Exercício do Contraditório



Serve este espaço de uso e abuso do (passo a redundância) espaço cibernético para exercer o direito ao contraditório, ainda que não em nome próprio mas sim de um elemento que poderá ter-se sentido de alguma forma violentado por um texto aqui publicado há uns tempos atrás [e que pode ler – ou reler – clicando
aqui], denominado “Protesto”.

No fundo, é um contra-protesto, feito por mim contra o dito pelo autor do texto “Protesto” (de dia 17 de Maio de 2006). Ou seja… eu próprio.

Na altura, eu defendi que NUNCA seria possível conseguir beber todo o leite achocolatado que vem num pacote; que por muito que tentássemos, jamais seria alcançável o feito de saborear TODO o leite achocolatado do pacote e que isso me enfurecia.

Ora, publicado que foi esse texto, poderá ter ficado implícito que eu, InSensato Autor, acredito que todo e qualquer pacote/embalagem contém produto impossível de consumir. Algo que eu, InSensato Protestante dessa ideia do InSensato Autor (eu mesmo), acho uma parvoíce imensa e aqui venho refutar.

Move-me para tal o facto de, há poucos dias, ter cozinhado Peito de Frango com Natas e Batata Frita. É. Foi um jantar simples, ainda que muito saboroso, mas que, acima de tudo me fez ver outra realidade para lá da mentecapticidade de achar que o leite achocolatado não consumível é representante de todo um manancial de produtos alimentícios que são comercializados em embalagens herméticas e tal.

É que o cogumelo, também ele parte integrante (e importante) do prato cozinhado há dias para o jantar, também fica (por essa figura incontornável que é o ÚLTIMO cogumelo da lata – ou última fatia de cogumelo, caso seja uma lata de cogumelos laminados) no “vai-não-vai” para a certã ou para o prato.

Se bem repararmos (e muitas vezes não o fazemos, que é algo de muito grave), fica sempre um cogumelo lá na lata, como que “colado” ao vinco do fundo dela, sem querer sair. Ou melhor… sem PODER sair. Porque o cogumelo QUER ser consumido e não se camufla em subterfúgios de dobras habilmente feitas em pacotes tetrapack para não vir a conhecer as entranhas humanas. Nada disso. O cogumelo está lá na lata, nada deve, nada teme,… e está à vista. Só não o vê (e, consequentemente, não consome) quem não quer ou é muito distraído.

Em suma, o cogumelo tem de se sentir incomodado, no mínimo, com o texto “Protesto” aqui publicado em Maio, porque, ao contrário do leite achocolatado de pacote (e nem sequer referindo o leite com aroma a morango… isso ia dar mais pano para mangas), ele quer ser consumido e a alegação (ou o dar a entender) de que os produtos hermeticamente embalados tendem a fugir ao consumo humano, só por si, é ofensiva.

Resta responder a uma questão. Por que razão quererá tanto o cogumelo (mesmo o último que fica na lata) ser consumido?... Simples. O cogumelo é um fungo. E não há fungo que se orgulhe de o ser. Por isso, mais vale ser comido e excretado por um ser humano qualquer do que continuar a viver sob a vergonha de se ser… um fungo.

Duro… mas verdade.

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Nota Importante

Antes de ser publicado, este texto foi apresentado também às seguintes Associações, que deram o seu aval e total apoio ao escrito agora apresentado no ciberespaço:

- Associação do Grão-de-Bico
- Federação do Feijão Manteiga
- Associação do Milho Cozido
- Associação do Feijão Vermelho e do Feijão Preto
- Sociedade dos Amigos da Ervilha Enlatada

1 inSensinho(s) assim...:

GK disse...

Sabes uma coisa?
DESTE-ME UMA FOME DO CARAÇAS!!!!!
Tenho dito!

Bj.