Nos últimos tempos tenho andado a observar atentamente tudo o que se relacione com os frascos de vidro de grão-de-bico cosido que consumimos no nosso dia-a-dia.
Para quem acaba de franzir o olho e levantar a sobrancelha com ar de quem acha que eu só digo palermices, tenho duas mensagens: 1) sim, é um facto, eu só digo palermices, o que já não é novidade; 2) ao contrário do que se possa pensar, observar frascos de grão-de-bico é uma actividade fascinante, como passarei a explanar; por isso, faça favor, deixe lá de franzir o olho e baixe a sobrancelha, que isso incomoda-me. Obrigado.
Antes de mais, esclareço que o melhor sítio para fazer essa observação, cuidada, do grão-de-bico enfrascado (não necessariamente no sentido de etilizado, obviamente) é o supermercado ou o hipermercado; qualquer um que tenha uma grande prateleira do produto em exposição, de preferência de várias marcas. Quanto maior for a amostra, mais bem sucedida será a observação.
Quanto ao que se pode analisar nesse processo de elevado calibre científico… bom… digamos que tem a ver com a actividade sexual (ou ausência dela) do sujeito (no caso, o grão-de-bico).
Há uns tempos, defendi aqui que a vida sexual do pionés deve ser deveras frustrante. Primeiro, porque tem aquele aspecto redondo e atarracado, pouco atractivo; depois porque, estando sempre “de ponta” (ainda para mais, afiada), seria suposto ter muita “acção” e ser um verdadeiro “garanhão”… só que, na maior parte do tempo, está encafuado numa caixa pequeníssima com mais cerca de 100 outros pionés, todos “de ponta”, redondos e atarracados, logo… pouco atractivos. Não se lhe augura nada de bom, portanto.
Da mesma maneira, questiono-me acerca da vida sexual do grão-de-bico. Acima de tudo, se haverá, de facto, uma [vida sexual], no caso desta leguminosa.
Pode ser que não, mas há condições (quase) ideais para que sim.
Os frascos – recordo que tenho andado a observá-los com muita atenção, por isso, sei do que falo – estão repletos de grão-de-bico até não caber nem mais um. Está ali tudo muito apertadinho, muito aconchegadinho… Contacto não falta. Além disso, há muita humidade dentro do frasco. Ajuda. Por fim, há que não esquecer que a leguminosa se chama grão-de-bico, com toda a conotação que a palavra bico tem, a nível sexual. Já agora, se colocarmos um grão-de-bico e outro numa determinada posição, há uma certa dinâmica de símbolo yin e yang – com a conotação que também ele tem.
A mim, não me espantava que a vida sexual do grão-de-bico fosse rica, altamente profícua e bem vivida, dentro de um qualquer frasco, seja numa prateleira de supermercado ou numa das nossas próprias despensas.
Só que falta-me a prova científica, o que até agora, em tempo útil (apesar da minha aturada observação) ainda não me foi possível obter. Se, entretanto, acontecer… trarei aqui essas novidades, claro.
0 inSensinho(s) assim...:
Enviar um comentário