Last Day, First & Last Hour Shopping

As compras feitas no último dia do ano são – acho que posso dizê-lo hoje com alguma segurança – únicas. Únicas em forma e em conteúdo, se é que isso se pode aplicar a uma ida às compras, muito mais a 31 de Dezembro.

Em explicando, a coisa fica mais fácil de perceber… ou se calhar, não. A ver vamos.

Antes de tudo mais, é preciso esclarecer que a singularidade das compras que fiz hoje começa… na hora a que foram feitas. Em dia de Passagem de Ano, ir ao CARREFOUR às… 8:30 da manhã (!) é algo difícil de conceber e – acredite, caro InSensato – ainda mais complexo de levar à prática. Mas fez-se… e com algumas vantagens, digamos, vantajosas.

Às 8:30 da manhã de um domingo, que é simulânemente o último dia do ano e véspera de feriado também, não há trânsito, não há problemas de estacionamento, não há atrasos de natureza alguma, não há gente a atrapalhar em lado nenhum, muito menos no supermercado. Por isso, não foi nada complicado ser o primeiro a espetar a pequena pá no monte de camarão já cozidinho, à espera de ser levado num saco para mais tarde (bastante mais tarde, que a hora ainda é madrugadora e as badaladas ainda vêm longe) ser devidamente degustado e acompanhado por cerveja gelada.

O mesmo aconteceu com a garrafa de champanhe, que foi a primeira a sair da prateleira, com o ananás (o mais vistoso de todos eles… pude escolher à vontade), com o pão e com o… molho de cocktail, também ele algo de único para mim em compras de Fim de Ano.

De facto, ele há coisas pelas quais só nos lembramos de gastar guito em situações muito especiais; no caso, os festejos de Ano Novo. Não fosse isso e de certeza só com muita dificuldade alguém me apanharia a comprar molho de cocktail para o camarão, a procurar saquinhas de frutos secos (algo muito gay, perece-me) ou até a perder mais de cinco minutos a observar (com verdadeiro “olho clínico”) cerca de três dezenas de ananases, antes de me decidir por um, pegar nele e ir pesá-lo.

No entanto, ... pensando bem, hoje também praticamente ninguém me apanhou nesses preparos lamentáveis. O enorme CARREFOUR estava… vazio… ou quase. Consegui não passar grande vergonha na compra de produtos... embaraçosos, dizer Bom Dia a vários empregados que limpavam ou faziam reposição de produtos nos corredores do supermercado e a quem nunca havia falado sem ser para perguntar onde ficava a secção de bricolage e ainda consegui sem dificuldade uma caixa sem fila (onde, também sem “dificuldade”, larguei 40€ assim “a brincar”). E isso não é mau.

Mau é não haver as… gajas que um tipo como eu gosta de ver nos outros dias (ou será que devo dizer “nas outras… horas”?), quando vai às compras. É que, a bem dizer, vai muita gaja gira (ou será que devo dizer “boa”?) às compras ao CARREFOUR, só que às 8 da matina ainda estão todas na cama a cumprir o chamado soninho da beleza. Ir ao supermercado e não as ver, de cestinho na mão, a comprar iogurtes dietéticos CORPOS DANONE (bom corredor, o dos lacticínios light…!) é uma chatice, por muito jeito que as comprinhas se façam muito mais facilmente.

Trois Petites InSenses

(Tradução: "Terruá Pêtítes InSânses")


I

Quão bem sucedido será um tipo que até é assaltante e tal, até entra em casas a meio da noite para “limpar” uns leitores de DVD, umas aparelhagens e umas jóias (se as houver por ali à mostra)… mas que tem aquele problema bicudo que é dar estalidos dos pés? Algo me diz que não será o supra-sumo do ofício da ladroagem. Mas vá… Se for esperto, muda de "profissão" ou dedica-se a tentar assaltar carros em parques de estacionamento desertos, o que só lhe vai render auto-rádios baratuchos… e isto se não houver muitos alarmes a disparar, claro.
II

Sonho com o dia em que esteja numa boda e a noiva se pegue à porrada com uma ou mais convidadas, também elas com vestidos de cerimónia muito volumosos. Não pelo ridículo da situação, que eu até nem sou rapaz de gozar só por gozar com as pessoas assim por dá cá aquela palha. Simplesmente, parece-me importante ter uma visão científica sobre um acontecimento deste tipo e tentar perceber afinal qual é a resistência física de (pelo menos duas) mulheres possessas de raiva mas impedidas de ter uma boa performance no chamado pugilato de vestido folhado, rodado e com mini-manga em balão.
III
O meu gato tem (sempre teve) a mania de roer sacos de plástico. Se, por acaso, deixo um “perdido” pela casa, o mais certo é que venha a encontrá-lo [o saco] todo furado e “ratado” com as marcas dos dentes do bicho. Pergunto: Se os sacos que encontro “ratados” têm sempre buracos e, consequentemente, menos plástico do que aquele que tinham quando o gato começou a mordê-lo como se não houvesse amanhã (plástico esse que nunca mais vejo em lado nenhum)… será que o meu animal de estimação vai acabar a cagar Pinipon’s?...

Mais uma vez, a culpa é minha?!?...

Agora que o Natal já passou e pude voltar a tomar contacto com o mundo real (leia-se, ver outras coisas que não o conta-quilómetros do Punto ou mesas de 10 lugares onde mal se consegue vislumbrar o padrão da toalha por entre as travessas cheias de comida pouco saudável), dou com uma notícia contra a qual tenho de insurgir-me com veemência.

Vários meios de Comunicação Social noticiam a intenção do Vaticano em organizar um torneio de futebol, já em 2007. Por mim… tudo bem… excepto na parte em que essa malta que diz que não mente, ainda aproveita para bater com a mãozinha no peito sempre que pode e se dá ao luxo de açambarcar as ideias dos outros e divulgá-las como suas. Ora… isso é que não, meus amigos!...

Aproveito para citar o texto do site
MaisFutebol acerca do tema: «A ideia partiu do secretário de Estado do Vaticano, o cardeal Tarcisio Bertone. Ex-comentador de rádio e conhecido entusiasta do futebol, decidiu criar a Clericus Cup já em 2007, que pretende juntar os sacerdotes e seminaristas que estudam em Roma num torneio com dezasseis equipas.»

A ideia partiu do senhor Secretário de Estado… o tanas!!! A ideia é minha!!! Se não, vejamos.

Corria o dia 17 do mês de Junho do ano de 2005 e eu publiquei aqui neste mesmo espaço o
textoApito Sagrado”, onde EU sugeria a criação de «A LPFC (Liga Portuguesa de Futebol Clerical), dirigida, obviamente, por D. José Policarpo» que «organizaria dois campeonatos: a “Super-Abençoada-Liga” e a “Liga de Honra Pai, Mãe e o Nome de Deus”». Mais!... Nesse InSenso descrevi em pormenor como decorreriam as competições e mais particularmente os jogos, tendo vários leitores dado achegas e eu complementado a informação em vários comments subsequentes ao texto em causa. Recordo… texto datado de 17 de Junho de 2005.

Não preciso, portanto, que o Vaticano faça como sempre faça e venha dar numa de “santinho” para cima do resto do mundo e diga “Ah e tal… fomos nós que inventámos e coiso…”. Meus amigos!... Para dizer que inventaram, que fizeram e que aconteceram já temos os Gato Fedorento! E essa malta (que muito prezo, de resto) ainda se dá ao respeito de fazer a coisa em gozo e não em anúncio oficial, com a maior desfaçatez e cara-de-pau que se possa imaginar. Nem no nome do torneio foram originais...! "Clericus Cup"... "Liga Portuguesa de Futebol Clerical"... penso que está tudo à vista.

O seu a seu dono. A ideia é minha. A malta do Vaticano mente descaradamente. E, só por isso, está a fazer aquilo que a toda a hora aponta o dedo ao mundo, acusando de fazer: pecar. Já sabemos que praticamente tudo o que se relaciona com o futebol passa impune à justiça (quiçá, à justiça divina também) mas não posso, não quero e recuso terminantemente a pactuar com esta verdadeira fraude clerical que me prejudica imensamente.

Protesto! Com veemência… PROTESTO! Desta vez, a culpa não é (não pode ser) minha! É deles! Dos senhores do Vaticano! Que aldrabam, que endrominam que… pecam, ao dizer que são modernos, inovadores, pioneiros…! Que cambada!

PROTESTO!!!

O Autor, InSensato e Irado,

K@



= = = = = = = = = =
N.D.R.:

Para que não restem dúvidas, aqui ficam os links do
InSenso de 17/06/2005 e da notícia do jornal online MaisFutebol. Caro InSensato, faça o seu juízo. Obrigado.

Estou "coralmente" Orfão

Noite de Consoada. Estou preocupado. Se alguém quiser divulgar essa informação oficialmente a nível global, que o faça, mas aproveito para dizer já que – à excepção da China, de Cuba, da Coreia do Norte e de outros territórios “simpáticos” desse tipo – este blog chega ao mundo todo. Portanto…

Estou inquieto, em desassossego, … uma chatice.

Tudo porque são 19:08 de 24 de Dezembro e ainda não vi nem ouvi em lado nenhum (leia-se, em canal de televisão nenhum) o Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras a cantar o seu mega-êxito “A Todos um Bom Natal”!...

Pensando bem, estes (agora) meus vizinhos são um lugar comum: são um One Hit Wonder. E esse facto coloca-os num patamar repleto de (outras) grandes estrelas, como Samantha Fox, Sabrina, Baltimora, Right Said Fred, Vanilla Ice, Los del Rio e os míticos Century, todos eles contando com um único sucesso nas suas meteóricas carreiras musicais. Um Hall of Fame invejável, sem dúvida.

Que andarão a fazer? Por onde? Na minha televisão é que não aparecem, certamente! Lamentável….! Diria mais. Lamentável esta coisa da concorrência desmedida entre Natais dos Hospitais e Há Festas nos Hospitais de RTP’s, TVI’s e canais afins, que atiraram o pobre Coro de Santo Amaro de Oeiras para fora do espectro natalício de Portugal. Isso e que é lamentável!...

Que será feito daquelas criancinhas e daqueles jovens imberbes que, com voz de menina colegial, entoavam esse hino da quadra por excelência, todos os anos, pares e ímpares, a várias horas de vários dias? Coisa linda que era… mesmo quando já deitávamos a canção “pelos olhos”, de tanto a ouvir… Que será feito dessa gente cujo objectivo único em criança era, naturalmente, passar a integrar o coro dos adultos (aquele que só perdia o “Infantil” no nome, de resto era tudo igual)… para cantar a mesma coisa todos os anos, obviamente.

Estou preocupado porque me sinto de alguma forma um “órfão coral”. Faz-me falta o Coro Infantil de Santo Amaro de Oeiras no meu Natal! Faz-me falta odiá-los cerca de 1 minuto e 13 segundos após o início da actuação! Faz-me falta todas aquelas vozes a cantar aquilo que já não suporto ouvir desde os meus… vá lá… 8 anos de idade (e nos meus primeiros 4 eu nem sequer estava em Portugal).

E estou ainda mais preocupado porque, nos últimos tempos, não os vi por lá, em Santo Amaro, mas pensei sempre que estariam a ensaiar. Não que os conheça pessoalmente, mas eles costumam ser tantos que mais de metade da população daquela terra (júnior e sénior) deve pertencer ao grupo coral… e não os vi por lá, sinceramente. Que será feito desta gente já que na minha televisão a aborrecer-me não está de certeza?

Estou preocupado. E logo hoje, que é Noite de Consoada!...

O Escroque Fétido

De quando em vez, resolvo “homenagear” palavras de que gosto particularmente mas que poucas vezes são usadas no meu quotidiano (e no do resto das pessoas também). Mencioná-las aqui (por vezes, “ao expoente da loucura”, como alguém já disse) é como que uma forma simples – mas ainda assim significativa – de lhes dar os “15 minutos de fama” a que todos temos direito. É uma questão de justiça, no fundo.

Hoje trago aqui as palavras “fétido” e “escroque”, que na verdade nada têm a ver uma com a outra mas isso não quer dizer que não vão bem juntas, assim como “Michelle” e “ma belle” também vão; qualquer apreciador da música dos Beattles sabe isso perfeitamente.

“Fétido”, só de per si, é um termo que sugere a sensação de mau cheiro. Que mais não seja porque se alguém profere a palavra, pouca gente a entende logo à primeira. E é sabido que quando não se percebe qualquer coisa a reacção natural é algo como “Isto não me está a cheirar bem!... Não está, não!”, acabando por ir de encontro à verdadeira noção que o dicionário apresenta.

“Escroque”, por seu lado, é definido como um vigarista, um trapaceiro. Pouca coisa haverá a dizer em relação a isto. Mas a palavra é gira e merece ser dita com mais frequência por o ser. Não…?! Até parece que não há gente nem motivos suficientes para que “escroque” seja mais vezes ouvida na nossa praça pública…! É tudo uma questão de hábito. Se nos acostumarmos a, no meio da rua, apontarmos de dedo em riste para um tipo qualquer que nos esteja a tentar levar 3€ por uma dúzia de castanhas e lhe chamarmos escroque… aquilo soa bem e depois é um “ver-se-te-avias”. Será dedo esticado e “ESCROQUE!!!” por tudo e por nada. Haveremos de lá chegar… um dia... quem sabe...!

Relacionar “fétido” com “escroque” pode aparentar alguma dificuldade, mas na prática não há dificuldade nenhuma. Aquilo de dizer que algo não está a cheirar bem também se aplica aos golpes dados pelos escroques. Ali a princípio, quando começamos a perceber que algo não está bem e que possivelmente estamos a ser levados na conversa… não nos cheira bem. É fétido. Mas mesmo assim - parvos - acabamos por cair que nem patos. É triste… mas verdade.

Mas vou tentar ir mais longe. Que tal um conceito novo, tanto em forma de insulto, como em termos de ocupação própria…? Uma inovação em duas frentes, pensando bem. Que tal?...

Parece-me de alguma… musicalidade juntar as duas palavras para compor um insulto de jeito. Experimente, caro InSensato, dizer em voz alta (se quiser, berre): “Escroque fétido!!!” ou (mais na onda de impropério de classe média-alta) “Seu… Seu… Seu fétido escroque!!!”. Soa bem, não soa?

Por outro lado, também acho que ser apenas e só um mero escroque é algo redutor. Ser vigarista e ainda por cima cheirar mal é que deve ser uma coisa mesmo a sério! Até porque dá mais luta. Chegar ao pé de alguém, fedendo à força toda, e ainda assim conseguir aplicar um esquema qualquer não será obra para qualquer um, mas sim para o melhor dos melhores. Ser um escroque fétido (e depois ser insultado precisamente com esse epíteto) deve ser o corolário de uma “carreira” de sucesso para o trapaceiro com péssimo odor que se preze.

No fundo, a culpa é minha…?

É uma daquelas coisas. De há uns (bons) tempos para cá que, sempre que vou ao MINIPREÇO, noto que o meu produto favorito dessa cadeia de lojas anda a escassear cada vez mais.

Já não é novidade que sou um super fã do Iogurte com Pedaços de Avelã da marca DIA. Aliás, já o disse na rúbrica "Pequenos Prazeres da Vida" do meu outro blog [
Petit Riens - vide o post] e, por muito que me custe, foi a partir dessa altura que se tornou progressivamente mais complicado encontrar copos do dito iogurte nas prateleiras das câmaras frigorificas do MINIPREÇO.

Por acaso, de certeza não será. Até porque já há muito aprendi que isso do acaso é coisa que não existe e daí que, logicamente, nada acontece por acaso. Logo, i
sto levanta – obviamente – várias questões a mentes inquietas como a minha.

1ª Questão: Será consequência do meu post no Petit Riens a maior procura de Iogurte de Pedaços de Avelã nas lojas da cadeia? Se sim, será que os leitores do blog são assim tantos ou será que os mesmos (ainda que em pouca quantidade) são mesmo grandes e ávidos consumidores de Iogurte de Pedaços de Avelã? Já agora, será que a menção na blogosfera se constitui como publicidade…? Não sei.

2ª Questão: Será que o número de unidades está a diminuir por excesso de procura ou por corte de quota do produto? É que eu sei que aquelas caixas de Iogurte de Pedaços vêm sempre cheias de copos de vários sabores, em igual quantidade. Mas quando chego à loja reparo que lá estão várias caixas, sempre com vários iogurtes de morango, maçã, kiwi… mas com só um ou dois de avelã… ou até mesmo nenhum!...

3ª Questão: Que se passa, afinal, com o Mundo, quando um tipo porreiro como eu só quer degustar um Iogurte de Pedaços de Avelã e não pode?!? Por que raio não repõe o MINIPREÇO os lotes (frequentemente inexistentes) do produto se há, claramente, quem fique aguado por não ter a chance de matar o vício, entretanto instalado no corpo por um iogurte tão bom?!? Andará tudo a dormir ou será maldade dos senhores da cadeia de lojas?...

4ª Questão: Será que os criadores do iogurte sabem que criaram a “obra-prima” dos iogurtes de baixo preço? Quando somos bombardeados pela publicidade dos caros ADAGIO a torto e a direito, como se explica este facto extraordinário de um iogurte sem qualquer publicidade feita seja onde for (exceptuando no meu blog, mas não está provado que isso seja mesmo publicidade) esteja sempre esgotado? E os senhores da concorrência... ainda não acordaram para a vida e não tentaram copiar a fórmula do sucesso porquê?...

5ª Questão: (a que mais me preocupa – relacionada com a 1ª) Será tudo culpa minha? Será que ao colocar a referência no outro blog (que julgava ser de audiência bem mais baixa que este), despoletei uma corrida às câmaras frigoríficas do MINIPREÇO? Haverá mesmo uma “Onda Ioguto-Avelânica” por aí, a carecer de controlo pelas autoridades competentes? Será mesmo tudo culpa minha?!? Oh… caraças!...

Espero agora que a situação fique regularizada. Se foi pela referência num blog que tudo começou, aguardo melhorias pela mesma via. Que se faça discriminação positiva do Iogurte de Pedaços de Avelã e não negativa; ou seja, que haja reforço da oferta e/ou que não se diminua as quotas. Uma coisa ou outra, tanto me faz. Tudo bem, desde que eu não vá ao engano, sempre que entro numa loja a babar que nem o cão do Pavlov, só de pensar no raio do iogurte. Sim... aquele que, actualmente, nem sei se vou encontrar nas prateleiras, à minha espera.

A minha Terra-NATAL é fixe!!!

De vez em quando vou ao GOOGLE e digito o nome da pequena cidade alemã que me viu nascer. Hoje... surpresa das surpresas! No site oficial do município de Rheine, os cibernautas são recebidos por um Pai Natal numa foto comprometedora, identificado e encarcerado pela Polícia [vide foto neste link].

Por momentos fiquei estupefacto. «Coitado do Pai Natal! Que será que ele fez?!? Cá para mim foi tramado por alguém, acusado de invasão de propriedade (com entradas criminosas pelas chaminés das habitações) com vista a tirar satisfação pessoal ao agradar às criancinhas… e agora vai directo para o DIAP ou para o TIC, depois para a prisão e sem ter direito a passar pela casa da Partida!... Desgraçado...!»

Depois lembrei-me de que o Pai natal afinal não existe – foram ali entre 5 e 12 segundos de patetice infantil que me toldaram a tola mas aquilo passou logo. Entretanto, acabei por perceber a piada.

Rheine (a terra alemã onde nasci) "prendeu" o Pai Natal para que ele faça a festa toda no Centro da cidade e não noutro sítio qualquer, nem na Alemanha, nem no resto do Mundo. O Santa Claus fica em Rheine e acabou-se!... A ideia está gira, de facto.

Sucintamente, a notícia apense à foto diz o seguinte: «De 2 a 19 de Dezembro, no centro da cidade haverá um intenso e inédito programa de animação, com um mercado histórico onde comércio tradicional e moderno vão complementar-se, camiões natalícios da COCA-COLA [muito populares na Alemanha], demonstrações de artesanato, diversões para as crianças e o Pai Natal "radical", a andar nas novíssimas trikes».

Ora cá está! Quem diria que uma cidadezinha do Norte da Alemanha, pacata, pitoresca pelo seu tradicionalismo e tal… se dava a estas modernices com estratégias de marketing deste gabarito?!?... Fiquei agradavelmente surpreendido.

Ao ler a notícia no site e vendo a imagem do Pai Natal com a placa numerada a posar para a foto policial só me ocorreu que a minha terra é o máximo!

Tenho é pena de ter "pré-agendado" o meu regresso a Rheine só para 2007, ano em que passam 25 anos da minha última ida lá, numas curtíssimas férias com a família. Se fosse esta semana... ia divertir-me à grande de certeza. Agora resta esperar pelo próximo ano e, se possível, fazer coincidir o meu regresso com a época do Natal.

Não vou poder pagar a fiança ao Santa Claus (deverei ter gasto o meu dinheiro todo nas viagens) mas ponho uma palavrinha por ele lá junto da bófia. Isto – claro está – se ele me der boleia na trike, como é óbvio! Se não… estás bem lixado, ó barbudo! Quem me diz que tu não desces mesmo pelas chaminés para conseguir mais do que umas bolachinhas…?!

Incapacidade Migalhal

Há coisas que não passam de boas intenções. Tentamos tudo por tudo manter a coerência dos nossos actos e, vá lá saber-se por quê, não conseguimos.

Digo isto por causa da sandes que tenho agora na mão. Verdade! A sandes – ESTA sandes – é o paradigma de uma deprimente incapacidade que todos temos em certas coisas do nosso quotidiano.

Eu explico.

Não que seja culpa da indústria da panificação e/ou da pastelaria em geral mas nós não nos entendemos com pães, pastéis e bolos. É. E o problema nem está neles (excepto quando nos provocam intoxicações alimentares) mas sim em nós mesmos, que não percebemos ainda como é que devemos lidar com esses produtos.

Atente-se nos seguintes exemplos.

Entramos numa pastelaria, pedimos um croissant misto e puxamos uns cinco ou seis guardanapos da caixinha de metal que está a meio da mesa ou na ponta do balcão. No entanto, acabamos sempre por tocar – nem que seja só um bocadinho – no raio do croissant com as mãos. E não nos queixamos. Quer dizer… às vezes, queixamos; mas não serve de nada. Aliás, no meu caso, eu até faço aquilo a que chamo “o contraditório de mim mesmo”, ou seja, pego o bolo com o guardanapo… mas depois vou partindo-o com a outra mão e comendo, invalidando todo o propósito de usar guardanapos. Pergunta-se, então, para que serve a catrefada de guardanapos com que pegamos os bolos e afins?...

Da mesma forma, também em casa não nos entendemos nisto de comer coisas que deixam migalhas. Em casa é diferente, ainda assim. Aí, hesitamos entre colocar a sandes, a torrada ou a fatia de bolo num prato ou a pegamos com a mão (e, nesse caso, voltamos à dúvida do guardanapo, de que já falei). Se as migalhas acabam por cair na mesa, no chão ou por vezes até na cama (se tomamos o pequeno-almoço por lá), nem o prato nem o guardanapo fizeram o seu trabalho, certo?

Temos de admitir que não nos conseguimos decidir. Olhamos para estes alimentos com desconfiança e – convenhamos – com falta de confiança também. Nem confiamos neles (se nos sujam ou não), nem confiamos na nossa capacidade de os manipular.

E se é assim com uma simples sandes de marmelada, com um pastel de nata ou um éclair, como será com uma tosta mista um bolinho de bacalhau, uma perna de frango de churrasco ou uma sardinha assada?... Porque aí até se coloca a questão haver óleo na “equação”; mas ainda há (quem diria?!?) quem goste mais de os comer à mão, em vez de no prato, com garfo e faca.

Isto, claro, se conseguir decidir-se,… antes que arrefeçam.

Os Dramas da Bola

Raramente aqui escrevo sobre futebol, porque já muito escrevo sobre isso noutros sítios e porque, diga-se a bem da verdade, escreve-se demais sobre esse desporto que não merece tantos caracteres e teclas de computador gastas só por causa de 22 tipos atrás de uma bola.

Ainda assim, hoje apetece-me aqui escrever sobre bola porque há coisas estranhas que acontecem precisamente por causa desses 22 marmanjos.

Esta semana, li que numa claque de um clube de futebol foram encontradas munições, drogas e bastões que são consideradas armas.

É que dá logo vontade de abrir a carteira, tirar lá uma “pipa” de massa (que é exactamente quanto custa ir ver um jogo da Liga Portuguesa) e ir à bola, não dá? Sim; não há nada como fazer um valente rombo no orçamento mensal só para partilhar o mesmo espaço que esses senhores que – quais cães raivosos em defesa do dono – vão para todo o lado fazer estrilho e, sempre que possível, distribuir porrada sobre quem não goste das mesmas cores. É assim… tipo… um estilo de vida. Enfim…!

O que é mesmo giro é pensar que não gostamos de estar com pessoas mal dispostas numa sala fechada porque é desagradável e as paredes até parecem fechar até a sala parecer mais pequenina… mas até nem nos importamos de estar encafuados num estádio (que não deixa de ser um espaço fechado – e mais exíguo em proporção, se pensarmos bem), com mais umas 30 ou 40 mil pessoas, todas elas à mercê de um grupo de gajos que, se se passam, lançam o pânico junto das pessoas que só foram ver a bola com os miúdos.

Parece-me bem.

No entanto, há uma coisa que me preocupa e até me leva a crer que esses rapazolas têm razões para serem mal encarados, mal dispostos e que tenham vontade de distribuir porrada com alguma frequência.

Na sequência da notícia que referi no início deste InSenso, li também que as buscas da Polícia Judiciária acabaram por resultar na detenção de um dos elementos da claque em causa. Um indivíduo português com 27 anos e sem “ocupação conhecida” (ou seja, sem emprego). Mais. Que várias outras claques e elementos das mesmas estão também a ser investigados porque, não tendo essas pessoas “ocupação conhecida”, têm sinais exteriores de (grande) riqueza e tal.

Certo. Têm bons carros e não vestem roupa – vá lá – barata. Mas… Coitados… Estão desempregados!... E toda a gente sabe que a vida está difícil para quem não tem emprego!... E se não têm emprego… como é que vai ser quando for para receber reforma?!?...

É…! Com estes stresses todos de não saber como vai ser o futuro, se calhar também eu andava meio raivoso, a esmurrar narizes, a dar bastonada, a criar confusão e a berrar por tudo o que é estádio do país, para ver se ouviam a minha revolta contra a aberrante incúria da Segurança Social e demonstrar claramente a minha preocupação para com o bem-estar dos meus familiares daqui a uns anos.

E, se no processo, eu também pudesse ver a bola… então era tudo o que um gajo podia desejar!...