Resumo de uma noite mal dormida*

O meu (antigo) Punto voou pela primeira vez. Dá muito mais jeito conduzir no ar, até porque os máximos direccionados para a estrada lá em baixo iluminam muito melhor o caminho e não incomodam tanto os outros condutores, porque não encandeiam de frente. Só que voar, pelos vistos, faz o carro consumir muito mais gasolina do que é habitual e, em consequência disso, acabei por ficar parado no meio de uma terra de cultivo, tendo de caminhar até à bomba mais próxima, que era uma junto a um shopping muito parecido com o Oeiras Park, só que este tinha um parque de estacionamento exterior, onde a polícia de intervenção carregava sobre uma multidão em fúria, ao que percebi, após um combate de boxe ou artes marciais cujos protagonistas se refugiavam atemorizados na loja da estação de serviço.

Resolvida a confusão, os donos da bomba concordaram em levar-me até ao carro num Opel Astra verde, igualzinho a um que conheço e já conduzi. Lá estava o Punto, no meio da terra lavrada, à espera das gotas de gasolina suficientes para chegar à bomba e atestar. Feito isso, rumei à minha terra, a 200km de Lisboa, onde se presumia ter sido vista a criança britânica desaparecida em Lagos e onde decorria a campanha eleitoral para a Câmara Municipal, já que também esse executivo tinha “caído”.

Chegado à vila, fui imediatamente chamado ao quartel dos bombeiros, porque estes me queriam dar alguns objectos em porcelana/barro vidrado, muito feios, estranhamente a pedido de uma amiga minha que lhes tinha enviado uma mensagem Hi5 para que me dessem aquela garrafinha, os dois mini-pratos e as duas colheres. Não percebi. Porquê contactá-los a eles? Porquê dar-me aquilo? Enfim…

Entretanto, o telefone tocava freneticamente porque a redacção sabia que eu estava na minha terra e toda a gente lá estava histérica a querer saber se a miúda inglesa estava mesmo por lá. Não estava. Disse-lhes isso várias vezes. Ainda assim, o telefone continuava a tocar que nem um louco.

Para tentar perceber melhor a história dos boatos sobre a criança e a razão para as eleições autárquicas intercalares, fui ao café onde normalmente tudo se sabe. No entanto, lá, fui chamado à atenção para o facto de uma revista “cor-de-coiso” vendida no quiosque do estabelecimento revelava uma “investigação” sobre mim, dizendo que quase todos os dias andava em carros diferentes (muitas vezes a conduzir) e que isso era um escândalo, porque, alegadamente, o “português comum” nem dinheiro tem para pagar a gasolina. Daaaah!

E foi difícil explicar a quem já tinha lido o artigo (ah… e inútil a quem o tinha escrito) que, sim senhor, ando em vários carros diferentes mas 90% deles são da empresa e que os uso exclusivamente em trabalho. Não me lembro bem, mas acho que mesmo assim ninguém acreditou em mim. Não me lembro bem porque nessa altura a campainha de casa tocou. Uma, duas… sendo que a terceira vez foi um toque muito mais prolongado.

Levantei-me. Perguntei quem era, com voz de poucos amigos, pelo intercomunicador. O tipo que vê os contadores da água. Filho da mãe! Acordou-me! O sonho estava a ser estranhíssimo, como já deu para perceber. Mas estava a dormir. E não se acorda um gajo que está a tentar perceber um sonho esquisito.

Ah… e não haja dúvidas. Estou com uma dor de cabeça que é uma coisa…!




* - post comum ao InSenso Comum e ao Petit Riens

1 inSensinho(s) assim...:

fiufiufiu disse...

Tens consciência que se estivesses por estas bandas eu aconselhava-te uma ída repentina ao Sobral:)