Às vezes… Não sempre… Mas está bem!...

Talvez por causa da minha mania das grandezas, não tenho um, nem dois… mas sim três chefes (ou, se calhar, é só mesmo por imposição da empresa que me contratou… não sei…).

O que é certo é que, de vez em quando, um deles diz-me, em tom de elogio profissional (resta saber com que grau de sinceridade), “És grande!”. Ao que lhe respondo “Sim… Aposto que é isso que diz a todos os seus empregados que estão neste preciso momento sentados nesta mesma cadeira a bulir como se não houvesse amanhã…!”. E ele ri-se, simplesmente.

Seja como for, o elogio não cai em saco roto e a minha resposta sarcástica é dada em tom de brincadeira, porque sei que o meu trabalho está, de facto, a ser feito o melhor possível. Ou seja, naquele momento, eu sou “grande”, nem que seja só um bocadinho, e mesmo que o seja só às vezes e pouco depois já não seja assim tão “grande” como isso. Sou “grande”… a espaços, pelo menos.

E isso, por mim, está bem. Este é um conceito que não me desagrada. De tal forma que – ainda que só há pouco tempo me tenha apercebido disso – eu próprio, amiúde, também diga algo do género quando elogio alguém. Em versão K@ziana, o dito passa “És o/a máiór!” (não esquecendo nunca de abrir bem as vogais, claro). No entanto, e como ninguém consegue estar sempre no topo das suas capacidades, eu acrescento logo “És o/a máiór… a espaços! Mas és o/a máiór!”. Fica o elogio feito… e com absoluta sinceridade.

Gosto de pensar que esta minha expressão é bem aceite por quem a ouve. Para mim, é bom dizê-la. É sinal de que por vezes sou agradavelmente surpreendido e gosto de o reconhecer.

Ultimamente, porém, tenho-me lembrado mais disto por causa da minha viatura. Essa carga de trabalhos com quatro rodas que mais parece um Ovo Kinder, já que sempre que rodo a chave na ignição, tento perceber qual é a avaria do dia – o que é sempre uma incógnita. Nos últimos tempos, tem sido a Direcção Assistida, que ora tenho, ora deixo de ter, tornando o Punto, às vezes, praticamente inguiável… mas não é sempre.

Como, aqui e ali (não sempre, nem perto disso), a Direcção Assistida lá se digna a funcionar, eu fico todo contente. E lá solto um “És o máiór, pá!”, mesmo que eu esteja a falar para um automóvel e isso pareça… digamos, vá lá… parvo.

Mas lá está. Não é sempre. É o “máiór”… só a espaços. É o que é. Não sempre.

Esta manhã, por exemplo, o Punto foi o “máiór”. Liguei-o e a Direcção Assistida funcionou e deu um jeitaço, por causa da chuva que caía. Já à hora de almoço, quando lhe peguei de novo, … nada de volante leve. Foi uma viagem com direito a treino de musculação forçado. Estou aqui com uns braços que sabe Deus…! Mas cansa… e só vem provar a minha teoria. Só se é o “máiór”… a espaços. Se dúvidas disso houverem, eu empresto o meu automóvel (assim… por uns dias), para que isso seja devidamente confirmado. Os meus braços agradecem; ficam com menos músculo mas com mais descanso.

Mas, ainda assim, a minha viatura, assim, até está bem. Porque o incremento muscular providenciado pela avaria é bem-vindo e o descanso ocasional dessa canseira… também.

Às vezes… Não sempre… Mas está bem!...

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