Correr faz doer as gengivas

Esta manhã decidi tentar pôr em prática uma das minhas poucas resoluções de Ano Novo (abater gramas e centímetros na minha já algo proeminente barriga) e saí de casa para ir correr um bocado. Os entendidos dizem que não se deve chamar “corrida” a este tipo de exercício, mas sim footing. Mas isso agora não importa. Chamemos-lhe corrida.

Como não fazia corrida há muito tempo, a coisa durou pouco, porque a resistência é actualmente quase nula.

Regressado a casa, rapidamente cheguei a uma conclusão: correr faz doer as gengivas. É um facto (ainda que esteja em crer a Ciência não se tenha apercebido disso, pelo menos até hoje). Mesmo antes de entrar em casa, já eu sentia esse agudo de dor que me provocou em mim um certo esgar de sofrimento que, ainda bem, só o gato viu… e ele não pode descrever. Menos mal.

No entanto – não tardou – a dor gengival alastrou para o resto da cara. Não foi bom nem bonito. Diria mesmo que foi… mau e feio. Embora não tenha visto (não estava com pachorra para ir até ao espelho), creio ter feito várias caretas menos graciosas resultantes desta incómoda (ainda que apenas temporária) maleita. Mas como não vi e ninguém mais viu, isso não está confirmado como tendo realmente acontecido.

O que aconteceu mesmo (mesmo, mesmo!...) foi o raio a dor ter estendido o seu “raio de acção” aos ouvidos, o que foi uma verdadeira chatice. E, logo depois (também já não faltava muito) ao resto da cabeça.

Ora, com a dor de cabeça devidamente (e, ao que percebi, confortavelmente) instalada acima do meu pescoço, senti também que a dor gengival me provocou uma certa fraqueza pulmonar, porque um gajo com dores nas gengivas, a bem dizer, não consegue respirar como quando não tem dores nas gengivas. Se tem dúvidas, InSensato Leitor, tente ter dores nas gengivas (talvez correndo um bocado… a dor talvez lhe surja) e veja se não lhe é mais difícil inspirar e expirar… Ainda assim, isso de uma certa dificuldade em respirar não é nada de muito grave, que uns minutos de descanso não resolvam, certo? Errado. Com a respiração dificultada, todo o corpo se vai abaixo e as pernas – raios partam! – ficam bambas, o que não dá jeitinho nenhum quando o que mais se quer (para além de voltara respirar decentemente) é tomar um duche.

Em suma, correr faz doer as gengivas e um gajo ainda por cima não pode tomar banho.

Há que reconhecer que isto não é um bom “cartão de visita” para uma actividade física que se quer saudável e na qual confiamos para nos ajudar a perder peso. “No pain, no gain”, costuma dizer-se. Mas, se calhar, não era preciso exagerar
. E a Ciência, se soubesse disto, já podia ter arranjado maneira de o prevenir ou remediar.


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