Em tempo de férias (dos outros, entenda-se – as minhas ainda tardam em chegar), a malta apercebe-se de coisas giras, que atenuam em certa medida os efeitos do incómodo de estarmos a ver o verão passar-nos ao lado, ainda que também algo preocupantes, mais ou menos pelo mesmo motivo.
Falo do chinelo havaiano, da t-shirt “choque” e do calção garrido, com flores de tamanhos e feitios vários.
Sim… o cenário resumidamente descrito agora mesmo é bizarro mas até algo normal nesta altura… se estivermos a falar de criançada ou de teenagers sedentos de atenção, mormente de alguém do sexo oposto igualmente com pobre gosto em vestuário.
No entanto, o que mais se vê agora é rapaziada nos seus 40’s e 50’s (às vezes, até mais velhos) com estas indumentárias inenarráveis, nas bombas de gasolina a caminho do Algarve, passeando-se alegremente por entre os demais que (ainda) fazem a sua vida normal de trabalho.
Obviamente, o “elegante” traje passaria mais despercebido se não estivesse deslocado da realidade praia. Mas como está… parece-me sempre ridículo ver o senhor de meia-idade que sai do carro para abastecer, que vai pagar à loja e sai de lá com os jornais económicos todos debaixo do braço, fazendo o claro contraste do cinzento no papel com o laranja fluorescente do calção.
Sim… parece-me ridículo… mas, pelos vistos, só a mim. A verdade é que, a outros clientes da mesma estação de serviço, consigo “apanhar” expressões de alguma inveja, por incrível que pareça (ou não).
São os outros quarentões e cinquentões (alguns até mais velhos) que, de fato cinza e/ou camisa engomada com gravata muito apertada junto à Maçã de Adão, tudo fazem para tentar abastecer o carro sem manchar a roupa do trabalho.
Chego rapidamente à conclusão de que o fato executivo está na base do desconforto dos “invejosos”. O opressor dos seus dias continua a sufocá-los (depende de quão apertada está a gravata, claro) e a fazê-los sonhar pela hora em que soltem o seu Grito de Ipiranga, vestindo o calçonito garrido e a t-shirt foleira, a que juntam – orgulhosamente – o chinelame de meter o dedo e o folclórico chapéu de palha com uma fita azul, amarela, verde ou encarnada anunciando um qualquer produto farmacêutico.
Eu, pessoalmente, sinto-me só incomodado, porque não gosto da conjugação de cores com a pintarola dos senhores que, mesmo estando de férias, ainda vão comprar os jornalecos todos da especialidade. Acho que, se quiserem mesmo soltar-se da vida que levam diariamente, talvez seja pouco só deixar o fato em casa… digo eu… Mas isso é só a minha opinião.
Os outros… esperam… anseiam… bufam de impaciência… amuam… desesperam pelo momento em que serão eles a passear-se alegremente de cores berrantes com os “económicos” junto à axila, por entre aqueles que já foram de férias, já voltaram e estarão nessa altura de novo presos ao trabalho e submetidos à ditadura do fato de executivo, desejando novas férias.
Não tenho pena. Nem de uns, nem de outros. Tenho pena é de malta como eu, que tem de apanhar com paupérrimos fashion statements de tipos que já têm idade para ter mais juízo do que aquele que demonstram.
Falo do chinelo havaiano, da t-shirt “choque” e do calção garrido, com flores de tamanhos e feitios vários.
Sim… o cenário resumidamente descrito agora mesmo é bizarro mas até algo normal nesta altura… se estivermos a falar de criançada ou de teenagers sedentos de atenção, mormente de alguém do sexo oposto igualmente com pobre gosto em vestuário.
No entanto, o que mais se vê agora é rapaziada nos seus 40’s e 50’s (às vezes, até mais velhos) com estas indumentárias inenarráveis, nas bombas de gasolina a caminho do Algarve, passeando-se alegremente por entre os demais que (ainda) fazem a sua vida normal de trabalho.
Obviamente, o “elegante” traje passaria mais despercebido se não estivesse deslocado da realidade praia. Mas como está… parece-me sempre ridículo ver o senhor de meia-idade que sai do carro para abastecer, que vai pagar à loja e sai de lá com os jornais económicos todos debaixo do braço, fazendo o claro contraste do cinzento no papel com o laranja fluorescente do calção.
Sim… parece-me ridículo… mas, pelos vistos, só a mim. A verdade é que, a outros clientes da mesma estação de serviço, consigo “apanhar” expressões de alguma inveja, por incrível que pareça (ou não).
São os outros quarentões e cinquentões (alguns até mais velhos) que, de fato cinza e/ou camisa engomada com gravata muito apertada junto à Maçã de Adão, tudo fazem para tentar abastecer o carro sem manchar a roupa do trabalho.
Chego rapidamente à conclusão de que o fato executivo está na base do desconforto dos “invejosos”. O opressor dos seus dias continua a sufocá-los (depende de quão apertada está a gravata, claro) e a fazê-los sonhar pela hora em que soltem o seu Grito de Ipiranga, vestindo o calçonito garrido e a t-shirt foleira, a que juntam – orgulhosamente – o chinelame de meter o dedo e o folclórico chapéu de palha com uma fita azul, amarela, verde ou encarnada anunciando um qualquer produto farmacêutico.
Eu, pessoalmente, sinto-me só incomodado, porque não gosto da conjugação de cores com a pintarola dos senhores que, mesmo estando de férias, ainda vão comprar os jornalecos todos da especialidade. Acho que, se quiserem mesmo soltar-se da vida que levam diariamente, talvez seja pouco só deixar o fato em casa… digo eu… Mas isso é só a minha opinião.
Os outros… esperam… anseiam… bufam de impaciência… amuam… desesperam pelo momento em que serão eles a passear-se alegremente de cores berrantes com os “económicos” junto à axila, por entre aqueles que já foram de férias, já voltaram e estarão nessa altura de novo presos ao trabalho e submetidos à ditadura do fato de executivo, desejando novas férias.
Não tenho pena. Nem de uns, nem de outros. Tenho pena é de malta como eu, que tem de apanhar com paupérrimos fashion statements de tipos que já têm idade para ter mais juízo do que aquele que demonstram.
0 inSensinho(s) assim...:
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