post escrito para lá das 3 da matina por uma razão muito específica


Há já algum tempo que cheguei à conclusão de que sou parvo. Quase todos os dias me dou a mim próprio razões para continuar a pensar desta forma e a não perder essa noção de mim mesmo. Quase todos os dias... e em algumas noites também - não todas porque em estando a dormir sou um gajo muito mais ajuizado, muito mais porreiro e, consequentemente, menos palerma.

Esta noite, a esta hora, talvez por estar acordado (mas não só por isso), volto a perceber que sou parvo. Porquê?...

Há uns dias decidi mudar o nosso quarto. Até lá, dormíamos a meio da casa; agora, dormimos no extremo da casa. Vantagens: já podemos começar a tratar do quarto do bebé (que será feito no nosso antigo quarto, a meio da casa) e estamos muito mais perto da casa-de-banho (o que faz o nosso actual quarto parecer uma espécie de suite). Desvantagens: ... estamos muito mais perto da casa-de-banho... e de todas as casas-de-banho deste lado do prédio, porque todos os andares são iguais.

Está visto que quando decidi mudar o quarto (carregar mobílias pesadas sozinho e tudo mais) descurei o facto de que estar perto de casas-de-banho significa ouvir ruídos de... casa-de-banho sempre que alguém... utiliza uma casa-de-banho. E de vez em quando esses ruídos aparecem às 3 da manhã, porque tanto o vizinho do oitavo como o vizinho do décimo decidem ir à casa-de-banho um a seguir ao outro. Ora, esta noite... este vizinho deles, o do nono andar, primeiro acordou com o som do autoclismo de um e depois ouviu (entre o azedume pelo sono interrompido e o simples desconforto da situação) o som do "repucho urinal" do outro, seguido da inevitável descarga de água do respectivo autoclismo.

São 30 segundinhos que, de repente, parecem um quarto de hora e que, de "ouro", poderão só ter a cor do líquido vertido pelos vizinhos nestas operações (o que dá também azo a outro problema: a imagem mental - muito difícil de apagar - com que se fica para o resto da noite).

Chego, por tudo isto, (de novo) à conclusão de que sou parvo. FUI-o no dia e na hora em que tive a "belíssima" ideia de mudar JÁ de quarto (a cerca de SETE meses do nascimento da criança), tanto quanto SOU-o hoje, agora, esta noite (madrugada) em que, em vez de não fazer caso de ouvir a malta do prédio a mijar a meio da noite, me pus a matutar sobre isso e mesmo a escrever um post acerca do assunto, abrindo (escancarando) as portas para uma noite inteirinha de insónia mais do que certa.

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