Acredito que o comum dos mortais não se tenha apercebido ainda mas há uma nova forma de comunicação a nascer a nível global.
Chamemos-lhe Mimimóvelez (quem em estrangeiro se traduzirá, certamente, como Mobilemimic, ou coisa do género).
Em que consiste? Nada mais simples.
Segundo as últimas estatísticas, já há quase mais telemóveis activos no mundo do que gente a habitar o planeta. Há pessoas com mais do que um telefone celular e – ao que parece – a utilização deste tipo de aparelhos por focas de jardim zoológico e ratazanas citadinas também já está a ser considerado.
Maneiras que a malta usa muito o telemóvel. Tanto que passamos imenso tempo com o telefone encostado ao ouvido ou, pior ainda, andamos de um lado para o outro com auricular colocado na orelha a falar “para o ar” e não ligamos nenhuma quando alguém “de carne e osso” pára à nossa frente para nos dirigir duas palavras.
Aí, funciona um princípio mais ou menos básico: se não podemos falar com a pessoa que está à nossa frente (porque estamos a falar com outra ao telefone), limitamo-nos a gesticular, tentando fazermo-nos entender com uma espécie de mímica, fazendo um misto de linguagem gestual com expressão facial enriquecida e ainda articulação de palavras em absoluto silêncio mas com evidente exagero na abertura da boca (alegadamente para facilitar a leitura nos lábios). Pronto… afinal não era assim tão básico quanto isso.
Há uns dias, à saída do trabalho, ia a falar ao telefone e cruzei-me com uma colega de outro departamento que, no hall de entrada, também falava ao telemóvel. Nem um nem outro interrompeu as suas conversas telefónicas. Mas cumprimentámo-nos, ela avisou-me que lá fora estava um calor imenso, eu consegui que ela percebesse que já não a via há uns tempos valentes e ela desculpou-se por andar “desaparecida”; entretanto, eu disse que tinha de ir andando, ela apontou para o telemóvel como que a dizer que tinha de ficar ali “agarrada” àquela conversa e despedimo-nos, da mesma forma como nos cumprimentámos, com um sorriso simpático mas muito exagerado e um “Tchau!” dito sem se ouvir som nenhum. Aliás, em toda este momento de pura comunicação, só se ouviram palavras que fossem dirigidas aos telemóveis e não um ao outro. No fundo, comunicámos em Mimimóvelez.
O mundo não pára. E nós, com ele… a mesma coisa.
Sou, por principio, um defensor da boa comunicação. E mesmo sabendo que esta não é propriamente a melhor de todas as formas de comunicar, sei que é a melhor possível em certos momentos. Agora falta é ensinar esta nova linguagem nas escolas, para que se aperfeiçoe.
Mas, mesmo assim, a improvisar, acho que já nos vamos safando muito bem.
Chamemos-lhe Mimimóvelez (quem em estrangeiro se traduzirá, certamente, como Mobilemimic, ou coisa do género).
Em que consiste? Nada mais simples.
Segundo as últimas estatísticas, já há quase mais telemóveis activos no mundo do que gente a habitar o planeta. Há pessoas com mais do que um telefone celular e – ao que parece – a utilização deste tipo de aparelhos por focas de jardim zoológico e ratazanas citadinas também já está a ser considerado.
Maneiras que a malta usa muito o telemóvel. Tanto que passamos imenso tempo com o telefone encostado ao ouvido ou, pior ainda, andamos de um lado para o outro com auricular colocado na orelha a falar “para o ar” e não ligamos nenhuma quando alguém “de carne e osso” pára à nossa frente para nos dirigir duas palavras.
Aí, funciona um princípio mais ou menos básico: se não podemos falar com a pessoa que está à nossa frente (porque estamos a falar com outra ao telefone), limitamo-nos a gesticular, tentando fazermo-nos entender com uma espécie de mímica, fazendo um misto de linguagem gestual com expressão facial enriquecida e ainda articulação de palavras em absoluto silêncio mas com evidente exagero na abertura da boca (alegadamente para facilitar a leitura nos lábios). Pronto… afinal não era assim tão básico quanto isso.
Há uns dias, à saída do trabalho, ia a falar ao telefone e cruzei-me com uma colega de outro departamento que, no hall de entrada, também falava ao telemóvel. Nem um nem outro interrompeu as suas conversas telefónicas. Mas cumprimentámo-nos, ela avisou-me que lá fora estava um calor imenso, eu consegui que ela percebesse que já não a via há uns tempos valentes e ela desculpou-se por andar “desaparecida”; entretanto, eu disse que tinha de ir andando, ela apontou para o telemóvel como que a dizer que tinha de ficar ali “agarrada” àquela conversa e despedimo-nos, da mesma forma como nos cumprimentámos, com um sorriso simpático mas muito exagerado e um “Tchau!” dito sem se ouvir som nenhum. Aliás, em toda este momento de pura comunicação, só se ouviram palavras que fossem dirigidas aos telemóveis e não um ao outro. No fundo, comunicámos em Mimimóvelez.
O mundo não pára. E nós, com ele… a mesma coisa.
Sou, por principio, um defensor da boa comunicação. E mesmo sabendo que esta não é propriamente a melhor de todas as formas de comunicar, sei que é a melhor possível em certos momentos. Agora falta é ensinar esta nova linguagem nas escolas, para que se aperfeiçoe.
Mas, mesmo assim, a improvisar, acho que já nos vamos safando muito bem.
0 inSensinho(s) assim...:
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