Sei que suscitou estranheza e curiosidade – mas, convenhamos, era essa a minha intenção quando (como qualquer gajo que se move no mundo da comunicação) escrevi isso no post anterior – o facto de relacionar a minha recente apendicite com uma, até ali, insuspeita fartura, esse baluarte das guloseimas de festas e romarias, em versão frita, de preferência em óleo com mais de 35.000 km de “rodagem” sem nunca ter visto revisão ser-lhe feita uma vez que fosse.
Cabe-me, então, explicar a razão pela qual acho que a minha apendicite se “deveu” a uma (e uma só) fartura.
Acontece que, por altura das festas da minha vila (que não é propriamente do interior, caso contrário não me referia a ela – tal é o “gosto” que tenho por vilas do interior!...), fui visitar a feira (num sábado à noite) e no regresso a casa entreguei-me a esse pernicioso prazer de comer uma fartura sempre que vou a uma festarola, romaria ou feira popular. Assim fiz mas logo a seguir começaram as dores.
Pensei logo, obviamente, que a razão do padecimento estomacal se devesse à ingestão daquela saborosíssima fartura, bem demolhada que tinha sido em óleo que aparentava estar ao lume há já para aí umas 13 horas… non-stop, claro!...
O mal-estar foi tanto que se prolongou noite dentro e dia seguinte… e dia subsequente. Ou seja, segunda-feira. Perdi a conta às águas gaseificadas que bebi e aos palavrões que disse de sábado à noite até ao final dessa segunda-feira, altura em que, num último esforço de demonstração de que não acreditava noutra coisa que não na culpa da imbecil fartura pela minhas dores, ainda fui à farmácia pedir pastilhas para amenização do mal estar de estômago.
Nada resultou. Nem a água, nem as pastlhinhas anti-ácidos, nem muito menos os insultos, nos quais – confesso – depositava as minhas maiores esperanças de resolução do problema. Porra, Merda, Foda-se, Caralho, Puta-que-Pariu (e palavras doces afins) claramente foram incapazes de debelar o indebelável. As dores continuavam e, infelizmente, em crescendo.
Na manhã seguinte fui ao Centro de Saúde logo às nove da manhã. Fiz queixinhas das dores e deitei todas as culpas publicamente (quer dizer… semi-publicamente… só lá estava o médico mesmo!...), claro, à bardajona da fartura que me tinha posto a barriga num desastre que só visto… e sentido.
«Fartura?!?! 'Tás parvo ou quê, rapaz?», disse-me o médico, com um sorriso de orelha a orelha, enquanto fazia o exame de tacto mais horrível que a Medicina alguma vez inventou (aquele de carregar na barriga com três dedos e largar de repente). «Isto é uma apendicite! E tu vais é já para o Hospital!».
2 inSensinho(s) assim...:
Votos de uma recuperação rápida. E nada de movimentos pélvicos bruscos.
Tudo doucement. ;-)
ahahahahahahahahah cuidado com os homens-bomba de Apendicity!!
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