P(o)intless...


... é a vida dos frangos.

Nitrofuranos (e substâncias estranhas afins) aparte, atente-se na vida do ovo que (quase) horas depois já é pinto, passando em dias à condição de adulto e, logo a seguir, a iguaria num qualquer prato raso, ao lado da "bel" batata frita.

Em todo o processo passou cerca de... um mês.

E um gajo pensa: "Vazia, a vidinha do pássaro, não?!..."

E, no mínimo, frustrante, atrevo-me a acrescentar.

O frango, bem vistas as coisas, não tem uma infância feliz. Não pode ter!...
Primeiro, porque a infância dele demora para aí... umas horitas.
E, segundo, porque ser um puto no meio de uns quantos milhares de putos (em que nenhum sabe quem é nem pai nem mãe...) está visto... não augura nada de bom acerca da atenção que qualquer puto precisa.

Além disso, em adulto (leia-se... com 20 dias de vida!), o frango não tem filhos e, consequentemente, não poderá ter netos... e ainda bem.
Se tivesse, que raio de histórias lhes ia contar? Nem uma teria para contar!
Em 20-30 dias não há memórias suficientes nem para encher uma linha e meia de um caderno pautado A5, quanto mais ter algo para contar a um puto que, possivelmente, também só iria viver um mês...
Por isso, ainda bem que os frangos não contam as memórias aos descendentes (que, na verdade, também não existem), não correndo nós assim o risco de andar todos a comer frangos de churrasco cuja última lembrança é uma depressão de todo o tamanho.

Enfim... é pointless a vida dos frangos, mas, pensando bem... que se lixe!



PS: Nota-se muito que o meu almoço foi "txurrasko"...?

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