Pitcairn - essa bela ilha!

(o texto é grande mas é verão... e há muito pouca coisa para fazer)




Um bocadinho de História e Geografia… só naquela…

Às voltas pela internet descobri uma nação que desconhecia por completo: um pequeníssimo arquipélago no Pacífico Sul chamado Pitcairn, onde só a principal ilha (que dá nome ao território) é habitada… mas não muito.


Pitcairn é um território autónomo ainda que sob a tutela da coroa britânica, embora me pareça que a Rainha Isabel II não saiba bem o que lá se passa… ou então opta por não saber. Já lá vamos.

Os primeiros habitantes chegaram em 1789 (até ali, o conjunto das ilhas era totalmente inabitado) e eram ex-tripulantes de um navio inglês chamado Bounty. A 29 de Abril desse ano, eles amotinaram-se (um banzé desgraçado, reza a História) e fugiram, deitando fogo ao navio. Começaram a ser procurados pela marinha inglesa e refugiaram-se na ilha em busca de esconderijo. (Com este "nascimento", estava visto que o território nunca viria a ter boa fama.)

Apesar de tudo, naquela época, os cerca de 20 primeiros habitantes de Pitcairn conseguiram multiplicar-se (havia de ser um belo regabofe!...) até serem mais de 190; mas hoje são só 50.

O mais curioso de tudo é que, volvidos mais de 200 anos, a maluquice de marinheiros (ainda para mais amotinados, fora-da-lei) não passou àquela malta e, em 2004, um terço da população foi julgado por abusos sexuais.

Isso fez-me pensar. Então… quem é que NÃO ESTEVE envolvido nessa sodomia generalizada (que acabou nos tribunais)!? É uma questão, acima de tudo, matemática. Se um terço de 50 pessoas são 16, isso implica que haja 16 abusadores e, pelo menos, 16 abusados (que podem ser mais, se um abusador tiver abusado de mais do que uma pessoa… ou – vá – até menos… se houver malta massacrada por mais do que um abusador). Contas simples resultariam em 32 pessoas envolvidas. Perante este cenário, restariam 18 habitantes. Se um for o juiz que julga todos estes casos, outro o funcionário do tribunal e mesmo que haja só um advogado para defender os acusados e um para representar a coroa, restam 14. Partindo do principio que o padre da ilha se portou bem (o que, por aquelas bandas, não é de todo garantido), 13; e de que o director da cadeia e o guarda prisional não podem estar envolvidos (caso contrário, não se poderiam prender os abusadores condenados), ficam 11 habitantes. Obviamente, desses 11, grande parte deles (se não todos) serão inevitavelmente parentes dos acusados ou das vítimas, que não olharão a meios para mentir em tribunal com vista a condenar ou absolver os abusadores, o que em qualquer dos casos é sempre crime também.

De facto, se há coisa que o tempo não apaga (poderia pensar-se que dois séculos bastariam… mas, pelos vistos, não…) é a ruindade das pessoas.

Não encontrei nenhuma reacção oficial da Casa Real Britânica a este descalabro judicial que envolve toda a população de um território autónomo sob a tutela da Rainha Isabel II. Sua Majestade deve ter preferido olhar para o lado e assobiar. Ou então… pensou baixinho: «Ah! Afinal é ali que estão os tri-tri-tri-netos dos velhacos que deram cabo daquele nosso navio há uns "anitos"! Estão iguaizinhos aos antepassados, quem diria! Bom… É deixá-los estar… Não vale a pena chatear-me e ir lá dar uns açoites. Por este andar, eles que são má rês que se entendam. Praticamente ninguém sabe que Pitcain existe mesmo…!»

Só para contrariar a monarca britânica, aqui deixo este InSenso… e, já agora, o mapa de Pitcairn, a terra em que toda a gente, desde sempre, tem culpa no cartório.

1 inSensinho(s) assim...:

calózita disse...

xinaaaaa! já lá vai um tempo!
e tá tão catita o inSenso!

enfim, só para mandar uma beijoca!