Hoje, um texto mais ou menos sério. Mas só hoje...
Confesso que em férias tento pouco informar-me acerca do que me rodeia. Vejo e oiço poucas notícias e também não faço grande esforço para comprar os jornais do dia. Aliás, opto regularmente por não os comprar mesmo. Prefiro ler bandas desenhadas ou não ler nada de nada quando o tempo é de ócio.
Por isso, quando ligo a televisão e vejo que há muita gente à frente de uma delegação regional da Judiciária – onde normalmente (mesmo com directos televisivos a decorrer) não se via ninguém além dos jornalistas – sei de imediato que algo de escabroso está para acontecer.
Ao que percebi (poucos segundos depois de ter passado por um dos jornais das nossas televisões), mesmo com a televisão sem som, o “Caso Madeleine McCann” deve estar perto de um desfecho… e o povão está à espera disso.
O povo português (normalmente, eu escrevo Povo, com “P” maiúsculo; neste caso… prefiro não o fazer) tem o fantástico dom de perceber que vai haver peixeirada ou que se aproxima uma boa oportunidade para haver algazarra das antigas… e não perde a chance de se chegar perto… para o que der e vier.
Assim é, pelos vistos, com o caso da pequena Maddie. Quando a criança (alegadamente) desapareceu, o povo apareceu em força na Praia da Luz. Não tanto porque poderia haver barafunda mas para ver o aparato das televisões (nacionais e estrangeiras) a atropelarem-se para fazer os melhores directos (para quem ainda não presenciou algo do género, asseguro eu que é um espectáculo muito catita – ao nível das melhores emissões dos Jogos Sem Fronteiras mesmo!). Para isso e para – se possível – dar uma palmadinha nas costas do Gerry McCann e, claro, um abraço e um beijinho à Kate McCann (obviamente, com a imprescindível frase bem portuguesa “Cá um beijinho, minha querida… coitadinha!”). Fica bem aparecer na televisão a ser solidário para com quem (alegadamente) sofre. E o povo português lá está, na hora, em "primeira fila", a fazê-lo.
Nessa altura, ninguém aparecia à frente da Judiciária de Portimão.
Agora que os resultados das perícias forenses de Birmingham chegaram ao Algarve e os pais da criança foram chamados a interrogatório… está o circo montado. Ele é gente a amontoar-se atrás dos repórteres que fazem os directos, à frente da porta principal do edifício, de um e do outro lado da rua… a espera de ver o que aquilo dá, esperando secretamente (ou nem tanto assim) que dê… para o torto e a oportunidade de chamar “Assassiiiiiino!!!” a alguém (com as televisões “a ver”, naturalmente) não se perca. Mesmo que seja aos próprios McCann, o casal a quem alguns dos actuais mirones de Portimão deram miminhos em Lagos há uns tempos atrás.
A peixeirada não tarda aí. Está mesmo a ver-se. E de uma coisa podemos estar certos (até porque todos vimos o que aconteceu na Figueira da Foz, com os tugas a tentarem linchar um espanhol que matou gente… em Espanha e que, por cá, só roubou uns guitos e pouco mais). De que, quando a algazarra começar, o povão vai dar um espectáculo digno de ser lembrado como (mais) um (triste) momento de “alto gabarito” de Portugal.
Por isso, quando ligo a televisão e vejo que há muita gente à frente de uma delegação regional da Judiciária – onde normalmente (mesmo com directos televisivos a decorrer) não se via ninguém além dos jornalistas – sei de imediato que algo de escabroso está para acontecer.
Ao que percebi (poucos segundos depois de ter passado por um dos jornais das nossas televisões), mesmo com a televisão sem som, o “Caso Madeleine McCann” deve estar perto de um desfecho… e o povão está à espera disso.
O povo português (normalmente, eu escrevo Povo, com “P” maiúsculo; neste caso… prefiro não o fazer) tem o fantástico dom de perceber que vai haver peixeirada ou que se aproxima uma boa oportunidade para haver algazarra das antigas… e não perde a chance de se chegar perto… para o que der e vier.
Assim é, pelos vistos, com o caso da pequena Maddie. Quando a criança (alegadamente) desapareceu, o povo apareceu em força na Praia da Luz. Não tanto porque poderia haver barafunda mas para ver o aparato das televisões (nacionais e estrangeiras) a atropelarem-se para fazer os melhores directos (para quem ainda não presenciou algo do género, asseguro eu que é um espectáculo muito catita – ao nível das melhores emissões dos Jogos Sem Fronteiras mesmo!). Para isso e para – se possível – dar uma palmadinha nas costas do Gerry McCann e, claro, um abraço e um beijinho à Kate McCann (obviamente, com a imprescindível frase bem portuguesa “Cá um beijinho, minha querida… coitadinha!”). Fica bem aparecer na televisão a ser solidário para com quem (alegadamente) sofre. E o povo português lá está, na hora, em "primeira fila", a fazê-lo.
Nessa altura, ninguém aparecia à frente da Judiciária de Portimão.
Agora que os resultados das perícias forenses de Birmingham chegaram ao Algarve e os pais da criança foram chamados a interrogatório… está o circo montado. Ele é gente a amontoar-se atrás dos repórteres que fazem os directos, à frente da porta principal do edifício, de um e do outro lado da rua… a espera de ver o que aquilo dá, esperando secretamente (ou nem tanto assim) que dê… para o torto e a oportunidade de chamar “Assassiiiiiino!!!” a alguém (com as televisões “a ver”, naturalmente) não se perca. Mesmo que seja aos próprios McCann, o casal a quem alguns dos actuais mirones de Portimão deram miminhos em Lagos há uns tempos atrás.
A peixeirada não tarda aí. Está mesmo a ver-se. E de uma coisa podemos estar certos (até porque todos vimos o que aconteceu na Figueira da Foz, com os tugas a tentarem linchar um espanhol que matou gente… em Espanha e que, por cá, só roubou uns guitos e pouco mais). De que, quando a algazarra começar, o povão vai dar um espectáculo digno de ser lembrado como (mais) um (triste) momento de “alto gabarito” de Portugal.
1 inSensinho(s) assim...:
É triste mas é a mais é verdade, não posso estar mais de acordo com aquilo que escreveu.
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