Calma, Descontracção e Estupidez Natural

De vez em quando, faz-nos falta – a todos – recordar o que nos mantém à tona da sanidade mental.

Um amigo meu diz-me recorrentemente o que é. Ou melhor, quais são os três pilares básicos da coisa; que (como num pack de cervejas) devem vir sempre juntos para que tudo corra pelo melhor. Calma, Descontracção e Estupidez Natural.

Calma é a mais difícil de arranjar, normalmente. Quem não tem calma corre o sério risco de que tudo lhe fuja de controlo em três tempos (ou menos tempos do que os clássicos três… tempos, claro). Quem, por seu lado, só tem calma e nada mais… deixa-se ficar para trás.

Descontracção é essencial, mas pode ser fatal, se mal usada ou se não tiver nada que a complemente. Descontracção a mais é desmazelo. Descontracção a menos é stress. Descontracção só… é ócio.

Estupidez Natural é soltar o “louco” que há em nós. É saudável. E, parecendo que não (como diz o slogan), facilita. Porque aos loucos, toda a gente diz que “sim”, pelo menos uma vez na vida. Eu, por exemplo, quando erro num sentido proibido e sou descoberto, faço-me de estúpido e culpo o meu desconhecimento da terra ou da rua em causa para tentar safar-me da coisa. Já correu mal… mas também já correu bem. E – se bem me lembro – ainda não apanhei multa nenhuma por isso.

Se juntarmos estes três elementos, no entanto, estamos no bom caminho para chegar a bom porto com o que quer que seja que tenhamos em mão para resolver. Digo eu… e o meu amigo também, já agora.

Ser um totó, descontraído (para não levantar suspeita de que se está a representar um “papel”) e calmo (sem tremer ou dar parte de fraco) é como o código postal: meio caminho andado… para ser-se bem sucedido numa tarefa qualquer.

Eu gosto deste conceito, confesso.

Não quero dizer que tenhamos sempre de andar de dedo na boca a fingirmo-nos tolos ou burgessos. Mas fazer figura de parvo – experimente e vai ver! – de vez em quando não nos faz mal nenhum. Garanto-lhe eu, que sou parvo todos os dias!

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