Antes de mais, uma informação (in)útil, para contextualizar a coisa.
Este fim-de-semana desloquei-me ao Porto em trabalho. Como estou longe de ser um expert no que concerne às avenidas, ruas, quelhas e vielas da “invicta”, recorri a boleias de colegas para ir da Estação de Campanhã para a cidade e da cidade de regresso para a Estação.
Na última dessas duas viagens, já ao fim da tarde, uma colega minha, recém-encartada, para além de me usar descaradamente como cobaia para a sua condução de maçarica, foi-me dando motivos para eu brincar com a sua inexperiência como condutora novata que é. Nada de grave, até porque não conduz assim tão mal, diga-se.
Não será, portanto, de estranhar que, quando alguém buzinou num semáforo, eu tenha aproveitado para mandar a laracha: “Não aprendeste a conduzir mas ensinaram-te a apitar!!! Espectáculo!!! Caiu o verde e tu…. Piiii Piiii!!!”.
Como não tinha sido ela (e eu sabia disso), apressou-se a responder-me a plenos pulmões: “Não fui eu!!! Eu não apito!!! Quero dizer… Eu não apito… eu buzino…”
A dúvida como que se instalou na minha mente. Que queria ela dizer com o facto de buzinar mas não apitar?!?... Fiquei confuso. Perguntei-lhe qual era a diferença mas não obtive resposta. Apenas fiquei a saber que a moça simplesmente não apita – já que fez questão de frisá-lo de novo. Já buzinar, pelos vistos, é outra história.
Afinal, o que será isto de apitar, então? Em que será assim tão diferente de buzinar para que a minha colega se tenha apressado a fazer a correcção do discurso? Será apitar uma coisa que não se faz no trânsito mas sim apenas fora dele? Não sei. Sei que apitar não é o mesmo que assobiar. Por isso, já sabemos que apitar não é buzinar nem assobiar.
Vamos com calma. Talvez seja por causa de não ter usado um apito… Mas já nem os polícias de trânsito praticamente os usam actualmente (e que saudades das luvinhas brancas e dos palanques no meio dos cruzamentos, que igualmente já caíram em desuso). Os árbitros usam apito e, sendo assim, esses sim, apitam. Mas os alarmes das casas e dos carros e até dos frigoríficos (que ficam com a porta aberta) também apitam e não têm apito… Pergunto: em que é que ficamos?
Eu não sei se apito, confesso. Buzinar, sim, buzino. Mas apitar... isso já não sei, se apito ou não – embora sempre tenha pensado que apitasse. No entanto, dada a dúvida que me assola desde este fim-de-semana, não posso afirmá-lo sem margem para dúvidas. Digo apenas que, se calhar, apito. Mas pode ser que também só buzine.
1 inSensinho(s) assim...:
É sempre bom saber que provocamos a reflexão de alguém.
Quanto à questão em causa, poderia falar-te das questões fonéticas ("buzinar" soa melhor do que "apitar"..quer dizer, dito..- isto também soa estranho - porque em termos de barulho vai dar ao mesmo..lol) ou de estética escrita...mas não.
Vou apenas remeter-me ao silêncio e esperar por uma conclusão tua, caro colega:)
Estaria eu a pensar que tu ias pensar (onde é que eu já ouvi isto?!) em algo mais malicioso ou até mais bairrista (por puro gozo à minha fantástica cidade - apesar de eu desejar ir trabalhar para a capital..lol)??
Eis a questão...
Sou jornalista..faço perguntas, não dou respostas:)
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