Ainda na temática do furgão...

O InSenso anterior a este fez-me lembrar que, infelizmente, nem só as míticas Ford Transit são afectadas por esse flagelo das bandeirinhas do Benfica nos vidros que deveriam estar tapado logo de origem nas carrinhas e furgões de Portugal.

Aliás, fosse esse o maior flagelo visto nas nossas estradas… andávamos nós meio abananados… mas SÓ meio abananados e não toldadinhos de todo, como andamos sempre, apontando em todas as situações o dedo acusador à crise económica que o país atravessa. Mas estamos errados.

Pior do que a crise económica e que o bandeirame lampião na Ford Transit é haver também Toyota’s Hiace e Bedford’s Seta a circular por aí.

São autênticas nódoas do tráfego automóvel, essas carrinhas hediondas, que mais não são do que pobres desculpas para viaturas com quatro rodas e motor, no mundo dos veículos automóveis, certamente envergonhados de terem esses dois lamentáveis exemplares como colegas. Ah… As Hiace’s, as Seta’s… e os Daewoo’s Matiz – claro – cuja única safa é não ser carrinha e ser tão pequeno que raramente tem espaço sequer para ter um cachecol ou bandeira do Benfica em exposição no vidro traseiro.


Temos pena… mas pouca.

Volto às Toyota e às Bedford para perguntar que raio tinham na cabeça os donos dessas marcas ao contratar desenhadores de latas de conserva para os seus quadros e, consequentemente, para a indústria automóvel. Estariam à espera de diferente resultado que não a criação de meras latas de conserva, só que de dimensões bem mais consideráveis? Enfim…

É que, para “trás”, já haviam ficado os bons exemplos da mítica primeira Transit (muito british, com curvas giras e tal)… e a giríssima Wolkswagen dos anos 60, essa sim, um orgulho de uma geração! Depois veio… aquilo, por amor de Deus!...

Durante anos e anos (que infelizmente, ainda perduram), magotes de gente foram enfiados em carrinhas Toyota Hiace e Bedford Seta. Inúmeras equipas de futebol (inteiras!... com titulares, suplentes, equipa técnica… e condutor), de andebol, de basquetebol, de atletismo (era o meu caso) – e sei lá mais que desportos – foram transportadas nesses furgões, dividindo o espaço com sacos cheios de roupa, sapatilhas fedorentas, chuteiras cheias de terra, bolas e sandes mistas, que se faziam acompanhar devidamente por pacotes de sumo de laranja de marca duvidosa (desde que os Capri-Sonne começaram a ficar mais caros).

Muitos milhares de quilómetros continuam ainda a ser feitos por ainda mais milhares de crianças, jovens, adultos e velhotes “enlatados” e evidentemente embaraçados por serem vistos na via pública em viaturas tão horrendas. É lamentável.

Dir-me-á o InSensato Leitor que há mais carrinhas da mesma gama, com características iguais. Eu respondo, caro InSensato que… QUASE concordo. Mas não concordo totalmente. A Hyundai lançou a H1 e a Mitsubishi a L400, por exemplo; que não sendo muito melhores, sempre debelaram algumas das gritantes deficiências da Toyota Hiace e da Bedford Seta. Toda a gente sabe isso. E com a mera existência de veículos equiparados como são as Mercedes Vito, a Wolkswagen Transporter, a Renault Traffic e a Ford Transit (estas últimas que evoluíram claramente nos últimos anos)… essas débeis latas ambulantes simplesmente já não deveriam fazer parte do parque automóvel deste mundo.

Mas fazem… ainda para mais, algumas com bandeiras do “Gliorioso” no vidro traseiro. Aí, sim, está mesmo tudo estragado.


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UPDATE (15 de Janeiro de 2007)

Lamentavelmente, a minha cabeça InSensata e ôca olvidou-se da inesquecível Nissan Vanette. Esse mito ambulante do asfalto, desde a Ásia até à Europa, mas com grande proeminência no continente africano, servindo de autocarro (vulgo, machibombo) e até de veículo de guerra, onde se fazem transportar guerrilheiros civis em direcção aos palácios presidenciais de inúmeras nações em estado de sítio (pelo menos, é isso que vejo nas notícias da televisão). Pela negligente não-referência à Nissan Vanette... peço desculpa.

1 inSensinho(s) assim...:

Anónimo disse...

Esqueceste-te da Nissan Urvan e da Bedford Rascal. LOL