InSenso de gajo



À custa de um novo anúncio televisivo, dei-me conta de que coisas há neste mundo que nunca entendi. Pensos higiénicos. Ou melhor… publicidade a pensos higiénicos. Esses enigmáticos objectos a que uma antiga colega minha chamava “coisinhas”, sempre que a malta ia ao supermercado. «Ah… espera aí um bocado… que eu vou ali comprar umas coisinhas… e tal…»; isto para não ter de dizer “pensos higiénicos” em “público”, claro.

A mim parece-me sempre estranho ver/ouvir/ler publicidade de marcas como Carefree e Evax, por exemplo. Porquê?... Por causa dos slogan's. Este novo anúncio de que falo no início do InSenso de hoje pode considerar-se um “clássico”, agora renovado… e até nunca foi dos piores.

Diz o slogan (agora reformulado – e daí a nova campanha publicitária) da Evax, “dirigindo-se” ao seu público-consumidor (leia-se, as gajas), «Sentes-te (muito) limpa, sentes-te (muito) bem». Ora, sentir-se limpa e, por isso, melhor, parece-me bem e, acima de tudo, lógico. Mas amiúde nas restantes publicidades das outras marcas (e também da referida Evax) aparecem sempre (ou quase) as palavras “fresca” e “segura”. Tudo bem que eu sou gajo e não uso pensos higiénicos (não que ser gajo o impeça… mas isso é outra conversa totalmente diferente), mas como é que um “pensinho” de papel reciclado, almofadado e com umas tiras autocolantes… refresca ou segura (ampara) seja quem for?!? Nunca percebi.

Além disso, porque é que a publicidade “pensada higienicamente” [trocadilho que eu não sei se resultará… Ajuíze por si, InSensato Leitor] é sempre tão confusa?!? Janelas suspensas no ar, cortinas coloridas de cores (de gaja) berrantes, raparigas giras a jogarem às escondidas por entre caixas tão coloridas como o raio das cortinas, flores a caírem do céu e outras a subirem em direcção a ele… enfim, uma confusão pegada! E o desgraçado do pensinho aparece no final, quando a maltinha lá de casa já está toda a pensar «Que raio de trip de LSD que eu devo ter apanhado sem saber!... Ah… não… é só a publicidade aos pensos higiénicos!... Ufa!...». Lamentável.

Digo eu que está por provar cientificamente qual a relação dos malmequeres com as cortinas rosa-choque e as janelas suspensas no “nada” e, já agora, a relação entre estes três elementos e os próprios pensos higiénicos… mas os anúncios continuam a aparecer, felizes, contentes, pujantes e, claro, frescos, limpos, seguros e outros que tantos adjectivos, tantas vezes usados nas campanhas publicitárias dos ditos objectos.

Entendo perfeitamente que fazer “publicidade realista” a pensos higiénicos (e aos tampões também) não seria, propriamente, de bom gosto mas ser tão confusa, irrealista, florida e “berrante” também não se percebe.

Ressalvo aqui o exemplo da excepção que confirma a regra das excepções à regra: os pensos Tanga. Ou melhor, as publicidades aos pensos Tanga. Os anúncios não vão “directos ao assunto” (como nenhum, como já disse), mas aquilo agrada-me… vá lá saber-se porquê…!

3 inSensinho(s) assim...:

Anónimo disse...

Os anúncios a pensos são como as gajas. Vá-se lá compreendê-las...em certos dias.

Anónimo disse...

o que eu me ri porra..opa aquilo é feito para ng perceber!A ceninha das cores berrantes: as gajas tb nao percebem, mas é "só porque é giro" e a gaja agradeçe, gosta e compra!mai nada!

GK disse...

Bom... Eu também não percebo esses anúncios e sou gaja. Por isso, aquilo não é coisa de gaja. É mesmo capaz de ser a tal trip de LSD... mas dos criativos e do cliente!
Bom, houve um anúncio - penso que a tampões da O.B. - que era realista: uma miúda que ia a passear o cão e tinha de passar pelo meio de um grupo de gajos... E sentia-se (digam lá!) SEGURA com os tais tampões para o fazer! E isso faz sentido! Para gajas, claro! Sentirem-se seguras é importante. Se um tampão ajuda é que eu não sei... É capaz...
De qualquer forma, permitam-me dizer que isto dos tampões também me confunde... Quer dizer, nem um convite para jantar, nem um ramo de flores e pimba! Assim!... Logo?!...Hum... para mim, não, obrigada! ;)

Bj.