Despudorado Incentivo à Pornografia


Gosto de pensar que a malta que faz buscas no Google por peitudas, rabudas e linhas eróticas e aqui vem parar o que quer mesmo é encontrar o InSenso Comum, obviamente.

Por isso, hoje estou a disposto a dedicar um post a todos os tarados sexuais que leiam este blog. E, assim sendo, faço uma proposta inédita a esses pervetidos leitores.

Em data a combinar, toda a rapaziada que vive com o pito permanentemente aos saltos deveria pegar nos seus carros e dirigir-se para a zona da Expo98 (hora e ponto de encontro também a acertar). De lá partiria o maior número de viaturas possível, ocupadas por casais prontos a dar largas à vocação carnal. Destino: Alcochete.

Uma vez chegados à ponte, os participantes deste bonito evento encetariam o envolvimento em escaldantes cenas de sexo de modo a serem devidamente captadas pelas câmaras de vigilância das autoridades e da empresa concessionária da via.

As imagens – mesmo sendo prova de crimes como atentado ao pudor e condução perigosa – não tardariam a chegar à Internet (vão lá sempre ter, de uma maneira ou de outra) e, todas juntas, constituíram o maior filme pornográfico português de sempre, com o maior cenário alguma vez utilizado numa produção destas no nosso país e com o menor orçamento: 0 (zero) Euros.

Por fim, com o impacto mediático causado por uma “operação” deste tipo, o povo passaria a designar a ponte pelo nome dado ao filme pornográfico resultante desta gloriosa iniciativa. E com o passar do tempo, também o Governo cederia à pressão popular e alteraria a denominação daquela travessia do Tejo.

Se tudo correr bem, daqui a uns anitos a ponte vai chamar-se CHAVASCO DA GAMA.

“Eu buzino mas não apito!!!"


Antes de mais, uma informação (in)útil, para contextualizar a coisa.

Este fim-de-semana desloquei-me ao Porto em trabalho. Como estou longe de ser um expert no que concerne às avenidas, ruas, quelhas e vielas da “invicta”, recorri a boleias de colegas para ir da Estação de Campanhã para a cidade e da cidade de regresso para a Estação.

Na última dessas duas viagens, já ao fim da tarde, uma colega minha, recém-encartada, para além de me usar descaradamente como cobaia para a sua condução de maçarica, foi-me dando motivos para eu brincar com a sua inexperiência como condutora novata que é. Nada de grave, até porque não conduz assim tão mal, diga-se.

Não será, portanto, de estranhar que, quando alguém buzinou num semáforo, eu tenha aproveitado para mandar a laracha: “Não aprendeste a conduzir mas ensinaram-te a apitar!!! Espectáculo!!! Caiu o verde e tu…. Piiii Piiii!!!”.

Como não tinha sido ela (e eu sabia disso), apressou-se a responder-me a plenos pulmões: “Não fui eu!!! Eu não apito!!! Quero dizer… Eu não apito… eu buzino…”

A dúvida como que se instalou na minha mente. Que queria ela dizer com o facto de buzinar mas não apitar?!?... Fiquei confuso. Perguntei-lhe qual era a diferença mas não obtive resposta. Apenas fiquei a saber que a moça simplesmente não apita – já que fez questão de frisá-lo de novo. Já buzinar, pelos vistos, é outra história.

Afinal, o que será isto de apitar, então? Em que será assim tão diferente de buzinar para que a minha colega se tenha apressado a fazer a correcção do discurso? Será apitar uma coisa que não se faz no trânsito mas sim apenas fora dele? Não sei. Sei que apitar não é o mesmo que assobiar. Por isso, já sabemos que apitar não é buzinar nem assobiar.

Vamos com calma. Talvez seja por causa de não ter usado um apito… Mas já nem os polícias de trânsito praticamente os usam actualmente (e que saudades das luvinhas brancas e dos palanques no meio dos cruzamentos, que igualmente já caíram em desuso). Os árbitros usam apito e, sendo assim, esses sim, apitam. Mas os alarmes das casas e dos carros e até dos frigoríficos (que ficam com a porta aberta) também apitam e não têm apito… Pergunto: em que é que ficamos?

Eu não sei se apito, confesso. Buzinar, sim, buzino. Mas apitar... isso já não sei, se apito ou não – embora sempre tenha pensado que apitasse. No entanto, dada a dúvida que me assola desde este fim-de-semana, não posso afirmá-lo sem margem para dúvidas. Digo apenas que, se calhar, apito. Mas pode ser que também só buzine.

O ProctoPoder

Embora me considere um tipo difícil de impressionar, ainda há coisas que me vão admirando e surpreendendo neste mundo.

Um dos casos mais gritantes nesse particular é o facto de – ao contrário do que eu sempre esperei – o planeta não ser governado (e, por que não dizê-lo, dominado) pelos proctologistas.

É verdade. Se quisessem, os proctologistas podiam mandar nisto tudo, o que me leva a crer que, se não mandam… é simplesmente porque não querem.

Em explicando…

A sabedoria popular – a verdadeira fonte de sapiência do mundo – bem diz “Quem tem cú, tem medo”. Eu concordo. Eu tenho um cú e às vezes até me borro. Quer dizer… pode não ser exactamente borrar de medo… mas a ideia base é a de que eu tenho, de facto, um traseiro e (mesmo que a espaços) tenho, de facto, medo. E isso basta para consubstanciar o dito que o povo criou.

O resto vem por acréscimo. Se há malta com cú – calcula-se que uns quantos biliões de gente – e, consequentemente, com medo, é correcto dizer que os proctologistas têm caminho aberto para a governação do planeta. Por duas razões: uma) se toda a gente tem cú e se o proctologista trata precisamente dessa parte do corpo, o proctologista tem acesso a uma das partes mais sensíveis de toda a gente – logo aí… ; duas) até pelo descrito na alínea anterior, a rapaziada nutre um respeito receoso pelos proctologistas e, perante a iminência de ver invadido um dos seus mais delicados domínios, aperta o esfíncter (e bem se sabe que a malta tende a fazer tudo o que se lhe é exigido quando está com o cú apertado) – se o proctologista quiser ser velhaco, diz que se a malta ladrar pode evitar um toque rectal ou outro exame mais complicado e humilhante… e um gajo ladra mesmo!

Ou seja, se um proctologista tiver veia política (e o que não falta para aí são médicos nas militâncias do sistema partidário), pode muito bem e sem grandes artimanhas “convencer” um tipo a votar nele. Basta dar-lhe a entender que, se não o fizer, lhe dá cabo do “sim senhor”. Não será à balda que existe a expressão “Your ass belongs to me now!” (seguida de um riso maquiavélico). Foi um proctologista irado quem a criou.

Estou em crer que, se quisessem, os proctologistas (e vou dizer uma asneira porque se enquadra no âmbito do texto) já podiam mandar nesta merda toda. Seria preciso pouco para chegarem ao poder e, depois disso, de pouco necessitariam para manter uma forte ditadura, baseada no simples receio das pessoas em ver o rabinho cair em mãos entendidas mas perigosas.

No entanto, se ainda não o fizeram, foi mesmo só por opção. O que quer dizer que, igualmente por opção, ainda podem vir a mudar de ideias. Diria, por isso, que mais vale estarmos atentos a tudo o que se faça e diga nas nossas costas, pelo sim pelo não.

Uma Nova Linguagem

Acredito que o comum dos mortais não se tenha apercebido ainda mas há uma nova forma de comunicação a nascer a nível global.

Chamemos-lhe Mimimóvelez (quem em estrangeiro se traduzirá, certamente, como Mobilemimic, ou coisa do género).

Em que consiste? Nada mais simples.

Segundo as últimas estatísticas, já há quase mais telemóveis activos no mundo do que gente a habitar o planeta. Há pessoas com mais do que um telefone celular e – ao que parece – a utilização deste tipo de aparelhos por focas de jardim zoológico e ratazanas citadinas também já está a ser considerado.

Maneiras que a malta usa muito o telemóvel. Tanto que passamos imenso tempo com o telefone encostado ao ouvido ou, pior ainda, andamos de um lado para o outro com auricular colocado na orelha a falar “para o ar” e não ligamos nenhuma quando alguém “de carne e osso” pára à nossa frente para nos dirigir duas palavras.

Aí, funciona um princípio mais ou menos básico: se não podemos falar com a pessoa que está à nossa frente (porque estamos a falar com outra ao telefone), limitamo-nos a gesticular, tentando fazermo-nos entender com uma espécie de mímica, fazendo um misto de linguagem gestual com expressão facial enriquecida e ainda articulação de palavras em absoluto silêncio mas com evidente exagero na abertura da boca (alegadamente para facilitar a leitura nos lábios). Pronto… afinal não era assim tão básico quanto isso.

Há uns dias, à saída do trabalho, ia a falar ao telefone e cruzei-me com uma colega de outro departamento que, no hall de entrada, também falava ao telemóvel. Nem um nem outro interrompeu as suas conversas telefónicas. Mas cumprimentámo-nos, ela avisou-me que lá fora estava um calor imenso, eu consegui que ela percebesse que já não a via há uns tempos valentes e ela desculpou-se por andar “desaparecida”; entretanto, eu disse que tinha de ir andando, ela apontou para o telemóvel como que a dizer que tinha de ficar ali “agarrada” àquela conversa e despedimo-nos, da mesma forma como nos cumprimentámos, com um sorriso simpático mas muito exagerado e um “Tchau!” dito sem se ouvir som nenhum. Aliás, em toda este momento de pura comunicação, só se ouviram palavras que fossem dirigidas aos telemóveis e não um ao outro. No fundo, comunicámos em Mimimóvelez.

O mundo não pára. E nós, com ele… a mesma coisa.

Sou, por principio, um defensor da boa comunicação. E mesmo sabendo que esta não é propriamente a melhor de todas as formas de comunicar, sei que é a melhor possível em certos momentos. Agora falta é ensinar esta nova linguagem nas escolas, para que se aperfeiçoe.

Mas, mesmo assim, a improvisar, acho que já nos vamos safando muito bem.

Entretanto, no GMail…


Nos livros de banda desenhada, tudo acontece mais ou menos cronologicamente, o que dá jeito para se perceber uma história que até se vai conhecendo ao ritmo de quatro ou cinco quadrados por minuto (dependendo da quantidade dos balões de diálogo e da quantidade de diálogo em cada balão). Daí que, de quando em vez, os autores desses livros necessitem de pequenas analepses para voltar um coche de tempo atrás e mostrar o que se terá passado ao mesmo tempo noutro local que não o da acção que estava a decorrer aos olhos do leitor.

Por isso, é profusamente usada a expressão "Entretanto, …" em pequenos quadradinhos no topo das quadrículas desenhadas.

Lembrei-me disto ao consultar o meu e-mail. Que é uma coisa que fazemos claramente em regime de analepse. Ou seja, "deixa cá ver o que chegou ao meu mail enquanto eu estava noutro lado qualquer a fazer seja o que for". É uma espécie de analepse que fazemos todos os dias, várias vezes por dia.

Dentro de uma dessas periódicas analepses (Bem!... Os professores de Português que leiam isto vão passar-se um bocado de eu estar aqui a fingir que sei mesmo o que é uma analepse; mas pronto…), tive de fazer outra.

O GMail tem um sistema de anúncios que surgem ao lado da mensagem que estamos a ler, alegadamente relacionados com o teor do texto que nos foi enviado. Exemplo: se se fala de comida, os anúncios costumam ser de restaurantes. Mas, como todos os mecanismos de reconhecimento electrónico de discurso até agora criados, este também tem falhas.

O mail em questão era a resposta a um mail anterior da minha senhoria, a quem é suposto eu devolver a casa nos próximos dias, findo q eu será o arrendamento no final deste mês. Ao lado da minha mensagem, logo que foi dada como enviada, surgiram os seguintes anúncios, "relacionados" com o tema (leia-se, arrendamento, chaves, contratos de electricidade, gás e água, etc.):

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Pronto. Começando pelo princípio… Não sei se percebo a cena da oração. A não ser que seja do tipo "reza para que tudo corra bem com as últimas mudanças", ou assim.Também não entendo o anúncio das fotos, a não ser que tenha sido ali "enfiado" a força devido às palavras em casa (repetidas muito no mail) e coincidentes na publicidade ("Receba-o comodamente em casa!). A única com lógica é a referência ao negócio imobiliário… só que Málaga (embora chamativa) não é uma zona que me dê jeito de momento. A "Eficiência Energética" sei por que lá foi parar, aos automáticos links patrocinados, porque falei de electricidade, gás e água - bastou fazer este raciocínio simples para entender. Quanto a divórcios fáceis… é sempre bom saber, talvez até guardar o contacto (porque um gajo nunca sabe o que o futuro traz, certo?) mas nem sou casado, nem a minha onda agora é essa, mas sim outra. E, por fim, espero que o GMail não esteja em crer que eu sou uma gaja a pensar engravidar alguma vez na vida. Talvez a minha senhoria seja. Não sei, porque, na verdade, não a conheço pessoalmente.

Mas, pensando bem, o GMail se calhar também não.

O "brilhante" futuro da nossa juventude

Não sei se serão boas notícias mas desengane-se quem teme pelo futuro da nossa juventude. À primeira vista, sim, parecem ser boas notícias, claro. Mas contínuo a dizer que não sei se será bem assim.

Vem isto à laia de uma situação com que me deparei no centro comercial.

Numa loja de electrodomésticos e material audiovisual (vulgo, Worten), um pirralho tentava, à força toda, convencer o pai a comprar-lhe um DVD de desenhos animados (penso que era o das Tartarugas Ninja). Aparentemente, a coisa não estava a correr nada bem ao petiz (que devia ter não mais de uns 5 anitos). O papá não queria, por nada, dar-lhe o DVD. Mas o puto não se ficava. Daí que, vendo a situação escapar-lhe do controlo, o garoto iniciou o seguinte diálogo:

Puto: Pai! Anda lá! Compra!
Pai: Não, Afonso! Não compro!
Puto: Oh Pai! Porquê?
Pai: Porque não, Afonso! Desta vez não te vou dar o DVD que estás a pedir.
Puto: Mas porquê?!
Pai: Porque o pai não tem muito dinheiro, Afonso!
Puto: E porque é que não tens muito dinheiro?...
Pai: Porque o meu emprego é fraquinho e o ordenado é baixo…
Puto: Então porque é que não metes uma cunha?!?...

… Fiquei… …

Não tenho dúvidas que este miúdo vai longe. Que tem já um bom futuro mais ou menos assegurado. Acho que será, no mínimo, assessor de alguém importante. Não tenho dúvidas mesmo. Mas também poderá ser empresário de sucesso ou político (e, neste "ramo", poderá ser Autarca, Director-Geral, Secretário de Estado ou até Ministro). E, se se portar mesmo bem, ainda se arrisca a chegar a Chefe de Governo… ou de Estado! É isso que está reservado aos tipos que cedo (como o pirralho na Worten) percebem a melhor forma de subir na vida, pelo menos.

No entanto, se isto é boa notícia para o todo da nossa actual juventude (os “homenzinhos de amanhã”)… já não sei.

Não sei se me sinto de bem com o facto de um miúdo de para aí 5 anos saber o que é uma cunha, saber para que serve, e por aí além. Até porque – e é isso que me falta perceber – se TODOS os miúdos (de para aí 5 anos de idade) sabem o que é uma cunha e como usar esse “trunfo”… não estou a ver como se vão organizar.

Não. Não é porque é moralmente errado ou algo do género. É só por uma questão… logística. Mais nada. Tem de haver sempre uns quantos pamonhas (leia-se, tipos que não sabem o que é uma cunha, ou que não sabem como “meter” uma) que se sujeitem a ser relegados e humilhados pelos outros (os tais que sabem). E se, a dado momento, toda a gente domina o (mesmo) truque a tirar da manga, ou seja, a cunha… então essa cunha de nada servirá, excepto para um dos “cunheiros”. No fundo, como se sabe, só um - o que tiver melhor cunha - vai chegar ao lugar também ambicionado por todos os outros... que ficam a roer-se de inveja e a tentar perceber porque é que a cunha deles não "funcionou".

Em suma, penso que talvez seja melhor que nem toda a nossa juventude tenha sucesso assegurado quando chegar à maioridade. Por uma questão do futuro equilíbrio do sistema, é bom que ainda haja miúdos de 5 anos a não saber, já, o que é uma cunha e, por isso, é bom que continuemos preocupados com o quase certo insucesso desses nossos miúdos,… os pamonhas.

Se não, vai ser uma confusão do caraças, daqui a uns anos!

Cremilde

Assim de repente recordo-me vagamente de ter tido uma professora chamada Cremilde.

Da mesma fora, assim de repente, lembro-me que (nem vagamente) me recordo de grande coisa acerca da senhora. Eu sei… é lamentável. E a senhora não tem culpa nenhuma.

No entanto, recordar-me (vagamente, assim de repente) que tive uma professora chamada Cremilde leva-me a constatar um facto que não posso de todo negar: ninguém devia chamar-se Cremilde. Para além de não ser bonito… não deve fazer bem à saúde. Quer dizer… digo eu… que nunca me imaginei com “Cremildo” no Bilhete de Identidade mas desconfio que, de puto até hoje, já teria levado muita porradinha só por ter esse nome. Essa é a tal parte de que “não deve fazer bem à saúde”, obviamente.

Reconheço que a minha opinião é potencialmente injusta para todas as Cremildes (que as deve haver mais na terra do que a minha antiga professora… como as Marias), mas pronto… por reconhecer isso, resolvi “googlar” o nome em questão.

Diz a Wikipedia – essa fonte de saber inquestionável e sempre 100% exacta – que Cremilde foi “Rainha da mitologia escandinava, que obriga Sigurd, através de feitiçaria, a casar com a sua filha Gunnar”. Só por isto fiquei bem impressionado. É que, mesmo não conseguindo entender o facto de os escandinavos terem nomes ainda mais estranhos que Cremilde, a rainha lá da zona era uma tipa de convicções fortes, resoluta a usar qualquer meio para alcançar os fins pretendidos (no caso, a feitiçaria).

Quando tiver uma filha (que não se há-de chamar Sigrud de certeza) e houver um caramelo que queira dar à sola antes da boda… faço como a Cremilde e obrigo-o, nem que a “feitiçaria” se resuma a uns tabefes bem assentes na cara do moço (sim… então se tiver um nome como Gunnar, bem estará a merecê-los).

Ao fim de tantos anos – os suficientes para não me lembrar de grande coisa acerca da minha ”stôra” Cremilde – a senhora ainda me ensina umas coisas e dá umas lições frutuosas para a vida.

Não sei é se o pretendente à mão da minha futura filha vai achar muita piada à lição que, na altura, também eu tiver para lhe dar.

RÁDIO PORN (um conceito vencedor)


Confesso que há muito tempo ando com – e repare-se na palavra que utilizo – desejo de escrever este InSenso. Porque há muito tempo o mundo – esse lugar de “per si” bonito mas que pode ser ainda mais jeitoso – merece um conceito assim, ainda não cabalmente explorado mas com evidente potencial.

Dizem as “boas” línguas que a pornografia é errada, suja,… badalhoca mesmo (por que não dizê-lo?). Essas “boas” línguas – está visto – não sabem distinguir uma boa sessão de sexo oral de um prato de esparguete à bolonhesa. As más-línguas – vistas por tanta e tanta gente como as verdadeiras boas línguas; as melhores, no fundo – sabem. E por isso têm de ser elas (só podem ser elas) a defender a evolução da pornografia para os campos por ela ainda não desbravados.

Pornografia no cinema… já está! Pornografia em fotos… há que tempo! Pornografia na televisão… já não há sequer hotel ou residencial barata que a dispense! Pornografia na internet… é a maior banalidade ao cimo da terra.

Falta só – digo eu – a bem sucedida incursão desse “vil material audiovisual” no meio radiofónico (perdendo o "visual" e passando a "vil material audio") para que o ciclo se complete.Bem sei que tentativas (vãs) foram já feitas com programas com e sobre erotismo em rádio de bom e mau nome por esse mundo fora, madrugadas dentro, com audiências baixas mas ávidas por mais gemidos intensos e respirações profundas, directas ao ouvidinho atento (e algo humedecido) colado ao outro lado do rádio. Howard Stern também o fez de dia, mas com muita risota e confusão à mistura. Ou seja, nunca se chegou à opção de uma rádio preenchida com formatos de índole claramente sexual nas 24 horas do dia. Por que não fazê-lo?!?

A questão monetária (para a compra das frequências) seria sempre um obstáculo inicial mas estou certo de que patrocinadores não faltariam para ajudar a desbloquear essa situação. Sex-Shop’s não faltam por aí…

Quanto aos conteúdos… nada mais simples. Para aí em 20 das 24 horas de emissão diária bastaria fazer um loop do som ambiente de um qualquer filme pornográfico sem grande argumento (disponível em qualquer clube de vídeo). Solução barata e, assim com’assim, ninguém perceberia que seriam sempre os mesmos gemidos, de hora e meia em hora e meia…!

Nos “intervalos” poderiam ser lidos anúncios de classificados relativos a acompanhantes, encontros e massagens (grandes pérolas literárias, como se sabe) e, por fim, directos com pouca conversa (a mania dos fóruns radiofónicos irrita-me) e muita acção, palavreado forte e, se possível, sons corporais bem audíveis.

Tudo a todas as horas, inclusivamente àquelas horas do dia “que ninguém desconfia”.

Quanto aos nomes dos programas, deixo sugestão apenas para uns quantos, porque a partir daí, já dá para imaginar todos os outros.

Programa da Manhã – Toca a Levantar… o mastro!
Programa da Hora de Almoço – Estou doido para comer... uma francesinha!
Programa de Fim da Tarde – Afternoon Delight
Programa de Fim da Madrugada – Ai, Aurora, que és tão boa!

Já agora, aproveito para dizer que procuro sócios para este meu projecto. Se possível,… sócias! Assunto sério. Por favor, enviem fotos… de corpo inteiro… com ou sem bikini… mas de certeza sem roupa. Boa voz – ao contrário do que se possa pensar – não é essencial. Há sempre malta disposta a ganhar a vida a dobrar cenas de pornografia. Porque que é que há-de ser diferente na rádio?!

Em defesa do PIROPO... e do mercado imobiliário!

Como gosto de ser um tipo bem informado... hoje peguei no jornal 24 Horas e eis que me deparo com a verdadeira notícia do dia. "Novo Código Penal Pune Bocas de Cariz Sexual" "PIROPOS DÃO CADEIA".

Ao que parece, o novo artigo 171º define que aquilo a que normalmente chamamos de... "palavras elogiosas" pode constituir um crime de "importunação sexual", punível com um ano de cadeia ou multa até 120 dias.

Vejo esta situação como muito preocupante. Acima de tudo devido à complexidade do mercado imobiliário em Portugal.

As casas estão caras, os créditos pela hora da morte... e quanto menos casas forem feitas, menos chances haverá de os preços descerem nos próximos tempos.

Ou seja, se o piropo começar mesmo a ser punível com pena de choldra, a profissão de pedreiro e trolha está claramente em risco - inclusivamente a mão de obra estrangeira, já que a primeira coisa que aprende na língua portuguesa é a asneirada, obviamente. E se o ofício está em risco, o equilibrio desejado no mercado imobiliário também!

A quem de direito peço, portanto, que nova revisão do Código Penal seja feita quanto antes... porque em breve vou precisar de comprar casa.

Obrigado.

"Cá um beijinho, minha assassina!!!"

Hoje, um texto mais ou menos sério. Mas só hoje...

Confesso que em férias tento pouco informar-me acerca do que me rodeia. Vejo e oiço poucas notícias e também não faço grande esforço para comprar os jornais do dia. Aliás, opto regularmente por não os comprar mesmo. Prefiro ler bandas desenhadas ou não ler nada de nada quando o tempo é de ócio.

Por isso, quando ligo a televisão e vejo que há muita gente à frente de uma delegação regional da Judiciária – onde normalmente (mesmo com directos televisivos a decorrer) não se via ninguém além dos jornalistas – sei de imediato que algo de escabroso está para acontecer.

Ao que percebi (poucos segundos depois de ter passado por um dos jornais das nossas televisões), mesmo com a televisão sem som, o “Caso Madeleine McCann” deve estar perto de um desfecho… e o povão está à espera disso.

O povo português (normalmente, eu escrevo Povo, com “P” maiúsculo; neste caso… prefiro não o fazer) tem o fantástico dom de perceber que vai haver peixeirada ou que se aproxima uma boa oportunidade para haver algazarra das antigas… e não perde a chance de se chegar perto… para o que der e vier.

Assim é, pelos vistos, com o caso da pequena Maddie. Quando a criança (alegadamente) desapareceu, o povo apareceu em força na Praia da Luz. Não tanto porque poderia haver barafunda mas para ver o aparato das televisões (nacionais e estrangeiras) a atropelarem-se para fazer os melhores directos (para quem ainda não presenciou algo do género, asseguro eu que é um espectáculo muito catita – ao nível das melhores emissões dos Jogos Sem Fronteiras mesmo!). Para isso e para – se possível – dar uma palmadinha nas costas do Gerry McCann e, claro, um abraço e um beijinho à Kate McCann (obviamente, com a imprescindível frase bem portuguesa “Cá um beijinho, minha querida… coitadinha!”). Fica bem aparecer na televisão a ser solidário para com quem (alegadamente) sofre. E o povo português lá está, na hora, em "primeira fila", a fazê-lo.

Nessa altura, ninguém aparecia à frente da Judiciária de Portimão.

Agora que os resultados das perícias forenses de Birmingham chegaram ao Algarve e os pais da criança foram chamados a interrogatório… está o circo montado. Ele é gente a amontoar-se atrás dos repórteres que fazem os directos, à frente da porta principal do edifício, de um e do outro lado da rua… a espera de ver o que aquilo dá, esperando secretamente (ou nem tanto assim) que dê… para o torto e a oportunidade de chamar “Assassiiiiiino!!!” a alguém (com as televisões “a ver”, naturalmente) não se perca. Mesmo que seja aos próprios McCann, o casal a quem alguns dos actuais mirones de Portimão deram miminhos em Lagos há uns tempos atrás.

A peixeirada não tarda aí. Está mesmo a ver-se. E de uma coisa podemos estar certos (até porque todos vimos o que aconteceu na Figueira da Foz, com os tugas a tentarem linchar um espanhol que matou gente… em Espanha e que, por cá, só roubou uns guitos e pouco mais). De que, quando a algazarra começar, o povão vai dar um espectáculo digno de ser lembrado como (mais) um (triste) momento de “alto gabarito” de Portugal.