Para evitar o Síndrome "Monday"

Como sempre, o inSenso Comum está na vanguarda do Serviço Público em Portugal. Agora, e como é segunda-feira, uma sugestão para… as segundas-feiras. Poderia dizer ainda mais uma vez segunda-feira ou segundas-feiras mas acho que seria dizer muitas vezes segunda-feira ou segundas-feiras a uma segunda-feira e às segundas-feiras as pessoas não têm pachorra para jogos de palavras de pura palermice.

Por não haver grande paciência para o que quer que seja em dias assim, em início de semana, deixando para trás as folgas e a cama quentinha, penso ter descoberto uma forma de o choque do regresso ao trabalho não ser tão desagradável.

(Ah! A sugestão que se segue serve também para pessoas que tenham vivido desaires futebolísticos no fim-de-semana. Atente-se ao exemplo que referirei, a seu tempo.)

Penso que há pouca coisa pior que ter de enfrentar uma semana inteira de trabalho e lembrarem-nos do fim-de-semana (do qual temos de certeza muitas saudades e sobre o qual ficaremos a pensar se nos falarem disso), desconcentrando-nos irremediavelmente dos nossos afazeres laborais. Daí que me pareça de todo útil entrar no local de trabalho e, mesmo que aparentemente não faça muito sentido, começar de imediato qualquer conversa com algo como isto:


«Pois. Também estava a pensar nisso mas acho que não devia ser exactamente como estás a dizer para se fazer. Devia ser mais do outro jeito, de que já falámos há bocado.»


Desta forma, evitam-se todos os clichés de segunda-feira. Os bons dias, as perguntas de como foi o fim-de-semana… até as conversas incómodas sobre futebol, para quem viu o clube levar dois golinhos (fofinhos!) do último classificado do campeonato (lá está, o exemplo futebolístico, como estava prometido).

Assim, começa-se pelo meio da conversa (uma qualquer conversa, ao acaso) e isso fica logo tudo o resto despachado “à cabeça”. Por essa altura, já não fará sentido perguntarem-lhe como foi o fim-de-semana, por exemplo. Porque essa fase, simplesmente, já passou. Aí, o melhor que se pode fazer, perante a evidente estranheza do seu interlocutor, é dizer "Olha… mudando de assunto..." (e aí parte-se para outra coisa, já de trabalho, quase de certeza) mas nunca permitindo que a pessoa lhe diga "Então, olá! Como vai isso? Então esse fim-de-semana?...". Isso diz-se no início de uma conversa, nunca a meio.

Por isso, já sabe. Para que a segunda-feira não tenha para si aquele peso imenso das segundas-feiras – e na impossibilidade de começar a semana logo a uma terça – o mínimo que pode fazer é começar… pelo meio todas as primeiras conversas que tenha com as pessoas com que se cruza no trabalho.

Não diga que isto não é Serviço Público, se não serei forçado a lembrar-lhe que ainda faltam pelo menos 5 dias de trabalho árduo e chato até voltar a poder ficar no quentinho da cama até tarde ou que o seu clube muito provavelmente é aquele que levou dois secos dos tipos que iam em último lugar no campeonato. Veja lá se não se põe a jeito disso.

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