Obrigad(inh)o, Mãe!...


Ao fim de uns anos de vida (digamos, sei lá… uns trinta), todo e qualquer um de nós acha que já é um homenzinho ou uma mulherzinha. Mesmo aqueles homens que pensam ser umas gajas boas e as mulheres que pensam ser uns grandes machões… mas isso agora não vem ao caso.

Dizia eu que todos nós nos achamos independentes, cheios de personalidade e carregadinhos de traços tão nossos que nos distinguem de toda a gente. Lamento dizê-lo… mas andamos todos enganados. E sei disto porque os meus pés, descalços, estalam imenso.

Se está confuso… percebo que esteja. Aliás, confesso que era essa a minha intenção ao juntar, aparentemente de forma desinteressada, referências à transexualidade e aos estalidos dos pés. Mas… avante.

De há uns meses para cá, posso dizer que ando com alguns problemas de identidade. Tudo porque descobri uma foto do meu pai quando ele tinha para aí uns 23 anos e a verdade é que a cara que vejo nessa imagem é igualzinha àquela que vejo todas as manhãs no espelho da cada de banho quando faço a barba. Isto apesar de em criança ser a cara chapada da minha mãe, com as bochechas rosadas e tudo mais. (Já agora… isto é bom porque agora tenho a certeza de que não houve facadinha no casamento deles para me coceber.)

Lá se vai a teoria dos “traços tão nossos”…

Por falar na minha mãe, chego ao ponto que me leva a abordar este tema: o estalido dos meus pés, quando descalços (sim… a referência era autêntica e não só para confundir o leitor).

Essa característica herdei-a da minha progenitora, infelizmente. Sei bem disso, porque em miúdo (quando ainda me parecia com ela e não com o meu pai) sempre ouvi os estalidos dos pés da minha mãe quando ela ia à casa de banho, a meio da noite. Eram audíveis o suficiente para não raras vezes ter acordado com esses “Tlac!… Tlac!… Tlac!…”, tanto na ida como na volta.

O mesmo acontece agora comigo. E repare-se que não estou contente. Primeiro, porque estalar dos pés não é coisa de que alguém se gabe de bom grado, como é evidente. Em segundo lugar, porque isso me prejudica sobremaneira.

Do que a minha mãe não se lembrou ao “dotar-me” com essa sua péssima característica foi que, tal como ela me acordou vezes sem conta (dando cabo de noites até ali bem dormidas), também eu de futuro acordarei gente que tenta descansar em paz, cumprindo um sono retemperador, de preferência ininterrupto. Isso não é bom.

Não é bom, logo “à cabeça”, se pensarmos que a minha futura vida conjugal estará sempre “por um fio”, até a minha cara-metade se fartar de acordar com os estalidos dos meus calcantes descalços, a caminho do WC. Mas, acima de tudo, não é bom porque limita as minhas opções de carreira. Obviamente, ser ladrão profissional de residências no período nocturno está fora de questão. Se assaltar uma casa habitada silenciosamente estando calçado é praticamente impossível, então… tirando os sapatos, não só acordaria de imediato os donos da casa, como também os vizinhos todos e ainda um guarda da GNR ou agente da PSP que vivesse ali nas redondezas (há sempre um) que, sem grande esforço, me apanharia em flagrante delito.

Escusado será dizer que estou um bocado desiludido com a minha mãe.

3 inSensinho(s) assim...:

GK disse...

Um post sobre os estalidos dos pés... Estou... maravilhada!
LOL
Bj.

Anónimo disse...

Tem piada...acabei de descobrir q n sou um ser do espaço pois n sou a única q dá estalidos qdo anda descalça...na praia nunca passo despercebida, infelizmente n pelo meu corpo escultural mas pelo barulho qdo caminho!Contudo, n tenho a quem pôr as culpas e isso deixa-me triste e abalada.
Bem vindo ao clube dos "seres que fazem estalidos qdo andam descalços" eheh
bjs (amiga alentejana)

Zana disse...

... Mas, então se as noites são de um sono retemperador, ininterruptas... porque raio tem que estalar uns pés dormentes??...

Eu diria que o segredo é não beber tantos liquidos ao jantar...
(que é como quem diz... pah... deixa a cervejolaaaa..;o))