Auto Sex Change



Aconteceu. Sem aviso. Sem previsão. Sem que alguém – sobretudo eu – estivesse à espera.

O meu carro mudou de sexo. Ou seja, o meu carro passou a ser… uma viatura.

Foi ontem à noite, assim… de repente. E só eu posso ser responsabilizado por esse facto. O único e total culpado pela súbita mudança de sexo do meu carro… perdão… viatura…sou eu.

Passando a explicar… Ontem fui à estação de serviço com lavagem automática mais próxima de casa para tratar dos cerca de 5cm de pó acumulado sob a carroçaria… da viatura. Tudo bem com a ideia, tudo bem com o caminho até à estação de serviço, tudo bem com a compra do cartão que dá acesso à lavagem automática, … tudo mal… com a lavagem propriamente dita.

Entre uma hesitação da máquina e uma distracção minha, acabei por não reparar que num placard super colorido, um boneco em forma de escova me aconselhava a fazer uma data de coisas antes de colocar o cartãzinho na ranhura para que a lavagem começasse.

Não reparei eu (parvamente!...) e bem me lixei! Com a máquina a molhar, limpar, “massajar”, secar (ou seja lá mais o que for que o raio das máquinas fazem aos carros naqueles 3 minutos e mais uns segundos – não sei quantos ao certo…) dei-me conta de três curtos sons – “Pam!... Pum!... (e de novo) Pam!...” – a que se seguiu uma imagem inesperada e aterradora. A minha antena acabava de descer aos rebolões pelo pára-brisas para se arrestar junto às escovas de limpeza.

No fundo, o que o boneco-escova colorido me aconselhava no placard era para que, entre outras coisas, retirasse a antena, precisamente, para evitar que fosse brutalmente partida (como foi, de resto) durante a lavagem automática.

Não reparei eu (parvamente!...) e bem me lixei!...

Ou seja, perdeu-se a referência masculina do meu carro… perdão… da minha viatura. Uma antena em riste a menos… logo, uma masculinidade impossível de afirmar existe agora, com esta nova (e dura) realidade.

É só mais um azar na já longa lista de azares relacionados com essa peça automóvel de nome “Punto” (e já lá vamos ao nome…). Desde um assalto, várias batidas (na grande maioria da responsabilidade de “terceiros” e na ausência do proprietário), imensas “meias-avarias” (vidros eléctricos, rolantim, auto-rádio, faróis, etc.)… já lhe aconteceu um bocado de tudo. No entanto, não se pense que tudo é mau. Com a quebra da antena, nem corro o risco de ma roubarem, nem muito menos tenho a tentação de gastar dinheiro no arranjo do auto-rádio (que está em "coma" há já perto de um ano). Em qualquer um dos casos… poupo!

O meu carro mudou de sexo portanto. Agora é uma viatura. Não mais será considerado um bólide. E, por essa mesma ordem de ideias, não mais será chamado de “Punto” mas sim de “Punta”. Só é chato se, em mais um azar “daqueles”, essa placa com o nome… “Punta” também comece a perder letras. Então se o “n” for o primeiro a ir…! Nesse dia, então, a existência da minha viatura terá como que batido no fundo estará decretada oficialmente a desgraça daquela que, um dia, já foi considerada uma bela peça automóvel.

2 inSensinho(s) assim...:

GK disse...

Parece-me que esse problema é mais comum que aquilo que pensamos... Sejam as antenas partidas nas lavagens automáticas, sejam gamadas de forma violenta, há cada vez mais bólides a transformarem-se em viaturas... Será que, também os carros, estão a "sair do armário"??? ;)

Bj.

Anónimo disse...

um dia ainda hão-de explicar-me essa moda de afirmar a masculinidade em coisas como... os carros. E eu que toda a minha vida pensei que fossem assexuados. Qualquer dia assistimos a conversa como "então rodas, vamos sair para sacar umas gaijas ou hoje estás numa de meninos?!"