O cartaz que o PNR colocou no Marquês de Pombal, basicamente, incitava os estrangeiros imigrantes em Portugal a "dar à sola", apanhando, se possível, um avião; sendo que, dessa forma, teriam a garantia de que seriam acarinhados pela malta do Partido Nacional Renovador com um simpático "Façam Boa Viagem!". Indo de carro, mota, autocarro, bicicleta, trike, qwad, barco ou até a pé... se calhar, já não.
É, sem dúvida, um acto de saber estar do PNR. Tudo o que se diga em contrário parece-me inadequado. Viajar de avião pode ser mais caro mas vai-se mais longe e mais rapidamente, com poucas paragens para abastecimentos mas, em compensação, com casas de banho no aparelho e algum espaço para "esticar as pernas" durante o voo. O PNR pode não querer cá a estrangeirada mas pensou no conforto de quem quer ver a milhas do nosso território.
Eu, pessoalmente, não colocaria um cartaz daqueles no Marquês de Pombal (nem noutro lado qualquer; se bem que o que eu acho que teria sido mesmo giro e pujante era o PNR ter feito esta campanha ali à entrada da Cova da Moura... ou mesmo DENTRO da Cova da Moura; teria tido outro impacto, convenhamos).
Não o faria, acima de tudo, porque não estou assim tão preocupado com a imigração em Portugal. Uma conclusão a que cheguei hoje mesmo (!), quando fui ao bar da empresa onde trabalho. Aliás, eu chego a uma data de conclusões quando vou ao bar da empresa. Sempre achei um local giro para chegar a conclusões. E chegar a conclusões, digamos, concludentes... é uma tarefa que deve ser realizada de barriga cheia ou, pelo menos, com um café tomado. É uma espécie de mínimo exigível para a coisa.
O bar está repleto de trabalhadoras brasileiras. Umas mais giras que outras. Umas mais solicitas que outras. Umas mais simpáticas que outras. Umas menos... ineficazes que outras (é... o bar está longe de funcionar bem... e é tudo caro que tolhe!). Mas avante.
De todas elas, há uma que se destaca pela rapidez com que despacha o último cliente para poder dizer ao seguinte, em voz bem alta, «FÁXÁVÔ!!!». Sim... assusta um bocadinho às primeiras vezes em que ela "berra" «FÁXÁVÔ!!!» lá de trás do balcão, directamente para os ouvidos da malta. Mas depois a dor de cabeça passa e o medo também. O que me parece relevante é que ela não diz - nem berra, para o caso - «FÁIS-FÁVÔ!!!», mas sim «FÁXÁVÔ!!!». Há uma clara diferença. A diferença entre a pronúncia puramente brasileira e o esforço em aprimorar uma aproximação à fonética de Camões. Esforço apreciável, diga-se.
Ora... espetar com essa imigrante brasileira num avião e desejar-lhe "Boa Viagem", sem esperar que ela volte um dia... parece-me um bocado mal. E tal como a ela, aos milhares de imigrantes de outras paragens. Os imigrantes do Leste Europeu - grande parte deles, pelo menos - chegam a falar Português até de forma mais correcta que muitos portugueses. Não estou a especular... é mesmo verdade. E se não falam bem a nossa língua, fazem um esforço por falar.
É certo que à empregada do bar falta ainda algum "caminho" até que o «FAZ FAVOR!!!» saia (ainda que em decibéis bem acima da média) mais próximo daquele que nós dizemos... Ou daquele que deveviamos dizer... É que, pensando bem... somos nós quem diz, por tudo e por nada, «Ó FÁXAVÔRE!!!». Eu, por exemplo, acho e defendo que só se deve pedir uma sandes de entremeada e uma cerveja Mini dessa maneira. De outra forma, não faz sentido. E acho salutar que a empregada do bar da empresa seja, por isso, já quase tão "portuguesa" quanto eu e mais "portuguesa" que muita malta que se diz lusitana.
Acredito que o PNR não pensou nisso quando colocou o cartaz no Marquês de Pombal.
É, sem dúvida, um acto de saber estar do PNR. Tudo o que se diga em contrário parece-me inadequado. Viajar de avião pode ser mais caro mas vai-se mais longe e mais rapidamente, com poucas paragens para abastecimentos mas, em compensação, com casas de banho no aparelho e algum espaço para "esticar as pernas" durante o voo. O PNR pode não querer cá a estrangeirada mas pensou no conforto de quem quer ver a milhas do nosso território.
Eu, pessoalmente, não colocaria um cartaz daqueles no Marquês de Pombal (nem noutro lado qualquer; se bem que o que eu acho que teria sido mesmo giro e pujante era o PNR ter feito esta campanha ali à entrada da Cova da Moura... ou mesmo DENTRO da Cova da Moura; teria tido outro impacto, convenhamos).
Não o faria, acima de tudo, porque não estou assim tão preocupado com a imigração em Portugal. Uma conclusão a que cheguei hoje mesmo (!), quando fui ao bar da empresa onde trabalho. Aliás, eu chego a uma data de conclusões quando vou ao bar da empresa. Sempre achei um local giro para chegar a conclusões. E chegar a conclusões, digamos, concludentes... é uma tarefa que deve ser realizada de barriga cheia ou, pelo menos, com um café tomado. É uma espécie de mínimo exigível para a coisa.
O bar está repleto de trabalhadoras brasileiras. Umas mais giras que outras. Umas mais solicitas que outras. Umas mais simpáticas que outras. Umas menos... ineficazes que outras (é... o bar está longe de funcionar bem... e é tudo caro que tolhe!). Mas avante.
De todas elas, há uma que se destaca pela rapidez com que despacha o último cliente para poder dizer ao seguinte, em voz bem alta, «FÁXÁVÔ!!!». Sim... assusta um bocadinho às primeiras vezes em que ela "berra" «FÁXÁVÔ!!!» lá de trás do balcão, directamente para os ouvidos da malta. Mas depois a dor de cabeça passa e o medo também. O que me parece relevante é que ela não diz - nem berra, para o caso - «FÁIS-FÁVÔ!!!», mas sim «FÁXÁVÔ!!!». Há uma clara diferença. A diferença entre a pronúncia puramente brasileira e o esforço em aprimorar uma aproximação à fonética de Camões. Esforço apreciável, diga-se.
Ora... espetar com essa imigrante brasileira num avião e desejar-lhe "Boa Viagem", sem esperar que ela volte um dia... parece-me um bocado mal. E tal como a ela, aos milhares de imigrantes de outras paragens. Os imigrantes do Leste Europeu - grande parte deles, pelo menos - chegam a falar Português até de forma mais correcta que muitos portugueses. Não estou a especular... é mesmo verdade. E se não falam bem a nossa língua, fazem um esforço por falar.
É certo que à empregada do bar falta ainda algum "caminho" até que o «FAZ FAVOR!!!» saia (ainda que em decibéis bem acima da média) mais próximo daquele que nós dizemos... Ou daquele que deveviamos dizer... É que, pensando bem... somos nós quem diz, por tudo e por nada, «Ó FÁXAVÔRE!!!». Eu, por exemplo, acho e defendo que só se deve pedir uma sandes de entremeada e uma cerveja Mini dessa maneira. De outra forma, não faz sentido. E acho salutar que a empregada do bar da empresa seja, por isso, já quase tão "portuguesa" quanto eu e mais "portuguesa" que muita malta que se diz lusitana.
Acredito que o PNR não pensou nisso quando colocou o cartaz no Marquês de Pombal.
1 inSensinho(s) assim...:
Ao pensar nesse cartaz só me ocorrem estranhas ideias que envolvem um preto grande (imigrante, claro!) e o senhor da foto de costas... Não sei porquê...
Bj.
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