Confesso. Hoje pensei, finalmente, que seria possível. Cheguei a evidenciar – foi o que a minha mulher me garantiu, já que eu estava de frente para ela, no bar do trabalho – um olhar de inquestionável deslumbramento. Mas, de repente, tudo se gorou.
Afinal, é mesmo impossível que, quando despejamos o conteúdo de uma saqueta de açúcar no café ou num galão, caiam dela todos os grãos… mas todos mesmo. Hoje, mesmo que por momentos tenha pensado que o contrário seria possível (uma esperança minha desde criança), acabo por admitir que tal não pode, de todo, acontecer. Fica lá sempre pelo menos um grão.
Esta manhã, para adoçar o galão do pequeno-almoço, abri duas saquetas de açúcar e despejei uma e meia para o copo, como habitualmente faço. Pouco depois, a meio da conversa, lembrei-me de que ainda não tinha feito a verificação da saqueta (supostamente) vazia. Algo que faço desde que me lembro do conceito de açúcar em saquetas de 8/9 gramas.
Estava… vazia! Nem um grão de açúcar! Nenhum! Tantos anos a contar por frustrações as minhas tentativas de esvaziar totalmente as saquetas de açúcar (sem, obviamente, as destruir por completo – assim é fácil)… e hoje, por fim… sucesso!... pensei eu.
Resolvi conferir de novo, mais minuciosamente, a saqueta em questão (não fosse a emoção do momento ter-me traído). Percorri calmamente com os dedos “em prensa” toda a área da saqueta e no último milímetro cúbico do último canto inspeccionado… lá estava o grão confirmador da regra que diz que alguma vez uma saqueta de açúcar aberta num dos cantos ficará totalmente vazia.
Obviamente – e até porque sou um aficionado da ciência e da colocação em questão dos dogmas da Humanidade – vou continuar atento e estou determinado a tudo fazer para provar (acredito que um dia conseguirei!) que – mesmo sendo extremamente complicado – é possível esvaziar totalmente uma saqueta de açúcar.