VoCÃObulário

Por acaso é pena que os animais não falem.

E note-se, desde já, que sempre quis começar um texto com as palavras “Por acaso” mas nunca o tinha feito. No entanto, mesmo sabendo que a expressão “Por acaso” no início das frases pouco (ou nada) diga… ele há sonhos que um gajo tem de cumprir. Este está agora – finalmente – realizado. Avante.

Dizia eu que, por acaso, é pena que os animais não falem. E mesmo aqueles que até falam (tipo papagaios, araras, um ou outro cão que parece falar e umas quantas – muito poucas – focas de circo), é pena que não o façam de tal forma que ajudem os humanos a perceber o que lhes vai de verdade na mente. É que… dava jeito.

Há uns dias recebi uma mensagem no telemóvel que falava da indecisão de um simpático cão em optar por uma roda de um BMW ou de um OPEL para que uma delas fosse a fiel depositária do jacto de urina que, eventualmente, se seguiria. De facto, não fosse o pormenor dos cães não falarem e todo o processo de levá-los à rua para as necessidades fisiológicas seria bem diferente. Mais fácil, acho eu.

Se fosse claro para qualquer dono de um cachorro (após uma conversa – que, adivinho, seria esclarecedora – entre os dois) que o animal tem preferência por rodas de carros de alta cilindrada para urinar… tudo seria bem mais simples. Bastava sair à rua, seguir directamente para o local em causa e pronto. Problema resolvido. Aliás, quem diz pneus de automóveis favoritos, também diz postes de electricidade, bocas-de-incêndio, pinos de pedra ou cimento, árvores, abustos e afins predilectos. Os cães têm-nos – é um facto – mas não é fácil perceber com exactidão onde é que o animal se sente mais à vontade a mijar ou a cagar.

Também seria prático que os animais de estimação pudessem dizer, por exemplo, o que preferem comer, o que gostam e não gostam de fazer, que exercícios preferem para não ficar balofos, como gostam mais e menos de receber festas e dar-nos outras tantas informações úteis. Ajudava.

Já não ajudava tanto que eles usassem a faculdade da fala para chatear a malta com reivindicações, lamúrias e conversas de chacha. Não que não usemos nós a faladura para descarregarmos neles toda a treta que nos pesa na alma, mas digo eu que isso é suposto ser assim uma espécie de caminho de sentido único. A gente fala… eles ouvem. É como que uma instituição. Se os papéis se invertessem… não sei…

As galinhas têm asas mas não voam. Cães, gatos e muitos outros animais têm cordas vocais mas não falam. É certo que dava jeito, para percebermos se eles preferem os MERCEDES ou os RENAULT. Mas ouvir o meu gato (matreiro e quase sempre de mau humor) a mandar-me ir… dar banho ao cão…! Já não me parece que seja assim tão jeitoso.

5 inSensinho(s) assim...:

ah e tal disse...

Eu acho que a maioria das vezes iriamos ouvir:"Humanos estúpidos e insensatos" da boca dos animais....

Eu acho que devias escrever um livro ou uma crónica no jornal qualquer coisa assim...

Anónimo disse...

Por acaso... o Belinho fala... :P pelo menos é o que diz o meu avô e a pandilha dele... ok depois de um almoço mt bem regado. Se quiseres eu mando o Jenkins pa casa do meu avô, vem de lá a ladrar e tudo. Beijinhuz.

Anónimo disse...

Parecendo que não.... facilita :P

Bom fim d semana!

GK disse...

E o teu gato, o que achas que te diria?

Bj.

marco disse...

por acaso gostei de ler este teu texto