tenho um gato que é a reincarnação de um antigo atleta olímpico, ou – pior ainda – de um desportista radical falecido prematuramente numa manobra mais arriscada, talvez num exercício de “Bungee-Jumping Invertido”, o que (compreensivelmente) não me deixa lá muito descansado.


Raio do gato!!!...


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