Jumping Monkeys & Yuppies Cantantes

Amiúde, somos confrontados com interessantíssimas manifestações de profissionalismo nesse mundo (que dizem ser maravilhoso) do atendimento ao público.

Esta manhã tive dois bons exemplos de que um pormenor pode não manchar irremediavelmente o brio profissional de quem quer que seja. Mas a imagem, meus amigos... essa… fica manchada de forma indelével na consideração do cliente, satisfeito com o serviço prestado, mas "algo" insatisfeito com o que viu.

Cada uma das histórias se conta rapidamente.

Saí de Lisboa em direcção a Setúbal, onde haveria de assinar contrato com a agência seguradora devido ao seguro do carro novo. Porto Salvo - Queluz - CREL (a caminho da Ponte Vasco da Gama, para fugir ao trânsito da outra) - IC17... portagem. Abro o vidro do carro ao mesmo tempo que se abre a pequena janela da cabine do portageiro. Lá, aparece uma cabeça que me diz «Bom Dia! São 50 cêntimos, por favor». Uma frase que só ouvi à segunda, confesso. Porquê? Porque logo que o portageiro abriu a janela a única coisa em que a minha atenção se fixou foi num tremendo "macaco" que desesperadamente queria saltar do nariz do zeloso funcionário da Brisa. Tenho ideia que o plano do "macaco" era a fuga para uma liberdade. Uma fuga que - julgo - não passaria de um simples (e parvo) pulo do nariz para o asfalto, para acabar por morrer estatelado no alcatrão e pisado por centenas de rodas nas horas seguintes. Fuga ainda não levada a cabo, claramente, à hora em que passei eu pela portagem. Depois disso, não sei o que se passou. Quanto ao serviço, nada a dizer... mas a imagem que me ficou foi mesmo a do "macaco (brevemente futuro) voador".

Já em Setúbal, para tratar do seguro... um típico yuppie (leia-se, um puto de vinte e poucos anos, provavelmente proprietário de uma malinha de executivo, enlatado num fato, atado com uma gravata e enfiado num escritório todos os dias das 9 às 5) atendeu-me solicitamente, é certo... mas (acho que se se aperceber) por duas ou três vezes começou a cantarolar as músicas que a pequena aparelhagem do escritório debitava. Não lhe afectou o discurso, não interrompeu a comunicação, não complicou o negócio, não teve qualquer consequência nefasta (o senhor até nem cantarolava mal)... mas não pareceu bem, tenho de o dizer.

É como ir num autocarro e o condutor (que conduz bem) se deitar a chamar nomes aos outros condutores. É como assistir a uma pequena discussão entre funcionários dos Correios enquanto somos atendidos por um deles. É como estar numa repartição de finanças e ver, lá ao fundo, um dos funcionários jogar Paciência no computador, quando há uma fila de gente à espera de ser atendida.

Nada disto afecta directamente o serviço de quem, efectivamente nos atende. Mas que fica mal... fica. E, muitas vezes, é essa imagem que fica.

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