Nada de Nada ou Muita Coisa Nenhuma para Fazer

O Verão tem destas coisas. Para quem não está directa ou indirectamente ligado à hotelaria ou ao comércio de produtos que os emigrantes procuram sempre que vêm “à terra”, o volume de trabalho baixa consideravelmente.

Não que isso seja necessariamente mau. Nem sempre é, naturalmente. Mas de vez em quando…

Acontece que, na minha profissão, estou sempre dependente do que acontece. É assim como a vida da malta das seguradoras – que depende da compra de carros e casas, como – da mesma forma – depende de que os carros se espatifem e as casas se alaguem ou coisa pior. A minha vida profissional tem grandes parecenças nesse particular.

Ora, se no Verão se passa pouca coisa, dificilmente eu tenho muita coisa para fazer. Dias há em que o volume de trabalho é mesmo igual a zero. O que é uma verdadeira chatice.

Quero dizer… reafirmo o que já afirmei há umas linhas atrás. Não que isso [de o volume de trabalho ser pequeno] seja necessariamente mau. Nem sempre é. Mas a verdade é que esse facto leva qualquer boa alma (e muito bom corpinho) a – usando um termo puramente técnico – encostar-se à bananeira e a preferir, em vez de ter pouca coisa para fazer, fazer mesmo coisa nenhuma. Assim tipo… a tempo inteiro.

Ora bem… Fazer nada (já dizia o poeta «Ter um livro para ler e não o fazer…») é algo que dá um certo prazer, convenhamos. Fazer coisa nenhuma – desconfio – também. Só que, se calhar, não dá tanto prazer se isso se passar no local de trabalho. Dever ser do ambiente não ser propício… não sei…

Estou em crer que fazer coisa nenhuma num local mais apropriado – um qualquer à nossa escolha – deve ser coisa para ser prazerosa do que não ter nada a fazer no emprego. Aliás, defendo mesmo que, havendo pouco ou nada a fazer nos nossos locais de trabalho, pudéssemos todos optar por ficar em casa (ou ir para um outro lugar) atafulhar-nos de coisa nenhuma para fazer. Mais! De muita coisa nenhuma. Para estarmos verdadeiramente ocupados com isso, a fazer nada de nada, mas em grandes quantidades, para não sermos tomados por preguiçosos.

Eu tenho ideia de uma data de coisas nenhumas que me apetecia fazer agora mesmo, por exemplo. Agora só falta arranjar um tempinho e o sítio ideal para meter mãos à obra. Porque nestas de um tipo estar ocupado a fazer coisas (coisas nenhumas, nada de nada, neste caso), como tudo, há que ser empenhado e bastante competente.

1 inSensinho(s) assim...:

disse...

essa coisa só deve acontecer ai na Independente!!!!

Por aqui o desporto é sempre e até às tantas... ;)
quando quiseres trabalhar, envia o curriculo!