Dias #10 & #11 (Dagen #10 en #11)
Seu Grandessíssimo Diário do Camandro:
Uma das coisas que vou começando a reparar na Holanda é que holandeses… não há muitos. Perdão… não me expressei bem… A Holanda está cheia de holandeses (e de vacas – holandesas também – mas isso agora não vem ao caso); no entanto, os holandeses é que raramente são SÓ holandeses.
São pessoas nascidas na Holanda mas quase sempre de origens diversas (pai daqui, mãe dacolá, avó do Burkina Faso e periquito das Ilhas Maldivas…). Holandeses por inteiro são, realmente, poucos. Há-os, é certo. Mas não são muitos os loiros muito loiros que – até esses – não tenham alguém na família nascida noutro lado qualquer que não nos Países Baixos.
A isso ajuda o facto da Holanda estar situada mesmo no meio da Europa e ser local de passagem para um sem número de “nómadas” que, mais tarde ou mais cedo, acabam por ficar por cá ou deixar a sua “semente” (usando uma velha e até religiosa metáfora… que fica bem em alguns casos, desde que utilizada com conta, peso e medida… … de que é que eu estava a falar…?... ah!... ok!...).
Não é, portanto, estranho que na rua se vejam, para além das loiras que obrigam a uma anormal salivação dos elementos do sexo masculino, pessoas de inúmeras etnias e feições, com roupas e traços característicos das suas origens (ou da sua linhagem).
Giro, giro é quando vamos (nós, “portugas”) a algum lado (cafés, restaurantes, lojas, etc., até na rua) e percebem que não somos holandeses. A (primeira e inevitável) pergunta que surge é “Where are you from?” e à resposta “Portugal”, segue-se a outra: “100% porrturrrêis?!?” (o “g” aqui diz-se “rrr”).
A demanda pode parecer-nos bizarra a nós mas para eles não é. Simplesmente, eles estão habituados a partilhar essa informação sobre si próprios. Nós não. Sim, nós temos vários portugueses com as mais diversas origens que não a portuguesa. As ex-colónias são bom exemplo disso, mas aqui a coisa torna-se bem mais interessante, já que a Holanda é mesmo – sem grandes dúvidas – uma pequena-grande manta de retalhos multicultural.
É giro. Só tem um senão. Dificilmente os estrangeiros “100% qualquer coisa” nunca têm uma resposta na ponta da língua para dar à pergunta do holandês “100% tudo e mais alguma coisa”. Mais de resto, está tudo bem.
Seu Grandessíssimo Diário do Camandro:
Uma das coisas que vou começando a reparar na Holanda é que holandeses… não há muitos. Perdão… não me expressei bem… A Holanda está cheia de holandeses (e de vacas – holandesas também – mas isso agora não vem ao caso); no entanto, os holandeses é que raramente são SÓ holandeses.
São pessoas nascidas na Holanda mas quase sempre de origens diversas (pai daqui, mãe dacolá, avó do Burkina Faso e periquito das Ilhas Maldivas…). Holandeses por inteiro são, realmente, poucos. Há-os, é certo. Mas não são muitos os loiros muito loiros que – até esses – não tenham alguém na família nascida noutro lado qualquer que não nos Países Baixos.
A isso ajuda o facto da Holanda estar situada mesmo no meio da Europa e ser local de passagem para um sem número de “nómadas” que, mais tarde ou mais cedo, acabam por ficar por cá ou deixar a sua “semente” (usando uma velha e até religiosa metáfora… que fica bem em alguns casos, desde que utilizada com conta, peso e medida… … de que é que eu estava a falar…?... ah!... ok!...).
Não é, portanto, estranho que na rua se vejam, para além das loiras que obrigam a uma anormal salivação dos elementos do sexo masculino, pessoas de inúmeras etnias e feições, com roupas e traços característicos das suas origens (ou da sua linhagem).
Giro, giro é quando vamos (nós, “portugas”) a algum lado (cafés, restaurantes, lojas, etc., até na rua) e percebem que não somos holandeses. A (primeira e inevitável) pergunta que surge é “Where are you from?” e à resposta “Portugal”, segue-se a outra: “100% porrturrrêis?!?” (o “g” aqui diz-se “rrr”).
A demanda pode parecer-nos bizarra a nós mas para eles não é. Simplesmente, eles estão habituados a partilhar essa informação sobre si próprios. Nós não. Sim, nós temos vários portugueses com as mais diversas origens que não a portuguesa. As ex-colónias são bom exemplo disso, mas aqui a coisa torna-se bem mais interessante, já que a Holanda é mesmo – sem grandes dúvidas – uma pequena-grande manta de retalhos multicultural.
É giro. Só tem um senão. Dificilmente os estrangeiros “100% qualquer coisa” nunca têm uma resposta na ponta da língua para dar à pergunta do holandês “100% tudo e mais alguma coisa”. Mais de resto, está tudo bem.
2 inSensinho(s) assim...:
Espero sinceramente que te tenhas lembrado de levar a mánica fitográfica e que coloques aqui umas fotes do GAJÊDO loiro a andar de bike com o pernão ao léu!
Aliás... mal de ti se não o fizeres! levas um arraial de porrada e nunca mais metes os butes na estranja!
verdade verdadinha. Eu não me chame Zé se isto não fôr verdade.
Onde há muitas culturas deve ser menor o racismo. Não é por nada não, mas os suiços são um bocado de nada muitissimo racistas, isto que ninguém nos ouve!
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