O exemplo (de George Lerner)
... que não aproveitamos


Em 1952, George Lerner inventou um brinquedo de grande sucesso na América (e em todo o mundo) chamado Mr. Potato Head (na imagem abaixo).


Em 2008, este inSensato Autor sofreu aquela que lhe parece ser a centésima quinquagésima quarta inflamação da garganta em 32 anos de vida. Inflamação da qual ainda está a sofrer consequências, com brônquios, laringe, faringe e cabeça a ressacar em dor. A juntar a isso, os pulmões estão mais uma vez a pedir para serem substituídos mesmo "antes do intervalo", de tão sobreutilizados estarem a ser nos últimos oito dias, para tossir, acima de tudo.

Todo o resto do corpo passou praticamente incólume aos efeitos da inflamação. À excepção do estômago que não acompanhou cabalmente o acréscimo de fármacos e andou ali um bocado aos papéis por uns dias. De resto, tudo ao fininho. Do peito para cima é que a coisa correu mesmo mal.

Leva-me isto a questionar o porquê de em 56 anos (que é tempo suficiente para nascer e morrer muita gente e para acontecer uma data de coisas, boas e más), ninguém se tenha dado ao trabalho de desenvolver para as ciências médicas a ideia original de Lerner que se baseava no conceito de poder alterar… tudo naquela cabeça de batata, sempre que se quisesse. Desde o bigode à boca, passando por nariz, orelhas, pés, chapéu, sobrancelhas, braços e não sei mais o quê… tudo é passível de ser alterado no Mr. Potato Head. Isso também devia acontecer em nós mas, infelizmente… não acontece.

Sinceramente, isso chateia-me porque me dava um jeito desgraçado poder mudar tudo o que me dói por "peças" (diferentes ou semelhantes) que fizessem o mesmo (ou melhor), pelo menos até que as que actualmente estão com maleita fossem reparadas.

Sim… a Medicina (que, recorde-se, começou apenas por – neste particular – fazer amputações; tirava-se e não se substituía) já faz transplantes com bastante sucesso… mas não é bem disso que estou a falar. 56 anos volvidos desde a invenção de George Lerner, já seria de esperar que esta questão não fosse tão problemática e que bastava a malta ir à loja para poder mudar as partes que estão KO e não OK. Se acontece com computadores, carros, roupa… só falta mesmo com o corpo humano, digo eu.

Além dos pulmões, faringe e etc. (com que estou mesmo a stressar fortemente), já agora, também não me importava de poder trocar o orelhame e narigongo de Dumbo que tenho por outros mais maneirinhos, e a título mais permanente. Se fosse só tirar uns e pôr outros, não custava nada.

Agora que penso bem nisso, talvez seja o lobby dos cirurgiões plásticos que não está a ajudar muito na colocação em prática da "lógica da batata" que Lerner criou. Hmmm… desconfio que sim…

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